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FIM DA ANTIGUIDADE, INÍCIO DA IDADE MÉDIA

Em 325 da nossa era, o Imperador Constantino, recentemente convertido, convoca o Concílio de Nicéia para decidir sobre a questão do arianismo. Trezentos bispos condenam a heresia de Ário e redigem a profissão de fé conhecida como Símbolo de Nicéia.

Em 381, o Imperador Teodósio convoca o Concílio de Constantinopla, que reitera a mesma condenação. Teodósio extirpa, em poucos anos, a heresia ariana dentro dos limites do Império Romano. Mas ela persiste na periferia.

O episódio final da história do arianismo merece ser contado. O último bispo ariano residente em Constantinopla deseja um dia administrar o batismo a um catecúmeno. Ele o faz pronunciando as palavras do ritual ariano:

"Eu te batizo em nome do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo".

A estas palavras, a água batismal desaparece completamente, deixando a piscina seca. A notícia desse milagre, rapidamente divulgada, reforça ainda mais a autoridade do Concílio.

Em 395, esse mesmo imperador Teodósio divide definitivamente o Império Romano entre seus dois filhos. Ele confia o Império do Ocidente a Honório, ainda criança, com residência em Roma. Ele atribui o Império do Oriente a Arcádio, com Constantinopla como capital. Essas duas metades do antigo império romano nunca mais serão reunidas. É o Império Romano do Ocidente que está destinado a desaparecer primeiro.

De fato, em 476, portanto, apenas um século após a decisão de Teodósio, o rei dos Hérulos, Odoacro, penetra em Roma e depõe o último sucessor de Honório, que levava o nome de Rômulo Augústulo, nome que lembra tanto o fundador de Roma quanto o primeiro imperador. Essa data marca o fim da Antiguidade e o início da Idade Média.

O Império do Oriente durará muito mais tempo. Ele desaparece em 1453 quando Maomé II destrona Constantino XI Paleólogo, último imperador do Oriente. Essa data marca o fim da Idade Média e o início dos tempos modernos.

Não era inútil relembrar sucintamente essas grandes decisões dos tempos históricos, antes de começar o relato de um evento que nos remeterá às nossas origens e, consequentemente, nos recordará nossa verdadeira identidade francesa e católica que tantos inimigos conspirados gostariam de nos fazer perder.

No momento em que Odoacro põe fim ao Império Romano do Ocidente, o jovem Clóvis tem dez anos e Clotilde é uma menina de um ano. Uma nova era política começa, à qual essas duas crianças vão imprimir a marca de Jesus Cristo.