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Anexo I: Dois Retratos de Mélanie

O primeiro, pelo P. Sougez, M.S. em Nossa Senhora Reconciliadora (pp. 171 e seguintes) editada pelo Secretariado de La Salette (12, rua Joseph Chanrion em Grenoble).

O segundo, extraído da Oração Fúnebre de Mélanie, pelo cónego Annibal de France, com imprimatur do arcebispo de Messina.

O cónego Annibal de France, Superior do Instituto Religioso de Caridade de Messina, abrigou Mélanie em sua Comunidade por mais de um ano; assim, pôde conhecê-la profundamente.

(Nós faremos nossas próprias observações no centro).

...esquiva, brusca, taciturna...

...e talvez[12] secretamente tentada pela vaidade e sensível aos elogios...


...calma, serena, tranquila, consumida na virtude e no sofrimento...

Ela permanecia ignorada onde quer que fosse, mas, quando, após algum tempo, era reconhecida e se tornava um objeto de veneração, a pura pomba do Senhor alçava seu voo para outras regiões.

Um prelado inglês lhe propõe, para restabelecer sua saúde, hospedá-la em um convento na Inglaterra. Ela aceita...

« Eu só tinha que me inclinar », escreveu ela, « eu não quis causar o escândalo de uma resistência ao meu bispo, que só teria conseguido irritá-lo ».

Na mesma carta, ela acrescenta: « Recusei fazer os grandes votos. A partir de 1858, minha consciência me impunha como dever transmitir ao povo de Maria a mensagem divina » (citada por M. de la Vauzelle em *"O segredo de La Salette diante do Episcopado francês"*, p. 138).

Expulsa da França por Napoleão III, ela foi para a Inglaterra, para o convento de Darlington...
Após seis meses no Carmelo, ela se sentiu prisioneira das irmãs e, provavelmente enganada pela esperança de um maior reconhecimento, pediu para retornar à França. Na carta acima citada, ela escreve: «Pio IX... declarou que o meu lugar não estava em um convento, dado que minha missão pública foi imposta em 19 de setembro de 1846. Ele acrescentou ainda que eu deveria depender apenas de Roma. O Papa Leão XIII, mais tarde, me fez escrever no mesmo sentido». Quando chegou o momento de publicar seu Segredo, ela foi dispensada de seus votos por Pio IX.
Então começou sua vida errante, de um convento a outro, de uma congregação a outra, de uma paróquia a outra, de um bispado a outro, na França, na Grécia, na Itália...

**« Ide, ensinai todas as nações»**

**« Fazei passar isso a todo o meu povo»**

Duas missões que não podem se conformar com o claustro. Como Pedro e os Apóstolos, Mélanie só poderia cumprir a sua se movendo.

...ainda jovem (26 anos), ela se encontra sozinha no mundo, fugitiva, errando à mercê da sorte, um pouco em um país, um pouco em outro... Durante 50 anos, Mélanie cumpriu sua missão.

...Alguns, ela me dizia um dia, acreditam que eu gosto de viajar e de ir daqui para ali, mas como estão enganados.

...sempre impaciente para converter o mundo, mas incapaz de ajustar os meios ao fim, e tomando, com a fé mais absoluta, a falta de medida por heroísmo, a virulência nas palavras por zelo, suas imaginações por inspirações...

...sonhando com uma nova comunidade...

A Ordem dos Apóstolos dos Últimos Tempos, cuja Regra, dada pela Santíssima Virgem, foi redigida por Mélanie em Roma, por ordem de Leão XIII, que a fez vir expressamente para esse fim.

Graciosa e delicada em sua maneira de andar, em seus modos e em sua linguagem, e, como se, nela, os contrastes tivessem se harmonizado, ela era recolhida e sociável, humilde e imponente, amável e reservada, forte e submissa... permaneceu toda uma pequena criança e, ao mesmo tempo, superior a uma pessoa madura.

As palavras contidas no Segredo de Mélanie, pelas quais a Santíssima Virgem anuncia a fundação deste grande Ordem religiosa, não têm, na verdade, nada de humano; elas respiram um sopro divino, são a simplicidade colocada em harmonia com o sublime.

...voltando às vezes para a Santa Montanha e lá, edificando a todos pela ardência de sua contemplação...

Tal foi essa alma que é delicado julgar...

Mas o que é todo este capítulo, senão um julgamento sem justiça e sem delicadeza! Quando ela entrava em uma igreja, seu recolhimento e sua atitude humilde faziam entrever algo de sua santidade oculta.
pois ela não seguiu os caminhos ordinários...

Não digo nada sobre esse tipo de adivinhação dos corações que a fazia ler os pensamentos ocultos; nada sobre várias curas miraculosas de órfãs com um sinal de cruz de Mélanie...

Tudo acontecia sempre no tempo certo na comunidade enquanto ela estivesse presente: objetos, comida ou dinheiro, conforme as necessidades... os pássaros entravam em seu quarto e brincavam com ela... espírito de mortificação assustador; quase nenhuma comida, nunca uma fruta, nunca um doce... não mais de três horas de sono por noite, sobre o chão nu.

Tudo isso, conforme sua oração: «Peço ao Senhor que me faça sofrer e me esconda».

...mas é justo reconhecer que ela foi inabalavelmente fiel à sua missão de testemunha... Então, por que rejeitar seu Testemunho?
...entre as dificuldades e contrariedades que ela atraía como por vocação. A vocação do cristão não seria mais a de carregar sua cruz à seguir o Salvador?
Ela hesitou, virou, variou em muitas coisas; só permaneceu constante na verdade da Aparição. O Segredo de Mélanie faz parte da Aparição; e desde o primeiro dia de sua divulgação até sua morte, ou seja, por mais de 40 anos, ela nunca hesitou, nem «variou» em sua afirmação.
Nossa Senhora lhe deixou ausências de inteligência evidentes,

« Ausência de inteligência »! No dia da Aparição, ela só conhecia seu dialeto local. Na mesma noite, ela repete toda a Aparição em francês, idioma que nunca havia falado.

Na Inglaterra, na Grécia, na Itália, ela logo fala, alternadamente, as línguas desses países, onde, por vezes, é encarregada de ensinar as crianças (como na Grécia e na Itália).

« Adeus, alma tão bela; Adeus, criatura de amor, obra completa do amor... Adeus, virgem vigilante e prudente.

Quando, no silêncio da noite, a voz do Esposo te chamou, sem demora, tu correste até Ele, com a lâmpada mística, a lâmpada cheia de óleo e transbordando de esplendor! »

É por isso que o Santo Ofício proibiu a leitura de certos escritos de Mélanie... Essa condenação se aplica apenas aos escritos...

«Interdição», «condenação», «Santo Ofício» — tantas imposturas acrescentadas ao caso Caterini, cujos detalhes foram lidos no Capítulo VI.




CONCLUSÃO

O verdadeiro retrato de Mélanie se afirma com tanta força pelo testemunho de todos aqueles, sem exceção, que a aproximaram (como por suas próprias fotografias) que esses hábeis detratores da santa filha, eles mesmos, são obrigados a confessar a grandeza sobrenatural. De sorte que mais de um traço comum dessa grandeza se encontra na caricatura do P. Sougez e na Oração Fúnebre do cónego Annibal de France, que, ele, pessoalmente conheceu e observou essa criatura excepcional de Deus.

Mas, desses dois retratos, o traçado pelo P. Sougez M.S. responde à necessidade paradoxal de celebrar ao mesmo tempo a fidelidade de Mélanie e insinuar o desequilíbrio de seu espírito.

Por essa tática, os R.R.P.P. da Salette serão os únicos juízes para determinar onde termina a fidelidade e onde começa o desequilíbrio dessa criatura "que é delicado julgar"... , sua fidelidade consistindo na difusão exclusiva da Mensagem pública sem a qual os P.P. da Salette não teriam mais razão de ser, e seu pseudo-desequilíbrio justificando o rejeição do Segredo que se trata de sufocar.