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O Ramo Maniqueísta

A escola neoplatônica é uma irmã ou uma filha da gnose? É muito difícil dizer. O que é certo é que elas têm uma proximidade muito grande. Os gnósticos recrutaram uma clientela mais popular, à qual deram hábitos mais religiosos e mais ritualísticos. Os neoplatônicos ensinaram uma gnose muito refinada, que interessou apenas aos grandes intelectuais. Mas, na mesma época, também encontramos outra filha (ou se preferirmos, outra irmã) da gnose; é a religião de Mani.

Mani (ou Maniqueu), o fundador do funesto maniqueísmo, era gnóstico de formação. Ele ensinava que o universo é obra de dois princípios opostos, um bom, outro mau, ambos eternos e independentes. Esse dualismo, renovado do mazdeísmo de Zoroastro, é igualmente apenas a radicalização dos temas gnósticos sobre a imperícia do demiurgo e a nocividade essencial da matéria e, consequentemente, do corpo humano.

O maniqueísmo é, também, um fungo nascido sobre o micélio gnóstico. Mas ele se distinguiu historicamente pelo menos por uma vitalidade particularmente longa, já que é ele que encontramos na origem das doutrinas cátaras, na Idade Média.