1- TRECHOS DO LIBER GOMORRHIANUS DE SÃO PEDRO DAMIÃO COMENTADOS PELA SRA. ENGEL NA REVISTA CATHOLIC FAMILY NEWS (ANEXOS 1) E BIOGRAFIA DE SÃO PEDRO DAMIÃO (ANEXO 2)
« O volumoso tratado de São Pedro Damião, a Carta 31, o Livro de Gomorra (Liber Gomorrhianus), contém a exposição e a condenação mais completas pelos Pais da Igreja da pederastia e das práticas homossexuais clericais... (...).
«Ele mantém que todos os atos homossexuais são crimes contra a natureza e, consequentemente, crimes contra Deus, que é o autor da Natureza. »… (...). E sua principal preocupação em termos de imoralidade sexual é com os interesses de Deus, antes dos interesses dos homens, particularmente no que diz respeito à homossexualidade entre os membros do clero... (...).
E a Sra. Engel destaca:
« Com uma simples leitura do Livro de Gomorra, eu penso que o Católico médio ficaria chocado diante da severidade da condenação de Damião das práticas sodomitas clericais, bem como das severas punições que o Papa Leão IX atribui a tais práticas ».
«As penas físicas e espirituais decretadas pelo arquétipo do monaquismo oriental, São Basílio de Cesareia (322-379), para os clérigos e monges apanhados fazendo avanços sexuais (abraços) ou violando sexualmente jovens meninos ou homens. O culpado comprovado deveria ser açoitado em público, sua tonsura removida (cabeça raspada), ser acorrentado e preso por seis meses, após os quais era confinado em uma cela separada e ordenado a realizar severas penitências e vigílias de oração para expiar seus pecados sob o olhar inquisidor de um irmão mais velho. Seu regime consistia de água e pão de cevada – a ração dos animais. Fora de sua cela, quando realizava trabalhos manuais e se movia no mosteiro, ele deveria ser constantemente vigiado por dois irmãos monges para que nunca pudesse ter contatos com jovens homens ou meninos. »
Menciona-se ainda:
« A regra papal de Santo Sirício, um contemporâneo de São Basílio, que ordenou que esses "vasos de vícios", ou seja, os sodomitas, inclusive aqueles que haviam cumprido sua penitência, tivessem a entrada para a cléricatura proibida. »
E a Sra. Engel destaca que:
« Um dos pontos essenciais do Livro de Gomorra é a insistência do autor na responsabilidade dos bispos ou superiores de ordens religiosas na repressão e erradicação do vício de suas fileiras. »
Adicionando:
« Os problemas que São Pedro Damião aborda são de uma atualidade ardente:
· Os bispos homossexuais ou os superiores de ordens religiosas que levam seus "filhos espirituais" a atos de sodomia.
· O uso sacrílego dos sacramentos por clérigos e religiosos homossexuais.
· Os problemas particulares para a Igreja em relação à sedução de jovens por clérigos pederastas, e
· O problema dos cânones e penas laxistas para clérigos e religiosos infratores que são uma zombaria da natureza profundamente pecaminosa dos atos homossexuais. »
Ela ressalta:
« Quando o humilde monge e futuro santo, São Pedro Damião, apresentou sua Carta 31, o Livro de Gomorra, ao Papa Leão IX em 1049, ele expressou claramente que sua primeira e principal preocupação era a salvação das almas. Embora a obra tenha sido endereçada especificamente ao Santo Padre, ela se destinava à Igreja universal, particularmente aos bispos do clero secular e aos superiores de ordens religiosas. »
De fato:
« Não poupando esses eclesiásticos que permitem, com pleno conhecimento, que os sodomitas recebam as santos ordens ou permaneçam membros do clero enquanto continuam a poluir sua função, o santo monge critica os "superiores preguiçosos dos clérigos e padres", lembrando-lhes que devem temer por si mesmos, pois tornam-se "implicados no pecado dos outros", ao permitir que a "ferida devastadora" da sodomia persista em suas fileiras.
« Os bispos homossexuais que tratam seus filhos espirituais como presas: então chegam aos mais contundentes epítetos reservados a esses bispos que "cometem atos absolutamente condenáveis com seus filhos espirituais".
« "Quem pode esperar ver o rebanho prosperar quando seu pastor se afunda profundamente nas entranhas do demônio ... que faz de um clérigo uma amante, ou de uma mulher um homem? ... que, por sua luxúria, entrega um filho do qual deve prestar contas a Deus ao escravizado sob a lei de ferro da tirania satânica", brada Damião.
« Fazendo uma analogia entre a punição infligida ao pai que leva sua filha a um incesto familiar ou ao padre que comete "o ato sacrílego" com uma freira, com a contaminação de um clérigo por seu superior, ele pergunta se este último pode escapar da condenação e continuar sua sagrada função?
« Na verdade, o último caso merece uma punição ainda mais severa, diz Damião, porque, enquanto os dois primeiros são relações naturais, um superior religioso culpado de sodomia comete não só um sacrilégio com seu filho espiritual, mas também violou a lei da natureza. Um tal superior não apenas se condena, mas leva alguém consigo, declara Damião.
E a Sra. Rangel não hesita, após fornecer exemplos clericais conciliares atuais, em comentar:
« É por isso que acredito ser necessário perguntar se a Santa Sé caiu em tal estado de dissolução que não pode mais professar, e muito menos proteger, os interesses de Deus nessa matéria e defender a santidade das Santas Ordens contra a poluição dos sodomitas. Os atos horríveis de clérigos e bispos homossexuais predadores como Ryan, Symonds, Ziemann e muitos outros inibem o temor de Deus no coração de nosso Santo Padre e da Cúria Romana? »
São Pedro Damião em seu Liber estigmatiza o abuso homossexual do Sacramento da Penitência pelos Clérigos:
« Damião denuncia de fato como um dos "sistemas mais astuciosos do diabo" preparado em "seu velho laboratório do mal", e pelo qual clérigos sodomitas confirmados, conhecendo remorsos de consciência, se confessam a um semelhante, temendo que sua culpabilidade não possa ser conhecida pelos outros. »
« Como Damião observa, no entanto, embora esses homens tenham se tornado "penitentes envolvidos em grandes crimes, eles não parecem mostrar nada do pior de suas penitências, ... seus lábios não têm a palidez do jejum, seus corpos não estão deteriorados pelos sacrifícios, nem seus olhos vermelhos de terem chorado seus pecados", observa.
« O santo monge questiona a validade de tais confissões, perguntando "com que direito ou segundo qual lei um pode absolver o outro enquanto é forçado pelos laços de um mal comum a ambos?" »
« Citanto a Santa Escritura sobre "o cego guiando o cego", (Mat VIII:4; Luc V:4) Damião continua, "... fica perfeitamente claro que aquele que está escravizado pela mesma cega culpável tenta em vão convidar outro a voltar à luz do arrependimento. Enquanto ele não teme ultrapassar o outro na errância, acaba por acompanhar seu seguidor na fossa aberta da ruína." »
« Esta prática continua habitual no mundo homossexual subterrâneo de padres diocesanos, bispos e religiosos e entre padres pederastas e suas jovens vítimas, seria bom lembrar que de acordo com o Código de Direito Canônico revisado em 1983, a absolvição de um parceiro (clérigo ou leigo) em um pecado contra o sexto mandamento do Decálogo é inválida, exceto em caso de perigo de morte (Cân. 977) e um padre que agir contra a prescrição do Cânon 977 incorre em excomunhão latae sententiae, cuja relaxação compete à Sé Apostólica (Cân. 1378 & 1). Até que o sacerdote faltoso tenha sua excomunhão levantada pela Santa Penitenciária ou pelo Santo Padre, ele não foi validamente absolvido. Se ele tentasse oferecer o Santo Sacrifício da Missa em estado de pecado mortal, ele acrescentaria à falta o grave pecado de sacrilégio. »
Os Padres Sodomitas e os Santos Mistérios
« Se, segundo as leis da Igreja primitiva, um leigo culpado de sodomia poderia ser privado da Santa Eucaristia durante 25 anos ou mesmo até o fim de sua vida, como pode um clérigo ou um monge culpado dos mesmos pecados ser deixado com penas menores e ser considerado digno, não apenas de receber a Santa Eucaristia, mas de consagrar**? »_ pergunta São Damien.
« Se os Santos Pais decretaram que os sodomitas deveriam "orar na companhia dos demônios", como pode um tal clérigo esperar exercer adequadamente seu ofício sacerdotal de "mediador" entre Deus e Seu povo? » continua Damien.
« _Mais adiante, Damien retorna a esse tema e exclama "por amor de Deus, por que vós, malditos sodomitas, insistis em elevar-vos à dignidade eclesiástica com tal ambição orgulhosa?" »
« _Ele adverte esses clérigos, que persistem em seus apetites contra a natureza, sobre a ira de Deus, "temendo que por vossas orações provoqueis ainda mais gravemente, vós cuja vida maligna L’ofende tão ostensivamente" ».
A Malícia Particular do Vício da Sodomia
Um dominicano perspicaz disse um dia ao autor que, uma vez que o vício da sodomia contamina um seminário, as autoridades da Igreja têm apenas duas opções – fechar o local e enviar cada um para casa ou não fazer nada e esperar que a putrefação moral se espalhe até que a fundação desmorone por si mesma.
Por que esse vício particular é tão mortal para a vida religiosa?
"De acordo com Damien, o vício da sodomia "supera a enormidade de todos os outros", porque:
"Com certeza, traz a morte ao corpo e destrói a alma. Polui a carne, apaga a luz do pensamento, expulsa o Espírito Santo do templo do coração humano, e abre a porta para o diabo, o estimulador da luxúria. Leva ao erro, suprime totalmente a verdade do espírito enganado... abre o inferno e fecha as portas do paraíso... é esse vício que ultraja a temperança, assassina a modéstia, estrangula a castidade e massacra a virgindade... ele suja todas as coisas, contamina todas as coisas, polui todas as coisas...
"Esse vício exclui um homem do coro reunido da Igreja... separa a alma de Deus para associá-la aos demônios. Esta rainha de Sodoma totalmente doente torna aquele que obedece às leis de sua tirania infame odioso para os homens e repugnante para Deus... Ela despõe seus cavaleiros da armadura da virtude, expondo-os a serem transpassados por todos os vícios... Ela humilha seu escravo na igreja e o condena ao julgamento; ela o contamina em segredo e o desonra em público; ela corrói sua consciência como um verme e consome sua carne como o fogo... esse homem infortúnio está privado de todo senso moral, sua memória falha e a visão de seu pensamento está obscurecida. Sem se importar muito com Deus, ele também esquece sua própria identidade. Esse mal corrói os fundamentos da fé, sapa o ardor da esperança, dissolve o laço do amor. Ele ultrapassa a justiça, demole a força moral, faz desaparecer a temperança e embota as arestas da prudência. Devo dizer mais?"
A Correção Fraternal é um Ato de Caridade.
Os santos são realistas, portanto não há dúvida de que São Pedro Damien esperava que seu "pequeno livro" que expõe e denuncia as práticas homossexuais em todas as categorias do clero, incluindo a hierarquia, provocaria grande comoção na Igreja, e foi isso que aconteceu.
Prevenindo as críticas acerbas, o santo monge se defende antecipadamente. Ele declara que essas futuras críticas o acusarão de ser "um delator e um denunciador dos crimes de meus irmãos", mas, diz ele, não teme nem "a raiva dos homens maus ou as línguas dos detratores".
"Assim, não deixem ninguém me condenar quando eu luto contra esse vício mortal, pois não busco desonrar, mas sim o bem do meu irmão".
"Cuidado para não parecer parcial em relação ao delinquente se eu puder ser perdoado com a palavra de Moisés", ‘Quem é do Senhor, que se coloque ao meu lado’ (Ezequiel 32:26)[8]
Enquanto termina seu estudo contra o vício da sodomia clerical, São Pedro Damião faz um apelo a um futuro santo, o Papa Leão IX, pressionando o Vigário de Cristo a usar sua função para reformar e fortalecer os decretos dos cânones sagrados a respeito dos sodomitas clericais incluindo os superiores religiosos e os bispos que violam sexualmente seus filhos espirituais.
Damião pede ao Santo Pai que examine diligentemente os quatro aspectos do vício da sodomia citados no início de seu tratado e que lhe (Damião) forneça respostas definitivas às perguntas que se seguem, para que a "noite da incerteza" possa ser dissipada e uma "consciência irresoluta" libertada do erro:
- Aquele que é culpado destes crimes deve ser expulso irrevogavelmente dos ordens sagrados?
- Ou, a critério do prelado, ao contrário, ele poderia ser misericordiosamente autorizado a exercer seu ofício?
- Em que medida, tanto em função dos métodos acima mencionados quanto do número de faltas, é possível manter um homem na dignidade do ofício eclesiástico?
- Além disso, se alguém é culpado, até que grau e frequência de culpa seria ele obrigado a renunciar?
E Damião termina sua famosa carta pedindo a Deus Todo-Poderoso que use o pontificado do Papa Leão IX "para destruir completamente este vício monstruoso para que uma Igreja oprimida possa em toda parte recuperar sua estatura vigorosa".
Mal passaram quatro meses desde que foi elevado à Cátedra de Pedro, o novo Papa convocou um sínodo para condenar os dois males notórios da época – a simonia, compra ou troca de benefícios eclesiásticos, empregos, rescisões ou outras considerações espirituais, e a incontinência sexual do clero, incluindo o concubinato (coabitação permanente ou temporária) e a sodomia.
O Papa Leão IX começa sua carta a "seu amado filho em Cristo", com calorosas saudações e um reconhecimento do caráter puro, elevado e zeloso de Damião. Ele admite com Damião que os clérigos, tomados pelo "vício execrável" da sodomia "não podem, de fato, ter sua parte na herança, da qual foram privados por seus prazeres voluptuosos... tais clérigos, professam realmente, se não nas palavras, pelo menos por suas ações, que não são o que deveriam ser", declara ele.
Retomando a classificação das quatro formas de sodomia que Damião lista, o Santo Pai declara que é justo que "por sua autoridade apostólica" ele intervenha sobre esse assunto para que "toda preocupação ou dúvida seja removida das mentes de nossos leitores".
"Assim, tenha certeza e segurança de que estamos em perfeito acordo com tudo que contém seu livro, opomo-nos a isso" (a sodomia, N.E.) como a água ao fogo diabólico", continua o Papa. "Portanto, para que a libertinagem desta impureza infecta não possa se espalhar impunemente, deve ser reprimida com uma ação repressiva apropriada da severidade apostólica, embora alguma moderação possa moderar sua dureza", afirma ele.
Em seguida, o Papa Leão IX dá uma explicação detalhada da regra de autoridade da Santa Sé. À luz da caridade divina, o Santo Pai ordena, sem contradição, que aqueles que, por sua livre vontade, praticaram a masturbação solitária ou mútua ou se se sujaram pelo coito interfemoral, mas que não o praticaram por muito tempo, nem com muitos outros, manterão seu status, depois de "dominar seus desejos" e "expiar seus atos infames com uma contrição profunda".
No entanto, a Santa Sé remove toda esperança de conservar seu status clerical para aqueles que, sozinhos ou com outros durante um longo período, ou mesmo um curto período se praticado com muitos, "se sujaram por uma ou ambas as sortes de imundícies que você descreveu, ou, o que é horrível de dizer ou ouvir, se rebaixaram até a relação anal".
Ele previne contra possíveis ataques, pois aqueles que ousam criticar ou atacar os regulamentos apostólicos correm o risco de perder sua posição. E para deixar claro a quem este aviso é destinado, o Papa adiciona imediatamente, "quanto àquele que não ataca o vício, mas transige negligentemente com ele, será justamente considerado culpado de sua morte, ao mesmo título que aquele que morre no pecado".
O Papa Leão IX elogia Damião por ensinar pelo exemplo e não apenas em palavras, e termina sua carta com o belo desejo de que, com a ajuda de Deus, o monge, ao chegar à sua morada celestial, possa colher os frutos de seus esforços e ser coroado, "... de certa forma, com todos aqueles que você terá arrancado das armadilhas do demônio".
Sabemos, por exemplo, que entre os primeiros atos do Papa Leão IX no Concílio de Reims em 1049 está a adoção de um Cânon contra a sodomia (de sodomico vitio)****.
O que o autor encontrou de mais notável na carta do Papa a Damião é a posição absolutista que o Papa Leão IX toma a respeito da responsabilidade última dos bispos ou superiores culpados. Se estes últimos criticassem ou atacassem os decretos apostólicos, corriam o risco de perder sua posição! Os prelados que negligenciam "atacar o vício, mas levam a coisa na leveza", compartilham a culpa e o julgamento daquele que morre no pecado, declarava o Papa.
E a Sra. Rangel termina seu comentário com um retrato sem concessões da atual situação terrível da igreja conciliar e das ordens religiosas conciliares em relação à homossexualidade, dando o exemplo da situação atual da Ordem de São Domingos, e citando seus porta-vozes autorizados sobre o assunto (o leitor poderá tomar conhecimento desses desenvolvimentos no Apêndice 1).
E ela conclui assim seu comentário sobre o Liber Gomorrhianus de São Pedro Damião, ressaltando a atualidade ainda mais urgente do que há mil anos;
« Embora não estivesse em Roma para cobrir a reunião de 22-23 de Abril de 2002, o editor da CFN John Vennari teve a gentileza de me enviar uma gravação da conferência de imprensa de encerramento que resumiu as conclusões dos Cardeais Americanos que se reuniram com o Papa João Paulo II e membros da Cúria sobre os abusos sexuais dos clérigos.
Eu ouvi a gravação uma vez, mas não consegui suportar ouvi-la novamente. Era simplesmente demasiado doloroso. Novamente, o aspecto mais terrível da conferência de imprensa foi a total ausência de referência à ofensa às leis de Deus que foram gravemente violadas, e aos atos abomináveis perpetuados sobre jovens por homens que, na qualidade de sacerdotes e religiosos, agiam in personna Christi****.
Enquanto ouvia o tom monótono das vozes dos Cardeais McCarrick e Stafford, e a tentativa de humor macabro às custas do Papa, lembrei-me da minha primeira leitura do livro de Michael Harris Unholy Orders - Tragedy at Mount Cashel, há mais de dez anos. Havia um incidente particularmente horrível que nunca saiu da minha mente. Tratava-se de um jovem chamado Malcom, que, chegando há uma semana ao orfanato em Outubro de 1975, foi levado para uma 'passeio' pelo pedófilo sádico Irmão Edward English. Segundo Harris, quando English entrou no carro no estacionamento da igreja onde havia levado hóspedes sagrados, o Irmão Cristão deu a Malcom um pedaço do "pão abençoado" e então começou a masturbar o menino aterrorizado e, por fim, tentou forçá-lo a praticar sexo oral.
Quando li isso, eu explodei em soluços convulsivos e não consegui me controlar. Não consegui dormir durante várias noites. Esta história permanecerá gravada para sempre na minha memória e não há dias em que eu não ore por Malcom e pelas numerosas vítimas de Mt. Cashel.
Enquanto ouvia as palavras dos Cardeais, não sentia nada que se assemelhasse a verdadeiras lágrimas de compunção ou à necessidade de se vestir de saco e cobrir-se de cinzas em reparação à ofensa feita a Deus, à Sua Igreja e às vítimas dos abusos e suas famílias.
E quanto à pretensão de que os bispos americanos nunca fariam nada contra as crianças, penso nos milhões de crianças católicas dos Estados Unidos que foram submetidas durante mais de trinta anos a seduções sexuais prematuras e a violações espirituais e mentais nas escolas católicas através da chamada "educação sexual". Ao considerar as crianças como "seres sexuais", os bispos prepararam a juventude católica para os "tutores sexuais" da NAMBLA. Não é surpresa que o aumento dos abusos sexuais clericais tenha seguido a supressão da catequese doutrinária tradicional nas paróquias e escolas, sendo substituída por "catequeses sexuais" absolutamente demoníacas.
Por fim, o que foi especificamente realizado na reunião de Roma, além de oferecer aos meios de comunicação uma mudança de cenários, ou seja, muito pouco? Infelizmente, não poderia ser diferente.
Primeiramente, porque a atual hierarquia Americana como um todo é incapaz de iniciar qualquer reforma que seja no nível moral ou em matéria de fé e doutrina. A corrupção é simplesmente profunda demais.
Além disso, como São Pedro Damião deixa claro em seu Livro de Gomorrhe, uma verdadeira reforma da Igreja começa pelo topo – com um papado forte e independente. Infelizmente, o papado de hoje não é nem forte nem independente e também participa da corrupção.
Em segundo lugar, porque a institucionalização das conferências episcopais nacionais, como a USCCB, é um obstáculo a uma autêntica reforma da Igreja, qualquer que seja. Esses organismos eclesiais se cooptam e se expandem incessantemente, interferindo no papel de mandato divino do verdadeiro bispo católico na transmissão dos ensinamentos autênticos da Igreja em matéria de fé e moral para seu rebanho. O Santo Sé deve eliminar canonicamente essas cracas subversivas que se agarraram à Barca de Pedro.
Acredito que o encontro de Roma teria sido mais instrutivo e proveitoso se o Santo Pai tivesse ordenado a leitura do Livro de Gomorrhe, palavra por palavra, aos Cardeais americanos e aos secretários da USCCB**, com cópias distribuídas à imprensa mundial**. Afinal, os bispos americanos devem seguir uma política de "tolerância zero", e quem seria menos tolerante em caso de má conduta sexual clerical do que o santo monge?
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Eu sei que não viverei para ver a realização dessas reformas morais no sacerdócio e na vida religiosa. Mas permaneço tão confiante quanto São Pedro Damião estava em seu tempo, e que Deus tornará possíveis as condições para as reformas que precisamos e suscitará uma sucessão de Papas para conduzir a grande Contra-Reforma que está por vir para a Igreja. Até que isso aconteça, que Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua Santa Mãe e todos os Seus santos, mais especialmente São Pedro Damião, nos abençoem e nos mantenham firmes na Fé. » Randy Engel Liber Gomorrhianus, São Pedro Damião_, Catholic Family News, junho-julho de 2002.
O leitor encontrará ainda no Apêndice 2 algumas notas biográficas sobre a vida e a obra de São Pedro Damião, este grande Santo Doutor da Igreja, que, por suas reformas nos costumes do clero católico, preparou e possibilitou a grande restauração católica histórica realizada pelo grande Papa São Gregório VII.
[8] Nota do Tradutor: Inexistente com essas referências (Crampon).