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Introdução

A literatura esotérica e orientalista veio a inundar tudo. Silenciosamente, ela se espalha, infiltra-se e se derrama por toda parte. Acabou-se por não prestar mais atenção a isso, mas é um fenômeno cultural tão alarmante quanto incontestável. Há alguns anos, esse tipo de publicação era reservado a um pequeno número de editores especializados. Hoje, todas as grandes editoras possuem suas coleções gnósticas, hinduístas, rosacrucianas ou sufistas.

A quantidade de obras assim colocadas à disposição do público é absolutamente enorme. É necessário constatar que isso manifesta um verdadeiro movimento de pensamento. Pois isso supõe primeiramente leitores em quantidade crescente e também toda uma intelectualidade redacional que é, pelo menos em parte, de um nível muito alto, e por conseguinte muito sedutora.

Esse movimento de pensamento pode, sem exagero, ser chamado de "nova gnose", pois lembra a efervescência sincrética que perturbou os três primeiros séculos do Cristianismo e que ficou na História sob o nome de "Gnose", palavra grega que significa ao mesmo tempo "ciência" e "conhecimento".

Antes de listar e analisar os principais temas da gnose moderna, é necessário reavivar nossas lembranças da antiga, ou seja, da gnose histórica que quase comprometeu a edificação do esplêndido e temível edifício do dogma cristão: esplêndido para aqueles que nele habitam em paz, e temível, por causa de sua solidez, para aqueles que o atacam.