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CAPÍTULO 17: Como a essência divina deve ser entendida como concebida e nascida

Da mesma forma, são perturbadoras estas palavras de Atanásio em sua carta a Serapião: “A essência divina incriada foi concebida e nascida da Virgem Maria.” Agora, o Mestre diz em seu terceiro livro das Sentenças, dist. VIII, que o que não é gerado do Pai não é propriamente dito nascer da Mãe, para que alguma realidade, da qual o termo filiação não é predicado na ordem divina, não tenha tal predicação na ordem humana. Portanto, uma vez que a essência divina não é nascida do Pai, também não pode ser dita nascer da Mãe.

Mas é de se notar que, assim como a essência divina é dita de maneira imprópria gerar ou ser gerada por uma geração eterna na medida em que a essência representa a pessoa e, assim, é entendida como gerando, porque o Pai, que é a essência, gera, assim da mesma forma a essência divina é dita nascer da Virgem, porque o Filho de Deus, que é a essência divina, nasceu da Virgem.