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II - Aquele que se perde, se perde por sua própria malícia

Meus irmãos, eu queria, por causa do amor que eu vos tenho, poder vos assegurar por prognósticos de uma felicidade eterna, dizendo a cada um de vós: o paraíso vos está assegurado; o maior grande parte dos cristão se salvam, então, vocês irão se salvar também. Mas, como poderia eu vos dar essa doce segurança, se, inimigos de vós mesmos, vós vos revoltais contra os decretos de Deus? Eu percebo em Deus um sincero desejo de vos salvar, mas eu vejo em vós uma inclinação decidida a se perderem. Que farei eu, pois, hoje, se eu falo claramente? Eu vos desagradarei. Mas, se eu não falar, eu desagradarei a Deus. Eu partirei então esse tema em dois pontos: no primeiro, para vos aterrorizar, deixarei os teólogos e os Padres da Igreja decidirem a questão, e pronunciar que a maior parte dos cristãos adultos se danam; e, adorando em silêncio esse terrível mistério, eu deixarei escondido meu próprio sentimento. No segundo ponto, tentarei vingar contra os ímpios a bondade de Deus, provando-vos que aqueles que se perdem, se perdem por sua própria malícia, porque eles quiseram se condenar. Aqui estão, pois, duas verdades muito importantes. Se a primeira vos assusta, não a tomeis de mim, como se eu quisesse estreitar o caminho do Céu. Pois, eu quero ser neutro nessa questão: tomeis disso vós, antes, dos Teólogos e dos Padres da Igreja, que, por força de razões, vos imprimirão essa verdade no coração. Se vocês estão corrigidos pela segunda, rendei graças a Deus, que não quer alguma coisa a não ser que vós Lhe deis inteiramente vossos corações. Enfim, se vós me forceis a dizer claramente o que eu penso, eu o farei para vossa consolação.