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A ENTIDADE CRÍSTICA SE APROXIMA

Segundo Steiner, o Sol, a Terra e a Lua não constituíam primitivamente senão um único e mesmo astro. Deste astro inicial, o Sol se destacou primeiro, arrastando consigo, em sua vizinhança, uma certa categoria de almas e de espíritos que se pode desde então chamar de "solares". Depois foi a vez da Lua de se destacar; ela também arrastou as almas e os espíritos lunares. A Terra restou sozinha, ocupada pelos homens; mas não eram os primeiríssimos homens, os quais tinham visto a luz em Saturno em tempos ainda mais longínquos. Os homens terrestres primitivos eram muito diferentes do que são hoje. Suas almas estavam longe de apresentar, com seus corpos, laços tão estreitos quanto os que têm em nossa época. As almas humanas, nessas idades originais, não estavam completamente encarnadas. Quanto aos corpos humanos, eles flutuavam sobre a água e se assemelhavam a corpos de moluscos. Se sabemos tudo isso, é graças à "ciência espiritual do século XX", isto é, mais precisamente à investigação clarividente "científica" de Rudolf Steiner.

Mas já a ENTIDADE CRÍSTICA havia iniciado sua marcha de aproximação em direção à Terra. Sua primeira etapa foi o Sol, assim que ele se tornou um astro independente. Em termos obscuros, quase hesitantes, Steiner coloca a "Entidade" em relação íntima com o Sol, seja porque ela se identificava com ele em um plano simplesmente simbólico, seja porque ela se misturava às almas arrastadas pelo Sol quando ele se separou do astro hélio-terrestre inicial. Seja como for, a frequentação do Sol pela entidade crística "produziu certos resultados que permaneceram ligados às atividades do Sol." ("O Cristo e o Mundo Espiritual", p. 60). Em suas cerimônias do Goetheanum de Dornach, os antropósofos cantam um hino ao CRISTO-SOL.

Por etapas, a Entidade se aproxima da Terra. Os "grandes instrutores" da Índia tiveram a intuição dessa aproximação. As Sibilas do entorno mediterrâneo também. Mas é o personagem de ZOROASTRO que será o primeiro grande beneficiário de sua visita. Zoroastro também, à sua maneira, terá sua "visão da estrela", como mais tarde Steiner:

"Quando Zoroastro elevava seu olhar clarividente em direção ao Sol, ele não via apenas o Sol físico; e ele dizia como se vê, ao redor do homem, uma aura, assim vê-se ao redor do Sol a grande 'aura solar', isto é, 'AHURA MAZDA'. É a grande Aura solar que havia produzido o homem. O homem é a imagem do Espírito solar, de Ahura Mazda". ("O Evangelho de São João em suas relações com os outros Evangelhos", p. 29)

Aquele que Zoroastro via sob a forma de Ahura Mazda não era outro senão a Entidade crística, apressada em se manifestar:

"E a iniciação de Zoroastro teve por efeito fazê-lo sentir esses resultados na atividade do Sol. É daí que nasceu sua doutrina, que é como a projeção, a revelação do que havia ocorrido em tempos infinitamente longínquos." ("O Cristo e o Mundo Espiritual", p. 60)

Continuemos a exposição da doutrina steineriana. Moisés foi o sucessor de Zoroastro na percepção da aproximação do Cristo. É na sarça ardente, depois no Sinai, que ele viu a Entidade crística.

Mas nos é precisado bem que essas manifestações da Entidade-Estrela não devem ser confundidas com as reencarnações sucessivas às quais está submetida a alma daquele que viria a ser o Menino-Jesus. Pois é preciso distinguir dois seres: por um lado, a Entidade crística que se aproxima da Terra, mas que não se encarna ainda; e, por outro lado, a personalidade do Menino-Jesus que deve tornar-se "portadora" do Cristo e cuja alma se prepara também para esse papel por reencarnações sucessivas, sobre a Terra.

O advento terrestre da Entidade crística está agora próximo.

A que fase da evolução histórica da humanidade este advento se produz? É preciso saber que a primeira grande era terrestre é a era ATLANTEANA e que ela se divide em sete períodos fabulosos e pré-históricos. Esta era atlanteana começa no momento em que a Terra adquiriu sua independência como astro separado, e ela termina por ocasião do colapso da Atlântida no mar, catástrofe que corresponde ao Dilúvio da Bíblia.

Depois vem a era PÓS-ATLANTEANA, dividida ela mesma em sete períodos. Quatro desses períodos já se passaram: o período proto-hindu, o período proto-persa, o período caldeu-egípcio e o período greco-latino. O evento do Gólgota se situa no início do quinto período pós-atlanteano, no qual ainda estamos. Ele será seguido por outros dois períodos dos quais não conhecemos os nomes. Depois disso, a grande era pós-atlanteana terminará.