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Anexo D – 2 de Junho de 2009 - Genebra: 4ª Conferência Panortodoxa Pré-Conciliar

A 4ª conferência panortodoxa pré-conciliar ocorreu de 6 a 13 de junho no Centro Patriarcal de Chambésy, perto de Genebra. Sob a presidência do metropolita de Pérgamo, João (Zizioulas) (patriarcado ecumênico) e composta por representantes de todas as Igrejas locais (exceto a Igreja da América e a do Japão, cujo status concedido em 1970 pelo patriarcado de Moscou ainda não foi reconhecido por todas as Igrejas ortodoxas), a conferência tinha como objetivo preparar os trabalhos da comissão interortodoxa preparatória, que se reunirá em dezembro próximo, também em Chambésy. A decisão de retomar o trabalho preparatório do concílio panortodoxo, cujo projeto havia sido iniciado no início dos anos 1960, mas que desde meados dos anos 1990 parecia estar estagnado, foi adotada por uma sinaxe plenária de todos os primazes das Igrejas ortodoxas autocéfalas (ou de seus representantes), reunida em outubro de 2008, no Phanar, sede do patriarcado ecumênico, em Istambul (Turquia), por ocasião do 2000º aniversário do nascimento de São Paulo. A conferência tinha como tarefa, por um lado, "aprovar as propostas adotadas por unanimidade pela comissão interortodoxa preparatória (reunida em 1990 e 1993) sobre a questão da diáspora ortodoxa ao redor do mundo" e, por outro lado, "aprovar o projeto de regulamento das assembleias episcopais que reúnem, por região, os bispos ortodoxos, elaborado pelo congresso interortodoxo (reunido em 1995)", conforme indicava um comunicado na véspera da reunião. "A aprovação por parte da conferência desses documentos completa o processo preparatório sobre a questão da diáspora ortodoxa" e "fortalece a valorização das assembleias episcopais destinadas a coordenar o trabalho pastoral na diáspora ortodoxa em um espírito conciliar", acrescentava o comunicado. A abertura dos trabalhos da conferência foi precedida por uma liturgia eucarística solene, celebrada no dia 7 de junho, dia de Pentecostes (de acordo com o calendário em vigor na Igreja ortodoxa), na igreja de São Paulo do Centro Ortodoxo de Chambésy, pelos representantes das diferentes Igrejas territoriais, sob a presidência do metropolita João de Pérgamo. As delegações das Igrejas ortodoxas territoriais eram compostas, respectivamente, pelo metropolita Emmanuel, pelo padre Bartholomée Samaras, pelo padre Georges Tsetsis e Vlassios Fidas (patriarcado ecumênico), o metropolita Serge do Cabo (patriarcado de Alexandria), o metropolita João e Albert Laham (patriarcado de Antióquia), o metropolita Hésychios de Capidolias e o padre Innocent (patriarcado de Jerusalém), os arcebispos Hilarion (Alfeyev) e Marc (Arendt) assim como o padre Nicolas Balachov (patriarcado de Moscou), o metropolita Guérasime de Zugdidi e o padre Georges Zviadadzé (patriarcado da Geórgia), o bispo Irineu de Backa, o bispo Atanásio (Jevtic), os padres Gaio Gaic e Vukasin Milicevic (patriarcado servo), o metropolita Irineu de Olténia, o bispo Cipriano (Spiridon), o padre Viorel Ionita (patriarcado da Romênia), o metropolita Neófito de Ruse e Ivan Dmitrov (patriarcado da Bulgária), o metropolita Jorge de Paphos e o bispo Gregório (Igreja de Chipre), os metropolitas Crisóstomo de Peristéria e Inácio de Volos, bem como Jorge Martselos (Igreja da Grécia), o metropolita João de Korça e o bispo Elias (Igreja da Albânia), o bispo Jorge e o padre André Kouzma (Igreja da Polônia), o bispo Tikhon (Igreja das Terras Checas e da Eslováquia). O metropolita Jeremias da Suíça (patriarcado ecumênico), responsável pela secretaria para a preparação do concílio panortodoxo, também participou da reunião. O comunicado final publicado em 12 de junho indica que "a conferência examinou os documentos elaborados pela comissão interortodoxa preparatória, durante suas duas reuniões em Chambésy", em 1990 e 1993, assim como "o documento elaborado pelo Congresso de Canonistas reunido em Chambésy", em 1995. "Estes documentos, precisados, corrigidos e complementados, foram aprovados por unanimidade", continua o comunicado, que enfatiza ainda que "a conferência expressou a vontade comum das Igrejas ortodoxas de resolver o problema da organização canônica da diáspora ortodoxa, de acordo com a eclesiologia, a tradição e a prática canônicas da Igreja ortodoxa". Nesse sentido, a conferência decidiu criar novas assembleias episcopais em algumas regiões do mundo, onde tais órgãos ainda não existiam. A conferência ainda lembrou que "os primeiros dos bispos na região sob a jurisdição do patriarcado ecumênico são presidentes das assembleias e, na sua ausência, os bispos seguintes conforme a ordem dos diptycos". Todos os bispos das jurisdições ortodoxas canônicas nessas regiões serão membros dessas assembleias. "As assembleias episcopais têm a missão de manifestar e promover a unidade da Igreja ortodoxa, de exercer em conjunto a diaconia pastoral dos fiéis da região e de prestar ao mundo seu testemunho comum. As decisões das assembleias episcopais são tomadas de acordo com o princípio de unanimidade das Igrejas representadas dentro dessas Assembleias", especifica ainda o comunicado. Por fim, a conferência aprovou o projeto de regulamento das Assembleias Episcopais definindo os princípios fundamentais de organização e funcionamento das mesmas. O processo visando à convocação de um concílio panortodoxo foi iniciado no início dos anos 1960 e deu origem à reunião de quatro conferências panortodoxas (em Rodes, em 1961, 1963 e 1964, e em Chambésy, em 1968) que permitiram estabelecer a lista dos temas a ser incluídos na ordem do dia do concílio. Essa preparação continuou através do trabalho de uma comissão interortodoxa preparatória (Chambésy 1971, 1986, 1990 e 1993) e uma série de conferências panortodoxas pré-conciliares (Chambésy em 1976, 1982 e 1986). Esses encontros possibilitaram a adoção de uma série de documentos e recomendações sobre questões como a adaptação das prescrições relacionadas ao jejum, as regras canônicas do casamento e do divórcio, a data da Páscoa, as relações com outros cristãos, o ecumenismo. Permanecem abertas as questões relacionadas à eclesiologia: os "diptycos" (a ordem canônica tradicional dos patriarcados), a forma de reconhecer a autocefalia ou a autonomia de uma Igreja local, e por fim a organização canônica da "diáspora", ou seja, das novas comunidades eclesiais que surgiram, na sua maioria, desde o final do século 19 e especialmente ao longo do século 20, na América, na Austrália, no Extremo Oriente e na Europa Ocidental.