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M. Os modernistas

Nos séculos XIX e XX, os hereges conhecidos como "modernistas" buscaram minar a Igreja de dentro, permanecendo em seu seio sem romper abertamente com o Papa. Pio IX, Leão XIII e São Pio X os condenaram repetidamente. Os modernistas evitaram os golpes de duas maneiras:

  • Primeiro, distorcendo o sentido das encíclicas (uma censura se tornava uma aprovação, um documento geral se transformava em um texto destinado apenas à Igreja da Itália), e
  • Segundo, tentando classificar os escritos antimodernistas dos papas na categoria "falível", para minimizar sua importância.

Assim, habituou-se a fazer a equação errônea: solene = infalível; ordinário ≠ falível. "A infalibilidade do Syllabus, que teve seus defensores, hoje é praticamente abandonada", conforme se lê no Dicionário de Teologia Católica (artigo "infalibilidade do papa"). Por que essa dúvida sobre a infalibilidade do Syllabus prevaleceu sobre os defensores da infalibilidade? Simplesmente porque os modernistas, condenados pelo Syllabus, se multiplicaram! Em vez de atacar frontalmente, criticando abertamente o conteúdo, eles atacaram de lado, alegando que o modo pelo qual o conteúdo é veiculado não seria infalível. E assim conseguiram seus intentos.

Para evitar condenações, os modernistas evitaram afirmações diretas (um escrito herético é fácil de identificar e colocar no Índice), mas inauguraram uma prática de simplesmente ignorar as condenações doutrinárias emitidas pelos sumos pontífices. Foi nesse perigoso terreno que Pio XI os combateu, denunciando aqueles que "agem exatamente como se os ensinamentos e ordens promulgados tantas vezes pelos sumos pontífices, especialmente por Leão XIII, Pio X e Bento XV, tivessem perdido seu valor inicial ou mesmo não precisassem mais ser considerados". O papa concluiu com um julgamento formal: "Este fato revela uma espécie de modernismo moral, jurídico e social; nós o condenamos tão formalmente quanto o modernismo dogmático" (Pio XI: encíclica Ubi arcano, 28 de dezembro de 1922).