8.2 - O PADRE BARTHE PROMOVE O ARTIFÍCIO DO FRONT COMUM RATZINGUÉRIEN-TRIDENTINO EM FUNDO ANGLICANO DA ‘REFORMA DA REFORMA’
Início da citação do VM de 5 de dezembro de 2006:
Para ilustrar o projeto de Ratzinger, tal como ele o entende, o padre Barthe recorre à imagem de uma « subida de dentro », aplicando-a prioritariamente à questão litúrgica:
« Se é verdade que a nova liturgia foi a transposição cultual da convulsão eclesiológica do evento Vaticano II, é claro que, ao contrário, a “subida de dentro” de que fala Bento XVI se manifesta, em primeiro lugar, por uma resacralização da liturgia. » Padre Barthe, 20 de novembro de 2006
E o padre Barthe afirma que Ratzinger buscaria o apoio das forças da Tradição católica para sustentá-lo em sua contestação ao Vaticano II:
« Um nó une dois elementos do pensamento ratzinguérien: de um lado, uma crítica implícita, sob a forma de “boa interpretação”, da reforma de Paulo VI, pelo menos tal como se desenvolveu na prática; e de outro lado, um desejo mais ou menos marcado de um “ecumenismo” em direção ao mundo tradicional, considerado como um conservatório da liturgia e da doutrina do “antes”. » Padre Barthe, 20 de novembro de 2006
Portadores de círios em uma “missa” anglicana inválida (Filadélfia 2006)
E, chegamos aqui ao verdadeiro objetivo do padre Barthe, trata-se de unir toda a Tradição católica, qualificada de « pólo tridentino », em torno de Ratzinger:
"Para dar uma nota “política”, direi que tudo leva os dois polos tridentino e ratzinguérien, embora muito desiguais em termos de importância numérica, não a fundir, mas a estabelecer um frente comum, tanto do ponto de vista da missão pastoral nas dioceses francesas em processo de desertificação, quanto do ponto de vista da liturgia." Padre Barthe, 20 de novembro de 2006
E o padre de Cacqueray apressa-se em apoiar esse “frente comum” dos polos tridentino e ratzinguérien junto com a obra de preservação do Sacerdócio de Monsenhor Lefebvre:
« Se a Fraternidade mudar de estratégia e adotar os acordos práticos, porque, afinal, essa é a questão, temos mais chances de conseguir a progressão da Tradição aceitando agora uma evolução canônica »
« A luta que travamos é a luta pela volta de Roma à sua Tradição »
« E, finalmente, é a única questão que nos importa, qual é a maneira de pôr fim a essa horrível crise da Igreja e que Roma recupere sua Tradição. » padre de Cacqueray, 27 de setembro de 2006
Mas qual será, portanto, o meio para o padre Barthe? Ele então promove a ideia da "reforma da reforma", e sugere o Motu proprio para a "liberalização" do rito de São Pio V:
« Certamente, se por um lado, em certos locais, paróquias, comunidades, a " reforma da reforma " avançar o suficiente para oferecer aos católicos ligados ao rito tridentino a possibilidade de participar de cerimônias, fazendo um espaço considerável para as formas tradicionais, e se, por outro lado, a liberalização do rito de São Pio V for bastante significativa, o movimento de transição seria consideravelmente acelerado. » Padre Barthe, 20 de novembro de 2006
O reverendo Chadwick se inscreve na mesma perspectiva e na dupla de uma extensão das facilidades concedidas ao “polo tridentino” em relação aos anglicanos do TAC. Para o reverendo Chadwick, o futuro documento do Motu proprio tão aguardado pelos padres Lorans e de Cacqueray, assim como por Monsenhor Fellay, simbolizará a “unidade na diversidade”.
« Conhecemos nossas fraquezas e nossas forças, e confiamos que a Igreja católica romana contemporânea irá assumir essas diferenças como com aqueles que se apegam à tradição tridentina. É somente hoje que a Igreja católica romana começa a conceber a unidade na diversidade, à evidência da possibilidade de que Bento XVI emita um documento para liberar o uso do rito pré-conciliar para aqueles que o desejam. É incrível que alguns bispos franceses não consigam tolerar a presença de dois ritos na Igreja, enquanto a missa chamada de Paulo VI não é uniforme entre duas paróquias de suas dioceses! As "glasnost" e "perestroika" que estão chegando à Igreja não podem senão encorajar os católicos anglicanos em nossa busca de unidade*. »* Reverendo Chadwick
Assim, vemos pela convergência, senão pela identidade dos discursos, quão significativo é o projeto do padre Barthe de reunir a Tradição católica (incluindo a FSSPX) em torno de Ratzinger, procede do mesmo modelo que o desenvolvimento da High Church e seu sucedâneo contemporâneo, o TAC, em relação à Comunhão Anglicana.
O pivô de tal estratégia (é por isso que foi sugerido a Monsenhor Fellay e ao padre de Cacqueray) é lançar-se no preliminar da “liberalização” do rito de São Pio V.
Vemos hoje a manifestação dessa implementação da estratégia do padre Barthe quando as autoridades da FSSPX lancam a impostura sacrílega do “bouquet” espiritual do milhão de terços ou durante o lançamento da operação DVD do “kit da missa tradicional” pelo padre de Cacqueray em 7 de dezembro de 2006.
Fim da citação do VM de 5 de dezembro de 2006[28]