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Introdução

Quem é Antônio Donato Paulo Rosa? É difícil responder. Não podemos afirmar exatamente o que ele é, mas podemos afirmar o que ele não é: católico e tradicional.

Ele é nas palavras de Olavo de Carvalho o “melhor padre que existe no Brasil” e foi “ordenado mil vezes no céu”. Perante o julgamento do “Padre” Paulo Ricardo, Donato é um grande filósofo tomista e devotou para ele mais de seis aulas de longos louvores sobre o livro “A Educação Segundo a Filosofia Perene”, a obra-prima do pensamento moitaniano. A Rosa que se esconde na Moita, Antônio Donato Paulo Rosa, é o pai da nova geração de tomistas tupiniquins e foi o tutor de Olavo de Carvalho em muitas coisas e especula-se que também foi o mestre de dois grandes tomistas cariocas. Próximo de centros de estudos simbólicos e de estudos tradicionais medievais, possui amizades em vários círculos de pesquisas clássicas sobre a figura de Raimundo Lúlio. A nova geração de tomistas brasileiros nascida na década de noventa é mais próxima dos escritos de Lúlio do que da Suma Teológica.

Seus alunos estão por todas as partes e criaram uma rede quase infinita de influências. Entusiasta do movimento pró-vida, Donato conseguiu ter muito poder dentro do neoconservadorismo brasileiro e dominou intelectualmente grandes esferas da política em Brasília. Ele criou e comanda vários centros católicos no Brasil.

Um personagem curioso para se dizer o mínimo e a prudência não nos permite ir além disso. Perguntamo-nos, porém, se essa moita é semelhante com aquela sarça ardente que Moisés contemplou. Mesmo em chamas, permanecerá a moita intacta? A história ainda está por nos responder.

A Rosa pode esconder-se dentro da moita, mas não seu perfume. Encontramos em várias regiões os escritos do São Moita e um deles chamou nossa atenção. Trata-se do livro “A Liturgia da Missa Segundo o Concílio Vaticano II” (https://www.cristianismo.org.br/lit-00.htm). Nele, Donato defende que o Concílio Vaticano II é contra o mundo moderno e que a missa nova é a representação da tradição católica em sua forma mais cristalina. Pensando que se tratava de uma comédia logo nas primeiras linhas, descobrimos, entretanto, que o autor realmente acredita nessa preposição e que não se tratava de um artifício retórico humorístico inicial. É sobre esse escrito do São Moita que desejamos escrever.

O presente artigo estará dividido nos principais argumentos de Antônio Donato Paulo Rosa em defesa da missa nova, uma breve análise destes argumentos, uma exposição litúrgica-teológica sobre a verdadeira razão do Concílio Vaticano II e da missa nova e, por fim, a conclusão. Já deixamos, todavia, a conclusão de nossa investigação logo na introdução: Donato não é católico e nem tradicional, mas o maior modernista da história do Brasil.