XIII. Após os imprimáturs da igreja, aqui estão, lamentavelmente, os imprimáturs do céu...
Embora com certa sufocação atualmente, neste ponto, Mélanie e seu Segredo frequentemente foram criticados pela natureza "apocalíptica" de seus avisos. Isso poderia impressionar os tempos felizes (relativamente) da paz proclamada definitiva da III República. Mas agora, em 1946, à abertura desta apocalipse de facto que nenhuma cena do Livro inspirado ultrapassa em horror, no tempo do rei átomo (que, naturalmente, ainda está apenas começando e que nos é garantido que será mil vezes ultrapassado em breve), teríamos realmente pensado na empreitada de um desafio desses?
Ou bem culparemos o Segredo por nos ter enganado quando anuncia que
"Deus vai golpear de uma maneira sem precedentes, de tal forma que toda ordem e toda justiça serão pisoteadas, que os governos civis terão todos um mesmo propósito: fazer desaparecer todo princípio religioso; que cada indivíduo desejará conduzir-se por si mesmo e se sentir superior aos seus semelhantes; que só se verá homicídios, ódio, ciúme, mentira e discórdia, sem amor pela pátria nem pela família; que a desordem e o amor pelos prazeres carnais se espalharão por toda a terra; que Deus permitirá à Velha Serpente semear divisões entre os governantes, em todas as sociedades e em todas as famílias; que uma falsa luz iluminará o mundo; que os prodígios mais espantosos ocorrerão na terra e nos ares; que ninguém poderá escapar de tantos males reunidos, etc., etc...
É bastante natural que o fim da cristandade veja se renascer o mistério do seu início.
O Mensagem da Mãe de Deus não foi melhor recebido pelo clero da Igreja dos Gentios do que o de Filho não fora recebido pela Sinagoga dos Judeus.
Aqueles que fazem o mal odeiam a luz, pois temem que suas obras sejam descobertas. E porque suas obras eram más, o Sanhédrin moderno[11], não podendo matar a Mãe de Deus, lhe fechava a boca.
Ora, os males que se abateram sobre Roma e sobre a Igreja desde o rejeito da Mensagem central de 1846 têm uma analogia impressionante com os que se abateram sobre Jerusalém e a Sinagoga após o rejeito do Messias. E se pode dizer de uns e dos outros: "Eu ceguei seus olhos e endureci seus corações para que eles não vejam com os olhos, para que eles não compreendam pelo coração, para que eu os converta e os cure!"
Mélanie deveria publicar seu Segredo em 1858. Ela está impedida, por exílio, de fazê-lo antes de 1860, e isso, devido ao seu Bispo, Dom Ginoulhiac. Em 1859, ocorre o primeiro assalto aos Estados da Igreja com o apoio do carbonário coroado, cujo bispo de Grenoble era um servo zelooso. E essa guerra deveria ter seu epílogo em 1870, com a tomada de Roma em 20 de setembro, um dia depois da capitulação de Paris em 19 de setembro, aniversário de La Salette, que, neste dia preciso, havia tudo anunciado!
Seja qual for o desejo, Mélanie é uma das almas mais favorecidas da Igreja. Ela pregou toda a sua vida apenas UMA COISA, coisa que ela tinha missão de "fazer passar a todo seu povo". Para rejeitar essa única coisa, encimada, destacada, pontuada por uma sequência ininterrupta de milagres, é mentir continuamente, caluniar, delirar do coração e da mente durante um século...
Seria de desejo que o Centenário veja finalmente a desaparição deste Mentiroso pelo qual, desde 1880, os adversários do Segredo alimentam sua Oficina. E pelo qual o mundo desmorona, em execução literal desta Mensagem de Nossa Senhora, que recebe, após os imprimaturs dos Príncipes da Igreja, o imprimatur de fogo e sangue do Céu...
QUI LEGIT INTELLIGAT
O Beato Grignion de Montfort, anunciador da Rainha Maria na último Idade da Igreja, mostrou, em uma visão profética, a ação de um Novo Ordenamento que ele intitula "Apóstolos dos Últimos Tempos", apóstolos de fogo, santos e taumaturgos, que renovarão a face da terra.
E o Ordenamento que Maria veio fundar em La Salette vê exatamente esse título "Ordem dos Apóstolos dos Últimos Tempos".
O Beato, autor do "Tratado da Verdadeira Devoção", comenta o mistério do Selmon do profeta (Ps. LXVIII, 15), montanha mística que, para ele, não é outra senão Maria. Selmon, "montanha na qual Deus se compraz maravilhosamente", não evoca a montanha do sal, La Salette, onde, como para o Selmon, brilha soberanamente o ensinamento do Fim: "Eis o tempo dos tempos, a fim dos fins"!
Mas esse aviso é duro para os homens da terra. Ele "é duro aos ouvidos, e quem pode ouvi-lo?" (Êxodo VI:6).
Como, depois disso, poderia alguém continuar a sorrir para os ídolos do dia?
Então, "Eles dizem aos que veem, não vede; e aos profetas, não profetize a verdade; digam-nos coisas agradáveis" (Isaías XXX:10).
Não entendendo que, por sua prevaricação, eles realizam outro sinal do Fim:
CUM ERGO VIDERITIS ABOMINATIONEM
DESOLATIONIS,
QUÆ DICTA EST A DANIELE PROPHETA,
STANTEM IN LOCO SANCTO,
QUI LEGIT, INTELLIGAT...
(Portanto, quando virdes a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, em pé no lugar santo, quem lê, entenda...)