O TELEGRAMA DE ADYAR
Mas ele se afasta dessa linha teosófica em dois pontos. Enquanto o centro de Adyar multiplica as críticas em relação à personalidade de Jesus, Steiner pretende conservar o que ele chama de ENTIDADE CRÍSTICA (definindo-a, aliás, de maneira muito pouco cristã, como veremos). E afasta-se dela também porque reprova as tentativas de busca, na Índia, de uma reencarnação de Buda ou de Cristo. Em suma, decidido a irradiar no meio europeu, que é forçosamente oriundo do velho atavismo cristão, Rudolf Steiner não quer adotar uma doutrina exclusivamente oriental. Sem dúvida, ele milita por uma transformação do cristianismo, mas quer conservar dele ao menos as aparências e a terminologia, o que não será evidentemente possível se permanecer na estrita observância de Adyar.
A ruptura foi consumada quando Annie Besant apresentou oficialmente o jovem hindu KRISHNAMURTI como o novo Buda e empreendeu, em sua companhia, uma turnê mundial. Steiner está totalmente determinado a não seguir semelhante caminho.
Estamos em 1913, a seção alemã envia um telegrama cominatório à sede central de Adyar para pedir a deposição de Annie Besant, deposição que foi naturalmente recusada. Em sua grande maioria, os teósofos alemães seguiram Steiner. E o fosso se aprofundou ainda mais quando, durante os primeiros meses da guerra, Annie Besant, num editorial famoso, lançou toda a teosofia mundial para o lado dos Aliados.