A Infraestrutura
A "Grande Prostituta" do Apocalipse, à qual São João dá o nome de "Meretrix magna", é-nos mostrada alternadamente "sentada sobre as águas" e "sentada sobre a besta escarlate". Distingamos essas duas situações.
Porque ela está sentada sobre as águas, pode-se dizer que ela personifica a autoridade que vem de baixo; ela representa, portanto, a "Soberania Popular". De fato, as águas simbolizam as massas populares:
"As águas que viste, onde a prostituta está sentada, são os povos, as nações e as línguas" (Apoc. XVII, 15).
A Meretrix magna representa a democracia e a república. E aqui pensamos inevitavelmente na expressão tão usada, entre os realistas dos anos 30, que davam à república o nome de "vagabunda" ("a vagabunda será enforcada"); eles assim faziam uma excelente tradução do Apocalipse.
A Meretrix magna também é mostrada sentada sobre a besta escarlate (Apoc. XVII, 1). Ora, a Besta é o corpo místico do qual o Anticristo será a cabeça. A mulher democrática precisa se apoiar nessa contra-igreja que forma sua infraestrutura.
O último versículo do capítulo XVII nos dá uma imagem da Meretrix magna:
"E a mulher que viste é a grande cidade que tem a realeza sobre os reis da terra" (Apoc. XVII, 18).
Como não reconhecer aí a imagem da república universal. Essa "grande cidade" é a reconstrução, no fim dos tempos, da Torre de Babel da qual os homens queriam fazer a capital do mundo. Esse projeto provocou a ira de Deus e resultou na confusão das línguas e na dispersão das nações. Pois Deus não quer, para reinar sobre toda a humanidade, outro mestre além do Seu Ungido.
Acabamos de ver que a maçonaria é a armação que sustenta o sovietismo assim como já sustentou a república dos jacobinos. Ela se proclama contra-igreja e super-igreja. Ela é realmente a besta do Apocalipse, a infraestrutura da autoridade que vem de baixo. Convém examinar, mesmo que sucintamente, os mecanismos de seu funcionamento interno e de sua ação externa.