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1. PODE UM PAPA DESVIAR-SE DA FÉ?

"A Igreja é infalível em seu magistério ordinário, que é exercido diariamente principalmente pelo papa, e pelos bispos unidos a ele, que por essa razão são como ele, infalíveis com a infalibilidade da Igreja, pelo Espírito Santo todos os dias, [...]"

Questão: A quem, então, pertence cada dia que Deus faz:

  1. declarar as verdades implicitamente contidas na Revelação?
  2. definir as verdades explícitas?
  3. defender as verdades atacadas?

Resposta: Ao papa, seja em concílio, seja fora do concílio. O papa é, de fato, o Pastor dos pastores e o Doutor dos doutores" (Mgr d'Avanzo, relator da Deputação para a fé do Primeiro Concílio do Vaticano, 1870).


Desde a definição do dogma da infalibilidade pontifícia em 1870, os católicos acreditam que um papa não pode se enganar quando ensina solene e oficialmente uma verdade de fé. No entanto, há opiniões divergentes quanto ao seu ensinamento ordinário. Um papa, infalível em definições solenes, pode ele cair em heresia em seu ensinamento diário, ou a assistência do Espírito Santo impede que sua fé falhe em nenhum momento de seu pontificado?

No caso de dúvida, deve-se aderir ao que foi crido em todos os lugares e por todos nos tempos antigos, pois a antiguidade não pode ser seduzida pela novidade (Commonitorium de São Vicente de Lérins, 434). A ideia de que o papa pode errar na fé surgiu na época moderna sob a influência de correntes heréticas (ver capítulo 5). Teólogos católicos foram influenciados por novas ideias e afirmaram que um papa poderia errar. No entanto, essa novidade, por ser nova, não está de acordo com a doutrina católica tradicional. Esta doutrina tradicional é encontrada no Antigo e no Novo Testamento, nos Padres da Igreja, em Santo Tomás de Aquino e nos escritos dos próprios papas.