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C. APOLOGIA DA IGREJA ROMANA

Profissão de fé de Nicéia-Constantinopla: «Credo... Et unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam». A Igreja é uma sociedade visível, que se reconhece por quatro características ("notas"): ela é una, santa, católica e apostólica. Ora, de acordo com um estudo teológico feito por Dom Lefebvre (reproduzido no capítulo 13), e também de acordo com nossa própria análise baseada no Catecismo Romano, a Igreja conciliar é desprovida das quatro notas da Igreja visível. Portanto, é de fé que os conciliares não são papas: ninguém pode presidir simultaneamente uma seita não católica e a Igreja Católica! Roncalli, Montini, Luciani e Wojtyla pertencem a uma seita herética, e não à verdadeira Igreja. Portanto, de forma alguma podem ser papas da verdadeira Igreja. Essa é a conclusão totalmente ortodoxa e lógica do bom católico que deseja permanecer fiel ao credo e ao catecismo da Igreja una, santa, católica, apostólica e romana!

Acreditar que esses homens são impostores não é simplesmente uma opinião teológica defensável, mas sim uma certeza de fé, apoiada por inúmeras provas concordantes: Evangelhos, Padres e doutores da Igreja, doutor angélico, papas, concílios, história eclesiástica, vidas de santos e mártires, direito canônico, liturgia, catecismo. Além do credo de Nicéia-Constantinopla!

Essa maravilhosa concordância prova que o admirável magistério da Santa Igreja Romana é inspirado pelo Paráclito, conforme as promessas do divino Mestre: «Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro Defensor, para que permaneça eternamente com vocês. É o Espírito da Verdade» (João XIV, 15-17).

O magistério da Igreja Romana é admirável. O apóstolo São Paulo já louvava a fé inabalável da Igreja da cidade de Roma, no início de sua epístola aos Romanos. "A sua fé é célebre no mundo inteiro!" E nos séculos seguintes, a fé da Igreja de Roma gozou da mesma celebridade. Por quê? Porque o pontífice romano tem uma fé tão sólida quanto a do próprio Filho de Deus (Catecismo Romano, explicação do símbolo, citando a homilia 29 de São Basílio). Os papas dispensam um ensinamento admirável, sublime, divino. Por isso, temos uma ideia tão elevada dos pontífices romanos que não os confundimos com a sua "contrafação" adúltera! O apóstolo São Pedro (2 Pedro III, 3), o apóstolo São Paulo (1 Timóteo IV, 1-2) e o apóstolo São Judas (Epístola Católica, 17-19) nos advertem que, "nos últimos tempos", muitos homens abandonarão a fé para seguir "doutrinas diabólicas, ensinadas por impostores hipócritas". Ora, a impostura consiste em "enganar por falsas aparências", notadamente "fingindo ser o que não se é". Esta definição nos parece bastante adequada para explicar a crise atual da Igreja...

E, afinal, somos bastante polidos, contentando-nos em empregar os termos "impostor" ou "usurpador". São Pedro Damião, confrontado com o pseudo-papa "Clemente III", foi muito mais veemente: "perturbador da Santa Igreja, destruidor da disciplina apostólica, inimigo da salvação da humanidade, raiz do pecado, arauto do diabo, apóstolo do Anticristo, flecha já tantas vezes disparada da aljava de Satanás, vara de Assur, filho de Belial, filho da perdição, novo herege" (in: Philippe Levillain: Dictionnaire historique de la papauté, Paris 1994, artigo "antipapa"). E o Concílio de Constança (37ª sessão, 26 de julho de 1417) qualificou o falso papa "Bento XIII" como: "perjuro, escandaloso, cismático e herege, prevaricador, notoriamente e evidentemente incorrigível, rejeitado por Deus, excluído da Igreja como um membro podre".

São Tomás de Aquino considerava que os hereges mereciam a pena de morte (Suma Teológica, II-II, q. 11, a. 3). O pacífico "doutor angélico" não hesitou em lançar contra o herege Guilherme de Saint-Amour e seus discípulos violentas invectivas: "inimigos de Deus, ministros do diabo, membros do Anticristo, ignorantes, perversos, reprovados". São Bernardo chamou Arnaldo de Brescia de "sedutor, vaso de injúrias, escorpião, lobo cruel". São Paulo qualificou assim os hereges de Creta: "mentirosos, bestas selvagens, glutões preguiçosos". São João recusou-se a cumprimentar Marcião; interrogado por este herege sobre por que não o saudava, o apóstolo chamou-o de servo de Satanás. Nosso Senhor não foi indulgente com seus inimigos: "hipócritas, sepulcros caiados, geração perversa e adúltera, raça de víboras, filhos do diabo"!

E nós, diante de hereges que estabeleceram um recorde absoluto na demolição da Igreja, deveríamos nos curvar a eles, conferir-lhes o título sagrado de "Santíssimo Pai" e assegurar-lhes "nosso devotamento filial"?! Permanecer neutros e impassíveis enquanto eles arrastam a Igreja na lama, pedindo perdão ao mundo inteiro por supostos erros cometidos pelos verdadeiros papas católicos?! Ficar indiferentes enquanto crucificam novamente Nosso Senhor?! Permanecer em silêncio enquanto o "mistério da iniquidade", outrora oculto, agora opera à luz do dia?!