OS CAMPOS CATALÁUNICOS
Vejamos, para começar, as circunstâncias da IMPLANTAÇÃO DA ÁRVORE REAL na Gália Galo-Romana e os Sinais Providenciais de que ela está rodeada.
Uma incontestável ASSINATURA DIVINA manifestou-se na Batalha dos CAMPOS CATALÁUNICOS em 451, batalha que durou 3 dias, nos dias 20, 21 e 22 de setembro. Foi na fronteira NORDESTE da atual cidade de Châlons-sur-Marne. Foi nesse local, e durante esses 3 dias, que o germe da Grande Árvore Real foi depositado na terra.
De um lado Átila, terrível Rei dos Hunos, que comandava um exército de 700.000 homens e que havia queimado 70 cidades. Ele pretendia ter encontrado uma ESPADA DIVINA com a qual combatia e, ao mesmo tempo, cúmulo da CONTRADIÇÃO, proclamava-se FLAGELO de DEUS. Do outro, Meroveu, Rei dos Francos, que comandava o exército franco acrescido de 2 contingentes: um fornecido por AÉCIO, general Romano, o outro por Teodorico, Rei dos Visigodos.
Os primeiros embates ocorreram em 20 de setembro de 451. A batalha fez furor durante todo o dia 21 de setembro. Continuou durante parte do dia 22 de setembro. No fim do dia 22 de setembro, Átila refugiou-se no meio de uma muralha de carros onde a cavalaria franca não pôde penetrar. Mas, já no dia seguinte, Átila começou sua retirada na direção do vale do Danúbio.
A VITÓRIA dos Francos foi evidente, para toda a Cristandade, mas sobretudo para a Gália. Ora (e é aqui que discernimos os primeiros MARCOS SOBRENATURAIS que guiarão nossa marcha), a batalha dos Campos Cataláunicos evidencia DOIS SINAIS, DOIS SINAIS de predestinação cristã. O PRIMEIRO SINAL nos é sugerido imperativamente pelas DATAS dos 3 Dias de batalha: 20, 21 e 22 de setembro. O SEGUNDO SINAL nos é sugerido pelo ano da batalha: 451 depois de Jesus Cristo.
Retomemos separadamente esses dois SINAIS. Vejamos primeiro o PRIMEIRO SINAL que inaugura o caminho sobrenatural que queremos seguir: a BATALHA trava-se, dizemos nós, nos dias 20, 21 e 22 de setembro.
São precisamente os DIAS ANIVERSÁRIOS da DECIMAÇÃO DA LEGIÃO TEBANA que ocorreu em AGAUNE, no Valais Suíço, no ano 298 de nossa era, sob o Reinado do Imperador DIOCLECIANO, durante a DÉCIMA e ÚLTIMA PERSEGUIÇÃO. Havia, portanto, 150 anos. O que é a LEGIÃO TEBANA?
- A Legião Tebana fora recrutada na Região de Tebas, no Egito. Era inteiramente cristã e comandada por São Maurício. Ora, a cidade de Tebas e seus arredores haviam sido evangelizados por São Mateus (cujo emblema é o homem alado). São Mateus Apóstolo e Evangelista, cuja festa cai precisamente em 21 de setembro, com vigília (pois é uma festa de Apóstolo) em 20 de setembro. É o Evangelho de São Mateus que começa com estas palavras: "Genealogia de Jesus Cristo Filho de Davi..." São Mateus é geralmente considerado o Evangelista de Jesus-Rei por toda sorte de razões que seria muito longo recordar aqui. São Mateus, evangelista de Jesus-Rei (de quem fornece a Genealogia real), pode, portanto, ser considerado, na História e na Geografia da Graça, como tendo suscitado a Legião Cristã de Tebas, já que está diretamente na origem do seu CRISTIANISMO.
Em 298 de nossa era, o comando militar romano, sob a pressão de DIOCLECIANO, exigiu que a legião tebana sacrificasse aos ídolos, e em particular ao do Imperador, como todos os habitantes do Império. Ora, a legião de São Maurício não se recusava a SERVIR MILITARMENTE o Imperador, e disso havia dado provas, mas não queria SACRIFICAR RELIGIOSAMENTE aos ídolos, coisa que, aliás, nunca lhe fora pedida. Seguiram-se negociações entre o comando militar Romano e São Maurício, que era o general desta legião de 6.600 soldados cristãos. São Maurício opôs aos administradores romanos esta fórmula que ficou célebre: "MALUMUS MORI INNOCENTES QUAM VIVERE NOCENTES" (Preferimos morrer inocentes a viver culpados).
O comando romano decidiu DIZIMAR A LEGIÃO até que os sobreviventes aceitassem a AÇÃO RELIGIOSA que se exigia deles. A Legião Tebana, forte de seus 6.600 homens, não se revoltou. Aceitou a decisão. Alinhou-se em ordem e executaram, nas fileiras, um legionário em cada dez. E como a calma determinação se mantinha, retomou-se uma nova rodada de dizimação. Nem um só legionário desertou. A operação durou 3 dias: 20, 21 e 22 de setembro do ano 298.
A festa de São Maurício e de seus companheiros mártires celebra-se em 22 de Setembro. De sorte que a batalha dos CAMPOS CATALÁUNICOS (quase 150 anos depois), iniciada na festa de São Mateus evangelista de Jesus-Rei, filho de Davi, terminou triunfalmente na festa de São Maurício e de seus companheiros mártires.
A CONCOMITÂNCIA DAS DATAS impressionou tanto os contemporâneos que, durante todo um período, a batalha dos "Campos Cataláunicos" foi chamada a BATALHA DOS CAMPOS MAURICIANOS.
Tal é o primeiro sinal, o primeiro marco, a primeira assinatura divina que começa a nos sugerir a ideia de que uma obra cristã de uma ordem particular estava ali em GESTAÇÃO.
E eis agora o SEGUNDO SINAL. É o Milésimo, é o ano da vitória. O que aconteceu, então, nesse ano, que se possa relacionar com os CAMPOS CATALÁUNICOS? 451 é o ano do CONCÍLIO DA CALCEDÔNIA, onde foi confirmada, pelo Magistério, a realidade da NATUREZA HUMANA de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, realidade da Natureza Humana que era contestada pelos MONOFISITAS. Os Monofisitas diziam que a NATUREZA HUMANA de Nosso Senhor Jesus Cristo fora apenas uma APARÊNCIA (uma ilusão). Jesus Cristo, segundo eles, tivera apenas uma natureza, a NATUREZA DIVINA. De modo algum, ensinou São Leão, Papa, no Concílio da Calcedônia: a NATUREZA HUMANA de Nosso Senhor Jesus Cristo não é uma ilusão e uma aparência, é uma REALIDADE terrestre e tangível.
É importante notar a CONCOMITÂNCIA das DUAS VITÓRIAS:
- a vitória espiritual de São Leão Magno (Leão significa Leão) mostrando a realidade da NATUREZA CARNAL de Nosso Senhor Jesus Cristo;
- e a Vitória temporal de Meroveu (outro Leão) no momento em que se implanta, de forma irremovível, na Gália a ÁRVORE REAL que devia encarnar a Lugar-Tenência temporal de Jesus-Rei, de Nosso Senhor Jesus Cristo ("Lugar-Tenência REAL").
A vitória de Meroveu nos Campos Cataláunicos faz, portanto, aparecer a AJUDA e o FAVOR DIVINOS:
- pelas festas litúrgicas de São Mateus e de São Maurício durante as quais ela foi conquistada;
- pelo ano 451 que a faz coincidir com uma vitória totalmente análoga sobre o Capítulo da Doutrina.
Há aí uma HARMONIA plena de ensinamentos e de encorajamentos para os Cristãos, mas HARMONIA que escapa, evidentemente, àqueles que não têm fé, e para quem uma festa litúrgica é uma CIRCUNSTÂNCIA sem VALOR.
Pode-se dizer que na batalha dos Campos Cataláunicos ocorreram os ESPONSAIS da Gália com a RAÇA dos Soberanos que lhe era destinada por Deus, DESTINADA e já DESIGNADA.
A futura esposa já estava "adornada das Graças divinas", pois fora cuidadosamente evangelizada desde os primeiros anos da era cristã, por São Lázaro, o amigo de Nosso Senhor Jesus Cristo, em Marselha onde desembarcara, por São Marcial, o enviado de São Pedro na parte sul do Loire, por São Dionísio, o enviado de São Paulo ao norte do Loire, e por uma multidão de discípulos como São Fronto, Santo Amador... etc... Por sua parte, o Futuro Esposo (o Rei Franco) acabara de demonstrar a força de seu braço e de mostrar que era capaz de defender sua esposa contra qualquer perigo.
É, portanto, nas planícies de Châlons-sur-Marne que se deve retornar para reencontrar a semente da ÁRVORE REAL.
Uma última prova da importância desta batalha, do que dizemos, nos é fornecida pelos próprios JACOBINOS. Quando o demônio, após muitos séculos, quis tirar vingança dessa implantação e proceder à abolição da monarquia francesa, que data ele escolheu? Ele escolheu o aniversário dos Campos Cataláunicos. A Sessão inaugural da CONVENÇÃO em 1792 ocorreu em 21 de setembro (festa de São Mateus). Foi nessa sessão inaugural que, por proposta do Abade Grégoire (padre constitucional), a monarquia foi abolida e a república proclamada. A Árvore Real foi CORTADA no aniversário do dia em que fora semeada. Depois disso, restava apenas processar o Rei e "assegurar-se de sua pessoa" (como se diz).