SÃO CARLOS MAGNO E SÃO CARLOS BORROMEU
A comparação não deixa de ser muito esclarecedora para compreender um e outro santo.
Dois São Carlos:
- o Borromeu
- o Magno.
Esses dois personagens têm entre si AFINIDADES [APPARENTEMENTS] que não carecem de interesse quando se gosta de seguir os caminhos da GRAÇA divina. Eles são AFINS [APPARENTÉS], pelo menos de três maneiras:
- por seu nome,
- por sua fidelidade Romana,
- por seu culto aos Santos.
Por que São Carlos Borromeu se chamou CARLOS?
São CARLOS BORROMEU era filho do Conde de Arona. E o Conde de Arona tinha um suserano que não era outro senão CARLOS QUINTO. Carlos Quinto era suserano de Arona como Duque de Milão.
O nome de CARLOS havia sido dado no Batismo a São Carlos Borromeu em honra ao suserano de seu Pai: Carlos Quinto.
CARLOS QUINTO havia sido batizado Carlos em memória de seu bisavô CARLOS, O TEMERÁRIO, Duque de Borgonha.
Carlos, o Temerário, tinha seu prenome de CARLOS, O BOM, Conde de Flandres.
Quanto a Carlos, o Bom, ele tinha seu prenome de Carlos Magno, que era, naquela época, o único SANTO do Calendário com o nome de Carlos.
Temos aí uma primeira AFINIDADE, um primeiro APADRINHAMENTO do Borromeu pelo Magno.
Uma SEGUNDA AFINIDADE aparece imediatamente. Ela pode parecer um pouco simplista talvez, mas Deus nos ensina mais frequentemente por sinais que são simples e caem sob o sentido.
O BORROMEU e o MAGNO são ambos BONS ROMANOS, como o fonema de "Borromeu" sugere fortemente. [Nota do tradutor: O autor sugere uma ligação fonética entre Borromée e Bon Romain, "Bom Romano"]
A
- Carlos Magno BOM-ROMANO (Estados da Igreja) Ele o foi pelo cuidado que teve em confirmar a DOAÇÃO DE PEPINO e em CONSOLIDAR ele mesmo o Poder Temporal dos Papas, assegurando-lhe, por longos séculos, o socorro da França.
- São Carlos Borromeu BOM-ROMANO. Ele o foi sendo a ALMA do Concílio de Trento, que restaurou a Sé Romana em toda a sua autoridade: doutrinal - sacramental - disciplinar.
B -
São Carlos Borromeu era bispo de Milão. Mas São Carlos Magno era rei de Milão e havia recebido a Coroa de ferro dos Reis Lombardos (Prego da Cruz).
São Carlos Magno e São Carlos Borromeu têm ainda um ponto em comum, que é o CULTO DOS SANTOS e as Honras Prestadas às Relíquias.
A - São Carlos Borromeu, no Concílio de Trento, demonstrou grande ardor em defender o CULTO DOS SANTOS contra a heresia protestante que proibia esse culto. Pois bem! Todos os Santos lhe renderam a glória que ele lhes havia rendido. São Carlos Borromeu foi canonizado:
- no dia de Todos os Santos;
- e sua festa é celebrada em 4 de novembro, na oitava de Todos os Santos.
B - São Carlos Magno destacou-se muito particularmente por seu CULTO das Relíquias e pelas honras prestadas aos Santos:
- os Livros Carolíngios são dedicados a defender o culto das IMAGENS contra o bispo Félix de Urgel, que renovava a heresia dos iconoclastas;
- Ele enriqueceu muitas Igrejas com Relíquias;
- as Vestes da Santíssima Virgem em Aix-la-Chapelle;
- as Cabeças dos apóstolos, Simão e Judas, em Saint Sernin de Toulouse;
- a
invençãodescoberta das relíquias de Santa Ana em Apt.
Ele empreendeu campanhas militares para pôr fim a profanações de túmulos de santos, por exemplo em Compostela. Ele também continuava a era das Cruzadas iniciada por seu avô Carlos Martel. Cruzadas cujo apogeu deveria ser a Libertação do Santo Sepulcro.
Assim, o BORROMEU é aparentado ao MAGNO pelo nome, pela boa Romanidade, pelo culto dos Santos.
O Borromeu assumiu, em muitos pontos, a sucessão do Magno, pois as obras de Deus se chamam e se relembram.