Skip to main content

IV. CONCLUSÃO: A INFLUÊNCIA DO ROSMINIANISMO

Fora da Itália, a influência de Rosmini e de suas ideias filosóficas foi praticamente nula. Mas, na Itália, essa influência foi considerável sobre uma quantidade de sacerdotes e leigos, filósofos, sábios, homens de letras e políticos. Citemos de memória Manzoni, Tommaseo, A. Rayneri, Minghetti, Peyretti, Gustavo Cavour (Frammenti filosofici, Turim, 1841), A. Pestalozza, Tarditti, P. Paganini, V. Garelli, R. Bonghi, Bulgarini, Aug. Moglia etc. Vários de seus admiradores teológicos tentaram defender a ortodoxia de Rosmini e mostrar seu acordo com São Tomás. Já citamos W. Lockhart, em sua Vida de Antonio Rosmini-Serbati, trad. Segond, e especialmente A. Trullet, Exame das doutrinas de Rosmini, trad. de Sacy; porém, a obra mais considerável que foi tentada nesse sentido foi a de Monsenhor Maria Ferré, bispo de Casale, Degli universali seconde la teoria Rosminiana confronta colla dottrina di san Tommaso d'Aquino, 9 volumes, Casale, 1880-1888. Para defender Rosmini contra os ataques dos quais era alvo, fundaram-se na Itália várias revistas (que, por sinal, não duraram): La Sapienza, rivista di filosofia e di lettere, Turim, 1879; II Rosmini, enciclopedia di scienze e lettere, Milão, 1887-1889; Il nuovo Rosmini, periodico scientifico et letterario, Milão, 1889-1890; Il nuovo Risorgimento, rivista di filosofia, scienze, lettere, educazione e studii sociali, Milão, 1892; Rivista rosminiana, desde 1906.

«A condenação em Roma das quarenta proposições de Rosmini, em 1888, aparentemente pôs fim aos debates... O caráter excessivamente apriorista dessa especulação, o inatismo que ela coloca como ponto de partida, o descrédito que se associou ao ontologismo em geral, o sucesso sempre crescente da filosofia positiva, o reconhecimento mais esclarecido da parte que cabe à experiência no desenvolvimento mesmo do espírito, o pouco barulho que, em geral, fez no exterior a filosofia italiana, e talvez, por fim, o temor que inspiram à primeira vista os enormes volumes de oitocentas páginas, tais são, acreditamos, com algumas outras, sem dúvida, as principais causas do insucesso da filosofia de Rosmini e da obscuridade em que ela permanece geralmente». Palhoriès, Rosmini, p. 386.

I. EDIÇÕES. - As obras de Rosmini foram reunidas várias vezes; a edição Poglfani, 30 vol., Milão, 1837, é a coletânea mais considerável; entanto, não existe nenhuma edição completa, e um certo número de obras ainda é manuscrito. As obras póstumas foram editadas separadamente. L'Epistlario completo, 13 vol., foi publicado em 1903, em Casale Monferato. A Società filosofica italiana anunciou em 1934, não sem certo alvoroço, a publicação integral dos inéditos. Um volume apareceu em Roma, 1934, Scritti autobiografici inediti. A Enciclopédia italiana, t. xxx, 1936, p. 123, acrescenta a esse respeito: gli inizi non lasciano molto sperare.

II. OBRAS GERAIS. - Debrit, História das doutrinas filosóficas na Itália contemporânea, Paris, 1859; R. Mariano, A filosofia contemporânea na Itália, Paris, 1867; L. Ferri, Ensaio sobre a história da filosofia na Itália no século XIX, t. i, Paris, 1869, Gioja, Romagnosi, Galluppi, Rosmini, Gioberti; K. Werner, A filosofia italiana do século XIX, 5 vol., Viena, 1884-1886, ver t. i, Rosmini und seine Schule; R. Falckenberg, História da filosofia moderna, Leipzig, 1902.

III. OBRAS PARTICULARES. - G. Cavour, As obras filosóficas de Rosmini, bibliot. univ., 1837-1838; F. Labis, Exame da doutrina filosófica do padre Rosmini sobre a origem das ideias, Louvain, 1845; A. Trullet, Parecer sobre as doutrinas e as obras do padre Rosmini, Roma, 1854, trad. S. de Sacy, Paris, 1893; Calza e Peres, Exposição raciocinada da filosofia de Antonio Rosmini..., 2 vol., Intra, 1818; Fr. Paoli, Memórias da vida de Ani. Rosmini-Serbati, t. I, Turim, 1880; t. II, Rovereto, 1884 (encontra-se no t. II uma bibliografia imensa, 614 publicações); Davidson, O sistema filosófico de A. Rosmini, Londres, 1882; G.-M. Cornoldi, O Rosmini, síntese do ontologismo e do panteísmo, Roma, 1881; G. Mozzera, Resposta ao livro do G.-M. Cornoldi, O Rosmini, etc., Milão, 1883; Karl Werner, A posição de Antonio Rosmini na história da filosofia moderna, Viena, 1884; F. de Sarlo, A lógica de A. Rosmini, e os problemas da lógica moderna, Roma, 1832; As bases da biologia e da psicologia segundo Rosmini consideradas em relação aos resultados da ciência moderna, Roma, 1833; C. Guastalla, Doutrina de Rosmini na essência da matéria, Palermo, 1901; F. X. Kraus, Ensaios, t. IV, Antonio Rosmini, Berlim, 1896; G. Gentice, Rosmini e Gioberti, Pisa, 1898; Morando, Exame crítico das XL proposições rosminianas, Lodi, 1906; A. Dyroff, Rosmini, Mayence, 1906; F. Orestano, Rosmini, Roma, 1908; F. Palhoriés, Rosmini, Paris, 1908; G. Capone Braga, Ensaio sobre Rosmini, o mundo das ideias, Milão, 1914; G. Schwiger, A doutrina do sentimento fundamental em Rosmini segundo sua estrutura, Fulda, 1914.

A. MICHEL. 1937.