A Guerra Revolucionária e Suas Variantes
As técnicas de tomada do Poder evoluíram consideravelmente desde Lênin. Em 1917, o partido comunista beneficiava, nas camadas profundas da população russa, de uma presunção favorável. Via-se nele o partido que concretizava as reivindicações dos mais desfavorecidos. Mas desde a instalação do regime soviético, a ditadura do proletariado já não pode mascarar sua verdadeira natureza. A partir de então, ela causa medo, pois ficou evidente que ela é organizada para a extirpação dos costumes tradicionais e para a exterminação daqueles que os reivindicavam. E de fato, o historiador constata que, nos países imediatamente ameaçados pela expansão do comunismo, o pânico se apodera da população, que foge quando ainda pode, antes de ver a cortina de arame farpado se fechar sobre ela.
Esse processo de repulsa instintiva diante do comunismo é uma das grandes constantes da sociedade contemporânea. É ele que engendrou o fascismo, que é certamente uma manifestação pseudo-reacionária, mas que se mostrou muito eficaz, em certos teatros de operação, contra a contaminação comunista. No fascismo, o Estado burguês abandona a forma liberal e parlamentar para assumir uma forma autoritária. Disso resulta que ele não se deixa mais "paralisar" e que, consequentemente, a insurreição vermelha perde seu principal fator de sucesso.
A insurreição à la Lênin tornou-se praticamente impossível, de modo que o agente decisivo da expansão revolucionária mundial permanece O EXÉRCITO VERMELHO. Para sovietizar um país, é necessário ou fazer pesar sobre ele uma ameaça de invasão militar imediata, é então o procedimento do Golpe de Praga, ou invadi-lo militarmente, é então a guerra revolucionária. Pode-se estabelecer como regra geral que, exceto em circunstâncias especiais, um país só pode passar ao comunismo se for ocupado militarmente.