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As Raízes Familiares e Ideológicas de Malcolm Muggeridge e de Sua Esposa: A Sociedade Fabiana e os Casais Webb na Inglaterra do Século XX

Já discutimos o contexto familiar de Malcolm Muggeridge; agora, vamos mais a fundo ao examinar a Fabian Society, que se destaca claramente em seu ambiente familiar.

O pai de Malcolm Muggeridge era Fabiano e sua esposa Kitty é sobrinha de Beatrice Webb, esposa de Sidney Webb, co-fundador com ela em 1884 da Fabian Society.

O que é isso?

Para aqueles que conhecem o papel determinante desempenhado pela Fabian Society na história da Inglaterra e do globalismo, a presença do nome dos casais Webb na biografia de Malcolm Muggeridge ganha imediatamente um destaque especial.

Duas Opiniões sobre a Fabian Society

Segundo a Wikipedia:

« A Sociedade Fabiana (Fabian Society) é um grupo de reflexão britânico fundado em 1884. De orientação socialista e reformista, ela participou da criação do partido trabalhista em 1900 e também da reestruturação deste partido nos anos 90 com o New Labour. A Sociedade Fabiana ou Sociedade dos Fabiens é um movimento intelectual socialista britânico cujo objetivo é promover a causa socialista por meios reformistas e progressivos, em vez de revolucionários. Ela é especialmente conhecida por sua atividade inicial no final do século XIX e até a Primeira Guerra Mundial. Sociedades semelhantes também existem na Austrália (a Australian Fabian Society), no Canadá (a Douglas-Coldwell Foundation) e na Nova Zelândia. »

E segundo um observador de esquerda que fornece uma visão apenas parcial e subestimada (o que mostra como a Fabian Society é hábil em mascarar sua real influência, mesmo para observadores de esquerda, com os quais diz ter afinidade):

« Os fabianos (mais precisamente os webbianos) são, na história das ideias socialistas, a corrente socialista moderna que consumou da forma mais radical seu divórcio com o marxismo; eles estão mais distantes do marxismo. Era um reformismo social-democrata quase quimicamente puro, sem qualquer mistura, particularmente antes da ascensão do movimento de massa e socialista na Grã-Bretanha, movimento que os fabianos não desejavam e que não ajudaram a construir (apesar de um mito muito difundido que afirma o contrário). Os fabianos constituem, portanto, uma experiência muito importante em relação a outros movimentos reformistas que pagaram seu tributo ao marxismo, adotando parte de seu vocabulário, mas distorcendo sua substância. »

E antes de abordarmos a síntese que Epiphanius oferece, mencionemos algumas raízes pagãs dessa sociedade semi-secreta:

« 1844: Nascimento em Brighton do escritor socialista e reformista Edward Carpenter, que injetará o paganismo no movimento socialista inglês (Socialist League, Fellowship of the New Life, da qual a famosa Fabian Society é originária). Para Carpenter, o socialismo deve levar os povos a reencontrar uma vida livre, primitiva, simples, saudável e moral, baseada nas ideias de Whitman, Thoreau e Tolstói. Em 1883, Carpenter funda uma "comunidade auto-suficiente" em Millthorpe, entre Sheffield e Chesterfield. Sua obra principal data de 1889 (intitulada: Civilização: Suas Causas e Curativas). Ele clama especialmente pelo retorno das divindades femininas e apaziguadoras (Astarté, Diana, Ísis, etc.). Carpenter morre em 1929, após ter exercido uma influência duradoura sobre os movimentos socialistas e pré-ecológicos. » [12]

A Síntese de Epiphanius (‘Courrier de Rome’ – FSSPX) sobre a Fabian Society

Consideramos particularmente interessante citar trechos da apresentação que o livro de Epiphanius faz da Société Fabienne (“Maçonaria e sociedades secretas – O lado oculto da história” - páginas 189 a 197). Esta sociedade estabelece uma correspondência entre magia e tecnocracia.

Esta obra foi publicada, em sua nova edição de 2005, pelas Edições do Courrier de Rome, que estão sob o controle da FSSPX.

O professor italiano Paolo Taufer colabora nesta publicação.

«A ideia de Saint-Yves [d'Alveydre] sobre a primazia da economia em relação à política — que inverte a ordem natural pela qual toda autoridade vem de Deus e se concretiza através do poder político exercido por coopt ação — é acompanhada resolutamente pela ideia jacobina de um Estado todo-poderoso..

Duas componentes que operam sinergicamente dão vida à identidade:

primado da economia + onipotência do Estado = socialismo

O socialismo que, em particular no Estado tecnocrático, tende, por sua natureza, a uma forma de universalidade que, normalmente à custa dos próprios tecnocratas, se identifica, na verdade, com a Teocracia universal e, por conseguinte, tira sua seiva do panteísmo gnóstico da Alta Maçonaria, onde o mago reina e “esculpe a pedra cúbica” (ou seja, impõe sua vontade aos iniciados de grau inferior que, por sua vez, são investidos do PODER).

A Fabian Society inglesa é uma boa demonstração dessa cor­respondência biunívoca magia-tecnocracia**. »[13] Epiphanius

A Fabian Society é originada do movimento socialista inglês, que por sua vez é animado por pessoas que têm fortes conexões com Mazzini (ocultista e correspondente de Albert Pike) e Annie Besant (teósofa).

O nome Fabiano é derivado do consul romano Fábio, o “temporizador”: os fabianos agirão, portanto, lentamente e de forma calculada para alcançar seus objetivos sem combates violentos visíveis, paralisando e adormecendo, sem nunca confrontá-los diretamente, aqueles que eles desejam reduzir.

Seu modo de operação será o entrosamento.

« No outono de 1880, alguns membros do "Rose Street Club" do bairro londrino de Soho se reuniram para "propagar o socialismo na Inglaterra e, em seguida, no mundo". O chefe desse grupo era um tal Henri Mayer Hyndman, formado em Cambridge, colaborador direto de Mazzini e líder de uma associação chamada “The National Socialist Party” (...)

No ano seguinte, em 1881, Hyndman fundou a "Democratic Federation" com a filha de Karl Marx, Eleonore, federação que foi se juntar à amazona Annie Besant (1847-1933), que liderava a nova Sociedade Teosófica e era 33° grau do Rito Escocês da Maçonaria. Portanto, não devemos nos surpreender com o que escrevia o maçom Eugène Mittler:

« A maçonaria foi para os socialistas uma escola de primeiro nível » e « as afinidades entre o socialismo e a maçonaria são numerosas, especialmente o ideal que tende à fraternidade dos povos. »

Mas o ano-chave foi 1884, quando, em 4 de janeiro, foi fundada na Inglaterra a Fabian Society, cujo nome se referia a Quintus Fabius Maximus Cunctator (= o Temporizador), o general romano que, após sua derrota no lago Trasimeno, escolheu evitar um combate frontal com seu vencedor Aníbal, aceitando apenas breves confrontos e atacando unicamente em condições particularmente favoráveis. E para os homens da Fabian Society, a reorganização da sociedade em bases socialistas deveria ser baseada neste modelo: uma peneiração lenta, paciente e discreta, de cima, através da fundação de escolas e universidades que forjariam os futuros líderes dos Estados, das administrações públicas e privadas, das indústrias, em suma, dos tecnocratas. »[14] Epiphanius

Enquanto infiltrava Oxford e Cambridge, a Fabian Society deu origem à muito conhecida London School of Economics, a iniciativa dos casais Sidney e Beatrice Webb.

« É isso que acontece pontualmente: em poucos anos, a Fabian Society infiltrou as universidades de Oxford e Cambridge para fundar em 1894, sob a alta autoridade de Sidney Webb, a maior escola marxista da Inglaterra, a London School of Economics, dirigida hoje pelo professor Sir Ralph Dahrendorf, de origem alemã, mas cidadão britânico. Dahrendorf é um maçom de alto grau, membro da Fundação Ford, do Clube Bilderberg e do círculo interno do Instituto de Assuntos Internacionais britânico (R.I.I.A.), "mãe" de todos os Institutos semelhantes, fundado em 1919 com o dinheiro recebido do banqueiro Sir Ernest Cassel, comerciante de canhões, membro da Alta Finança internacional e ex-sócio do Banco Kuhn & Loeb de Wall Street, principal financiador da revolução russa.

Ela foi dirigida até 1983 pelo sociólogo alemão naturalizado britânico Sir Ralph Dahrendorf, oriundo de Oxford. Dahrendorf é maçom de alto grau, membro da Fundação Ford, do Clube Bilderberg e do círculo interno do Instituto de Assuntos Internacionais britânico, a "mãe" de todos os Institutos desse tipo, fundado em 1919 (cf. Apêndice 2).

A influência da Fabian Society se estende pela Europa e pelos EUA: em 1914, havia nos EUA pelo menos 52 universidades com "Comitês pela paz" de vocação socialista, entre as quais as grandes universidades americanas de Harvard, Columbia, Johns Hopkins. Epiphanius

Na Fabian Society, George Bernard Shaw, Eleonor Marx (filha de Karl Marx), os casais Webb e Annie Besant desempenham um papel crucial ao serviço de visões que misturam teosofia e um projeto coletivista.

« O elemento marcante deste período efervescente foi o inglês George Bernard Shaw, ao redor de quem gravitavam figuras fabianas como os casais Sidney e Beatrice Webb que, segundo o filósofo e crítico social Elie Halévy (1870-1937), eram "imperialistas de maneira ostensiva... coletivistas" e para os quais "o futuro pertencia às grandes nações administrativas, governadas por burocratas, onde a ordem seria mantida por policiais." 420 ; ou ainda Annie Besant, grande sacerdotisa da Teosofia, que se orientou politicamente para o socialismo e cuja visão dos acontecimentos históricos pode ser resumida nestas palavras:

« Cada guerra contribui para um objetivo definido e quando uma nação ataca outra e a submete, essa conquista é útil tanto para os vencedores quanto para os vencidos [...]. Todas essas guerras e conquistas, essas lutas entre nações, entre raças, fazem parte do Grande Plano [...]. Deve-se, portanto, convencer-se de que onde quer que haja conflitos, eles são dirigidos por Manu; que onde quer que haja discórdias, a poderosa mão do Senhor dos Homens prepara o futuro. »

Eleonor Marx também pertencia à Fabian Society; era a filha favorita do mesmo Karl Marx que, segundo o pastor protestante romeno Richard Wurmbrand, um convertido, teria pertencido a uma seita satanista cujos adeptos eram reconhecíveis pela forma típica de sua grande barba. Eleonor se casou com Edward Aveling, um conferencista da Sociedade Teosófica; ela foi a fundadora de centros fabianos nos EUA antes de se suicidar.

Um outro membro importante do fabianismo foi Herbert George Wells (1866-1946), ligação entre o mundo das seitas e a Alta Finança, membro da Fundação Rockefeller, escritor a quem se deve a expressão "Nova Ordem Mundial" que ele adotou como título para uma de suas obras.

  1. A essência da Sociedade Teosófica é gnóstica, "termo justo que honra a teosofia", cf. The Theosophist, dez. 1950, citado no "Bulletin du Grand Orient du Palazzo Giustiniani", abr. 1951, pp. 25, 26.

  2. Serge Hutin, "A Maçonaria", ed. Mondadori, 1961, p. 147. A inglesa Annie Besant, cujo nome é inseparável da Teosofia, pertence também aos altos graus de Memphis-Misraïm. Cf. vários autores, "A libera muratoria", ed. Sugar, 1978, p. 110.

  3. Eugène Mittler, "A Questão das Relações entre o socialismo, o sindicalismo e a Maçonaria", 2ª ed., Paris, 1911, ed. Universala. Universala era o nome reservado à "Imprensa operária esperantista"; como se sabe, o esperanto é uma língua artificial criada em 1887 pelo filólogo polonês Lejzer Ludovik Zamenhof em uma tentativa de criar uma linguagem comum a todos, com o objetivo de encurtar o caminho para o governo mundial. Zamenhof era maçom e chamou o esperanto de "Língua comum mundial". Em 1957, a U.N.E.S.C.O. decidiu atribuí-lo o título de "Benfeitor da humanidade".

  4. E. Cassel, "amigo muito próximo do rei Eduardo VII, é filho de um usurário de Colônia que desembarcou em Liverpool em 1868. Eduardo VII foi o padrinho de sua sobrinha Edwina. Esta se casou com Lord Louis Mountbatten [...] (cit. por Yann Moncomble, "A Trilateral e os segredos do globalismo", Paris, 1980, p. 57).

  5. Pierre Faillant de Villemarest, "As fontes financeiras do comunismo", ed. C.E.I., 27930 Cierrey, p. 54.

  6. Yann Moncomble, "A irresistível expansão...", cit., p. 31.»

Fim da citação de Epiphanius.

Os Objetivos da ‘Fabian Society’ e Sua Importância Segundo Trechos de Epiphanius (Edição de 2005)

Epiphanius continua revelando a forma de operação da Fabian Society: uma unidade de objetivos que se adapta a métodos diferentes.

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Esquema de apresentação das sociedades secretas extraído do livro "Maçonaria e seitas secretas: o lado oculto da história", Epiphanius, Publicações do "Courrier de Rome", nova edição 2005, página 630.

Essas edições estão sob a responsabilidade da FSSPX (padre du Chalard).

A "Fabian Society" aparece na hierarquia do PODER.

Citação do livro Epiphanius:

« Um historiador insider (= de dentro) da Fabian Society, Harry W. Laidler, que no início deste século contribuiu para criar nos EUA, graças à colaboração do escritor Upton Sinclair, Jack London e outros, núcleos fabianos de onde surgiu a administração Roosevelt e os governos subsequentes, escreveu em sua “História do socialismo”:

« O socialismo fabiano considera que a transição (inevitável) do capitalismo para o socialismo deve ocorrer gradualmente. Preveem a socialização da indústria por meio de agências políticas e econômicas bem controladas; as classes médias são, se necessário, o melhor vetor para introduzir e desenvolver a técnica de uma administração destinada a uma nova ordem social [...]. »

Em 1941, o presidente da Fabian Society (cargo ocupa­do várias vezes entre 1939 e 1957) George Douglas H. Cole (1889-1959), professor de teoria social e política em Oxford, retomou este tema afirmando a equivalência de todas as formas de socialismo para realizar em escala global a nova ordem fabiana, utilizando para isso:

« tanto os partidos sociais-democratas, trabalhistas e outros da Europa e do Novo Mundo, quanto o comunismo na Rússia ou diversos grupos minoritários em outros lugares, desde que entre eles não haja diferença de objetivo, mas apenas de métodos. »

E o cientista político francês Pierre Faillant de Villemarest, citando fontes originais:

« O dogma fabiano, lê-se nas publicações internas de Londres, é de permanecer ao mesmo tempo o inspirador de todos os socialismos e de estar sempre presente à esquerda, no centro e à direita. »

Além disso, Oswald Ernald Mosley (1896-1980), chefe dos fascistas ingleses e grande admirador de Mussolini, pertencia à Fabian Society assim como os trabalhistas A. Bevan, Clement R. Attlee, Harold Wilson - presidente da Sociedade em 1954-1955 - James Callaghan, Roy Jenkins, ou o próprio Bernard Shaw, que gostava de proclamar:

« Somos socialistas, o partido russo é o nosso. »

Sobre a equivalência das diversas formas de socialismo, é interessante notar o que declarou em 1971 no “New York Times”, Walter Lippmann, braço direito do “Coronel” House, membro proeminente de sociedades da zona do PODER como os Pilgrims, a Round Table, a Fabian Society, diretor do C.F.R. de 1932 a 1939, presidente do Harvard Socialist Group, jornalista no “New York Herald”, mas também uma personalidade típica do círculo restrito do 33º grau F.D. Roosevelt. Em 1971 ele afirmava nas colunas do “New York Times”:

« [...] Enquanto um governo mundial não for possível, trata-se de criar um socialismo diversificado. »

E, de fato, o que foram os fascismos senão socialismos nacionais, que se diziam opostos ao comunismo, socialismo internacional por antonomásia? O socialismo fabiano de vocação tecnocrática era, por outro lado, e continua sendo, reservado aos democratas, e se adequa a um governo mundial da Alta Finança, como foi publicamente explicitado, ainda em 1932, pela boca de um de seus representantes muito autorizados, o financista James Paul Warburg:

« Deve-se promover uma economia planejada e socialista e, em seguida, integrá-la em um sistema socialista de dimensões mundiais. »

Perto de nossos dias, uma confirmação autorizada da identidade dos diversos socialismos nos chega de um dos representantes mais destacados do globalismo tecnocrático atual: o professor Zbigniew Brzezinski, que em sua obra “Between Two Ages” (“Entre Dois Séculos”) afirma em 1970:

« [...] o marxismo é uma vitória da Razão sobre a Fé [...], uma etapa vital e criativa para a maturação da visão internacionalista do homem. »

E mais adiante:

« Palavras como capitalismo, democracia, socialismo e comunismo e o nacionalismo em si mesmo não têm mais significado: as elites globais pensam em termos de problemas globais. »

E, em um livro de título eloquente, “La Grande Fallite” (A Grande Falência, ed. Longanesi, 1989), o ilustre professor observou:

« O comunismo, o fascismo e o nazismo são (na verdade) a considerar como ligados em um sentido geral, unidos historicamente e politicamente muito semelhantes. »

Detalhe, foi Goebbels em pessoa que, em 1936, diante do congresso do partido nacional-socialista, proclamou:

« Nossa batalha contra o bolchevismo não é uma batalha contra, mas a favor do socialismo [...]. »

enquanto o economista liberal austríaco Friedrich von Hayek, prêmio Nobel em 1944, gostava de lembrar estas palavras de Hitler:

« Fundamentamente, o nacional-socialismo e o marxismo são idênticos, »

e acrescentando também que, no momento do pacto germano-soviético, Hitler, referindo-se às manifestações populares de 1922, dizia:

« Os vermelhos que vimos se tornaram nossos melhores aliados. Nosso partido não era composto, aliás, em 90% por elementos de esquerda? »

Uma outra opinião autorizada vem diretamente de um insider, o historiador das “grandes famílias”, Ferdinand Lundberg, vinculado à Carnegie Institution e redator financeiro do “New York Tribune” de 1927 a 1934:

« Assim como na União Soviética e na China comunista (e nos EUA), o poder é detido por manipuladores intrigan­tes solidamente instalados; com a diferença de que, nos Estados Unidos, a intriga ocorre por trás da fachada constitucional. Na União Soviética e na China, as baionetas aparecem durante purgas periódicas. Essa diferença é suficiente para o homem "razoável", que prefere o sistema americano com todos os seus defeitos: sempre se pode preferir, sem se alegrar, a peste ao cólera. »

Declarações importantes que deveriam fazer refletir aqueles que ainda são capazes, nestes tempos de orgia democrática: é necessário perceber que os partidos, os movimentos e as ligas, com suas diferenças artificiais e seu jogo desonesto, não são mais do que expressões exotéricas da Maçonaria; por trás de uma aparente escolha e, portanto, liberdade, por trás de aparências de irreconciliabilidade entre essas escolhas e pelo jogo hegeliano de tese-antítese-síntese, mais conhecidos como direita conservadora, centro equilibrado e esquerda progressista, eles são orientados pelas sombras para conduzir as massas ignaras e barulhentas em direção a essa forma de socialismo tecnocrático conforme ao Governo mundial (socialismo tecnocrático que se busca introduzir na Rússia, que sucedeu à “grande falência”). Uma sociedade desmantelada pelas rivalidades sociais em conflito permanente, na qual foi iniciada a espiral sem fim greves-inflação-necessidades, só pode ser guiada por tecnocratas: o socialismo, de fato, busca a felicidade terrestre nas categorias materiais, e quem melhor que o tecnocrata, sabe dominar a matéria?

Como, portanto, surpreender-se ao saber que existe uma “fraternidade” de financiadores internacionais que financiou por um período o nazismo e sua emergência, mas também a revolução bolchevique e a U.R.S.S. até sua morte em 1990? »

Todo esse belo mundo que descrevemos encontramos mais uma vez no terreno pantanoso e malcheiroso das sociedades ocultas de onde também provinha a semi-secreta Fabian Society. A ela se somava, à influência gnóstica da Teosofia, a da Golden Dawn rosacruciana através de personagens como Florence Farr, amiga íntima de George Bernard Shaw, Herbert George Wells, mas sobretudo o mais famoso mago negro do século, Aleister Crowley, que "manifestava uma profunda simpatia por Sir Oswald Mosley, animador do partido hitleriano na Grã-Bretanha." Para P.F. de Villemarest, aliás, a própria Fabian Society teria dado origem à Golden Dawn, mesmo que pareça mais razoável pensar em uma difusão subterrânea, por um sistema de vasos comunicantes, fenômeno constante entre as diversas sociedades secretas.

A importância da Fabian Society é notável: fabianos foram os fundadores dos Institutos de Assuntos Internacionais americano e britânico (CFR = Council on Foreign Relations, e R.I.I.A. = Royal Institute of International Affairs, também conhecido como Chatham House) no período de 1919-1921, e fabianos os diversos movimentos pan-europeus da época, com caráter sinárquico. Após a Segunda Guerra Mundial, muitas personalidades fabianas estiveram presentes no Bilderberg, na Pugwash, no Clube de Roma, no Instituto Aspen; finalmente, muitos representantes eminentes de alguns governos europeus, entre eles o britânico e o alemão, eram fabianos.

A Fabian Society é um fio condutor (não é o único), uma cadeia de transmissão dos bastidores para a cena política onde os diversos responsáveis, Clinton, Eltsin, etc., transmitiam as ordens de serviço em voz alta, prontamente repercutidas pelo eco da mídia de massa, manipuladas pelos meios inesgotáveis da Alta Finança, de modo a criar essa "opinião pública", essa "vontade popular" da qual o socialismo e os partidos se declaram os filhos.

421.

     Personagem mítico indiano identificado aqui e ali como grande sábio, soberano legislador, rei, único sobrevivente do dilúvio universal, divindade.

  1. 422. V. Léon de Poncins, "A Maçonaria segundo seus documentos secretos", ed. D.PF, Vouillé, 1972, pp. 311-312.

    423. Richard Wurmbrand, “Meu caro diabo”, ed. Paoline, 1979, pp. 42-3 e passim. Em outro livro intitulado “A outra face de Karl Marx”, ed. Uomini Nuovi, 21030 Marchirolo (VA.), 1984, p. 55, Wurmbrand citando “il Tempo” de Roma do 1º de novembro de 1979, dá a seguinte notícia: “O centro do satanismo britânico é o cemitério de Highgate em Londres, onde está enterrado Karl Marx. Perto dessa sepultura são celebrados misteriosos rituais de magia negra.” (…)

    424. Richard Wurmbrand, “A outra face de Karl Marx”, p. 59.

  2. 425. Segundo o livro várias vezes citado “Droga S.p.A.”, p. 320, os Kennedy, entre eles John Fitzgerald, fizeram seus estudos na London School of Economics de Londres, sob a direção de Harold J. Lasky (1893-1950), professor, membro importante da Fabian Society, da qual foi chairman entre 1946 e 1948.

  3. 426. Harry W. Laidler, "História do Socialismo", Nova York, Thomas Y. Crowell, 1968.

  4. 427. Pierre Faillant de Villemarest, “Nomenclatura mundialista”, dossiê “Socialismo e Sociedades Fabianas”, C.E.I., 27930 Le Cierrey.

  5. 428. “A carta de informação”, n° 3/1991.

  6. 429. Cf. Y. Moncomble, "A Trilateral...", cit., p. 62. Em março de 1990, a Fabian Society contava com cerca de 4000 afiliados sob a liderança de Simon Crine, 34 anos. Pierre Faillant de Villemarest, “A carta de informação”, n° 6/1990).

  7. 430. Pierre Faillant de Villemarest, “As fontes financeiras do comunismo”, p. 57.

  8. 431. Nascido em Varsóvia em 1928, filho de um diplomata, formou-se em Harvard e logo se tornou uma criatura de David Rockefeller. Teórico e arquiteto da Trilateral, foi também um dos principais artífices da revolução informática e o "instrutor" da figura de Jimmy Carter, de quem, após sua eleição à presidência dos EUA, foi conselheiro próximo. Membro dos círculos mundialistas mais famosos, esteve presente no Bilderberg, no C.F.R., no Instituto Atlântico, no Instituto Internacional de Estudos Estrágicos, no Instituto Aspen, nas Conferências permanentes bilaterais russo-americanas de Dartmouth, e no Instituto dos Assuntos Internacionais italiano como uma figura de confiança dos potentados do Além-Atlântico. Ele atua em estreita colaboração com seu correligionário Henry Kissinger dentro de um círculo exclusivo da Georgetown University, um dos grandes think-tanks do Establishment, o grupo de poder americano. O grupo de Dartmouth nasceu praticamente ao mesmo tempo que a Pugwash (1960), associação reservada aos círculos científicos, e a cada dois anos reunia, a portas fechadas, a elite de Wall Street e dos Institutos de Pesquisa Soviéticos. Seu objetivo era buscar meios de convergência nos âmbitos político, diplomático, econômico e acadêmico entre americanos e soviéticos; a partir de 1964, as conferências foram patrocinadas pelo Grupo Rockefeller (ver também Apêndice 2). O grupo perdeu importância após a “queda” do comunismo, desejada pelos clãs mundialistas.

  9. 432. Zbigniew Brzezinski, “Between Two Ages”, Westport, Greenport Press Publishers, 1982, p. 82.

  10. 433. A afirmação é repetida mais claramente pelo economista Charles Levinson, que foi durante muito tempo o chefe do sindicato mundial da química: “O Estado, o governo são abstrações. Existem apenas um certo número de indivíduos ligados a partidos que refletem as forças dominantes, seja qual for sua cor política”, citado de “Vodka-Cola” (ed. Vallecchi, 1978, p. 259).

  11. 434. Zbigniew Brzezinski, “A grande falência”, p. 21.

  12. 435. Pierre Faillant de Villemarest, “A carta de informação”, n° 3/1994.

Fim da citação de Epiphanius.

1.5.4 Fabius « Cunctator », o modelo da Fabian Society

O modelo histórico da Fabian Society se inspira em um consul romano:

_« Fabius Maximus Verrucosus Quintus, dito Cunctator (o Temporizador): homem político e militar romano, nascido em Roma por volta de 275 a.C. e morto em Roma em 203 a.C. _

Pertencente à muito antiga família patriciana dos Fabii, Fabius Maximus foi eleito duas vezes consul, em 233 e 228 a.C., e censores.

Em 218 a.C., Fabius faz parte da embaixada romana a Cartago e é ele quem, formalmente, declara a guerra à cidade púnica após a tomada de Sagunto por Aníbal.

O Senado o nomeia ditador em 217 a.C. após o desastre do lago Trasimeno em junho. Consciente de sua falta de recursos, o ditador persegue Aníbal sem atacar diretamente, buscando exaurir seu adversário em uma guerra de atrito, recusando sistematicamente o combate. Uma estratégia que lhe confere seu sobrenome.

No entanto, sua estratégia é prejudicada pela falta de unidade de comando do exército romano: o Magister equitum, Minucius Rufus, é um adversário político do Cunctator. Só depois de ser salvo in extremis pelo ditador é que Minucius se coloca sob suas ordens.

No final de sua ditadura, o comando é devolvido aos consuls Cneu Sérvilius Gêmio e Marco Atílio Regulo. O desastre sofrido em 216 a.C. pela armada romana na batalha de Canas força os consuls a adotar sua tática de recusar qualquer batalha organizada contra Aníbal.

Fabius Maximus derrota uma parte do exército cartaginês na única batalha que aceitou contra eles, em Capua.

Fabius Maximus Cunctator ainda é nomeado consul três vezes em 215, 214 e 209 a.C., ano em que retoma Tarento, que havia se aliado a Aníbal.

Em 206 a.C., oposto às aventuras ofensivas, o velho Fabius recusa sua confiança ao projeto do jovem e ambicioso Cipião, que propõe levar a guerra à África. Este é seu último ato político, ele morre alguns anos depois.[15]

A tática fabiana consiste, portanto, em exaurir o inimigo sem combater abertamente. Não é isso que está sendo implementado pela Roma conciliar e seus cúmplices dentro da FSSPX para fazer com que esta caia?

1.5.5 Os casais Webb

Malcolm Muggeridge está ligado por seu casamento aos casais Webb, que são os fundadores da Fabian Society. Apesar de ser membro da Fabian Society, H.G. Wells os denunciou, traindo assim as querelas internas resultantes de conflitos de ambição:

« No livro de H.G. Wells, The Next Machiavel (1911), os casais Webb, sob o nome dos Baileys, são criticados como burgueses manipuladores. Em seu livro, a Fabian Society, da qual Wells foi membro por um breve período, não valia muito mais aos seus olhos. »16

1.5.5.1 Sidney Webb

« Sidney James Webb, 1º Barão Passfield (13 de julho de 1859 - 13 de outubro de 1947) foi um socialista britânico, economista e reformador.

Ele foi um dos primeiros membros da Fabian Society em 1884 junto com G. Bernard Shaw. Com Beatrice Webb, Annie Besant, Graham Wallas, Edward R. Pease, Hubert Bland e Sidney Olivier e G. Bernard Shaw, eles transformaram a Fabian Society em um importante clube político-intelectual na Inglaterra da era eduardiana.

Webb nasceu em Londres. Ele estudou direito na Birbeck Literary and Scientific Institution. Em 1895, ele contribuiu para a fundação da London School of Economics, utilizando uma doação herdada pela Fabian Society. Ele se tornou professor de administração pública em 1912, cargo que ocupou por quinze anos. Em 1892, ele se casou com Beatrice Potter Webb, que compartilhava suas ideias e crenças.

Ambos eram membros do Partido Trabalhista e desempenhavam um papel político ativo. Sidney tornou-se deputado em 1922. Sua influência era ainda mais significativa, pois organizavam os Coefficients, jantares que atraíam os homens de Estado mais influentes e pensadores da época. Em 1929, ele se tornou Barão Passfield e membro do governo inglês (Secretário de Estado para Colônias e Secretário de Estado para os assuntos dos domínios) sob Ramsay MacDonald. Em 1930, teve que renunciar devido a problemas de saúde. Os Webb apoiaram a União Soviética até suas mortes. Seu livro A verdade sobre a Rússia Soviética (1942) foi publicado em 1942.

Os casais Webb co-escreveram um livro referência sobre os sindicatos, History of Trade Unionism em 1894.

No The Next Machiavelli (1911) de H.G. Wells, os Webb, sob o nome dos Baileys, são criticados por serem burgueses manipuladores. A Fabian Society, da qual Wells foi um membro de muito breve duração, não valia melhor aos seus olhos. »17

1.5.5.2 Beatrice Webb

« Martha Beatrice Potter Webb (22 de janeiro de 1858 - 30 de abril de 1943) foi uma socialista britânica, economista e reformadora.

_Beatrice Potter Webb, que nasceu em Gloucester, Gloucestershire, era neta de um deputado radical, Richard Potter. Em 1882, teve um relacionamento com o político radical Joseph Chamberlain, que na época era um ministro do gabinete. Em 1890, conheceu Sidney Webb, que a ajudou em suas pesquisas. Casaram-se em 1892. Ela frequentemente participava das atividades políticas e profissionais de seu marido, incluindo na Fabian Society e na criação da London School of Economics (LSE). Ela foi coautora de History of Trade Unionism (1894), e foi cofundadora da revista The New Statesman em 1913. » [18]

1.5.6 Símbolos da Fabian Society

« Este é o vitral que adornava a casa de Beatrice Webb, em Surrey (Inglaterra), o antigo quartel-general da Sociedade Fabiana. Desenhado por George Bernard Shaw, ele mostra Webb e Shaw golpeando o planeta com martelos para "REMODELÁ-LO DE MANEIRA A SE APROXIMAR DOS DESEJOS DO CORAÇÃO", segundo um verso do poeta persa Omar Khayyam. Note o lobo coberto com a pele de ovelha nas armas fabianas que sobrepujam o globo terrestre. Este vitral está hoje exposto na London School of Economics (LSE), fundada por Sydney e Beatrice Webb. »19

“Vitrail em vidro colorido da Fabian Society, realizado por iniciativa do escritor George Bernard Shaw, membro proeminente da Fabian.

Nele, vemos Shaw trabalhando com outro personagem de destaque, Sidney Webb - membro fundador da Fabian Society (e fundador em Londres da “London School of Economics” [marxista], que desde 1894 contribui para fornecer à elite britânica seus quadros dirigentes) - enquanto, com a ajuda de robustos martelos, ele trabalha para moldar o mundo de acordo com a lenda que figura na parte superior do vitral: "remodele mais próximo do desejo do coração". Os adeptos de grau inferior são representados ajoelhados embaixo, em adoração a uma pilha de livros de propaganda socialista, cuja leitura de alguns títulos se mostra difícil: “Fabian Tracts and Essays” (Opúsculosfabianos e ensaios), “Industrial Democracy” (Democracia Industrial), “History of Trade Unions” (História dos Sindicatos), “English Social Government” (Governo Social Inglês), etc. As inscrições no escudo em direção ao centro do vitral, um pouco à esquerda, sintetizam as duas cenas: “ore devotamente”, lê-se acima, enquanto abaixo se encoraja: “golpeie valentamente”.

Entre os dois ferreiros, vemos o emblema da Fabian Society onde é representado um lobo rastejante, com as costas cobertas por uma pele de cordeiro, para testemunhar a agressividade, a decisão e a dissimulação dos iniciados, como atestam as palavras de Arnold Toynbee, discípulo de John Ruskin em Oxford, membro da Round Table e da Fabian Society, quando proclamava:

« [...] devemos constantemente negar com os lábios o que fizemos com as mãos » 932

_932. « H. du B. Reports », outubro de 1977 (título da carta informativa de Hilaire du Berrier, um analista de assuntos exteriores, cujo escritório está em Mônaco), e na: « The Social Créditer », jornal do « Social Credit Secretariat » de Edimburgo, dezembro de 1978. Um outro mestre, Voltaire, já havia recomendado algo semelhante: « Minta, minta, sempre ficará algo. Deve-se mentir como o diabo, e não timidamente, e não uma única vez, mas audaciosamente e sempre » (Voltaire, « Carta a Thiriot » de 21 de outubro de 1736; cit. em J. Ploncard d'Assac, « A Igreja Ocu­pada », Vouillé, ed. de Chiré 1983, pp. 43-44). » [20]

« Mas o elemento mais revelador são as armas fabianas que figuram entre Shaw e Webb, ou seja, o lobo coberto com a pele de ovelha! »


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