Sobre o Juízo Final
(1º domingo do Advento)
Santo Cura D’Ars – São João Maria Vianney
Tradução: Luiz Guilherme
Sobre o Juízo Final
(1º domingo do Advento)
Santo Cura D’Ars – São João Maria Vianney
Tunc videbunt Filium hominis venientem cum
potestate magna et majestate.
“E então verão o Filho do homem vir sobre uma nuvem com grande poder e majestade.” (Lc XXI,27)
Já não é, meus irmãos, um Deus revestido das nossas enfermidades, escondido na obscuridade de um pobre estábulo, deitado numa manjedoura, cheio de opróbrio, esmagado pelo pesado fardo de sua cruz:[1] É um Deus revestido de todo esplendor de seu poder e de Sua Majestade que anuncia a Sua vinda pelos mais assustadores prodígios, isto é, pelo eclipse do sol, da lua, pela queda das estrelas e por toda uma perturbação da natureza.[2] Já não é um Salvador que vem com a mansidão de um cordeiro, para ser julgado pelos homens e redimi-los:[3] É um Juiz justamente irado, que julga os homens com todo o rigor de Sua Justiça.[4] Já não é um pastor caridoso que vem procurar suas ovelhas perdidas e perdoá-las:[5] É um Deus Vingador que vem separar para sempre os pecadores dos justos, subjugar os ímpios com a Sua mais terrível vingança e sepultar os justos em uma torrente de doçura.[6] Momento terrível, momento pavoroso, quando chegarás? Momento infeliz, ai! talvez dentro de algumas manhãs ouviremos os sinais anunciadores desse Juiz tão assustador para o pecador. Ó vós, pecadores, saí do tumulo de vossos pecados, vinde ao tribunal de Deus, vinde e aprendei como será tratado o pecador. O ímpio, neste mundo, parece querer ignorar o Poder de Deus, vendo os pecadores sem punição; chega mesmo a dizer: Não, não, não existe Deus nem Inferno; ou então: Deus não dá atenção ao que acontece na Terra. Mas esperaremos pelo julgamento, e nesse grande dia, Deus manifestará Seu Poder e mostrará a todas as nações que viu e contou todas as coisas.
Que diferença, meus irmãos, destas maravilhas que Ele realizou ao criar o mundo! Que as águas, diz o Senhor, reguem e fertilizem a terra; e desde esse exato momento as águas cobriram a terra e a tornaram fecunda.[7] Mas quando ele vier destruir o mundo, ordenará o mar que ultrapasse os seus limites, com uma impetuosidade apavorante, que envolverá todo o universo em sua fúria.[8] Quando Deus criou o céu, ordenou que as estrelas se prendessem ao firmamento. À sua voz, o sol iluminou o dia e a lua presidiu a noite.[9] Mas, nesse último dia o sol escurecerá e a lua e as estrelas não emitirão mais luz. Todas essas estrelas maravilhosas, cairão com um estrondo pavoroso.[10]
Que diferença, meus irmãos! Deus criou o mundo empregando seis dias; mas, para destruí-lo, bastará um piscar de olhos. Para criar um universo e tudo que ele contém, Deus não chamou nenhum espectador para tantas maravilhas; mas para destruí-los todos os povos estarão presentes, todas as nações confessarão que existe um Deus e que Ele é Poderoso. Vinde, ímpios galhofeiros, vinde, incrédulos refinados, vinde aprender ou reconhecer se existe um Deus, se Ele viu todas as vossas obras e se Ele é Todo-Poderoso! Oh meu Deus! como o pecador mudará sua linguagem nesse momento! Que arrependimento! Oh! Que arrependimento por ter perdido um tempo tão precioso! Mas não há mais tempo, tudo está acabado para o pecador, tudo é desespero! Oh! Quão terrível será esse momento! São Lucas nos diz que os homens definharão de pavor sobre as solas dos pés, pensando nos flagelos que lhes estão preparados.[11] Ai de mim!, meus irmãos, pode-se definhar de medo e morrer de pavor na expectativa de um flagelo infinitamente menor do que aquele que ameaça o pecador, e que certamente lhe acontecerá se continuar a viver no pecado.
Neste momento, meus irmãos, preparo-me para vos falar do julgamento ao qual todos compareceremos, para prestar contas de todo o bem e mal que fizemos, para receber nossa sentença definitiva para o Céu ou para o Inferno. Se um anjo vos viesse anunciar, da parte de Deus, que dentro de 24 horas todo o universo seria reduzido a fogo por uma chuva de fogo e enxofre; que começaríeis a ouvir o estrondo dos trovões, a fúria das tempestades derrubando vossas casas, os relâmpagos multiplicando-se de tal maneira que o universo não passaria de um globo de fogo; que o Inferno já vomitaria todos os seus réprobos, cujos gritos e clamores pudessem ser ouvidos em todos os cantos do mundo; que a única maneira de evitar todos esses infortúnios fosse deixar o pecado e fazer penitência; poderíeis meus irmãos, ouvir todos esses homens sem derramar torrentes de lágrimas e clamar misericórdia? Ó cegueira, ó desgraça incompreensível do homem pecador! Os males que vosso pastor vos anuncia são ainda infinitamente mais terríveis e dignos de arrancar vossas lágrimas, de dilacerar os vossos corações.
Ai! essas tão terríveis verdades serão as tantas sentenças que pronunciarão vossa condenação eterna. Mas a maior de todas as desgraças é que sois insensíveis a isso e continuais vivendo no pecado, e só reconhecereis vossa loucura quando não houver mais remédio. Apenas um momento, e esse pecador, que viveu tranquilamente no pecado, será julgado e condenado; apenas um momento, e ele levará o seu arrependimento para a eternidade. Sim, meus irmãos, seremos julgados, nada é tão certo; sim, seremos julgados sem misericórdia;[12] sim, seremos eternamente arrependidos por termos pecado.
1 – Lemos na Sagrada escritura, meus irmãos, que toda a vez que Deus quer enviar algum flagelo ao mundo ou à Sua Igreja, sempre o precede de algum sinal para começar a aterrorizar os corações e leva-los a se dobrar à Sua Justiça.[13] Querendo fazer perecer o universo por um dilúvio, a arca de Noé, que levou cem anos para ser construída, foi um sinal para levar os homens à penitência, sem a qual todos pereceriam.[14] O historiador Josefo, nos conta que, antes da destruição da cidade de Jerusalém, apareceu durante muito tempo um cometa em forma de cutelo, que causou consternação em todo mundo.[15] Todos se diziam: ai de mim! o que esse sinal significa? talvez seja alguma grande desgraça que Deus nos enviará. A lua permaneceu por oito noite sem iluminar; as pessoas pareciam já incapazes de viver. De repente apareceu um homem desconhecido, que durante três anos não fez outra coisa senão gritar pelas ruas de Jerusalém, dia e noite: ai de Jerusalém! Ai de Jerusalém!... eles o pegaram, bateram nele com varas para o impedi-lo de gritar; nada o deteve. Depois de três anos ele exclamou: ah! ai de Jerusalém; ah! ai de mim! Uma pedra atirada por uma maquina caiu sobre ele e o esmagou instantaneamente.[16] Então todos os males com que esse estranho havia ameaçado Jerusalém se abateram sobre ela. A fome era tão grande que as mães chegavam ao ponto de matar seus filhos para deles se alimentar. Os habitantes, sem saber por quê, degolavam-se uns aos outros; a cidade foi tomada e como que destruída; as ruas e as praças estavam todas cobertas de cadáveres; o sangue fluía como rios; os poucos que salvaram suas vidas foram vendidos como escravos.[17]
Mas, como o dia do julgamento será o dia mais terrível e mais assustador que já existiu, será precedido por sinais tão assustadores que farão o terror penetrar nas profundezas dos abismos. Nosso Senhor nos diz que, nesse momento infeliz para o pecador o sol não dará mais luz, a lua será como uma massa de sangue e as estrelas cairão do céu. O ar estará tão cheio de relâmpagos que estará em chamas, e ouvir-se-ão trovões cujo barulho será tão grande que os homens definharão de pavor sobre as solas dos pés. Os ventos serão tão impetuosos que nada lhes poderá resistir. Árvores e casas serão arrastadas para o caos do mar; o próprio mar ficará tão agitado pelas tempestades que suas ondas subirão até quatro côvados acima das montanhas mais altas, e descerão tão baixo que os horrores do Inferno serão vistos; todas as criaturas, mesmo as inanimadas, parecerão querer aniquilar-se para evitar a presença de seu Criador, quando virem o quanto os crimes dos homens contaminaram e desfiguraram a Terra. As águas dos mares e dos rios ferverão como óleo nos braseiros; as árvores e as plantas vomitarão torrentes de sangue; os terremotos serão tão grandes que se verá a terra se abrindo por todo lado; a maior parte das árvores e dos animais será destruída, os homens que sobrarem estarão como loucos, as rochas e as montanhas desmoronarão com uma fúria terrível. Depois de todos esses horrores, um fogo se acenderá nos quatro cantos do mundo, mas um fogo tão violento que queimará pedras, rochas e terra como se fossem um fio de palha atirado numa fornalha. Todo o universo será reduzido a cinzas; A Terra manchada por tantos crimes deve ser purificada pelo fogo que será aceso pela ira do Senhor, de um Deus justamente irado.
Depois, meus irmãos, que essa Terra coberta de tantos crimes for purificada, Deus enviará seus anjos que tocarão trombetas nos quatro cantos do mundo e dirão a todos os mortos: levantai-vos, mortos, saí de vossos túmulos, vinde e comparecei ao julgamento. Então todos os mortos, bons e maus, justos e pecadores, retornarão as mesmas formas que tinham antes, o mar vomitará todos os cadáveres encerrados com seu caos , a terra devolverá todos os corpos sepultados durante tantos séculos em seu seio. Depois dessa revolução, todas as almas dos santos descerão do Céu radiantes de glória, e cada alma se aproximará de seu corpo bendizendo-o milhares e milhares de vezes. Vem, dir-lhe-á ela, vem, companheiro dos meus sofrimentos; se trabalhaste para agradar a Deus, se fizeste tua felicidade consistir em sofrimento e lutas, oh! quantos bens nos estão reservados! Há mais de mil anos desfruto dessa felicidade; oh! que alegria a minha vir anunciar-vos tantos bens que nos estão preparados para a eternidade. Vinde, olhos benditos, que tantas vezes estivestes fechado à vista de objetos impuros, por medo de perder a graça de vosso Deus; vinde ao Céu, onde vereis somente belezas que jamais se veriam neste mundo. Vinde, meus ouvidos, que abominastes palavras e discursos impuros e caluniosos; vinde e ouvireis no Céu esta música celestial que vos lançará em contínuo êxtase. Vinde, meus pés e minhas mãos, que tantas vezes trabalhastes para aliviar os infelizes; passaremos nossa eternidade neste lindo Céu, onde veremos nosso bondoso e caridoso Salvador que tanto nos amou. Ah! vereis aquele que, tantas vezes, veio descansar em vosso coração. Ah! lá veremos aquela mão ainda tingida do sangue de nosso divino Salvador, pela qual mereceu para nós tanta alegria. Finalmente, o corpo e a alma dos santos se bendirão milhares e milhares de vezes por toda a eternidade.[18]
Depois de todos os santos terem retomados seus corpos radiantes de glória, todos de acordo com as boas obras e as penitências que fizeram, aguardarão com prazer o momento em que Deus revelará à face de todo o universo todas as lágrimas, todas as penitências, todo o bem que terão realizado durante a sua vida sem omitir nenhuma só, nem um sequer, já todos felizes com a felicidade do próprio Deus. Esperai, dir-lhes-á o próprio Jesus Cristo, esperai; quero que o universo inteiro veja com quanto prazer trabalhastes. Os pecadores endurecidos, os incrédulos, diziam que Eu era indiferente a tudo o que fazíeis por mim; mas hoje vou mostrar-lhes que vi e contei todas as lágrimas que derramastes nas profundezas dos desertos; hoje vou mostrar-lhes que estive ao vosso lado no patíbulo. Vinde, todos vós, e comparecei diante destes pecadores que me desprezaram e ultrajaram, que ousaram negar que Eu existo, que Eu os vi. Vinde, meus filhos, vinde, meus amados, e vereis como tenho sido bom, quão grande tem sido meu amor por vós.[19]
Contemplemos, meus irmãos, por um momento, esse número infinito de almas justas retornando aos seus corpos e os fazendo semelhantes a belos sóis. Vereis todos os mártires com a palma na mão. Vereis todas as virgens com a coroa da virgindade em suas cabeças. Vereis todos os Apóstolos, todos os sacerdotes; tantas almas quanto salvaram, tantos raios de glória com que são embelezados. Meus irmãos, todos dirão a Maria, a Virgem Mãe: vamos unir-nos Àquele que está no Céu para dar novo brilho às Vossas belezas.[20]
Mas não, um momento de paciência; fostes desprezados, caluniados e perseguidos pelos ímpios; é justo, antes de entrardes, neste reino eterno, que os pecadores venham fazer-vos uma reparação honrosa.
Mas, terrível e assustadora revolução! ouço a mesma trombeta clamando para os réprobos que saiam do inferno. Vinde, pecadores, carrascos e tiranos, dirá Deus, que vos quis salvar a todos; vinde, comparecei ao tribunal do Filho do homem, Aquele de quem tantas vezes ousastes persuadir-vos de que não vos via nem ouvia! Vinde e aparecei, pois tudo que fizestes será manifestado diante de todo o universo. Então o anjo gritará: abismos dos infernos, abri vossas portas! vomitai todos esses réprobos! seu Juiz os chama. Ah! momento terrível! todas essas infelizes almas réprobas, horríveis como demônios, emergirão do abismo, irão, desesperadas, em busca de seus corpos. Ah! momento cruel! assim que a alma entrar em seu corpo, esse corpo experimentará todos os rigores do Inferno. Ah! esse corpo maldito, essas almas malditas se amaldiçoarão milhares e milhares de vezes. Ah! corpo amaldiçoado, dirá a alma a seu corpo que rolou e se arrastou na lama de suas impurezas; há mais de mil anos sofro e ardo no Inferno. Vinde, olhos malditos, que tantas vezes vos deleitastes em lançar olhares desonestos sobre vós mesmos ou sobre os outros, vinde ao Inferno contemplar os mais horríveis monstros. Vinde, ouvidos malditos que tanto deleite tivestes nas palavras dos discursos impuros, vinde eternamente ouvir os gritos, os uivos e os rugidos dos demônios. Vinde, língua maldita e boca maldita, que tantas vezes destes beijos impuros e que nada poupastes para satisfazer vossa sensualidade e vossa gula; vinde para o Inferno, onde tereis apenas o fel dos dragões como alimento. Vem, corpo maldito, que tanto procurei agradar; vem, e jazerás por toda a eternidade em um lago de fogo e enxofre, aceso pelo Poder e pela Ira de Deus. Ah! quem poderá compreender e nos descrever às maldições que o corpo e a alma vomitarão um sobre o outro por toda a eternidade?
Sim meus irmãos, aqui estão todos os justos e réprobos que retomaram a sua forma anterior, ou seja, seus corpos como os vemos agora, a espera do seu Juiz, mas um Juiz justo e sem compaixão, para punir ou recompensar, segundo o bem e o mal que tivermos feito. Eis que Ele vem, sentado num trono, cheio de glória, rodeado por todos os anjos; o estandarte de Sua Cruz irá diante dEle. Os condenados vendo seu Juiz – ah! o que digo? – contemplando Aquele que viam somente querendo lhes obter a felicidade do Paraíso e que, malgrado dEle, condenaram-se, gritarão: montanhas, esmagai-nos, arrancai-nos da face do nosso Juiz; pedras, caí sobre nós; ah! por piedade, precipitai-nos aos infernos![21] Não, não, pecador, vai em frente e vai prestar contas de toda a tua vida. Vai em frente, infeliz, que tanto desprezaste um Deus tão bom. Ah! meu Juiz, meu Pai, meu Criador, onde estão meu pai e minha mãe que me amaldiçoaram? Ah! quero vê-los; ah! quero pedir-lhes o Céu que me deixaram perder. Meu pai e minha mãe, fostes vós que me amaldiçoastes; sois vós a causa de minha desgraça. Não, não, vai ao tribunal do teu Deus, tudo está perdido para ti. Ah! meu Juiz! Gritou a jovem, onde está aquele libertino que me roubou o Céu? Não, não, segue em frente! não há mais ajuda... estás condenada. Não há mais esperança para ti; sim, estás perdida! Sim, tudo está perdido, pois perdeste tua alma e teu Deus. Ah! quem poderá compreender a desgraça de um condenado que verá diante de si, isto é, do lado dos santos, um pai ou uma mãe radiante de glória e destinado ao Céu, e se verá reservado ao Inferno! Montanhas, dirão estes réprobos, eliminai-nos; ah! por piedade, caí sobre nós! Ah! portões do abismo, abri-vos para nos esconder! Não, pecador, tu sempre desprezaste meus mandamentos, mas hoje quero mostrar-te que Sou teu Mestre. Aparece diante de mim com todos os teus crimes dos quais tua vida é apenas um tecido. Ah! é então, diz-nos o profeta Ezequiel, que o Senhor pegará esse grande pergaminho milagroso, onde estão escritos e registrados todos os crimes dos homens.[22] Quantos pecados nunca apareceram diante dos olhos do universo e estão prestes a aparecer! Ah! tremei, vós que, talvez por 15 ou 20 anos, acumulastes pecado sobre pecado. Ah! ai de vós!
Então, Jesus Cristo, com o livro das consciências nas mãos, chamará a todos os pecadores para convencê-los de todos os pecados que cometeram ao longo de suas vidas, com uma terrível voz de trovão. Vinde, impudicos, dir-lhes-á Ele, aproximai-vos e lede dia por dia; eis todos estes pensamentos, que macularam vossa imaginação, eis todos estes desejos vergonhosos que corromperam vosso coração; lede e contai vossos adultérios; eis o lugar, a hora que os cometestes, eis a pessoa com quem pecastes; lede toda a vossa indolência e lubricidade,[23] lede e contai quantas almas perdestes, que me eram tão caras. Já se passaram mais de mil anos desde que vosso corpo estava podre e vossa alma no Inferno, e vossa libertinagem ainda arrastava almas para o Inferno. Vede esta esposa que perdestes, vede este marido, estes filhos e estes vizinhos! todos exigem vingança, todos vos acusam de os terdes perdido, e que, sem vós, iriam para o Céu. Vinde, moças mundanas, instrumentos de Satanás, vide e lede todos estes cuidados e estes tempos que empregastes para vos adornardes; contai o número de pensamentos e desejos malignos que destes aqueles que vos viram. Vede todas as almas gritando que fostes vós quem as perdestes. Vinde, caluniadores, semeadores de notícias falsas, vinde ler; eis onde estão escritas todas as vossas calúnias, vossos escárnios e vossas trevas; eis todos os problemas que causastes, todas as perdas e todos os males dos quais vossa língua maldita foi a causa primeira.
Ide, infelizes, ouvir no Inferno os pavorosos gritos e uivos dos demônios. Vinde, avarentos malditos, lede e contai este dinheiro e estes bens perecíveis aos quais apegastes vosso coração, desprezando vosso Deus, e pelos quais sacrificastes vossa alma. Esquecestes vossa dureza para com os pobres? Ei-la, lede e contai. Eis vosso ouro e vossa prata, pedi-lhes ajuda agora, dizei-lhes que vos tirem das minhas mãos. Ide, malditos, chorar de fome nos infernos. Vinde, vingativos, lede e vede tudo que dissestes para prejudicar o vosso próximo; contai todas essas injustiças, contai todos esses pensamentos de ódio e de vingança que alimentastes em vossos corações; ide, infelizes, para o Inferno. Fostes rebeldes; meus ministros vos disseram mil vezes, que se não amasseis vosso próximo como a vós mesmos, não haveria perdão para vós. Afastai-vos de mim, malditos, ide para o Inferno, onde sereis vitimas da minha ira eterna, onde aprendereis que a vingança é somente para Deus. Vem, vem, bêbado, olha, eis uma taça de vinho e até um pedaço de pão que arrancaste da boca de tua mulher e de teus filhos; eis todos os teus excessos, tu os reconheces? São realmente os teus, ou os do teu próximo? Eis o número de noites e de dias que passastes em cabarés, domingos e feriados; eis aqui, até a última, as palavras desonestas que dissestes na tua embriaguez; eis todas as pragas, todas as imprecações que vomitaste, estes são todos os escândalos que causaste à tua esposa, aos teus filhos e aos teus próximos. Sim, escrevi tudo e contei tudo. Vai, infeliz, embriagar-te nos infernos com o fel da minha ira. Vinde, comerciantes, trabalhadores, seja qual for vossa condição; vinde, prestai-me contas até o último óbolo[24] de tudo que comprastes e vendestes; vinde, examinemos juntos se vossas medidas e vossas contas estão em conformidade com as minhas. Eis, comerciantes, o dia em que enganastes esta criança. Eis o dia que cobrastes duas vezes pela mesma coisa. Vinde, profanadores dos sacramentos, eis todos os vossos sacrilégios, todas as vossas hipocrisias. Vinde, pais e mães, prestai-me contas destas almas que vos confiei; prestai-me contas de tudo que vossos filhos e empregados domésticos fizeram; eis o número de vezes que lhes destes permissão para frequentarem lugares e companhias que os levaram a pecar. Eis todos os maus pensamentos e maus desejos que vossa filha causou; eis os abraços e outras ações infames; eis todas as palavras impuras que vosso filho falou. Mas, Senhor, dirão os pais e as mãe, não ordenei isso a ele. Não importa, dir-lhes-á o Juiz, os pecados dos teus filhos são teus. Onde estão as virtudes que os fizestes praticar? Onde estão os bons exemplos que lhes deste ou as boas obras que os obrigaste a fazer? Ai! o que será desses pais e dessas mães que veem seus filhos, uns indo dançar, outros indo aos jogos e cabarés, e que vivem em paz! Ó meu Deus, que cegueira! Oh! de que crime serão acusados nesses momentos terríveis? Oh! que pecados ocultos serão revelados a todo o universo! Oh! abismos profundos do Inferno, abri-vos para engolir estas multidões de réprobos que viveram apenas para ultrajar a Deus e se condenar!
Mas, perguntareis, de nada nos servirão todas as boas obras que fizemos? Estes jejuns, penitencias, esmolas, estas comunhões, estas confissões, serão assim sem recompensa? Não, dir-vos-á Jesus Cristo, todas as vossas orações eram rotineiras, vossos jejuns eram hipocrisias, vossas esmolas eram vanglórias; vosso trabalho não tinham outro objetivo senão a avareza e a ganancia; vossos sofrimentos eram acompanhados apenas de queixar e murmúrios; não tive nada a ver com o que fizestes. Além disso, recompensei-vos com bens temporais, abençoei vosso trabalho, dei fertilidade aos vossos campos e enriqueci vossos filhos; ao pouco bem que fizestes dei toda a recompensa que dele poderíeis esperar.[25] Mas, dir-nos-á Ele, vossos pecados ainda vivem, e viverão para sempre diante de mim. Ide, malditos, para o fogo eterno, preparado para todos aqueles que me desprezaram durante suas vidas.[26]
Sentença terrível, mas infinitamente justa. O que poderia ser mais justo! Um pecador que, durante toda a sua vida, nada fez senão rolar no crime, apesar das graças que o Bom Deus lhe apresentava para dele sair! Vedes aqueles ímpios que zombavam de seu pastor, que desprezavam a palavra da vida, que ridicularizavam o que o seu pastor lhes dizia? Vedes aqueles pecadores, que se orgulhavam de não ter religião, que zombavam daqueles que a praticavam? Vedes aqueles maus cristãos que tantas vezes tinham horríveis blasfêmias nos lábios, que diziam que já achavam o pão muito bom e que não precisavam da confissão?[27] Vedes aqueles incrédulos que nos diziam que uma vez mortos, tudo acabou? Vedes o seu desespero, ouvi-los confessar sua impiedade, clamar por misericórdia? Mas está tudo acabado, tendes apenas o Inferno para compartilhar. Vedes esse homem orgulhoso que zombava e desdenhava de todos? Vedes que ele tem o coração arruinado condenado para a eternidade sob os pés dos demônios? Vedes este incrédulo que dizia não haver nem Deus nem Inferno? Vede-lo confessar diante de todo universo que existe um Deus que o julga e um Inferno onde será jogado para nunca mais sair? É verdade que Deus dará liberdade para que todos os pecadores apresentem suas razões e desculpas para se justificarem, se puderem. Mas, ai! o que pode dizer um criminoso que nada vê além de crime e ingratidão? Ai, tudo o que um pecador pode dizer nesse momento infeliz servirá apenas para mostrar ainda mais sua impiedade e ingratidão.
Isso, meus irmãos, é sem dúvida o que será mais assustador nesse momento terrível; será quando percebermos que Deus nada poupou para nos salvar; que compartilhou conosco os méritos infinitos de Sua morte na Cruz; que nos fez nascer no seio da Sua Igreja; que nos deu pastores para nos mostrar e ensinar tudo o que devíamos fazer para sermos felizes. Ele nos deu os sacramentos para nos ajudar a recuperar Sua amizade sempre que a tivéssemos perdido, não colocou limites ao número de pecados dos quais queria nos perdoar; se o nosso retorno foi sincero, temos a certeza do nosso perdão. Ele esperou por nós durante muitos anos, embora só vivêssemos para insultá-lo; Ele não queria nos perder, ou melhor, queria absolutamente nos salvar; e nós não queríamos! Somos nós mesmos que com os nossos pecados, forçamo-lo a proferir uma sentença de reprovação eterna contra nós. Ide, filhos malditos, ide encontrar aquele a quem imitastes; de minha parte não vos reconheço, exceto para esmaga-los com toda a fúria da minha ira eterna.
Vinde, diz-nos o Senhor, por meio de um dos seus profetas; vinde, homens, mulheres, ricos e pobres, pecadores, quem quer que sejais, qualquer que seja vosso estado e condição; dizeis todos juntos, dizei vossas razões e eu direi as minhas.[28] Entremos no julgamento, pesemos tudo pelo peso do Santuário. Ah! momento terrível para um pecador, que, de qualquer lado que olhe para a sua vida, vê apenas pecado e nada de bom. Meu Deus! o que será dele! Neste mundo, o pecador sempre tem alguma desculpa a alegar por todos os pecados que cometeu; ele leva até seu orgulho ao tribunal da penitência, onde deveria comparecer apenas para se acusar e se condenar. Para alguns, é a ignorância; para outros, as tentações demasiadas violentas; finalmente, para outros, as ocasiões e os maus exemplos: essas são, todos os dias, as razões que os pecadores dão para esconder a escuridão de seus crimes. Vinde, pecadores orgulhosos, vejamos se vossas desculpas serão bem recebidas no dia do julgamento, e explicai-vos Àquele que tem a tocha na mão, que viu tudo, tudo contou e tudo pesou. Vós não sabíeis, dizeis, que isso era um pecado! Ah! infeliz, dir-vos-á Jesus Cristo, se tivésseis nascido entre nações idolatras que nunca ouviram falar do Deus Verdadeiro, ainda poderíeis desculpar-vos um pouco pela vossa ignorância; mas vós, cristãos, que tivestes a felicidade de nascer no seio da minha Igreja, de ter sido criado no centro da luz, vós, a quem falamos da vossa felicidade eterna? Desde a infância vos ensinaram tudo o que era preciso fazer para obtê-la; vós, que nunca deixastes de ser instruído, exortado e repreendido, ousais pedir desculpa pela vossa ignorância? Ah! infeliz, se viveste na ignorância, foi porque não quisestes vos educar; foi porque não quisestes aproveitar as instruções, ou as evitastes. Ide, infeliz! ide lá, vossas desculpas só vos tornam mais dignos de maldições! Ide, filho maldito, para o Inferno, e lá ardei com vossa ignorância.
Mas, dirá outro, minhas paixões eram muito fortes, e minha fraqueza, muito grande. Mas o Senhor lhes dirá: já que Deus foi tão bom em dar-vos a conhecer vossas fraquezas, e se vossos pastores vos disseram que tínheis de vigiar continuamente por vós mesmos e mortificar-vos se as quisésseis domar, por que fizestes o contrário? por que vos preocupastes tanto em satisfazer vossos corpos e vossos prazeres? Deus vos fez conhecer vossa fraqueza e vós sempre caístes? Por que não voltastes para Deus para pedir-Lhe Sua graça? Por que não ouvistes vossos pastores que constantemente vos exortavam a pedir as graças e as forças necessárias para derrotardes o demônio? Por que tivestes tanta indiferença e desprezo pelos sacramentos, onde tínheis tanta graça e força para fazer o bem e evitar o mal? Por que tantas vezes desprezastes a palavra de Deus que vos teria guiado no caminho que deveríeis seguir para ir até Ele? Ah! pecadores ingratos e cegos, todos esses bens estavam a vossa disposição, podíeis tê-los utilizados como tantos outros. O que fizestes para evitar cair no pecado? É que rezastes apenas por rotina ou hábito. Ide, infeliz! quanto mais conhecíeis vossa fraqueza, mais deveríeis recorrer a Deus, que vos teria apoiado e ajudado a realizar a vossa salvação. Ide, maldito, sois ainda mais criminoso.
Mas há tantas ocasiões para pecar, dirá outro. Meu amigo, conheço três tipos de ocasiões que nos podem levar ao pecado. Todos os estados têm seus perigos. Digo que existem três tipos: aquelas a que estamos necessariamente expostos pelos deveres do nosso estado, aquelas que encontramos sem as procurar e aquelas que nos comprometemos sem necessidade. Se aquelas em que nos comprometemos sem necessidade não nos servirão de desculpa, não procuraremos desculpar um pecado com outro pecado. Ouvistes uma canção ruim, dizeis vós; ouvistes uma maledicência ou uma calunia, e por que fostes a esta casa ou a esta companhia? Por que conviveis com pessoas sem Religião? Não sabeis que quem se expõem ao perigo é culpado e nele perecerá? Aquele que cai sem se expor levanta-se imediatamente, e sua queda o torna ainda mais vigilante e mais sábio. Mas não vedes que Deus, que nos prometeu seu socorro em nossas tentações, não nos prometeu isso quando temos a temeridade de nos expor? Ide, infelizes procurastes a própria perdição; mereceis o Inferno que está reservado para pecadores como vós.
Mas, dir-me-eis vós, temos continuamente maus exemplos diante de vossos olhos. Tendes maus exemplos que desculpa frívola! Se tendes os maus, não tendes também os bons? Por que não seguistes os bons em vez dos maus? Quando vistes aquela jovem indo À Igreja, à mesa sagrada, por que não a seguistes, ao invés de seguir aquela que ia aos bailes? Quando aquele jovem ia a Igreja para adorar Jesus Cristo em Seu tabernáculo, por que não seguistes seus passos ao invés de seguir aos daquele que ia ao cabaré? Dizei antes, pecador, que preferistes seguir o caminho largo que vos conduziu a esta desgraça em que vos encontrais, em vez do caminho que o próprio Filho de Deus traçou. A verdadeira causa das vossas quedas e da vossa desaprovação não provem, portanto, nem dos maus exemplos, nem das ocasiões, nem das vossas fraquezas, nem das graças que vos faltaram, mas apenas das más disposições do vosso coração que não quisestes reprimir. Se fizestes o mal, foi porque o quisestes. Vossa perdição, portanto, vem somente de vós.
Mas, dir-me-eis vós, sempre nos disseram que Deus era Bom. É verdade que Ele é Bom, mas é Justo; Sua bondade, Sua misericórdia já acabaram para vós; nada resta, senão Sua justiça e Sua vingança. Ai de nós! Meus irmãos, nós que temos tanta repugnância em nos confessar, se cinco minutos antes desse grande dia, Deus nos desse sacerdotes para confessar nossos pecados, afim de que fossem apagados, ai! com que pressa não o aproveitaríamos? Isso nunca nos será concedido nesse momento de desespero. O rei Bogoris era muito mais sábio do que nós.[29] Tendo sido instruído por um missionário da Religião Católica, mas ainda preso aos falsos prazeres do mundo, por um efeito da Providência de Deus, um pintor cristão a quem havia encomendado pintar em seu palácio a caça mais terrível a feras selvagens pintou-lhe, em vez disso, O Juízo Final: o mundo todo em chamas, Jesus Cristo em meio a trovões e relâmpagos, o Inferno já aberto para engolir os condenados com figuras tão assustadoras, que o rei ficou imóvel. Voltando a si, lembrou que o missionário lhe dissera para evitar os horrores deste momento em que o pecador só pode partilhar o desespero, e, renunciando imediatamente a todos os seus prazeres, passou o resto de sua vida em penitência e lágrimas.
Ai! meus irmãos, se esse príncipe não se tivesse convertido, teria morrido igualmente, teria deixado todos os seus bens e prazeres, é verdade, um pouco mais tarde; mas, morrendo, há muitos séculos, eles teriam passado para outros. Ele estaria no Inferno, ardendo para sempre, ao passo que agora está no Céu por toda eternidade e está feliz, esperando aquele grande dia, por ver que todos os seus pecados foram perdoados e que nunca mais reaparecerão, nem aos olhos de Deus, nem aos olhos dos homens.
Foi esse pensamento bem meditado por São Jerônimo que o levou a tantos rigores no corpo e a derramar tantas lágrimas.[30] Ah!, gritava ele na vasta solidão, parece-me que a todo momento ouço aquela trombeta que deve despertar a todos os mortos chamando-me ao tribunal de meu Juiz. Esse mesmo pensamento fazia tremer a um Davi em seu trono e a um Agostinho em meio a seus prazeres, apesar de todos os esforços que fazia para abafar o pensamento de que um dia seria julgado.[31] De tempos em tempos dizia ao seu amigo Alípio: Ah! querido amigo, chegará o dia em que todos compareceremos perante o tribunal de Deus para receber a recompensa pelo bem ou o castigo pelo mal que fizemos durante nossa vida; Deixemos, meu caro amigo, disse-lhe ele, o caminho do crime, por Aquele que todos os santos seguiram.[32] Preparemo-nos desde já para esse dia.
São João Clímaco nos conta que um homem solitário deixou seu mosteiro para se mudar para outro, a fim de fazer mais penitência.[33] Na primeira noite, foi convocado ao tribunal de Deus, que lhe mostrou que ele estava em divida com Sua justiça por cem libras de ouro. Ai! Senhor, ele gritou, o que farei para quitá-la? Permaneceu três anos nesse mosteiro, onde Deus permitiu que fosse desprezado e maltratado por todos os outros, a ponto de parecer que ninguém o suportava. Nosso Senhor lhe apareceu na segunda vez dizendo-lhe que ele tinha quitado apenas um quarto de sua dívida. Ah! Senhor, ele gritou, o que devo fazer para me justificar? Fingiu-se de louco durante treze anos, fazendo tudo que queriam: foi tratado com severidade, como um animal de carga. O Bom Deus lhe apareceu pela terceira vez, dizendo-lhe que tinha quitado a metade. Ah! Senhor, já que assim eu o quis, devo sofrer para poder pagar Sua justiça. Ah! Meu Deus! não espereis que meus pecados sejam punidos após o julgamento. São João Clímaco conta-nos uma história que nos faz estremecer.[34] Havia, disse-nos ele, um homem solitário, que durante 40 anos, lamentava seus pecados nas profundezas de um bosque. Na véspera de sua morte, subitamente fora de si, abrindo os olhos, olhando para a direita e para a esquerda de sua cama, como se visse alguém que lhe cobrava contas de sua vida, respondeu com voz trêmula: sim, eu cometi esse pecado, mas confessei e fiz penitência por ele durante tantos anos até que o bom Deus me perdoou. Tu também cometeste este pecado, disse-lhe a voz. Não, respondeu o homem solitário, não o cometi. Antes de morrer, ouviram-no clamar: meu Deus, meu Deus, afastai, afastai, peço-vos, meus pecados de diante de vossos olhos, já não posso mais suportá-los. Ai! o que será de nós, se o Diabo repreende até os pecados que não cometemos, nos que estamos completamente cobertos de pecados e não fizemos penitência? Ai! o que podemos esperar nesse momento terrível? se os santos não se sentem tranquilos, o que será de nós?
O que devemos concluir de tudo isso, meus irmãos? Isto: nunca devemos perder de vista o fato de que um dia seremos julgados sem misericórdia e que todos os nossos pecados aparecerão diante dos olhos de todo o universo; e que, depois desse julgamento, se nos encontrarmos nesses pecados, vamos pranteá-los no Inferno sem os poder apagar ou esquecer. Oh! como estaremos cegos, meus irmãos, se não aproveitarmos o pouco tempo de vida que nos resta para nos assegurarmos o Céu. Se somos pecadores, temos a esperança do perdão; em vez disso, se esperarmos, não haverá mais recursos. Meu Deus! dai-me a graça de nunca perder a memória desse momento terrível, especialmente quando sou tentado, para não me deixar sucumbir; para que, nesse dia, possamos ouvir estas doces palavras da boca do Salvador: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo.”[35]
Notas:
[1] Cf. Lc 2,7; Fl 2, 5-8; II Cor 5,21.
[2] Cf. Lc 21,27, na epígrafe; Ap 8.
[3] Cf. I Pd 1,18-21.
[4] Cf. Mt 25,31-33; Ap 20,11-12; II Cor 5,10.
[5] Cf. Jo 10; Lc 15,4-7.
[6] Cf. Mt 25,31-46; II Ts 1,6-9; Ap 20,12-15.
[7] Cf. Gn. 1,9-12.
[8] Cf. Lc 21,25.
[9] Cf. Gn 1,14-18.
[10] Cf. Mt 24,29; Ap 6,13.
[11] Cf. Lc 21,26.
[12] I.e., após a morte, a misericórdia divina já não estará disponível para aqueles que não se arrependeram e viveram no pecado. Cf. Tg 2,13.
[13] Cf. Ez 33,4-5; Jl 2,1; Am 3,7; Mt 24,6-7.
[14] Cf. Gn 6-8.
[15] FLÁVIO JOSEFO, A guerra dos judeu, VI, 5, 3 (289-309)
[16] Máquina: no original grego de Josefo, é identificada uma balista, máquina bélica para o arremesso de pedras, fachos, chumbo etc.
[17] Refere-se à Primeira Guerra Judaico-Romana em 66-74, que levou à destruição do Segundo Templo de Jerusalém em 70.
[18] Cf. Mt 24,31; Ap 20,13 I Cor 15,42-44.
[19] Cf. I Cor 4,5; Mt 10,26; Lc 12,2-3.
[20] Cf. Ap 7,9; I Cor 9,25; Dn 12,3.
[21] Cf. Ap 6,15-16.
[22] Cf. Ez 2,9; Ap 20,12.
[23] Luxúria
[24] Antiga moeda francesa de baixo valor; (como 1 centavo)
[25] Cf. Mt 6.
[26] Cf. Mt 25,41.
[27] I.e., comunhão em pecado mortal
[28] Cf. Is 1,18; Mq 6,1-2; Jr 2,9.
[29] Boris I da Bulgária (morto em 907), também conhecido como Bogoris ou Bogoris-Mikhail.
[30] Cf. SÃO JERÔNIMO, Carta a Eustóquio (PL 22, 394-425), 7.
[31] Cf. Sl 50; SANTO AGOSTINHO, Confissões, II, 2 (2-4); VIII, 11 (25-26);
X, 29(40).
[32] Cf. id., ibid., VIII, 8 (19).
[33] Cf. SÃO JOÃO CLÍMACO, A escada do Paraíso, IV, 111
[34] Cf. id., ibid.,VII, 50.
[35] Mt 25,34.