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A confusão sobre a palavra "Parusia"

A respeito da Parusia, o padre Ricossa vai “jogar”, de certa forma, com essa palavra, fazendo crer que para Dom Spadafora, a Parusia, ou vinda do Senhor, diz respeito apenas à primeira vinda de Jesus Cristo. Depois de escrever que “a Parusia ou vinda do Senhor indica no Evangelho, assim como no texto paulino, a intervenção do Senhor para socorrer a Igreja perseguida pela sinagoga”, o padre Ricossa cita apenas esta frase de Dom Spadafora: “o fim da nação judaica será a libertação da Igreja” (Dizionario Biblico, seção Escatologia). Mas ele não diz que Dom Spadafora, ainda nesta mesma seção, designa a Parusia como “a intervenção de Deus na história, intervenção que se perpetua”. E ele não menciona que Dom Spadafora diz explicitamente: “a Parusia final, a última vinda ou manifestação, quando Cristo selará seu triunfo também sobre a morte, ressuscitando os corpos e apresentando os eleitos ao Pai, fechará a fase terrestre do Reino dos Céus (I Tes, IV, 14-17, I Cor, XV, 22-28 - 50-57). Ela é a solenidade confirmação e epílogo de todas essas Parusias anteriores, como juiz na morte de cada um, como vingador e protetor de sua Igreja e da justiça no mundo, através de todos os tempos”.

Dom Romeo, mestre de Dom Spadafora, expressa as mesmas ideias, e ele chama a segunda e última vinda de Cristo de “Parusia suprema”. É evidente que isso é o mesmo que a “Parusia final”.

É por isso que o termo Parusia, de forma geral, é comumente utilizado para indicar a 2ª vinda, o retorno de Cristo. Para Dom Spadafora, a primeira vinda de Jesus Cristo é apenas uma das Parusias. Ao não redigir o verdadeiro pensamento de Dom Spadafora e de Dom Romeo, o padre Ricossa pôde assim citar e concordar com o “progressista” Corsini que diz que o Apocalipse “é de fato a descrição de uma vinda, da vinda de Jesus Cristo: mas não se trata daquela que virá no fim dos tempos, mas da que se realizou ao longo de toda a história, desde a criação do mundo, e que teve seu ponto culminante no grande ‘evento’ da vinda histórica de Jesus Cristo, especialmente em sua morte e ressurreição”.