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As definições da Gnose

A gnose não é definida da mesma maneira por seus amigos e por seus inimigos.

Os esotérico-ocultistas tradicionalmente lhe dão a dupla definição de "ciência" e de "conhecimento".

A gnose, dizem eles, é uma ciência. É a ciência das coisas divinas. É uma especulação da inteligência que associa a teologia e a metafísica e que tende a elucidar os mistérios divinos. O gnóstico não contempla os mistérios, ele tem a ambição de esclarecê-los, de explicá-los. É nisso que ele é "sábio" (gnóstico quer dizer "sábio"). Mas então, as explicações que ele dá, em um domínio assim, são aquelas da simples razão humana. Enquanto ciência, a gnose implementa um verdadeiro racionalismo religioso.

Mas a gnose, dizem-nos, é também um conhecimento intuitivo das coisas divinas. O gnóstico mantém contatos pessoais e experimentais com a divindade, ou com o que ele acredita ser a divindade. A gnose é, portanto, em última análise, uma mística. O gnóstico fala como um homem que tem revelações. Mas digamos desde já que é uma mística que não sabe "discernir os espíritos" e, por conseguinte, toma inspirações demoníacas por inspirações divinas.

Para nós, que somos seus inimigos porque constatamos o sutil envenenamento do catolicismo ao qual ela se entrega, vemos essa mesma gnose sob outro aspecto e a definimos como a teologia da religião universal que as congregações iniciáticas estão progressivamente implementando. Mais precisamente, para um cristão, a gnose aparece como um cristianismo invertido, no qual Lúcifer toma o lugar de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Pode-se esperar extirpar totalmente a gnose? Certamente não. Ela é o joio no campo. Ninguém jamais impedirá que, a cada geração, um certo número de espíritos equivocados construam por si mesmos sua própria religião, por meio de leituras heterogêneas e frequentações nefastas. É um fenômeno de religiosidade inerente à natureza decaída e que só terminará com ela.

Para a geração que está crescendo, há uma aventura apaixonante a ser vivida: a aventura da ortodoxia católica. É preciso fazê-la triunfar. É necessário explicá-la, mostrando ao mesmo tempo sua lógica sobrenatural e seu majestoso mistério. Aventura apaixonante por duas razões: primeiro, porque a batalha será dura, o que já é um atrativo para espíritos combativos; e, em seguida, porque a vitória está garantida devido à incomparável solidez do dogma. É próprio da verdade triunfar.

«Tenham confiança, eu venci o mundo», disse Jesus (João, XVI 33).

«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (João, XIV 6).