TRÊS ORDENS DE INFORMAÇÕES
A fase preparatória teve primeiro como objetivo principal fazer nascer, no psiquismo profundo, uma nova faculdade de apreensão das coisas físicas exteriores. Aos nossos olhos e ouvidos agora exercitados, elas se deixam observar como que por transparência até em seu interior "espiritual". Percebemos esse núcleo espiritual em torno do qual elas são construídas. As imagens assim elaboradas são, pelos instrutores antroposóficos, consideradas psíquicas, astrais, superiores e espirituais.
Ao mesmo tempo em que se tornou apto a captar essas novas informações, o estudante, graças ao mesmo trabalho, graças à mesma faculdade de clarividência, tornou-se também capaz de receber duas outras categorias de informações.
Primeiramente, o sujeito poderá escutar a si mesmo como que com um amplificador: "Ouve-se então o VERBO INTERIOR".
Por intermédio da faculdade de apreensão recém-edificada, o estudante ouvirá informações provenientes de seu SUBCONSCIENTE, as quais permaneciam antes inaudíveis.
Mas ele também vai "captar informações que emanam do mundo DOS ESPÍRITOS e que não encontram meio de se expressar por sons exteriores perceptíveis ao ouvido físico... verdades de origem espiritual lhe são reveladas progressivamente. Ouve-se em espírito". (p. 67)
Acabamos de operar uma importante distinção entre três ordens de informações:
- as primeiras, que provêm dos objetos exteriores após terem ecoado no psiquismo;
- as segundas, que provêm do inconsciente ou, mais geralmente, do próprio espírito do sujeito;
- as terceiras, que provêm dos seres espirituais e que podem, eventualmente, irromper na vida mental do discípulo.
Certamente, Rudolf Steiner conhece essa distinção e recorre a ela algumas vezes. Mas, na maioria das vezes, ele mantém, ao contrário, a confusão entre essas três ordens de informação, estabelecendo entre elas uma espécie de equivalência. Ainda não estamos suficientemente avançados em nosso estudo para apreender as razões dessa confusão. Que nos baste, por enquanto, notá-la.