CAPÍTULO 12: Como o Espírito Santo deve ser entendido como a palavra do Filho
O que Basílio diz no terceiro discurso sobre o Espírito Santo contra Eunômio parece ser falso: “Como o Filho está relacionado ao Pai, assim o Espírito Santo está relacionado ao Filho. E é por isso que o Filho é a Palavra do Pai, e o Espírito Santo é a Palavra do Filho: sustentando o universo, diz o Apóstolo (Heb. 1:3), pela palavra do seu poder.” Pois, como Agostinho diz no livro sobre a Trindade, apenas o Filho é a Palavra. É por isso que João também chama o Filho de Palavra. Pois, no início de seu Evangelho, ele diz: “No princípio era a Palavra” (Jo 1:1). Ele também afirma em sua primeira Epístola (5:7): “Há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo.” Não faz diferença se alguém traduz: Eloquência, em vez de Palavra. Pois aquilo que se pronuncia é sua palavra. Portanto, assim como o Filho é a única Palavra na Divindade, ele também é a única Eloquência.
Mas deve-se notar que às vezes por palavra de Deus entende-se um discurso divinamente inspirado e proferido. É assim que Basílio entende o termo quando diz que o Espírito Santo é efetivamente a palavra ou eloquência do Filho, na medida em que os santos inspirados pelo Espírito Santo falaram do Filho de acordo com o que é dito no Evangelho de João sobre o Espírito Santo (16:13): “O que ele ouvir, ele falará.” Que esta é a mente de Basílio fica claro pelo que ele acrescenta mais tarde: “Dele vem a eloquência do Filho para Deus.” Pois a própria palavra de fé proferida pelos santos é obviamente chamada de espada do Espírito.