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Conclusão

Esse retorno ofensivo da gnose, cujas fases mais características acabamos de relembrar, impõe um terrível perigo sobre o que nos resta de Fé. Os católicos que escaparam da armadilha progressista correm sério risco de cair na armadilha gnóstica porque esta está mascarada sob um cenário tradicional. E não vamos nos iludir pensando que podemos nos defender contra a má gnose ao mesmo tempo que aceitamos uma pretensa boa gnose, que na realidade não é mais que um gnosticismo melhor camuflado.

Quem nos defenderá da contaminação senão nós mesmos? Muitos sacerdotes estão secretamente atraídos pelo esoterismo, ao qual sucumbiram pelo seu encanto. Eles estão decididos a não lutar, acreditando na "conversa da compatibilidade" e achando mais conveniente abandonar ao fogo uma grande parte.

Esse não é o caminho que escolhemos. A alma cristã pertence ao Espírito da Verdade (Spiritus veritatis, dizem as ladainhas). A gnose é uma falsa sabedoria onde se misturam a verdade e o erro. Ora, Jesus e Belial não foram feitos para se abraçar, mas para se combater.

Os gnósticos de hoje opõem à Igreja as mesmas doutrinas errôneas que já lhe opunham os antigos gnósticos. A Igreja nasceu em terra pagã e a gnose não pode assustá-la, pois ela já triunfou sobre isso. Moisés, também ele, separou-se vitoriosamente do paganismo terrivelmente sutil dos egípcios. Antes dele, Abraão foi retirado por Deus do fogo pagão de Ur, na Caldeia, pois Deus não quer gnose, ou seja, qualquer entendimento com o paganismo.

E hoje, diante do mesmo inimigo, quem sabe se Nosso Senhor, após todas as derrotas aparentes que sofreu desde a época da Reforma, não está se preparando para finalmente conquistar uma nova vitória.

É isso que acreditamos.