C. "Eu creio em Deus, Pai Todo-Poderoso" [ERROS SOBRE O PODER POLÍTICO]
É bem conhecido que "toda autoridade vem de Deus" (São Paulo) e que, por reconhecimento e dever, os líderes governamentais devem exercer sua autoridade de acordo com a vontade de Deus, fazendo cumprir a moral cristã e proibindo as falsas religiões.
Wojtyla ensina três erros sobre o poder político:
1. Ele deturpa a noção de "bem comum";
2. Ele contesta São Paulo sobre a obediência devida ao governo;
3. Ele promove a liberdade religiosa, que é uma heresia.
1. O QUE É O "BEM COMUM"? O "bem comum" significa que a sociedade está orientada para promover o bem-estar material, é claro. Mas o "bem comum" requer, em primeiro lugar e acima de tudo, que as condições sejam ótimas para ajudar os cidadãos a alcançar sua salvação eterna. "O governo deve, de fato, esforçar-se para promover a salvação daqueles a quem ele governa" (Santo Tomás de Aquino: De regimine principum ad regem Cypri, cap. 2). Em outras palavras, o Estado deve ser cristão.
O objetivo do poder político é o seguinte: o governo deve permitir que os cidadãos vivam de acordo com as leis de Deus. "A absurdez da opinião de que é necessário separar as coisas do Estado e as da Igreja se entende sem dificuldade. A própria natureza clama por isso, é necessário que a sociedade dê aos cidadãos os meios e facilidades para passar suas vidas com honestidade, isto é, de acordo com as leis de Deus" (Leão XIII: encíclica Libertas, 20 de junho de 1888). Hino a Cristo Rei: "Que os chefes das nações o honrem com um culto público, que os magistrados e juízes o venerem, que as leis e as artes expressem sua realeza" (Hino das segundas vésperas da festa de Cristo Rei).
Este hino foi suprimido sob Montini. A separação entre a Igreja e o Estado ocorreu por iniciativa de Montini (Colômbia 1973, Portugal 1975, Espanha 1976) e de Wojtyla (Peru 1980, Itália 1984). É importante notar a diferença em relação às separações anteriores: por exemplo, na França, quando o governo maçônico da Terceira República impôs unilateralmente a separação entre a Igreja e o Estado, o Papa São Pio X protestou solenemente e a declarou nula perpetuamente. No entanto, as separações das décadas de 1970 e 1980 ocorreram por iniciativa da hierarquia vaticana, que teve que superar as resistências dos governos! Em uma conferência realizada em Barcelona em 29 de dezembro de 1975, Monsenhor Lefebvre revelou que havia aprendido, do próprio secretário da Conferência Episcopal Colombiana, que o Vaticano havia pressionado a presidência da república durante dois anos para obter a separação entre Igreja e Estado na Colômbia!
A noção de "bem comum" foi redefinida pela seita conciliar: "Em nome do bem comum, as autoridades públicas são obrigadas a respeitar os direitos fundamentais e inalienáveis da pessoa humana. [...] O bem comum reside no exercício das liberdades naturais [...] incluindo o direito à liberdade justa, inclusive em assuntos religiosos" (Catecismo da Igreja Católica, nº 1907). Este catecismo enumera ainda como componentes do bem comum: alimentação, vestuário, saúde, trabalho, paz - mas não faz NENHUMA menção às leis cristãs, cuja observância conduz à felicidade eterna!
Se o Estado coloca todas as religiões em pé de igualdade, é "a apostasia legal" da sociedade! Este é o veredicto do Papa Leão XIII, que ensina: um Estado que adota a liberdade religiosa adota "uma posição condenada não apenas pela fé, mas pela razão e pelo sentimento comum dos antigos pagãos eles mesmos": é "a APOSTASIA legal" da sociedade (Leão XIII: carta Egiunto, 19 de julho de 1889).
2. A OBEDIÊNCIA DEVIDA AO GOVERNO: A revolta contra o poder é permitida? Não, absolutamente. É proibido rebelar-se contra os chefes, pois todo poder vem de Deus, e não do povo. "Temei a Deus, honrai o rei!" (1 Pedro 2, 17). "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que existem foram instituídas por Deus. Portanto, aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenança de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação" (Romanos 13, 1-2).
Um cristão pode "resistir à opressão" de um governo verdadeiramente tirânico? "Se, no entanto, os príncipes ultrapassarem temerariamente no exercício de seu poder, a doutrina católica não permite se insurgir contra eles por si mesmos, para que a tranquilidade da ordem não seja cada vez mais perturbada e a sociedade não sofra maior dano. E quando o excesso chega ao ponto em que não parece haver mais esperança de salvação, a paciência cristã ensina a procurar o remédio no mérito e nas orações fervorosas a Deus" (Leão XIII: encíclica Quod apostolici, 28 de dezembro de 1878).
As palavras do grande Papa Leão XIII se confirmaram pelos eventos. Pois a oração é um meio mais eficaz do que a revolta: as revoltas húngara, tcheca, polonesa e da Alemanha Oriental foram esmagadas pelos tanques soviéticos, enquanto os austríacos, através da recitação do terço, conseguiram fazer as tropas soviéticas de ocupação se retirarem. Da mesma forma, no Brasil, um ditador comunista fugiu após a população recitar o terço.
Primeira heresia de Wojtyla: o poder não vem de Deus, mas do povo (muitos discursos de Wojtyla em favor da democracia moderna surgida em 1789).
Segunda heresia de Wojtyla: a revolta armada contra o governo é autorizada. "A resistência à opressão do poder político não recorrerá legitimamente às armas, exceto se estiverem reunidas as seguintes condições: 1. em caso de violações certas, graves e prolongadas dos direitos fundamentais; 2. depois de terem sido esgotados todos os outros recursos; 3. sem provocar desordens piores; 4. houver uma esperança fundamentada de sucesso; 5. se for impossível prever razoavelmente soluções melhores" (Catecismo da Igreja Católica, nº 2243). Nota bene: Wojtyla autoriza a revolta não quando a religião cristã é atacada, mas quando os princípios ímpios de 1789 não são aplicados!
3. A LIBERDADE RELIGIOSA, MARCO PARA O ESTABELECIMENTO DA RELIGIÃO UNIVERSAL: A liberdade religiosa corresponde ao solve (= dissolver, destruir o antigo) dos maçons. A construção de uma federação universal de todas as religiões corresponde ao coagula (= coagular, construir sobre novas bases) maçônico. Montini iniciou a primeira fase; Wojtyla inaugura a segunda: solve et coagula!
Wojtyla incessantemente propaga a liberdade religiosa usque ad nauseam. E ele vai ainda mais longe, pois considera que as preces dos adeptos de outras religiões, dirigidas aos seus ídolos ou manitus, são mais eficazes do que uma Ave Maria. Durante o encontro de Assis (26 de outubro de 1986), de fato, nenhuma Ave Maria foi recitada. Em contrapartida, uma estátua de Buda foi colocada sobre o altar católico e incensada!
Durante a abertura da porta selada na cerimônia de inauguração da suposta "ano santo" (pseudo-jubileu do ano 2000), uma cerimônia surpreendente foi vista. Wojtyla estava vestido com um manto de todas as cores, predominando o azul, uma cor não litúrgica. Cantores protestantes, judeus e muçulmanos entoavam seus cânticos, enquanto mulheres asiáticas não cristãs adornavam a porta sagrada com flores e a esfregavam com aromas (quem sabe a qual rito pagão isso correspondia!). Incensos foram queimados enquanto um instrumento de cordas japonês tocava uma melodia oriental.
Em outubro de 1988, em Estrasburgo, Wojtyla disse, conversando com jovens: "Agora que estou prestes a me tornar o representante da religião universal..." Esta religião universal não terá dogmas, como profetizou Victor Hugo: "O século XX será o da extinção dos dogmas". O único dogma que restará será o culto ao homem. O dogma do Homem-Deus (= NSJC) será agora aplicado a cada homem, que se tornará assim, ele próprio e acima de tudo, "homem-deus". Cada religião, "unida na diversidade" com as outras religiões, contribuirá com sua liturgia e cerimônias peculiares para um toque folclórico na religião universal. O futuro não é difícil de prever: será a federação de todas as religiões do globo, sob a orientação benevolente do Anticristo.