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Introdução

Grande porta do Trinity College, fundado por Henrique VIII, modelo de « Barba Azul », inimigo da Igreja e pai do cisma anglicano: desde a entrada, o tom está dado.

Segundo Claire Sterling, autora do excelente estudo intitulado Octopus: The Long Reach of the Sicilian Mafia (A Polvo, ou o braço longo da Máfia Siciliana), « não se pode resistir a uma rede que se compreende apenas imperfeitamente »[17]. Essa visão das redes, seja da Máfia, do grupo de espiões de Cambridge ou do Homintern presente na Igreja católica no século XXI, pressupõe o reconhecimento de que essas organizações subversivas não surgem « espontaneamente », mas precisam ser « dirigidas e geridas »[18]. O padre Enrique Rueda acredita que não é nem « inconveniente », nem « paranoico » abordar questões como infiltração, subversão, espionagem e traição no contexto de uma organização subversiva, qualquer que seja[19].

A presente evocação histórica dos espiões de Cambridge demonstra claramente quão rapidamente é possível derrubar a Coroa, o Estado ou a Igreja quando a subversão e a traição oriundas de dentro se combinam com ataques vindos de fora[20]. Não apenas ilustra o desenvolvimento, a organização e as ramificações de uma rede subversiva, mas também fornece muitas indicações concretas sobre a evolução e o funcionamento interno da Internacional homossexual desde os anos 1930. Acima de tudo, ela examina detalhadamente uma vasta crise do « Establishment » caracterizada pela ocultação, na qual a homossexualidade desempenhou um papel central na história de uma nação.