Skip to main content

Anexo D

Em 2001, seminário globalista em Canisy de 29 de junho a 1 de julho de 2001[43]

Relações Transatlânticas: Cooperação e Competição Ifri/Ditchley, Château de Canisy, 29 de junho a 1 de julho de 2001.

Este encontro, organizado em parceria com a Ditchley Foundation (Reino Unido), por Sir Nigel Broomfield, Ditchley, e Dominique Moïsi, Ifri, teve como objetivo avaliar o estado das relações transatlânticas em sua dimensão econômica e politico-estratégica.

Contou com a presença de dois ex-primeiros-ministros, co-presidentes da conferência, Édouard Balladur e John Major, e do ministro das Relações Exteriores, Hubert Védrine. Reuniu delegações da França – conduzida por Thierry de Montbrial –, do Reino Unido, do Canadá e dos Estados Unidos.

Os participantes foram ao cerne das causas das tensões transatlânticas – alimentadas, segundo uns, pelos sinais confusos enviados pela Europa, e pelo “síndrome americano” de superpotência, segundo outros. Ficou acordado que, devido à complexidade dos dois "sistemas", europeu e americano, uma abordagem sofisticada era necessária, especialmente para refutar percepções múltiplas frequentemente emocionais. No domínio econômico, os participantes reconheceram que, se a cultura dos acionistas não estava bem estabelecida na Europa, com algumas exceções (como o capitalismo renano), as convergências entre os sistemas econômicos haviam progredido consideravelmente nos últimos quinze a vinte anos. A discussão sobre a globalização e as oposições que suscita levou os participantes a solicitar um diálogo sobre a governança global. No final, foram expressadas dúvidas sobre os próprios fundamentos do sistema econômico, ameaçado pelo crescimento populacional, pela degradação do meio ambiente, entre outros fatores.

O debate sobre a segurança opôs aqueles que se interrogavam sobre a razão de ser da OTAN nos dias de hoje e aqueles que vêem nela o instrumento necessário para uma defesa coletiva. A extensão geográfica do alcance da Aliança foi objeto de consenso, assim como a rejeição de uma divisão do trabalho que significasse que a América gerenciaria os conflitos enquanto a Europa cuidaria da manutenção da paz. A necessidade de os europeus compensarem a fraqueza de seus esforços de defesa para se mostrarem parceiros responsáveis foi unânime. Em conclusão, foi afirmado que uma relação madura deve ser capaz de gerenciar certas divergências (por exemplo, no que diz respeito ao Oriente Médio), que os interesses comuns de ambos os lados do Atlântico eram consideráveis, que nem a América nem a Europa poderiam alcançar seus objetivos sem cooperar, e que toda política unilateral estava condenada ao fracasso: em resumo, que um divórcio transatlântico era impensável.

image051.jpg