Skip to main content

Anexo 6 - Um filósofo italiano do século XIX – Obras de Rosmini traduzidas para o francês

Documento do site da Biblioteca de Filosofia Comparada e do Centro Francês de Estudos Rosminianos[37]:

http://www.philosophiedudroit.org/

ANTONIO ROSMINI

Um filósofo italiano do século XIX

Nascido em 1797 em uma família aristocrática em Rovereto, província italiana do Trentino, então sob ocupação austríaca, Antonio Rosmini estuda filosofia e teologia na universidade de Pádua. Ordenado sacerdote em 1821, estabelece-se no Piemonte em 1829, em Domodossola, onde funda uma ordem religiosa, o Instituto da Caridade.

Mas a Itália é abalada pelo grande movimento de restauração nacional, alimentado por influências diversas e eventos às vezes contraditórios, o Risorgimento. Rosmini será frequentemente chamado a participar dele, apesar de si mesmo. Cheio de modéstia, ele paga muito caro por suas tentativas diplomáticas junto ao Santo Sé, a fim de negociar, para o Reino do Piemonte, uma confederação dos estados italianos. Durante os violentos confrontos romanos de 1848, acompanha Pio IX em sua fuga para Gaeta, mas lá se depara com a hostilidade do círculo do papa e retorna ao Piemonte, em Stresa, onde continuará até o fim de sua vida (1855) sua obra apostólica e filosófica.

Pois Rosmini é, acima de tudo, um filósofo com uma obra surpreendentemente abundante: toda a sua vida foi dedicada a uma intensa reflexão e sua produção é extremamente rica, incluindo nos domínios mais específicos, como a filosofia moral, jurídica e política, a lógica e as matemáticas, a economia, a medicina, as artes e a literatura (sua amizade por Manzoni o mergulha nas agitações linguísticas e poéticas da Itália nascente). Tanto percurso a serviço da inteligência metafísica, conduzida em suas aplicações mais concretas, em uma época conturbada onde a filosofia nunca deixou de ser atacada e na qual ele se preocupa em restituí-la ao mesmo tempo em uma perspectiva cristã. Com uma reflexão sutil e rigorosa, Rosmini eleva-se acima dos conflitos pós-revolucionários gerados pela hegemonia do racionalismo positivista, para redefinir o valor ontológico da concepção clássica do saber. Longe de todo ecletismo, Rosmini rejeita com força as teorias empiristas e se empenha em integrar as filosofias de seu tempo, como o idealismo alemão de Kant a Hegel, mas superando-as, dentro de uma concepção dinâmica das formas dialéticas do ser.

Retomando Platão e S. Agostinho, atendo-se ao método universalista de S. Tomás de Aquino, ele consegue, portanto, sintetizar na philosophia perennis elementos de uma nova filosofia, continuando assim um movimento filosófico interrompido após a crise nominalista medieval e prefigurando amplamente a fenomenologia, as filosofias da vida e da existência.

Finalmente, Rosmini, fundador de ordem, deve ser também inscrito na linhagem dos grandes espirituais. Sua obra aqui é igualmente considerável, desde as Constituições de sua ordem até os exercícios espirituais. Além disso, Rosmini se mostra incansável em sua correspondência, não deixando nenhuma carta sem resposta, com 8.319 reunidas em 13 volumes! Adicionemos os diários onde Rosmini narra memórias marcantes de uma existência voltada para o que ele denomina caridade intelectual.

A obra de Rosmini conta com cerca de 120 volumes, dos quais muitos ainda estão por editar, e muito poucos foram traduzidos para o francês. E, no entanto, não foi ele eleito por unanimidade, em 1843, para a Academia de Ciências Morais e Políticas, a pedido de Victor Cousin, e traduzido pela livraria acadêmica Perrin?

É difícil resumir essa produção intensa. Aqui nos referiremos aos livros em língua francesa:

Obras sobre Rosmini:

  • François Évain, s.j., Ser e pessoa em Antonio Rosmini (tese com prefácio de Henri Gouhier), Paris/Roma, Beauchesne/ Univ. Gregoriana, 1981,
  • Lucienne Portier, Antonio Rosmini, 1797-1855, Um grande espiritual à luz de sua correspondência, Paris, Cerf, 1991,
  • Maria-Adelaide Raschini: Rosmini e a ideia de progresso, Biblioteca de Filosofia Comparada, Bordeaux, Bière, 1995
  • Marie-Catherine Bergey, O manto de púrpura. Vida de Antonio Rosmini, Bordeaux, Bière, 2000.

Contribuições diversas, ver a bibliografia dada por J.-M. T. em sua tradução da Introdução à filosofia de Rosmini, p. 27 ss.

Tradução das obras de Rosmini:

  • Antropologia moral, trechos, trad. F. Évain, Paris, precedido de uma « Introdução à ontologia personalista de A. Rosmini » por F. Évain, prefácio de J. Chaix-Ruy, Beauchesne, 1973,
  • Introdução à filosofia, prefácio e trad. de J.-M. Trigeaud, Bordeaux, Bière, 1992,
  • Filosofia da política, trad. J. Plaisance-Léglise, introd. J.-M. Trigeaud, Bordeaux, Bière, 1999,

Traduções mais antigas:

  • Psicologia em três volumes, trad. E. Segond, Paris, Perrin, 1888
  • Antologia filosófica, textos agrupados sob a direção de Mgr. R. Jolivet, Lyon, Vitte, 1954,
  • Teoria do assentimento, M.-L. Roure, Lyon, Vitte, 1956,
  • Máximas de perfeição cristã e explicação do "Magnificat", trad. G. Roth, prefácio do Card. Tisserand, Nancy, Guyot, 1970.

Outras traduções, ver a bibliografia dada por J.-M. T. em sua tradução da Introdução à filosofia de Rosmini, p. 26.

Para as obras na língua original e em inglês, assim como os diferentes sites, cf. nossos links.


[37] http://www.philosophiedudroit.org/antonio%20rosmini.htm