A Gnose Moderna
A gnose moderna opera exatamente como a antiga. Ela não combate a Igreja de frente. Ela não deseja sua abolição. Quer apenas subordiná-la. Trabalha para uma síntese do cristianismo e de todas as outras confissões, mesmo as mais distantes, para realizar uma religião universal. Hoje, como antigamente, os gnósticos (ou neognósticos) elaboram versões diversas da gnose, conforme a proporção dos elementos que entram na constituição da síntese; alguns, por exemplo, aumentam as contribuições do hinduísmo; outros, as do islamismo; e outros ainda, as da cabala.
Outros ensinam, com elegância e autoridade, uma gnose extremamente próxima do cristianismo, tão próxima que podem apresentá-la, com certa verossimilhança, como compatível com o catolicismo mais tradicional. Os elementos gnósticos que introduzem estão tão bem disfarçados na terminologia cristã, seus ângulos tão bem limados, que sua heterogeneidade é muito difícil de perceber. E, no entanto, esses elementos gnósticos estão realmente presentes na mistura e não podem deixar de produzir os frutos que sempre produzem os erros de doutrina.
Esses doutrinários, meio cristãos, meio gnósticos, chamam a sua empresa de esoterismo cristão. Nosso trabalho, portanto, consistirá em projetar, sobre esses corpos estranhos gnósticos, a luz da fé, para identificá-los, isolá-los e defini-los como tais; e isso para evitar que os católicos sinceros se deixem enganar.