O Segredo de Mélanie foi Censurado por Roma?
No Boletim da Diocese de Reims de 25 de Maio de 1912, o Cónego Frézet afirmava o seguinte:
"...Dizíamos de fato... que o tecido de grosserias e tolices publicado sob o título de Segredo de La Salette etc... ou de Segredo de Mélanie etc... tinha sido colocado no Index, em 7 de Junho de 1901 e em 12 de abril de 1907".
Sabendo que essas afirmações estavam erradas, o Marquês de la Vauzelle escreveu, em 6 de novembro de 1912, a Sua Eminência o Cardeal Luçon, Arcebispo de Reims. Por sua carta de 27 de novembro de 1912, Sua Eminência respondeu-lhe:
"...Os artigos do Boletim reproduzem bem o meu próprio sentimento".
E o Cardeal acrescentava que transmitia ao R. P. LEPIDI, Mestre do Sacro Palácio, Membro do Santo Ofício e do Index, as três questões colocadas pelo Marquês de la Vauzelle, para saber se as inserções no Index, cujas datas o Boletim de Reims fornecia, visavam o opúsculo de Mélanie ou apenas as obras em que era citado e comentado. Sua Eminência informava-lhe além disso:
"Assim que tiver a resposta do P. LEPIDI, se ele quiser responder-me, eu a farei chegar até você.
Em 19 de Dezembro de 1912, o Cardeal Luçon escreveu ao Marquês de la Vauzelle:
Senhor Marquês,
"Eis a resposta que recebo do R. P. LEPIDI às três questões colocadas em suas cartas de 6 e 25 de Novembro e 13 de Dezembro:
"Eis o que me foi dado recolher por informações sérias sobre o assunto do Segredo de La Salette perante as Congregações Romanas, INDEX e SANTO OFÍCIO:
1° O Segredo de La Salette nunca foi condenado de uma maneira direta e formal pelas Sagradas Congregações de Roma.
2° Dois livros do Sr. Gilbert-Joseph-Émile Combe foram condenados pelo Index:
Um em 1901: O GRANDE GOLPE COM SUA DATA PROVÁVEL, estudo sobre o Segredo de La Salette, acrescido da brochura de Mélanie e outras peças justificativas.
O outro livro em 1907: O SEGREDO DE MÉLANIE E A CRISE ATUAL.
Essas condenações dizem respeito direta e formalmente aos dois livros escritos pelo Sr. Combe e de modo algum ao Segredo. Peço a V. Ex.ª que aceite, etc...
Vaticano, 16 de Dezembro de 1912. Albert LEPIDI, O. P.
"Ao transmitir-lhe esta resposta, peço-lhe, Senhor Marquês, que aceite a expressão dos meus respeitosos sentimentos."
L. J. Card. Luçon, Arceb. de Reims6"
No número de 31 de Dezembro de 1915 dos "Acta Apostolicae Sedis" apareceu, COMO EMANANDO DO SANTO OFÍCIO em data de 21 de Dezembro de 1915, um "Decreto" não portando a assinatura de nenhum dos Cardeais dignitários ou membros da Sagrada Congregação, mas somente a do seu notário Louis Castellano, e, além disso, sem nenhuma menção de data, nem do voto do "Decreto" em reunião da Congregação do Santo Ofício, nem de sua apresentação à aprovação do Papa Bento XV...
Ora, é verdade que este "Decreto" proíbe "tratar e discutir a questão do Segredo de La Salette". Mas ele não porta absolutamente nenhuma censura, nem sobre o opúsculo de Mélanie, nem sobre o Segredo em particular, nem nenhuma proibição de o possuir, de o ler e de o difundir.
Este "Decreto" deixa, portanto, os católicos em gozo das altas autorizações conferidas ao opúsculo de Mélanie pelos Imprimatur primeiro do Cardeal RIARIO SFORZA, Arcebispo de Nápoles, depois de Mons. ZOLA, Bispo de Lecce; sem contar as aprovações dos Cardeais FERRIERI e GUIDI, e mesmo do Papa Leão XIII que, não somente aceitou por duas vezes o opúsculo de Mélanie a ele oferecido pela autora, mas ainda encarregou o Sr. Amédée NICOLAS, advogado em Marselha,
"de redigir uma brochura explicativa do Segredo inteiro a fim de que o público o compreenda bem".
ESTAS PÁGINAS FORAM ESCRITAS PARA A PURA VERDADE.
Romæ, die 6° Junii 1922.
Com a permissão da Autoridade eclesiástica
[6] A fotogravura deste documento se encontra na brochura Le Secret de la Salette et le Bulletin du diocèse de Reims, do Marquês de la Vauzelle.