6.5 - O PADRE CELIER DESENVOLVE UMA FANTASIA DE TIPO AÇÃO CATÓLICA DEGENERADA QUE SE OPÕE AOS PADRES E A SÃO TOMÁS
Na verdade, sua abordagem é anacrônica, puramente fantasiosa, desconectada, tanto dos fatos históricos que ele absolutamente não quer levar em conta, quanto do sentido sobrenatural e das bases escriturísticas, patrísticas e magisteriais.
Ela não se apoia em nada além de uma dinâmica própria de ilusão, otimismo ingênuo, que permite todas as manipulações, o mesmo irrealismo ingênuo dos profetas da felicidade que floresceram nos meios da Ação Católica degenerada nos anos 1960 e seguintes ao Concílio… Com os magníficos frutos que se pode colher desde então.
Essa abordagem é típica da época modernista.
Ela é totalmente estranha e contrária ao pensamento e à Fé católica, que buscam na escrutinação dos sinais dos tempos, na meditação das profecias divinas, a compreensão do sentido dos eventos históricos que vivemos.
Portanto, essa abordagem está diametralmente oposta à dos autores antiliberais, como o Monsenhor Gaume, que nos lembra precisamente que « o cristão reflexivo compara os fatos com o que é predito ».
Agindo assim, o padre Celier se revela para o que ele é.
Pior do que um modernista, ele é verdadeiramente um naturalista. E sabemos muito bem onde estão os caldeirões que preparam essas poções naturalistas mortais para a Fé dos católicos, tantas vezes condenadas pelos Papas.
Já seu livro ‘O Deus mortal’ nos havia ensinado isso.
E as refutações publicadas ou ocultadas por Avrillé (sob a pressão de Monsenhor Williamson, - o antigo anglicano, variante metodista - seu discreto e eficaz protetor em Avrillé), nos revelavam um pensamento completamente estranho ao mundo das relações entre o natural e o sobrenatural, tal como podemos descobri-lo em Santo Tomás de Aquino ou nos Padres da Igreja.
O padre Celier é estrangeiro a esse mundo católico. Leia seus textos; eles buscam ser puramente racionalistas. Você procura em vão as citações dos Padres ou das Santas Escrituras; a vida espiritual não ali afloram, está ausente.
Sintoma significativo, a Santíssima Virgem Maria nunca é mencionada pelo padre Celier!
Ora, o cristão vive em uma história que possui sua dupla dimensão natural e sobrenatural.
Ele escrutina as Santas Escrituras para descobrir o sentido da situação presente?
Ele (o católico) medita o livro do Apocalipse. Ele escuta as profecias reconhecidas pela Igreja, está atento aos ensinamentos do Magistério que oferecem esclarecimentos instrutivos sobre o sentido dos eventos.
O católico sabe que Deus é o mestre da história, que a Igreja, Corpo místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, revive ao longo da história a vida terrena Daquele que é seu Esposo e seu Chefe.
E hoje a Igreja, Corpo místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, vive Sua Paixão e Seu sepultamento neste grande mistério que Ele permite, o Mistério de iniquidade.