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A PREMEDITAÇÃO DO MOTU PROPRIO DESDE ABRIL DE 2006 E A FRAUDE DO "BUQUÊ" ESPIRITUAL

Agora temos esta cronologia factual:

  • 19 de abril de 2006: na Inglaterra, anúncio do Motu Proprio de Ratzinger pelo Dr. Alcuin Reid (protegido por Ratzinger) no âmbito de uma conferência sobre a "reforma da reforma".

« Neste ponto, pode-se especular que um Motu proprio do papa Bento XVI logo tornará isso efetivo. Qualquer que seja nossa posição, parece que a Igreja, em sua sabedoria, permitirá novamente uma pluralidade de usos no rito Romano. » Dr. Alcuin Reid

  • 28 de abril de 2006: em Paris, programa da "reforma da reforma"[12] exposto pelo padre Barthe aos participantes do G.R.E.C. na presença do padre Lorans.

« […] Sem presunção da forma das decisões romanas que estão por vir, é claro que um abalo decisivo deve ocorrer assim que houver uma liberalização mais ou menos ampla da celebração do rito denominado de São Pio V, seguida em prazo mais ou menos longo de acomodações entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X, ao mesmo tempo que a implementação de projetos de organização do mundo São Pio V debatidos em Roma desde o final do último pontificado. Todas as medidas devem ter um potencial de legitimação ainda mais importante na medida em que responderem a uma “demanda” São Pio V que transborda os meios tridentinos, emanando, certamente, de fiéis, mas principalmente de sacerdotes que desejam celebrar pelo menos ocasionalmente segundo a forma tradicional. É preciso adicionar que o projeto de Bento XVI de uma “reforma da reforma”, realizável sob diversas formas possíveis, é um projeto por si propício à existência de um “modelo antigo” que lhe sirva de estímulo e apoio.


[…] Dupla é a forma concreta que poderia então assumir a estruturação jurídica do rito tridentino:

  1. Aquela que poderíamos qualificar de “isenção São Pio V” (evocando a isenção dos religiosos, ou seja, sua considerável independência em relação aos bispos): ela justificaria, por um lado, o destino particular da Fraternidade São Pio X, cuja “reinserção” necessita, concretamente, em um primeiro momento, de um espaço jurídico muito autônomo, e, por outro lado, uma revalorização do agrupamento das diversas comunidades tridentinas existentes; » Padre Barthe (reproduzido em Catholica n°93 – p.124 e seg.)
  • Julho de 2006: lançamento de um "buquê" espiritual pelo Capítulo geral da FSSPX para que a Santíssima Virgem conceda a Ratzinger a "força" de "liberar" a missa.

« A Fraternidade São Pio X tem a intenção de apresentar ao Soberano Pontífice um buquê espiritual de um milhão de terços (sic) para o final do mês de outubro, mês do Rosário.

Os terços serão recitados pelas seguintes intenções:

  1. Obter do Céu para o papa Bento XVI a força (sic) necessária para que ele libere totalmente a Santa Missa de sempre, chamada de São Pio V.
  2. Pelo retorno da Realeza social de Nosso Senhor Jesus Cristo.
  3. Pelo triunfo do Coração Imaculado de Maria.

Portanto, é a uma verdadeira cruzada que o chamamos. Esta oração tantas vezes recomendada (…).

Recomendamos instamente que você comece sem demora a trazer rosas espirituais para o nosso buquê.

« Queremos também manifestar tanto às autoridades (sic) romanas quanto ao Céu, por meio dessa quantidade obviamente simbólica (sic), nossa vontade e **nossa determinação de "pagar o preço" (sic). »

  • Agosto a Outubro de 2006: intensa campanha midiática do padre Lorans no Dici.org e Nouvelles de Chrétienté pela oração do "buquê": « nova batalha de Lepanto », "buquê de Glycera", etc.
  • 12 de outubro de 2006: em Paris, na Rádio Courtoisie, interrogado pelo padre Lorans que tenta se justificar frente à denúncia de uma fraude do "buquê", Dom Fellay desmente e declara não ter sabido de nada desde meados de novembro de 2005, data de seu encontro com Castrillon Hoyos.
  • 21 de outubro de 2006: o padre Lorans no Dici.org descobre, fingindo surpresa, rumores de um Motu Proprio:

« O que pensar deste motu proprio anunciado pelos jornalistas há várias semanas? Trata-se de uma liberalização, isto é, de uma autorização mais ampla para celebrar a missa tradicional? Trata-se de uma liberação total: "A missa de sempre, em toda parte e para todos", como a Fraternidade São Pio X pede desde 2001? Difícil dizer até que o texto não seja publicado! E quando será essa publicação? Em novembro? Antes do Natal? Quem sabe? » Padre Lorans, 21 de outubro de 2006

As constatações:

  1. O projeto de Motu Proprio era conhecido e anunciado pelo Dr. Alcuin Reid e pelo padre Barthe (seu colega nesta operação da “reforma da reforma”) já no final de abril de 2006 na Inglaterra e em Paris.
  2. O padre Lorans, figura central do G.R.E.C., não o ignorava.
  3. O “buquê” foi, portanto, lançado para fazer acreditar aos fiéis e aos clérigos que o Motu Proprio viria do “Céu” que concederia a Ratzinger a “força” de “liberar” o rito.
  4. O padre Lorans conduziu uma intensa campanha midiática e de aparência muito piedosa para o “buquê”.
  5. Dom Fellay comprometeu sua autoridade na questão do “buquê” e declarou publicamente não ter tido conhecimento de nada antes do lançamento.

Nossas perguntas:

  • O padre Lorans informou Dom Fellay antes do lançamento do “buquê”?
  • Dom Fellay está mentindo?
  • Ou Dom Fellay foi enganado? E por quem?
  • O padre Barthe é quem está puxando as cordas?

[12] http://www.leforumcatholique.org/message.php?num=226737