A PROVA DO AR
O objetivo da terceira prova é provocar no candidato uma tomada de consciência nítida de seu EU SUPERIOR. Infelizmente, o capítulo que Rudolf Steiner dedica a este assunto em seu livro "A Iniciação" é redigido em termos particularmente velados. Seu curto desenvolvimento permanece em uma névoa que mal permite adivinhar como a prova se desenrola. As diretrizes precisas são certamente dadas de viva voz ao candidato por seus monitores.
Na prova anterior, a da água, ele estava reduzido aos únicos dados de seu olho espiritual para desvendar uma situação difícil. Desta vez, na prova do ar, um degrau a mais é transposto no despojamento. Não lhe é permitido sequer recorrer ao órgão da clarividência que lhe permitia orientar-se no "mundo superior". Ele terá que tomar uma decisão rápida e não lhe resta senão seu julgamento interior. Será colocado em uma situação onde uma referência ao mundo superior lhe seria até impossível, e aliás, de nada lhe serviria. "Se o candidato progrediu o suficiente, a terceira provação o espera. Tudo é entregue em suas mãos. Ele se encontra em uma situação onde nada o impele a agir. Ele está completamente só para encontrar seu caminho. Nada nem ninguém poderia lhe dar a força de que precisa, senão ele mesmo. A coisa essencial consiste em ver claro imediatamente, pois aqui ele deve encontrar seu EU SUPERIOR, no verdadeiro sentido da palavra. Ele deve rapidamente se decidir a seguir a indicação do ESPÍRITO em todas as coisas. O que impede de dar ouvidos aos avisos do ESPÍRITO deve ser superado com firmeza". (p. 109-110)
Esta terceira prova é chamada PROVA DO AR em todas as escolas de ocultismo e não apenas na antroposofia.
Por que este nome?
"Porque o candidato se encontra privado tanto do apoio sólido dos impulsos vindos de fora quanto da ajuda das percepções 'espirituais' de formas, cores... etc... adquiridas durante a preparação e a iluminação. Ele está reduzido exclusivamente a si mesmo". (p. 11?) [Nota: A página original parece ter um erro de digitação, 'p. 11', provavelmente deveria ser 110 ou 111.]
Ele nem sequer é mais carregado pelas águas; está como que "no ar".
Não saberemos mais. Permaneceremos no vago quanto às modalidades desta terceira prova. Contentam-se em nos dizer que ela é a última. O discípulo atingiu agora a consciência de seu "eu superior", ou seja, ele assimilou perfeitamente o novo espírito que lhe foi transmitido, a nova visão do mundo que lhe foi inculcada.
Pode-se declarar que ele se tornou um homem novo. Doravante, o discípulo vitorioso é considerado INICIADO AOS PEQUENOS MISTÉRIOS, e isso, é importante lembrar, sem que a iniciação tenha sido marcada por qualquer cerimônia ritual.