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Conclusão

Este relatório preliminar apenas enumerou problemas, esboçou métodos e anunciou estudos mais aprofundados. Assim, somos agora levados a frequentar a terrível zona de contato entre os dois exércitos inimigos, entre as duas "descendências".

É aqui que, através de um trabalho de esclarecimento, queremos desmascarar as artimanhas do adversário, perseverando assim na linha traçada por São Paulo quando escreveu aos Coríntios:

"Essas pessoas são falsos apóstolos, trabalhadores fraudulentos que se disfarçam de apóstolos de Cristo. E não é de admirar, pois até Satanás se disfarça de anjo de luz." II Coríntios 13-14

Não somos os primeiros, e aqueles que nos precederam nos deixaram métodos de investigação que se mostraram eficazes. No entanto, será necessário acrescentar algumas regras adequadas à fase atual do conflito em que nos encontramos.

O exército inimigo inicialmente infiltrou a sociedade civil; foi nesse campo de operações que nossos antecessores enfrentaram principalmente. Os critérios relacionados às formas dos organismos subversivos foram suficientes para eles; identificavam-nos pelas suas aparências externas, o que já era bastante eficaz. Se encontravam vestígios de iniciação ou Cabala, o organismo examinado era imediatamente considerado comprometido. É preciso reconhecer que, com esses critérios, não cometeram graves erros de avaliação no combate predominantemente político que travaram.

Hoje, a "contra-Igreja" invadiu a esfera religiosa e trabalha para misturar suas doutrinas e estruturas com as da Igreja; formou-se uma confusão inextricável. Se nossa ambição é esclarecer o campo de batalha, evitando armadilhas e disfarces, precisamos de regras de discriminação que vão além da essência das coisas, já que as formas tendem a se fundir.

Quanto à iniciação, o que diremos?

Se recusarmos qualquer forma de iniciação, estamos negando, ao mesmo tempo, o caráter incontestavelmente iniciático dos três Sacramentos da Igreja que imprimem um caráter na alma: o Batismo, a Confirmação e a Ordem.

Então, o que diremos para distinguir as boas iniciações das más? Perguntaremos: a qual mistério a iniciação dá acesso? É aos mistérios do Alto ou aos mistérios do Baixo? Um critério não apenas formal, mas essencial.

Quanto ao esoterismo, o que diremos ainda?

O que é repreensível não é esconder algo (São José escondeu com sucesso o nascimento milagroso de Jesus, tornando assim possível nossa Redenção), mas esconder o mal: é exatamente o que faz a contra-Igreja, cujo tesouro esotérico é o demônio, ocultando-se sob um ensinamento confuso.

Pelo contrário, o Tesouro esotérico da Igreja é Jesus, oculto na Santa Eucaristia e também nas obscuridades religiosas das Escrituras; da mesma forma, a Criação é o símbolo ou, mais precisamente, o cofre onde está guardada uma jóia, o Verbo Encarnado.

Quanto à Cabala, não deve ser rejeitada inteiramente: é necessário extrair dela a boa tradição patriarcal e mosaica; este trabalho se tornará particularmente necessário no dia em que, de acordo com as previsões de São Paulo, os judeus (pelo menos em parte) se converterem; eles devem recuperar essa parte do patrimônio que por tanto tempo permaneceu oculta.