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DATA DA MORTE DE CARLOS MAGNO

Carlos Magno morreu em 28 de janeiro de 814. Era o sábado da 3ª semana após a Epifania.

Já notamos que Carlos Magno nasceu no tempo Pascal, sob a luz recém-acesa do Círio Pascal, fazendo dele um iluminador da Cristandade, por instituições materiais (não por pregações).

Ele morreu durante o tempo da EPIFANIA, tempo durante o qual a Igreja celebra a luz manifestada às Nações, a Luz reservada até então ao Povo eleito e que doravante se espalhará sobre as Nações da Gentilidade pagã.

Precisemos isso: o Evangelho do sábado da 3ª semana da Epifania (dia da morte de Carlos Magno) contém estas palavras:

"Muitos virão do Oriente e do Ocidente e terão lugar com Abraão, Isaac e Jacó, no Reino dos Céus". (Mt 8, 11)

A quem estas palavras poderiam se aplicar melhor do que ao Imperador Carlos Magno, graças a quem precisamente muitos vieram do Ocidente para tomar lugar, com Abraão, Isaac e Jacó, no Reino dos Céus?

A liturgia do dia de sua morte é o RESUMO de seus TRABALHOS APOSTÓLICOS em sua competência real e imperial. (Trata-se de dar à Fé instituições permanentes)

Mas o SIMBOLISMO do dia de sua morte não para aí. Ele continua sempre com o mesmo significado.

Carlos Magno morreu em seu 72º ano. Qual é o sentido do número 72? 72 é o número dos discípulos. E por que há 72 discípulos? Porque há 72 Nações. O Plano de Deus sobre a Gentilidade comporta 72 Nações. O Povo Eleito é dividido em 12 Tribos. A Gentilidade é dividida em 72 Nações. As 72 Nações aparecem no momento da Dispersão pós-Babel. O texto do Gênesis enumera os 72 patriarcas que foram os ancestrais das 72 Nações da Gentilidade¹.

E N.S.J.C. designou 12 Apóstolos para as 12 Tribos, 72 Discípulos para as 72 Nações.

Certamente o MALIGNO, o DESTRUIDOR DAS NAÇÕES, perturbou posteriormente esta ORDENANÇA (ou melhor, acreditou perturbá-la).

É impressionante constatar que o Imperador que fundou as primícias da Cristandade, isto é, da GENTILIDADE CRISTÃ, tenha precisamente recebido a COROA DE GLÓRIA em seu 72º ano.

Acabamos de ver o SIMBOLISMO que está incluído:

  • no NOME de Carlos Magno que faz dele um CERVO COROADO: ILUMINADOR
  • em seu LOCAL de nascimento que faz dele um IMPERADOR PACÍFICO
  • na DATA de seu nascimento que faz dele o LEGISLADOR da feudalidade e o PAI da ESCOLÁSTICA
  • na data de sua MORTE:

¹ "Houve por muito tempo 72 cardeais na Igreja. Havia 72 famílias no povo de Israel. Há 72 línguas no mundo". Abbé Maistre, Histoire des 72 disciples, p. 9.

"...muitos virão do Oriente e do Ocidente para tomar lugar com Abraão, Isaac e Jacó no Reino dos Céus".

Antes de abordar outra série de HARMONIAS PROVIDENCIAIS, tiremos primeiro uma pequena conclusão destes quatro primeiros parágrafos.

Vimos que o nome de Carlos Magno tem dois significados diferentes dependendo se escolhemos sua forma latina ou sua forma germânica. Em sua forma LATINA - CAROLUS -, ele evoca uma ideia de LUZ. Corresponde, consequentemente, ao ESPÍRITO DE CIÊNCIA.

  • a SABEDORIA une,
  • a INTELIGÊNCIA distingue,
  • a CIÊNCIA explica; ela dá uma explicação, uma justificação, portanto ela ILUMINA o entendimento. A Ciência nos ilumina sobre O QUE É O SERVIÇO DE DEUS.

Carlos Magno recebeu, portanto, um PRIMEIRO ESPÍRITO: O ESPÍRITO DE CIÊNCIA.

Em sua forma GERMÂNICA, o nome de Carlos Magno - KARL, evoca uma ideia de FORÇA. O espírito de força nos faz OPERAR o Serviço de Deus que a Ciência nos faz conhecer.

Para operar o Serviço de Deus, é preciso ter primeiro o CONHECIMENTO deste Serviço e, em seguida, a FORÇA de REALIZÁ-LO.

Carlos Magno é animado por estes DOIS ESPÍRITOS: 1

-
  1. o espírito de CIÊNCIA, segundo o qual ele é o PAI DA ESCOLÁSTICA;
  2. 2 -
  3. o espírito de FORÇA, segundo o qual ele é o IMPERADOR PACÍFICO, pois para manter a paz um Rei deve ser FORTE material e moralmente.

São precisamente esses dois espíritos - de ciência e de força - que se pede a Deus na oração chamada "ORAÇÃO DOS FRANCOS", que se encontra em certos missais do século VIII (anos 700), mas que certamente estava em uso no tempo de Carlos Magno. Esta oração dos Francos é uma extrapolação da Oração do Domingo na Oitava da Epifania - que ainda temos em nossos missais. Eis o texto:

"Acolhei, Senhor, com bondade, os votos de Vosso povo em oração, dando a cada um de VER o que deve fazer e a FORÇA de poder realizá-lo".

Desta oração, nossos antepassados das épocas merovíngia e carolíngia haviam tirado a "Oração dita dos Francos", que não está, ainda hoje, desprovida de poder:

"Deus Todo-Poderoso e Eterno, que, para servir de instrumento à Vossa divina vontade no mundo, e para o triunfo e a defesa de Vossa Santa Igreja, estabelecestes o império dos Francos, iluminai sempre e em toda parte seus filhos com Vossas divinas luzes, a fim de que vejam o que devem fazer para estabelecer Vosso reino no mundo e que, perseverando na caridade e na força, realizem o que tiverem visto que deviam fazer". Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei da França. Assim seja.

Este texto serve de conclusão à primeira série de harmonias providenciais que são observáveis DURANTE O CURSO do Reinado de Carlos Magno.

O Selo da predileção divina será colocado nas circunstâncias que acompanham SUA CANONIZAÇÃO.


¹ "Houve por muito tempo 72 cardeais na Igreja. Havia 72 famílias no povo de Israel. Há 72 línguas no mundo". Abbé Maistre, Histoire des 72 disciples, p. 9.