ANEXO VI: O TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA
Gaude Maria virgo, cunctas hæreses sola _interemisti. Alegrai-vos Virgem Maria, vós sozinha destruístes todas as heresias. Missa Salve Sancta parens
De todos os inúmeros comentários feitos sobre a Revelação do terceiro segredo de Fátima, o do Padre Fabrice Delestre da Fraternidade São Pio X, publicado no boletim São João Eudes nº 56 (julho de 2000) do Padre Aulagnier, é o melhor documentado, o melhor construído e o mais convincente sobre a fraude vaticana:
João Paulo II, os cardeais Sodano e Ratzinger são mentirosos.
E, no entanto! Sua análise não vai longe o suficiente, não vai ao fundo. Vamos julgá-la.
A partir de documentos antigos sobre Fátima (particularmente das confidências da irmã Lúcia), ele nos prova que o texto está truncado e truncado no essencial, a saber, o anúncio de um castigo de ordem espiritual caindo sobre toda a Igreja (p. 5). Ele especifica esse castigo: PERDA DA FÉ. Examinando as palavras de Lúcia, em 26-12-1957, ele cita: O demônio está travando uma BATALHA DECISIVA COM A VIRGEM... ele sabe que os religiosos e os sacerdotes arrastam muitas almas para o inferno (p. 6). E ainda: Grave crise no interior da Igreja, até em seus mais altos cumes: o Papado! Ele lembra que o Cardeal Ratzinger em 1984 fazia referência ao Apocalipse de São João, concluindo (p. 8): essas profecias do Apocalipse não anunciam apenas uma luta material, física ou temporal dos inimigos de Deus contra a Igreja e os católicos, mas antes e acima de tudo, uma terrível luta espiritual visando à destruição da verdadeira fé em Deus e ao estabelecimento do reino universal da idolatria. Retraçando os trabalhos dos grandes especialistas, ele sublinha que todos falam de uma crise grandíssima do DOGMA DA FÉ. Ele demonstra o quanto essa manobra vaticana tem apenas um objetivo: a glorificação desmedida de João Paulo II (p. 16) e através dele a... glorificação do Concílio Vaticano II (p. 17). Apoiando-se em La Salette, ele conclui com esta passagem de São Paulo (Efésios 5, 8-11): Caminhai como filhos da luz... e não participeis das obras infrutíferas das trevas, mas antes condenai-as. Pois o que eles fazem em segredo, até mesmo se envergonha de dizer.
Então ele nos diz: eles nos mentem, eles nos enganam. Tudo o que ele diz é verdade.
Mas nada mais. Ponto final. É triste.
Isso é insuficiente, muito insuficiente, gravemente insuficiente para a defesa da fé, objeto desta mensagem da Santíssima Virgem Maria.
Aprendi com minha mãe uma oração que recito todas as manhãs há mais de cinquenta anos, e que parece cada vez mais desconhecida:
Meu Deus, creio firmemente em todas as verdades que Vós nos revelastes e que Vós nos ensinais por Vossa Igreja, porque, sendo a Verdade mesma, Vós não podeis nem vos enganar nem nos enganar.
Chama-se o ato de fé, e esse ato de fé me parece a primeira referência em toda a luta da fé.
Depois de ter repetido dezenas de milhares de vezes esse nem Vós vos enganar nem nos enganar, imaginem que eu acredito nele e mesmo que acredito FIRMEMENTE nele. E se eu voltar no tempo, parece-me que acredito nele desde sempre. Talvez seja porque meus pais também acreditavam firmemente nele? e que meus avós acreditavam nele? e que os verdadeiros católicos acreditam nele há muito tempo; e sempre firmemente.
Tenho a impressão de que essa oração é desconhecida em Écône; ou se alguns a conhecem, não acreditam nela; ou se alguns poucos acreditam nela, nenhum acredita FIRMEMENTE.
Pois esse nem Vós vos enganar nem nos enganar é um elemento capital do dogma da fé. É a primeira fórmula que se ataca para fazer perder a fé. Creio mesmo que é em toda época o marco para não perder a fé: o próprio da Igreja de Deus é nunca se enganar, nunca nos enganar. Nunca se duvida na Igreja Católica.
Desde Nosso Senhor Jesus Cristo até o Concílio Vaticano II, sempre vivemos na Verdade e desafiamos a nos provar um único engano da Igreja durante todo esse período.
Pelo contrário, desde o Vaticano II, somos enganados sem parar (sacramentos, ensino, vida, verdades, amigos, inimigos, etc., etc...). Sempre se duvida. Não é antes do Vaticano II que há problemas, é desde então.
E mais uma vez, essa revelação do terceiro segredo é um engano. E sobre algo essencial: uma mensagem da Santíssima Virgem Maria, a mensagem capital para nossa época. Não esqueçamos que nossa fé é nosso único verdadeiro tesouro: ela nos proporciona a vida eterna.
Quando vamos finalmente entender? Esta igreja que se engana e nos engana há mais de trinta anos não pode ser e não é a Igreja Católica. É um blasfêmia acreditar nisso: é apostatar. Pois é a igreja da mentira, é a igreja do enganador por excelência.
Mons. Lefebvre às vezes ensinava isso. Ele até era muito preciso ao chamar esses papas conciliares de antecristos. Ele morreu depois de repetir muitas vezes:
Não é possível que esses papas sejam os sucessores de Pedro.
Desde sua morte, seus discípulos não dizem mais isso. Eles preferem citar palavras menos firmes. Cada vez mais, eles até dizem o contrário. E eles entram no mesmo processo que a seita conciliar: eles nos enganam, eles mentem, pelo menos por omissão.
E ninguém reage. Todos os defensores (?) da Verdade acham normal serem enganados. Que escândalo! Achar-se da verdade e não denunciar esse estado contínuo de mentiras!
Dizer que essa revelação do terceiro segredo é uma falsificação, um engano, sem acrescentar que esse engano, seguido de mil enganos anteriores, não pode emanar de católicos, deveria despertar os fiéis para esse aspecto não católico de não ensinar toda a verdade.
Dizer que há uma luta contra a fé, ataque ao dogma da fé, perda da fé, sem designar os chefes, os métodos, as fases sucessivas das batalhas, pior, sem combater os verdadeiros inimigos da fé, é trair. Os inimigos não são desconhecidos, ocultos. Os chefes que destroem a fé se chamam João XXIII, Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II. Seu campo se chama a seita conciliar. Seus generais são os "cardeais", Ratzinger em primeiro lugar. Seus oficiais são os "bispos". Seus aliados, os Dom Gérard, os ralliés (acordistas), já não são do campo católico; pior, eles odeiam, como seus novos amigos, aqueles que querem manter e acreditar firmemente. Todos são nossos inimigos e devem ser denunciados como tais.
Mas à força de viver com a mentira, sem ter a coragem de denunciá-la bem, a Fraternidade reage da mesma forma, e seus chefes, suas tropas se tornam por sua vez mentirosos. É lamentável ter que dizer que eles se enganam e nos enganam cada vez mais. Mente-se muito nos meios da Tradição. Com a consequência inevitável de que eles também destroem a verdadeira Fé.
Sim, Senhores Padres Aulagnier e Delestre, vocês mentem.
Vocês mentem por não terem dito o que acabamos de escrever, e mentem gravemente por citarem apenas uma passagem truncada da mensagem de La Salette, omitindo o tão fundamental e explícito A IGREJA SERÁ ECLIPSADA. Essas três palavras os incomodam porque elas dizem tudo e confirmam o Gaude Maria virgo, cunctas hæreses sola interemisti.
A Igreja Católica é UMA. Acreditando e fazendo o que sempre foi acreditado e feito, não se pode ser enganado, não se pode se enganar.
De onde vem essa teologia que admite duas igrejas?
Que heresia ensinar que se pode ser católico opondo-se ao "papa"! escolhendo o que nos agrada no ensinamento dos papas conciliares!
Citemos Pio XII ("Vos omnes" 10/09/1957):
"Que, entre vós, não haja lugar para o orgulho do "livre exame", que remete à mentalidade heterodoxa mais do que ao espírito católico, e segundo o qual os indivíduos não hesitam em pesar ao peso de seu próprio julgamento mesmo o que vem da Sé Apostólica".
Objetar-se-á que não se faz um livre exame, mas que se examina o Magistério à luz da fé, e não à da própria razão: mas é precisamente aqui o absurdo, pois é o Magistério que é a regra próxima da fé, e não o contrário. Na Igreja Católica, Magistério e Tradição coincidem, e se, como hoje, eles se opõem, é um sinal evidente de que é um falso magistério.
A Igreja Católica é SANTA.
Que sociedade há entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão há entre a luz e as trevas? Que harmonia entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? (II Coríntios VI, 14-15)
Caminhai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda a bondade, justiça e VERDADE. Examinai o que é agradável ao Senhor; e não tomeis NENHUMA PARTE nas obras infrutíferas das trevas, mas antes CONDENAI-AS (Efésios V, 8-11).
É assim que se permanece católico.