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CONCLUSÃO

É tempo de concluir nossa PRIMEIRA PARTE: "As Origens sobrenaturais da Monarquia francesa." Desde a Renascença, nossos historiadores humanistas, nossos universitários saídos da enciclopédia, do socialismo e da gnose para os mais recentes, não deixam de nos fazer notar os INÍCIOS SOLENES e ricamente significativos do IMPÉRIO ROMANO, o périplo de Eneias, a fundação do Lácio, a fundação de ROMA em 753 antes de Jesus Cristo por dois gêmeos amamentados por uma LOBA, que abrem um refúgio para os párias... Este simbolismo dos inícios de Roma não é certamente negligenciável. Pode-se mesmo ver aí o anúncio da revelação de DESÍGNIOS PROVIDENCIAIS, sobre os quais não temos que nos estender...

Mas o que é tudo isso em COMPARAÇÃO com os Campos Cataláunicos, sob a proteção dos 6.600 Mártires da Legião Tebana, de TOLBIAC com a intervenção miraculosa do Deus de Clotilde, de REIMS com o crisma celeste e esta profecia de São Remígio que se estende até o fim dos tempos, de Vouillé anunciado pela aparição do Sol dos Doutores, dos LIS designados pelo Anjo de Joye-en-Val e de tantos outros sinais que a história profana oblitera totalmente, mas que nem por isso são menos HISTÓRICOS.

Todos esses sinais de Eleição Divina, procura-se em vão na história da fundação de Roma. Há entre a fundação de ROMA, por mais rica que seja em simbolismo, e a fundação de REIMS, a diferença que há entre a NATUREZA e a GRAÇA, entre o humano e o divino, e para tomar uma comparação mais sensorial, entre o vinho pastoso dos mares quentes e o Champanhe que cintila, que cintila porque é ESPIRITUAL.

Objeta-se por vezes que Clóvis não foi o primeiro cristão que reinou. Claro. Antes dele, por exemplo, Constantino e Teodósio foram cristãos que reinaram. Mas não foram REIS CRISTÃOS. Clóvis é o primeiro REI CRISTÃO, isto é, o primeiro cristão que recebeu da Igreja a UNÇÃO REAL com o Crisma celeste, e é isso que funda seu DIREITO DE PRIMOGENITURA.

Mas então, dir-me-ão, tal PRIVILÉGIO deve obrigatoriamente acarretar, naqueles que dele são TITULARES, um ORGULHO DESMESURADO e, por conseguinte, uma tendência ao DESPOTISMO.

Pois bem, de modo algum: o PRIVILÉGIO, se vem verdadeiramente de Deus, engendra a HUMILDADE, e isso por duas razões CONVERGENTES:

  • pela experiência da PSICOLOGIA CRISTÃ, pode-se constatar que o PRIVILÉGIO não enrijece o homem, ele O FLEXIBILIZA, torna-o condescendente e benigno. Se o privilégio vem do Demônio, torna-o DURO e TIRÂNICO;
  • é Nosso Senhor quem escolhe as RAÇAS REAIS, a de Davi como a de Clóvis, e Ele as escolhe evidentemente como apresentando com Ele uma certa semelhança.

Ora, o que sabemos do Temperamento de Nosso Senhor? POUCA COISA. Senão que era MANSO e HUMILDE de Coração. As duas virtudes reais por excelência são, portanto, A MANSIDÃO e a HUMILDADE. Clóvis deu muitos exemplos de humildade. Conhecemos DOIS. Em Tolbiac, não se recusou a suspeitar dos DEUSES de seus PAIS e a invocar o Deus de sua esposa. Não é aí uma marca de orgulho que saibamos. Em Reims, não relutou quando São Remígio lhe pediu para CURVAR A CABEÇA e QUEIMAR o QUE SEUS PAIS HAVIAM ADORADO. Poucos homens são capazes disso.

Falam contra a verdade histórica aqueles que pretendem que nossos reis foram TIRANOS.