Skip to main content

PARA MANTER A BOA COMPANHIA..... DE BARBIER A BARRUEL

Os leitores do primeiro número deste Boletim terão, sem dúvida, ficado espantados ao receberem este segundo número, que é quase idêntico ao primeiro, com uma pequena diferença: passamos do padre Barbier para o padre Barruel.

Dois jesuítas, dois ex-jesuítas contrarrevolucionários, cuja comparação é instrutiva: Barruel foi secularizado em razão da tormenta revolucionária, mas tornou-se mais tarde um dos pilares da reconstrução da Companhia, enquanto Barbier teve de se afastar de sua Ordem para poder lutar livremente contra a Revolução no seio da Igreja; em suma, dois estágios sucessivos, a um século de distância, do avanço revolucionário...

Contudo, não foi pelo prazer desta aproximação que realizamos uma modificação moralmente penosa e que acarreta inconvenientes materiais.

De fato, verifica-se que, se o padre Barbier é de fato um homem público – e quem o é mais do que um polemista desta têmpera! – seu nome não é livre e pertence... nem mesmo à sua família, cujos vários membros interessados em nosso trabalho se subscreveram, mas apenas ao seu sobrinho, que pretende não ser arrastado para posições demasiado taxativas.

Parece que, contra toda equidade, é este o direito positivo, e somos demasiado pobres para enfrentar os percalços da jurisprudência. Demasiado pobres e demasiado ocupados com cem outras coisas mais importantes, somos forçados a ceder à violência que nos é imposta; renunciamos, portanto, ao patrocínio do padre Barbier, para nosso grande pesar, pois ninguém melhor do que ele poderia simbolizar o espírito de nosso empreendimento, e nos unimos ao do padre Barruel, outro jesuíta, outro vulto ilustre da causa contrarrevolucionária.

Mas nem por isso abandonaremos o padre Barbier: seu nome, desaparecido do cabeçalho deste Boletim, seu pensamento continuará a ornar as suas páginas, e já a partir deste número um artigo relembra como ele soube analisar a tática dos liberais diante da autoridade na Igreja.

Esta peripécia terá tido o mérito de evidenciar melhor as profundas feridas que o impulso revolucionário causou ao corpo católico, que se encontra completamente combalido. – E não é difícil prever que as análises ulteriores poderão, deverão, despertar velhas cicatrizes, mesmo entre certos tradicionalistas que gostariam de não levar suas críticas além do Vaticano II! Nunca se drenou um abscesso sem provocar gritos, sobretudo quando é preciso limpar até o osso...

P.R.