Skip to main content

ANEXO 5 - APRESENTAÇÃO E EPÍLOGO - RANDY ENGEL (JULHO DE 2006)

O estudo fundamental de 1282 páginas publicado pela Sra. Randy Engel:

O Rito da Sodoma (1282 páginas)

Homosexualidade e a Igreja Católica Romana

Randy Engel (julho de 2006)

http://www.theriteofsodomy.com

Esta é uma história da homossexualidade intergeracional na hierarquia americana, com consequências inimagináveis. …

Um “segredo aberto” é um segredo escondido à vista de todos. As vidas homossexuais do Cardeal William O’Connell de Boston e do Cardeal Francis Spellman de Nova Iorque eram exatamente esse tipo de segredo, e permaneceram assim mesmo após suas mortes. Existem pelo menos duas razões para isso. Primeiro, porque viveram em uma época em que a maioria dos americanos não tinha pontos de referência para reconhecer, discernir e rotular comportamentos homossexuais na vida de qualquer indivíduo, muito menos nas vidas de dois prelados católicos de tão grande estatura. Em segundo lugar, porque, com poucas exceções, O’Connell e Spellman estavam rodeados de indivíduos que não tinham desejo de saber. A mídia e a polícia, por sua parte, mantiveram o silêncio. O único grupo que abertamente discutiu as aventuras sexuais de Spellman ou O’Connell com jovens homens, dentro e fora do clero, foram seus contemporâneos homossexuais, e eles nunca “expuseram” nenhum dos cardeais enquanto os prelados estavam vivos. …

O legado homossexual do Cardeal William O’Connell e do Cardeal Francis Spellman nos acompanha até o século XXI. Atualmente, estamos na terceira geração de homossexuais clericais e pederastas que podem ser diretamente ligados a Spellman e O’Connell e a outros prelados homossexuais do início do século XX… e haverá muitas mais gerações de homossexuais clericais e pederastas a seguir, a menos que Roma aja para deserdar os herdeiros da perversão do sacerdócio católico e da vida religiosa.

Na resenha do livro da Sra. Engel à qual a revista conciliar New Oxford Review [43] dedicou seu número de novembro de 2006, essa revista traz as seguintes precisões:

"Em seu livro intitulado 'O Rito de Sodoma: Homossexualidade e a Igreja Católica Romana' (The Rite of Sodomy: Homosexuality and the Roman Catholic Church - New Engel Publishing, 2006; 724-327-7379; www.riteofsodomy.com/), Randy Engel revela a invasão, colonização e cancerização do sacerdócio e da vida religiosa por homossexuais dentro da Igreja Católica."

"Na primeira página da introdução, ela diz ter escrito no The Wanderer (no verão de 1987) um artigo cujo editor-chefe suprimiu a referência a 'bispos homossexuais':

"Eu me lembro de ter prometido a mim mesma que, assim que meus deveres familiares e funções pró-vida como diretora da Coalizão dos Estados Unidos pela Vida (U.S. Coalition for Life) permitissem, eu me interessaria mais de perto pelos membros da hierarquia católica."

"Ela nomeia explicitamente os bispos homossexuais, com abundantes notas e citações para apoiar suas afirmações. Esse livro, que levou uma década para ser escrito, revela um 'redemoinho homossexual'  dentro da Igreja Católica." New Oxford Review, novembro de 2006.


O Rito da Sodoma (extratos) (1282 páginas)

Homosexualidade e a Igreja Católica Romana

Randy Engel (2006)

http://www.riteofsodomy.com

Epilogo (p. 1169-1172)

Dezoito meses se passaram desde que o manuscrito de O Rito da Sodoma foi entregue à gráfica, e importantes mudanças ocorreram desde então na vida da Igreja, sendo a eleição de um novo papa uma das mais significativas: o papa João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005, após o que o cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ascendeu ao trono de São Pedro como papa Bento XVI.

Além disso, eventos importantes ocorreram em relação a várias figuras mencionadas neste livro.

O padre Paul Shanley, do arquidiocese de Boston (atualmente defrocked), está atrás das grades na prisão estadual de Massachusetts, onde cumpre uma pena de doze a quinze anos de prisão por atentado ao pudor e estupro de Paul Buse, uma das muitas jovens pessoas que ele explorou sexualmente.

O Reverendo James Porter, do diocese de Fall River, Massachusetts (também defrocked), que havia reconhecido ter agredido mais de cem vítimas menores, faleceu devido a um câncer em 11 de fevereiro de 2005, enquanto estava em "confinamento civil" [44]. Ironia do destino, foi Shanley quem recomendou que Porter fosse enviado para " tratamento" com os infames "Servants of the Paraclete" (Servidores do Paracleto) em Jemez Springs (Novo México) em 1967.

Em 30 de março de 2005, Carmen L. Durso, advogada de Boston, abriu uma ação judicial no tribunal de grande instância do condado de Hampden, em Springfield (Massachusetts), em nome de William Burnett, cujo estupro por um padre se inscreve no legado deixado pelos cardeais O’Connell e Spellman. Entre os prelados nomeados neste processo estão os bispos Christopher Weldon e Timothy Harrington, ambos falecidos. Segundo a Sra. Durso, Burnett foi submetido duas vezes ao detector de mentiras por um examinador altamente qualificado. As autoridades eclesiásticas do diocese de Springfield rejeitaram as acusações.

A Sociedade de São João (Fraternidade São João), suprimida em setembro de 2004 por Joseph Martino, bispo de Scranton, reapareceu na forma de uma associação pública de fiéis e estabeleceu sua nova sede no Paraguai, no diocese de Ciudad del Este, cujo bispo é Rogelio Ricardo Livieres Plano, membro do Opus Dei. Contudo, em março de 2006, este bispo teria expulsado os predadores sexuais Carlos Urritigoity e Eric Ensey, e, segundo o Núncio apostólico no Paraguai, não há mais registro deles no país. Não se sabe onde esses dois padres estão atualmente. Embora sua ordem religiosa tenha sido dissolvida, Urritigoity e Ensey ainda não foram defrocked. Nos Estados Unidos, o jesuíta Anthony Myers continua a solicitar fundos utilizando uma caixa postal em Maple Hill (Kansas), na arquidiocese de Kansas City.

Em 5 de julho de 2004, a polícia de Springfield (Illinois) foi chamada à residência do bispo emérito Daniel L. Ryan para apaziguar uma “ briga de amantes” entre Ryan e um de seus parceiros sexuais, que supostamente deveria acompanhar o bispo em uma viagem a Portugal. A residência, ou melhor, o bordel homossexual de Ryan, foi comprada em nome dele pelo seu sucessor, o bispo George J. Lucas.

Thomas Dupré, bispo de Springfield (Massachusetts), acusado de estupro sodomita, está foragido. Os responsáveis do diocese se recusam a indicar onde ele está escondido, e a Santa Sé não publicou nenhuma informação sobre a investigação que está conduzindo sobre Dupré desde sua renúncia em 10 de fevereiro de 2004.

Nove ações judiciais por agressões sexuais foram abertas contra o bispo emérito Lawrence Soens, do diocese de Sioux City (Iowa). Essas agressões, cometidas contra alunos do sexo masculino, teriam ocorrido quando o réu (então simples padre) era diretor da escola secundária Regina, em Iowa City, e reitor do seminário de São Ambrósio, em Davenport. Pelo menos um desses processos foi objeto de um acordo amigável no valor de 20.000 dólares. Embora os responsáveis do diocese tenham sido informados sobre três alegações de agressões sexuais que Soens teria cometido durante os anos sessenta, o arcebispo James J. Byrne, de Dubuque, não hesitou em consagrá-lo bispo em 17 de agosto de 1983.

O relatório de 418 páginas do “grande júri” que o Escritório do Procurador do Distrito da Filadélfia publicou em 9 de setembro de 2005 contém uma crítica mordaz do papel desempenhado pelo cardeal aposentado Anthony Bevilacqua e o falecido cardeal John Krol na encoberta massiva de delitos sexuais repetidos cometidos por padres dentro do arquidiocese da Filadélfia. O cardeal Justin Rigali, sucessor de Bevilacqua, declarou à imprensa que o relatório era “ muito pitoresco” e “ parcial” e que não teria valor para as famílias.

Em 25 de fevereiro de 2006, os responsáveis jesuítas da província de Chicago apresentaram desculpas a duas vítimas agredidas pelo padre aposentado Donald McGuire, que ensinava na Academia Loyola de Wilmette (Illinois). Após deixar essa escola dirigida por jesuítas, McGuire, que ministrava aulas muito apreciadas sobre a vida espiritual, tornou-se o diretor espiritual da mãe Teresa e de suas Missionárias da Caridade.

O arcebispo Paul Marcinkus, diretor do Banco do Vaticano de 1971 a 1989, morreu em 20 de fevereiro de 2006 em Sun City (Arizona), enquanto o julgamento por homicídio de Roberto Calvi continuava em Roma. No caso Calvi, a acusação tentou, mas em vão, obter o depoimento de Marcinkus sobre uma série de esquemas e assassinatos ligados à máfia e à lavagem de dinheiro, mas não conseguiu derrubar o muro de imunidade diplomática erguido em favor do interessado pelo papa João Paulo II, e que foi reforçado por aquele que se tornaria o papa Bento XVI.

Em 10 de janeiro de 2006, o advogado John A. Aretakis entrou com uma ação civil em nome do padre Robert Hoatson no tribunal de distrito de Nova Iorque. O padre Hoatson, sacerdote da arquidiocese de Newark, processou o arcebispo John Myers, de Newark, o cardeal Edward Egan, de Nova Iorque, o bispo Howard Hubbard, de Albany, os Irmãos das Escolas Cristãs e outras pessoas por terem dado apoio a clérigos conhecidos como pedófilos delinquentes. Hoatson, que se dizia vítima de abusos sexuais por parte dos Irmãos das Escolas Cristãs, descreveu Myers, Egan e Hubbard como “homossexuais ativos”. O cardeal Theodore McCarrick, embora não sendo réu nesta ação, também é mencionado comohomossexual ativo”. Além disso, Hoatson afirma que Charles J. McDonnell, bispo emérito auxiliar de Newark, e o bispo Paul Bootkowski, de Metuchen (Nova Jersey), mantinham “relacionamentos inadequados” com o padre abusador Alfonso de Condorpusa, da arquidiocese de Newark. Tanto McDonnell quanto Bootkowski foram consagrados pelo cardeal McCarrick. A parte autora exige que o caso seja julgado por um júri.

As notícias de Roma não são muito melhores.

Em 27 de janeiro de 2006, o jornal italiano Il Giornale afirmava em sua edição online que o papa Paulo VI havia, de fato, sido vítima de ameaças de chantagem em relação às suas implicações homossexuais passadas e havia solicitado, para resolver essa crise, a ajuda do Primeiro-Ministro Aldo Moro, chefe do partido democrata cristão. O breve artigo em questão foi tirado da edição de 6 de janeiro de 2006 do periódico italiano L’Espresso e baseava-se nas anotações confidenciais do general Giorgio Manes, vice-comandante dos Carabinieri, a polícia militar italiana.

No Vaticano, o papa Bento XVI nomeou o arcebispo William Levada, ex-arcebispo de San Francisco e “amigo dos gays”, para chefiar a Congregação para a Doutrina da Fé e o fez cardeal. Por sua vez, Levada – com a ajuda do cardeal Roger Mahoney, de Los Angeles, também “amigo dos gays – fez com que seu ex-arquidiocese retornasse para um amigo de infância, o arcebispo George “Brokeback[45] Niederauer, que também é um “amigo dos gays”. Levada e Niederauer foram colegas de classe no seminário São João, frequentaram juntos o acampamento de formação em pederastia de Camarillo (Califórnia) e são coproprietários de um apartamento de aposentadoria em Long Beach. Niederauer, que afirma que não há ligação entre pederastia e homossexualidade, é favorável à ordenação de “gays”, desde que sejam “solteiros”.

O grupo ativista “gayOutrage! (Londres) continua sua campanha lançada em abril de 1998 em busca de “informações de primeira mãosobre a “sexualidade” do cardeal Joseph Ratzinger, que se tornou papa sob o nome de Bento XVI, com detalhes que possam ser verificados. “Não sabemos se Ratzinger é gay; mas se ele for, merece que isso seja dito publicamente, porque pode-se argumentar que ele é o mais homofóbico de todos os líderes do Vaticano”, destaca o Outrage Queer Intelligence Service (= serviço Outrage de inteligênciagay”).

Os correspondentes em Roma relatam que o novo papa ganhou uma reputação por seu gosto dispendioso por sapatos e acessórios de qualidade, além de “comportamento ligeiramente excêntrico” e “pendor por disfarces”. Durante o Natal de 2005, o papa foi fotografado usando um gorro de estilo medieval com bordas de pele, retrato que pode ser classificado apenas como abertamente “tendencioso”. Um mês depois, La Stampa informou que o papa tinha visitado secretamente sua antiga residência, na 1 piazza città Leonina, disfarçado em uma batina preta e acompanhado de outro acessório, Don Georg Gänswein, seu muito belo secretário de quarenta e oito anos, que é seu companheiro de viagem.

Mas há mais. Em 29 de novembro de 2005, a Sagrada Congregação para a Educação Católica (nos seminários e institutos de estudos) publicou uma instrução universal que se aguardava há muito tempo sobre “os critérios de discernimento vocacional a respeito das pessoas que apresentam tendências homossexuais quanto à admissão ao seminário e aos Ordens Sacras”. O documento, assinado pelo cardeal Zenon Grocholewski, pelo arcebispo John Michael Miller, CSB, Prefeito para a Congregação e Secretário, e aprovado pelo papa Bento XVI, não afirma claramente a proibição absoluta da ordenação de homossexuais, pederastas e onanistas habituais que se encontra na Instrução de 1961 sobre aseleção cuidadosa e a formação dos candidatos aos estados de perfeição e aos ordens sagrados”. De fato, a instrução de 1961 nem mesmo mereceu uma nota de rodapé na nova instrução.

De acordo com a instrução de 2005, “mantendo profundo respeito pelas pessoas envolvidas, [a Igreja] não pode admitir no Seminário e nas Ordens sagradas aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente enraizadas ou sustentam o que se chama de cultura gay”. O documento prevê, no entanto, exceções quando “as tendências homossexuais forem apenas a expressão de um problema transitório”. Neste último caso, as tendências em questão “devem de qualquer forma ser claramente superadas pelo menos três anos antes da Ordenação diaconal_”.

 **Que candidat ao sacerdócio e à vida religiosa se beneficia de tal exceção? Durante uma entrevista concedida à Rádio Vaticano em 29 de novembro de 2005, o cardeal Grocholewski declarou que isso abrangia qualquer pessoa que tenha participado de um ato homossexual sob efeito de curiosidade adolescente ou de álcool, ou que tenha se prostituído unicamente para obter favores. Bonitos critérios, de fato, para a mais sublime de todas as vocações!

O cardeal declarou ainda que as normas expressas no documento não se aplicavam aos homossexuais já ordenados como padres, o que é uma maneira ambígua de reconhecer que o papa Bento XVI, assim como seu predecessor, o papa João Paulo II, não pretende, de forma alguma, realizar uma limpeza e empreender um ataque sério contra o coletivo homossexual dentro do sacerdócio e da vida religiosa católica.