SÃO PEDRO DAMIÃO - COMENTÁRIOS

Tradução do artigo publicado no site Virgo Maria.

INTRODUÇÃO

São Pedro Damião (1007-1072), Doutor da Igreja, Cardeal, em seu Liber Gomorrhianus (1048-1051) condena com extrema severidade a pederastia clerical e aqueles que a protegem, enquanto Dom Williamson à Rosa[1], embora devidamente alertado, a cobriu por 10 anos na pessoa de 2 padres predadores-estupradores do seminário da FSSPX nos Estados Unidos, Urrutigoity e Ensey, que ele ordenou, fez ordenar e promoveu após ter feito expulsar da FSSPX o Padre Morello, Superior do seminário de La Reja, que o havia, assim como Dom de Galarreta, canonicamente advertido a tempo[2]. Ele também ordenou pessoalmente o padre pederasta Marshall Roberts em 1996 em Winona.

Sao-Pedro-Damiao.jpgSão Pedro Damião (1007-1072)

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São Pedro Damião, Dom Williamson à Rosa, Carlos Urrutigoity e Eric Ensey.

Tradução em português dos trechos e comentários da escritora católica americana Randy Engel (autora do livro de 1300 páginas « The Rite of Sodomy », julho de 2006) do Liber Gomorrhianus (1048-1051) de São Pedro Damião (1007-1072), Grande reformador das Ordens católicas, Cardeal, Doutor da Igreja, e colaborador dos Papas São Leão IX e São Gregório VII. Tradução de trechos do livro da Sra. Engel sobre a SSJ (Sociedade São João) nos Estados Unidos. Apresentação da Ordem do Templo.


[1] Cf. no final do artigo a lista de referências eletrônicas dos estudos factuais e documentados de Virgo Maria sobre o ex(?)-anglicano da FSSPX, Mons. Richard Williamson, e sobre seu poder de nuisance estratégico dentro da Fraternidade.

[2] Ver no Apêndice 6 da presente mensagem os trechos traduzidos sobre a Sociedade São João, extraídos do Capítulo 16 do livro de Sra. Randy Engel « O Rito da Sodomia, Homossexualidade e Igreja Católica Romana » (1282 páginas, julho de 2006); ver também o Apêndice 5.

AVISO AOS LEITORES

Ao apresentar aqui a tradução dos comentários da Sra. Randy Engel sobre trechos do Liber Gomorrhianus (1048-1051) de São Pedro Damião, grande reformador das Santas Ordens Católicas, Cardeal e Doutor da Igreja, colaborador dos Grandes Papas São Leão IX e São Gregório VII, apresentamos aqui aos leitores as disposições disciplinares autênticas extremamente severas editadas há quase mil anos pelo Magistério dos maiores e santos Papas da Santa Igreja Católica, sob a ação rigorosa de São Pedro Damião, para reprimir o « pecado contra a natureza da sodomia » entre os clérigos, e para prevenir a infiltração de círculos de homossexuais, pedófilos e rituais satânicos no seio do clero e das casas religiosas católicas.

Não podemos deixar de nos estarrecer[3] diante da reviravolta que estão tomando atualmente as investigações sobre a realidade atual dessa colonização homossexual nos meios clericais contemporâneos.

De fato, atualmente as hipóteses, as alegações e as publicações mais surpreendentes circulam amplamente nos meios de comunicação - principalmente estrangeiros - uma vez que, após o bispo apóstata Montini-Paulo VI, agora se trata do padre apóstata Ratzinger-Bento XVI e de muitos prelados conciliares de seu círculo próximo que estão hoje publicamente e diretamente envolvidos nos meios de comunicação.

É diante da gravidade terrível dos arquivos, documentos e artigos atualmente amplamente publicados, como dos fatos já estabelecidos, e porque nos recusamos categoricamente a cobrir com o « manto de Noé[4] » essas práticas e escândalos horríveis que - sob o falacioso motivo de « piedade » e de não querer « escandalizar os fiéis » - foram por tanto tempo obstinadamente ocultados dos fiéis, com seus autores infiltrados frequentemente se beneficiando da cobertura do laxismo e da indulgência culpada das autoridades religiosas, e que, graças a tais comportamentos dos responsáveis, acabaram hoje por ruinar completamente a igreja Conciliar que é hoje indevidamente confundida por nossos contemporâneos com a Igreja Católica, que decidimos a todo custo alertar nossos leitores tapando o nariz.

Além disso, nunca teríamos conseguido superar nosso repúdio natural para agora levantar diante de nossos leitores a tampa dessa verdadeira pocilga que parece ter se tornado hoje o topo da hierarquia conciliar apóstata romana, não fosse a urgência gerada pelo incrível cegueira e pela insuportável teimosia dos responsáveis atuais da Fraternidade, que parecem hoje incompreensivelmente determinados a entregar a obra de Dom Lefebvre, custe o que custar, às mãos dos apóstatas romanos implicados - agora moralmente desacreditados mundialmente - que presidem a atual igreja Conciliar, a qual, segundo a expressão do próprio Dom Lefebvre, "está ‘desmoronando’ a cada ano um pouco mais."

Esclarecemos que a Sra. Randy Engel - jornalista profissional americana muito experiente, católica e muito respeitada por seus pares - trabalha há vários anos no tema da denúncia das redes homossexuais clericais que se desenvolvem e são protegidas na igreja atual, colaborando com as grandes revistas tradicionais católicas americanas como Catholic Family News e The Remnant.

Além disso, é a tradução do texto[5] que ela publicou na edição de junho-julho de 2002 da famosa revista tradicional americana Catholic Family News sob o título « O Livro de Gomorra de São Pedro Damião: Um Plano Moral para Nossos Tempos » que apresentamos e comentamos aqui para nossos leitores, que poderão encontrar a tradução de toda a íntegra desse texto no Anexo 1 da presente mensagem (o leitor encontrará também no Anexo 2 uma série de notas biográficas sobre São Pedro Damião).

Adicionamos que a revista católica tradicional americana bem conhecida The Remnant, na qual colabora a Sra. Engel, está muito ligada a M. Arnaud de Lassus, Diretor da A.F.S.

E este último tem buscado em vão há dois anos na França sensibilizar os clérigos da Tradição sobre o trabalho impressionante - que constitui uma mina de documentações verificadas e comprovadas - publicado em julho de 2006 por Randy Engel « O Ritual de Sodomia: Homossexualidade e a Igreja Católica de Roma » sobre a colonização da atual igreja Conciliar, dita “católica”, pelas redes de clérigos homossexuais desde o final do século XIX, que explode hoje na igreja conciliar. (cf. Anexo 5)

O último livro da Sra. Randy Engel menciona e documenta também em seu capítulo 16 os trabalhos comprovados e factuais que ela realizou (cf. tradução em francês de trechos deste capítulo no Anexo 6) sobre a proteção, ordenação e promoção a cargos de professores de seu seminário de Winona, que o ex-anglicano britânico, o bispo à Rosa[6] da Fraternidade, Dom Williamson, não teve medo de conceder por dez anos a dois clérigos predadores-estupradores homossexuais da FSSPX: os padres Urrutigoity e Ensey, e isso apesar das denúncias precisas, documentadas e perfeitamente canônicas reunidas pelo Padre Morello, então Superior do seminário argentino de La Reja da Fraternidade[7], que foram enviadas a ele a tempo assim como a Dom de Galarreta, o ex-anglicano britânico que intrigou até mesmo junto ao Fundador da Fraternidade para conseguir rapidamente a expulsão da Fraternidade do Padre Morello, o acusador, junto a ele e a Dom de Galarreta, de seu protegido, sob o falacioso pretexto de « sedevacantismo ». (cf. Anexos 5 e 6).

É particularmente importante destacar que na primeira página da introdução de seu livro de 2006, onde ela relata as motivações que a levaram a empreender sua redação, que levou cerca de dez anos de trabalho, a Sra. Engel declara ter escrito na The Wanderer (já no verão de 1987) um artigo do qual seu editor-chefe havia riscado a alusão a “bispos homossexuais”:

« Lembro-me de ter prometido que, assim que meus deveres familiares e as funções pró-vida que exercia como diretora da Coalizão dos Estados Unidos para a Vida (U.S. Coalition for Life) permitissem, me interessaria mais de perto pelos membros da hierarquia católica ».


[3] Prova das consequências previsíveis às quais expõe agora essa proteção insuportável dos meios homossexuais dentro da Igreja conciliar, blogs pouco respeitosos e hostis ao catolicismo não hesitam mais em escrever:

« Prova de que Bento XVI é gay. Este texto foi recentemente enviado como prova de que Bento XVI é gay. Já havíamos assinalado a homossexualidade de seu secretário privado, Georg, revelada pelos gays de Roma, na Itália. Bento XVI tem uma voz e uma démarche muito efeminadas. John Allen, membro do Opus Dei, jornalista do NCR (National Catholic Reporter) e portador de um longo nariz mentiroso de Pinóquio, diz dele que é « gentil », mas Bento XVI é na verdade um travesti sofisticado e maquilado em excesso, um velho homo vivendo em concubinato com seu amigo gay Georg. O jesuíta que serve de secretário público a Bento XVI só recebe de Mons. Georg sua ração de cachorro da manhã, e ele ladra para o mundo tudo o que lhe dita Bento XVI. Pobre elefante de jesuíta mantido na coleira pelo Octopus Dei… » - 30 de agosto de 2008, http://pope-ratz.blogspot.com/2008/08/proof-of-benedict-xvi-is-gay.html

http://www.virgo-maria.org/articles/2009/VM-2009-01-20-A-00-Homosexualite_de_Paul_VI.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-20-A-00-Vatican-Homosexuel.pdf

[4] http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-06-17-A-00-Manteau_de_Noe.pdf 

[5] http://www.catholictradition.org/gomorrah1.htm

http://www.catholictradition.org/gomorrah2.htm

http://www.ourladyswarriors.org/articles/damian1.htm

http://www.ourladyswarriors.org/articles/damian2.htm

[6] Cf. no final do artigo a lista de referências eletrônicas dos estudos factuais e documentados de Virgo Maria sobre o ex(?)-anglicano da FSSPX, Mons. Richard Williamson, e sobre seu poder de nuisance estratégico dentro da Fraternidade.

[7] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

1- TRECHOS DO LIVRO DE GOMORRA DE SÃO PEDRO DAMIÃO COMENTADOS PELA SRA. ENGEL NA REVISTA CATHOLIC FAMILY NEWS (ANEXOS 1) E BIOGRAFIA DE SÃO PEDRO DAMIÃO (ANEXO 2)

« O volumoso tratado de São Pedro Damião, a Carta 31, o Livro de Gomorra (Liber Gomorrhianus), contém a exposição e a condenação mais completas pelos Pais da Igreja da pederastia e das práticas homossexuais clericais... (...).

«Ele mantém que todos os atos homossexuais são crimes contra a natureza e, consequentemente, crimes contra Deus, que é o autor da Natureza. »… (...). E sua principal preocupação em termos de imoralidade sexual é com os interesses de Deus, antes dos interesses dos homens, particularmente no que diz respeito à homossexualidade entre os membros do clero... (...).

E a Sra. Engel destaca:

« Com uma simples leitura do Livro de Gomorra, eu penso que o Católico médio ficaria chocado diante da severidade da condenação de Damião das práticas sodomitas clericais, bem como das severas punições que o Papa Leão IX atribui a tais práticas ».

«As penas físicas e espirituais decretadas pelo arquétipo do monaquismo oriental, São Basílio de Cesareia (322-379), para os clérigos e monges apanhados fazendo avanços sexuais (abraços) ou violando sexualmente jovens meninos ou homens. O culpado comprovado deveria ser açoitado em público, sua tonsura removida (cabeça raspada), ser acorrentado e preso por seis meses, após os quais era confinado em uma cela separada e ordenado a realizar severas penitências e vigílias de oração para expiar seus pecados sob o olhar inquisidor de um irmão mais velho. Seu regime consistia de água e pão de cevada – a ração dos animais. Fora de sua cela, quando realizava trabalhos manuais e se movia no mosteiro, ele deveria ser constantemente vigiado por dois irmãos monges para que nunca pudesse ter contatos com jovens homens ou meninos. »

Menciona-se ainda:

« A regra papal de Santo Sirício, um contemporâneo de São Basílio, que ordenou que esses "vasos de vícios", ou seja, os sodomitas, inclusive aqueles que haviam cumprido sua penitência, tivessem a entrada para a cléricatura proibida. »

E a Sra. Engel destaca que:

« Um dos pontos essenciais do Livro de Gomorra é a insistência do autor na responsabilidade dos bispos ou superiores de ordens religiosas na repressão e erradicação do vício de suas fileiras. »

Adicionando:

« Os problemas que São Pedro Damião aborda são de uma atualidade ardente:

Ela ressalta:

« Quando o humilde monge e futuro santo, São Pedro Damião, apresentou sua Carta 31, o Livro de Gomorra, ao Papa Leão IX em 1049, ele expressou claramente que sua primeira e principal preocupação era a salvação das almas. Embora a obra tenha sido endereçada especificamente ao Santo Padre, ela se destinava à Igreja universal, particularmente aos bispos do clero secular e aos superiores de ordens religiosas. »

De fato:

« Não poupando esses eclesiásticos que permitem, com pleno conhecimento, que os sodomitas recebam as santos ordens ou permaneçam membros do clero enquanto continuam a poluir sua função, o santo monge critica os "superiores preguiçosos dos clérigos e padres", lembrando-lhes que devem temer por si mesmos, pois tornam-se "implicados no pecado dos outros", ao permitir que a "ferida devastadora" da sodomia persista em suas fileiras. 

« Os bispos homossexuais que tratam seus filhos espirituais como presas: então chegam aos mais contundentes epítetos reservados a esses bispos que "cometem atos absolutamente condenáveis com seus filhos espirituais". 

« "Quem pode esperar ver o rebanho prosperar quando seu pastor se afunda profundamente nas entranhas do demônio ... que faz de um clérigo uma amante, ou de uma mulher um homem? ... que, por sua luxúria, entrega um filho do qual deve prestar contas a Deus ao escravizado sob a lei de ferro da tirania satânica", brada Damião. 

« Fazendo uma analogia entre a punição infligida ao pai que leva sua filha a um incesto familiar ou ao padre que comete "o ato sacrílego" com uma freira, com a contaminação de um clérigo por seu superior, ele pergunta se este último pode escapar da condenação e continuar sua sagrada função?

« Na verdade, o último caso merece uma punição ainda mais severa, diz Damião, porque, enquanto os dois primeiros são relações naturais, um superior religioso culpado de sodomia comete não só um sacrilégio com seu filho espiritual, mas também violou a lei da natureza. Um tal superior não apenas se condena, mas leva alguém consigo, declara Damião.

E a Sra. Rangel não hesita, após fornecer exemplos clericais conciliares atuais, em comentar:

« É por isso que acredito ser necessário perguntar se a Santa Sé caiu em tal estado de dissolução que não pode mais professar, e muito menos proteger, os interesses de Deus nessa matéria e defender a santidade das Santas Ordens contra a poluição dos sodomitas. Os atos horríveis de clérigos e bispos homossexuais predadores como Ryan, Symonds, Ziemann e muitos outros inibem o temor de Deus no coração de nosso Santo Padre e da Cúria Romana? »

São Pedro Damião em seu Liber estigmatiza o abuso homossexual do Sacramento da Penitência pelos Clérigos:

« Damião denuncia de fato como um dos "sistemas mais astuciosos do diabo" preparado em "seu velho laboratório do mal", e pelo qual clérigos sodomitas confirmados, conhecendo remorsos de consciência, se confessam a um semelhante, temendo que sua culpabilidade não possa ser conhecida pelos outros. »

« Como Damião observa, no entanto, embora esses homens tenham se tornado "penitentes envolvidos em grandes crimes, eles não parecem mostrar nada do pior de suas penitências, ... seus lábios não têm a palidez do jejum, seus corpos não estão deteriorados pelos sacrifícios, nem seus olhos vermelhos de terem chorado seus pecados", observa.

« O santo monge questiona a validade de tais confissões, perguntando "com que direito ou segundo qual lei um pode absolver o outro enquanto é forçado pelos laços de um mal comum a ambos?" »

« Citanto a Santa Escritura sobre "o cego guiando o cego", (Mat VIII:4; Luc V:4) Damião continua, "... fica perfeitamente claro que aquele que está escravizado pela mesma cega culpável tenta em vão convidar outro a voltar à luz do arrependimento. Enquanto ele não teme ultrapassar o outro na errância, acaba por acompanhar seu seguidor na fossa aberta da ruína." »

« Esta prática continua habitual no mundo homossexual subterrâneo de padres diocesanos, bispos e religiosos e entre padres pederastas e suas jovens vítimas, seria bom lembrar que de acordo com o Código de Direito Canônico revisado em 1983, a absolvição de um parceiro (clérigo ou leigo) em um pecado contra o sexto mandamento do Decálogo é inválida, exceto em caso de perigo de morte (Cân. 977) e um padre que agir contra a prescrição do Cânon 977 incorre em excomunhão latae sententiae, cuja relaxação compete à Sé Apostólica (Cân. 1378 & 1). Até que o sacerdote faltoso tenha sua excomunhão levantada pela Santa Penitenciária ou pelo Santo Padre, ele não foi validamente absolvido. Se ele tentasse oferecer o Santo Sacrifício da Missa em estado de pecado mortal, ele acrescentaria à falta o grave pecado de sacrilégio. »

Os Padres Sodomitas e os Santos Mistérios

« Se, segundo as leis da Igreja primitiva, um leigo culpado de sodomia poderia ser privado da Santa Eucaristia durante 25 anos ou mesmo até o fim de sua vida, como pode um clérigo ou um monge culpado dos mesmos pecados ser deixado com penas menores e ser considerado digno, não apenas de receber a Santa Eucaristia, mas de consagrar? » pergunta São Damião.

« Se os Santos Pais decretaram que os sodomitas deveriam "orar na companhia dos demônios", como pode um tal clérigo esperar exercer adequadamente seu ofício sacerdotal de "mediador" entre Deus e Seu povo? » continua Damião.

« Mais adiante, Damião retorna a esse tema e exclama "por amor de Deus, por que vós, malditos sodomitas, insistis em elevar-vos à dignidade eclesiástica com tal ambição orgulhosa?" »

« Ele adverte esses clérigos, que persistem em seus apetites contra a natureza, sobre a ira de Deus, "temendo que por vossas orações provoqueis ainda mais gravemente, vós cuja vida maligna Lhe ofende tão ostensivamente" ».

A Malícia Particular do Vício da Sodomia

Um dominicano perspicaz disse um dia ao autor que, uma vez que o vício da sodomia contamina um seminário, as autoridades da Igreja têm apenas duas opções – fechar o local e enviar cada um para casa ou não fazer nada e esperar que a putrefação moral se espalhe até que a fundação desmorone por si mesma.

Por que esse vício particular é tão mortal para a vida religiosa?

"De acordo com Damião, o vício da sodomia "supera a enormidade de todos os outros", porque:

"Com certeza, traz a morte ao corpo e destrói a alma. Polui a carne, apaga a luz do pensamento, expulsa o Espírito Santo do templo do coração humano, e abre a porta para o diabo, o estimulador da luxúria. Leva ao erro, suprime totalmente a verdade do espírito enganado... abre o inferno e fecha as portas do paraíso... é esse vício que ultraja a temperança, assassina a modéstia, estrangula a castidade e massacra a virgindade... ele suja todas as coisas, contamina todas as coisas, polui todas as coisas...

"Esse vício exclui um homem do coro reunido da Igreja... separa a alma de Deus para associá-la aos demônios. Esta rainha de Sodoma totalmente doente torna aquele que obedece às leis de sua tirania infame odioso para os homens e repugnante para Deus... Ela despõe seus cavaleiros da armadura da virtude, expondo-os a serem transpassados por todos os vícios... Ela humilha seu escravo na igreja e o condena ao julgamento; ela o contamina em segredo e o desonra em público; ela corrói sua consciência como um verme e consome sua carne como o fogo... esse homem infortúnio está privado de todo senso moral, sua memória falha e a visão de seu pensamento está obscurecida. Sem se importar muito com Deus, ele também esquece sua própria identidade. Esse mal corrói os fundamentos da fé, sapa o ardor da esperança, dissolve o laço do amor. Ele ultrapassa a justiça, demole a força moral, faz desaparecer a temperança e embota as arestas da prudência. Devo dizer mais?"

A Correção Fraternal é um Ato de Caridade

Os santos são realistas, portanto não há dúvida de que São Pedro Damião esperava que seu "pequeno livro" que expõe e denuncia as práticas homossexuais em todas as categorias do clero, incluindo a hierarquia, provocaria grande comoção na Igreja, e foi isso que aconteceu.

Prevenindo as críticas acerbas, o santo monge se defende antecipadamente. Ele declara que essas futuras críticas o acusarão de ser "um delator e um denunciador dos crimes de meus irmãos", mas, diz ele, não teme nem "a raiva dos homens maus ou as línguas dos detratores".

"Assim, não deixem ninguém me condenar quando eu luto contra esse vício mortal, pois não busco desonrar, mas sim o bem do meu irmão".

"Cuidado para não parecer parcial em relação ao delinquente se eu puder ser perdoado com a palavra de Moisés", ‘Quem é do Senhor, que se coloque ao meu lado’ (Ezequiel XXXII:26)[8]

Enquanto termina seu estudo contra o vício da sodomia clerical, São Pedro Damião faz um apelo a um futuro santo, o Papa Leão IX, pressionando o Vigário de Cristo a usar sua função para reformar e fortalecer os decretos dos cânones sagrados a respeito dos sodomitas clericais incluindo os superiores religiosos e os bispos que violam sexualmente seus filhos espirituais.

Damião pede ao Santo Pai que examine diligentemente os quatro aspectos do vício da sodomia citados no início de seu tratado e que lhe (à Damião) forneça respostas definitivas às perguntas que se seguem, para que a "noite da incerteza" possa ser dissipada e uma "consciência irresoluta" libertada do erro:

E Damião termina sua famosa carta pedindo a Deus Todo-Poderoso que use o pontificado do Papa Leão IX "para destruir completamente este vício monstruoso para que uma Igreja oprimida possa em toda parte recuperar sua estatura vigorosa".

Mal passaram quatro meses desde que foi elevado à Cátedra de Pedro, o novo Papa convocou um sínodo para condenar os dois males notórios da época – a simonia, compra ou troca de benefícios eclesiásticos, empregos, rescisões ou outras considerações espirituais, e a incontinência sexual do clero, incluindo o concubinato (coabitação permanente ou temporária) e a sodomia.

O Papa Leão IX começa sua carta a "seu amado filho em Cristo", com calorosas saudações e um reconhecimento do caráter puro, elevado e zeloso de Damião. Ele admite com Damião que os clérigos, tomados pelo "vício execrável" da sodomia "não podem, de fato, ter sua parte na herança, da qual foram privados por seus prazeres voluptuosos... tais clérigos, professam realmente, se não nas palavras, pelo menos por suas ações, que não são o que deveriam ser", declara ele.

Retomando a classificação das quatro formas de sodomia que Damião lista, o Santo Pai declara que é justo que "por sua autoridade apostólica" ele intervenha sobre esse assunto para que "toda preocupação ou dúvida seja removida das mentes de nossos leitores".

"Assim, tenha certeza e segurança de que estamos em perfeito acordo com tudo que contém seu livro, opomo-nos a isso" (a sodomia, N.E.) como a água ao fogo diabólico", continua o Papa. "Portanto, para que a libertinagem desta impureza infecta não possa se espalhar impunemente, deve ser reprimida com uma ação repressiva apropriada da severidade apostólica, embora alguma moderação possa moderar sua dureza", afirma ele.

Em seguida, o Papa Leão IX dá uma explicação detalhada da regra de autoridade da Santa Sé. À luz da caridade divina, o Santo Pai ordena, sem contradição, que aqueles que, por sua livre vontade, praticaram a masturbação solitária ou mútua ou se se sujaram pelo coito interfemoral, mas que não o praticaram por muito tempo, nem com muitos outros, manterão seu status, depois de "dominar seus desejos" e "expiar seus atos infames com uma contrição profunda".

No entanto, a Santa Sé remove toda esperança de conservar seu status clerical para aqueles que, sozinhos ou com outros durante um longo período, ou mesmo um curto período se praticado com muitos, "se sujaram por uma ou ambas as sortes de imundícies que você descreveu, ou, o que é horrível de dizer ou ouvir, se rebaixaram até a relação anal".

Ele previne contra possíveis ataques, pois aqueles que ousam criticar ou atacar os regulamentos apostólicos correm o risco de perder sua posição. E para deixar claro a quem este aviso é destinado, o Papa adiciona imediatamente, "quanto àquele que não ataca o vício, mas transige negligentemente com ele, será justamente considerado culpado de sua morte, ao mesmo título que aquele que morre no pecado".

O Papa Leão IX elogia Damião por ensinar pelo exemplo e não apenas em palavras, e termina sua carta com o belo desejo de que, com a ajuda de Deus, o monge, ao chegar à sua morada celestial, possa colher os frutos de seus esforços e ser coroado, "... de certa forma, com todos aqueles que você terá arrancado das armadilhas do demônio".

Sabemos, por exemplo, que entre os primeiros atos do Papa Leão IX no Concílio de Reims em 1049 está a adoção de um Cânon contra a sodomia (de sodomico vitio).

O que o autor encontrou de mais notável na carta do Papa a Damião é a posição absolutista que o Papa Leão IX toma a respeito da responsabilidade última dos bispos ou superiores culpados. Se estes últimos criticassem ou atacassem os decretos apostólicos, corriam o risco de perder sua posição! Os prelados que negligenciam "atacar o vício, mas levam a coisa na leveza", compartilham a culpa e o julgamento daquele que morre no pecado, declarava o Papa.

E a Sra. Rangel termina seu comentário com um retrato sem concessões da atual situação terrível da igreja conciliar e das ordens religiosas conciliares em relação à homossexualidade, dando o exemplo da situação atual da Ordem de São Domingos, e citando seus porta-vozes autorizados sobre o assunto (o leitor poderá tomar conhecimento desses desenvolvimentos no Apêndice 1).

E ela conclui assim seu comentário sobre o Liber Gomorrhianus de São Pedro Damião, ressaltando a atualidade ainda mais urgente do que há mil anos;

« Embora não estivesse em Roma para cobrir a reunião de 22-23 de Abril de 2002, o editor da CFN John Vennari teve a gentileza de me enviar uma gravação da conferência de imprensa de encerramento que resumiu as conclusões dos Cardeais Americanos que se reuniram com o Papa João Paulo II e membros da Cúria sobre os abusos sexuais dos clérigos.

Eu ouvi a gravação uma vez, mas não consegui suportar ouvi-la novamente. Era simplesmente demasiado doloroso. Novamente, o aspecto mais terrível da conferência de imprensa foi a total ausência de referência à ofensa às leis de Deus que foram gravemente violadas, e aos atos abomináveis perpetuados sobre jovens por homens que, na qualidade de sacerdotes e religiosos, agiam in personna Christi.

Enquanto ouvia o tom monótono das vozes dos Cardeais McCarrick e Stafford, e a tentativa de humor macabro às custas do Papa, lembrei-me da minha primeira leitura do livro de Michael Harris Unholy Orders - Tragedy at Mount Cashel, há mais de dez anos. Havia um incidente particularmente horrível que nunca saiu da minha mente. Tratava-se de um jovem chamado Malcom, que, chegando há uma semana ao orfanato em Outubro de 1975, foi levado para uma 'passeio' pelo pedófilo sádico Irmão Edward English. Segundo Harris, quando English entrou no carro no estacionamento da igreja onde havia levado hóspedes sagrados, o Irmão Cristão deu a Malcom um pedaço do "pão abençoado" e então começou a masturbar o menino aterrorizado e, por fim, tentou forçá-lo a praticar sexo oral.

Quando li isso, eu explodei em soluços convulsivos e não consegui me controlar. Não consegui dormir durante várias noites. Esta história permanecerá gravada para sempre na minha memória e não há dias em que eu não ore por Malcom e pelas numerosas vítimas de Mt. Cashel.

Enquanto ouvia as palavras dos Cardeais, não sentia nada que se assemelhasse a verdadeiras lágrimas de compunção ou à necessidade de se vestir de saco e cobrir-se de cinzas em reparação à ofensa feita a Deus, à Sua Igreja e às vítimas dos abusos e suas famílias.

E quanto à pretensão de que os bispos americanos nunca fariam nada contra as crianças, penso nos milhões de crianças católicas dos Estados Unidos que foram submetidas durante mais de trinta anos a seduções sexuais prematuras e a violações espirituais e mentais nas escolas católicas através da chamada "educação sexual". Ao considerar as crianças como "seres sexuais", os bispos prepararam a juventude católica para os "tutores sexuais" da NAMBLA. Não é surpresa que o aumento dos abusos sexuais clericais tenha seguido a supressão da catequese doutrinária tradicional nas paróquias e escolas, sendo substituída por "catequeses sexuais" absolutamente demoníacas.

Por fim, o que foi especificamente realizado na reunião de Roma, além de oferecer aos meios de comunicação uma mudança de cenários, ou seja, muito pouco? Infelizmente, não poderia ser diferente.

Primeiramente, porque a atual hierarquia Americana como um todo é incapaz de iniciar qualquer reforma que seja no nível moral ou em matéria de fé e doutrina. A corrupção é simplesmente profunda demais.

Além disso, como São Pedro Damião deixa claro em seu Liber Gomorrhianus, uma verdadeira reforma da Igreja começa pelo topo – com um papado forte e independente. Infelizmente, o papado de hoje não é nem forte nem independente e também participa da corrupção.

Em segundo lugar, porque a institucionalização das conferências episcopais nacionais, como a USCCB, é um obstáculo a uma autêntica reforma da Igreja, qualquer que seja. Esses organismos eclesiais se cooptam e se expandem incessantemente, interferindo no papel de mandato divino do verdadeiro bispo católico na transmissão dos ensinamentos autênticos da Igreja em matéria de fé e moral para seu rebanho. A Santa Sé deve eliminar canonicamente essas cracas subversivas que se agarraram à Barca de Pedro.

Acredito que o encontro de Roma teria sido mais instrutivo e proveitoso se o Santo Padre tivesse ordenado a leitura do Livro de Gomorra, palavra por palavra, aos Cardeais americanos e aos secretários da USCCB, com cópias distribuídas à imprensa mundial. Afinal, os bispos americanos devem seguir uma política de "tolerância zero", e quem seria menos tolerante em caso de má conduta sexual clerical do que o santo monge?

Eu sei que não viverei para ver a realização dessas reformas morais no sacerdócio e na vida religiosa. Mas permaneço tão confiante quanto São Pedro Damião estava em seu tempo, e que Deus tornará possíveis as condições para as reformas que precisamos e suscitará uma sucessão de Papas para conduzir a grande Contra-Reforma que está por vir para a Igreja. Até que isso aconteça, que Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua Santa Mãe e todos os Seus santos, mais especialmente São Pedro Damião, nos abençoem e nos mantenham firmes na Fé. » Randy Engel Liber Gomorrhianus, São Pedro Damião, Catholic Family News, junho-julho de 2002.

O leitor encontrará ainda no Apêndice 2 algumas notas biográficas sobre a vida e a obra de São Pedro Damião, este grande Santo Doutor da Igreja, que, por suas reformas nos costumes do clero católico, preparou e possibilitou a grande restauração católica histórica realizada pelo grande Papa São Gregório VII.


[8] Nota do Tradutor: Inexistente com essas referências (Crampon).

2- A HOMOSSEXUALIDADE RITUAL DENTRO DE UMA ORDEM RELIGIOSA: O PROCESSO DOS TEMPLÁRIOS (1307-1314) E SUA POSTERIDADE MAÇÔNICA « TEMPLÁRIA » SATÂNICA (ANEXO 7)

Sessenta anos após o papa São Leão IX ter promulgado em 1048 no Concílio de Reims, no capítulo de sodomico vitio, o essencial das condenações e sanções preconizadas contra o « pecado contra a natureza » por São Pedro Damião em seu Livro de Gomorra, ao retorno da primeira Cruzada e da tomada de Jerusalém pelos francos (1099), um ano após a fundação do Ordem dos Irmãos Hospitalários de São João de Jerusalém (hoje "Ordem de Malta"), uma nova ordem religiosa e militar foi fundada em 1111 por alguns cavaleiros, dependente diretamente do Soberano Pontífice, com o apoio entusiástico de outro grande santo, São Bernardo de Claraval, de quem recebeu a Regra: trata-se de uma ordem de monges-soldados intitulada « A Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Jerusalém », a famosa « Ordem do Templo » (cf. Anexo 7).

Esta ordem, constituída inicialmente pela elite da Cristandade e da Santa Igreja de seu tempo, acompanhou toda a história das cruzadas, do Reino Franco de Jerusalém, e da presença militar e política franca na Palestina, estando sempre estreitamente envolvida em todas as suas vicissitudes históricas.

Mas esta Ordem católica exemplar iria ela mesma ser objeto de um processo interno de decadência e decomposição moral de sua hierarquia, que se acelerou após ser expulsa da Palestina, – ao mesmo tempo que a presença política e militar franca - após a destruição do Reino Franco de Jerusalém, pelas vitórias militares muçulmanas de Saladino que retomou Jerusalém em 1187, dois anos após que o arrivista intrigante, flamengo de origem obscura, Gérard de Ridefort, conseguisse assumir o posto de Grande Mestre da Ordem (anexo 7).

Gérard de Ridefort que era então o Grande Mestre que será o mais controverso da história dos Templários, foi de fato muitas vezes acusado de trair secretamente a Ordem junto aos sarracenos, em função dos múltiplos contatos que estabeleceu com eles. De qualquer forma, é de sua Maestria que se pode datar tanto os maiores desastres militares dos francos na Palestina quanto a multiplicação dos sinais de corrupção interna acelerada da Hierarquia desta Ordem católica de elite.

Após a derrota militar no Oriente Próximo, a Ordem se retirou para suas bases europeias, França, Portugal e Escócia, concentrando-se durante o século XIII na gestão financeira, intervindo especialmente no financiamento das grandes construções das grandes catedrais católicas na Europa. Ao final do século XIII a Ordem chegara ao ponto de exercer, por seu peso financeiro, uma influência política bastante forte sobre os Príncipes Cristãos da Europa, assim como sobre os Soberanos Pontifícios.

Foi também durante a segunda metade do século XIII que a reputação geral desta Ordem de elite se degradou rapidamente até mesmo entre as camadas populares católicas, e que rumores de corrupção financeira e escândalos de costumes homossexuais dentro de sua hierarquia e de seus membros se espalharam pela França e por toda a Europa católica.

Essa situação foi exclusivamente a origem da queda da Ordem no início do século XIV? De qualquer forma, o Rei da França, Filipe o Belo, e o Papa francês Clemente V (do Grande Cisma do Ocidente), Bertrand de Got, a quem a Ordem reportava exclusivamente, processaram os templários e sua hierarquia em processos canônicos diante de tribunais eclesiásticos (1312-1314), sob as acusações de heresia, idolatria, e de “pecados de sodomia” organizados em rituais: com a prisão de seus chefes em Paris ao redor de seu último Grande mestre, Jacques de Molay, encerrados em sua fortaleza parisiense do templo sob as forças reais, numerosos processos foram realizados por toda a extensão das Províncias do Reino da França, processos provinciais sobre os quais o Rei da França não poderia ter tido intervenção direta, dado a organização do Reino da França naquela época.

Foi nesses termos que o Rei da França Filipe o Belo anunciou, por carta, a abertura desses processos:

Carta de Felipe o Belo[9]:

Aqui está a carta que Felipe o Belo enviou aos oficiais do reino encarregados de prender os templários, carta que não deveria ser aberta antes de 13 de outubro de 1307, dia de sua prisão, e na qual se expressava nas seguintes palavras:

"Uma coisa amarga, uma coisa deplorável, uma coisa certamente horrível de se pensar, terrível de se ouvir, um crime detestável, um ato execrável, um ato abominável, uma infâmia horrenda, uma coisa totalmente desumana, além disso, estranha a toda a humanidade, tem, graças ao relato de várias pessoas dignas de fé, ressoado em nossos ouvidos, não sem nos atingir com grande estupefação e nos fazer estremecer de um violento horror; e, ao pesar sua gravidade, uma dor imensa cresce em nós, tanto mais cruelmente quanto não há dúvida de que a enormidade do crime transborda a ponto de ser uma ofensa à Majestade divina, uma vergonha para a humanidade, um pernicioso exemplo do mal e um escândalo universal... Este grupo (os templários) é comparável a animais de carga desprovidos de razão; além disso, superando sua irracionalidade por sua bestialidade surpreendente, expõe-se a todos os crimes soberanamente abomináveis que são abominados e fugidos pela sensualidade dos próprios animais irracionais... Não apenas por seus atos e as obras detestáveis, mas mesmo por seus discursos imprevistos, eles contaminam a terra com sua imundície, suprimem os benefícios do orvalho, corrompem a pureza do ar e determinam a confusão de nossa fé."

Então ele enumera os seguintes crimes:

· a negação de Jesus durante o ritual de iniciação onde o novo templário deve cuspir três vezes na cruz,

· os beijos obscenos também durante o ritual, na base da coluna vertebral, sob o cinto, no umbigo e na boca,

· a homossexualidade: os templários são acusados de relações sexuais entre si,

· a idolatria: eles são acusados de portar um cordão que esteve em contato com uma "ídolo", objeto de um culto secreto,

· a não-consagração: os sacerdotes da ordem omitem as palavras da consagração durante a missa.

Os historiadores devem reconhecer que esses arquivos provinciais relatam, da parte de vários Cavaleiros da Ordem, numerosas declarações espontâneas e confissões espontâneas (sem passar pelo procedimento da « questão ») sobre essas acusações, em particular « do pecado contra a natureza » praticado em círculos restritos dentro de várias casas da Ordem.

Portanto, parece que esta Ordem de elite da Santa Igreja foi objeto de uma infiltração discreta e progressiva, que com as décadas teria pouco a pouco colonizado sua hierarquia, até seu auge, levando à aparição de rituais internos secretos de iniciação, inicialmente reservados a certos círculos de « compadres afins », e que, à medida da decadência militar e moral da Ordem, teriam finalmente se generalizado em seu seio.

Essa questão ainda divide hoje os historiadores sérios.

De qualquer forma, ao final desses processos, o Grande Mestre dos Templários, Jacques de Molay, em companhia de seu adjunto principal Geoffroy de Charnay, foram queimados publicamente em 15 de março de 1314 em uma pira elevada na Ilha dos Judeus, no meio do Sena em Paris. Diz-se que Jacques de Molay, antes de morrer, teria, de sua pira, gritado uma maldição contra Felipe o Belo e Clemente V, suposta maldição que marca o início da lenda dos Templários, e da qual Maurice Druon fará o tema de seu famoso romance histórico: « Os Reis Malditos ».

Essa lenda maçônica faz passar a hierarquia da Ordem militar-religiosa, então em decadência bem estabelecida, como totalmente inocente das acusações reais e papais oficiais, ao afirmar que eles não teriam sido mais que as inocentes vítimas da cobiça criminosa do Rei da França, Felipe o Belo, e da pusilanimidade não menos criminosa do Papa, Clemente V, Bertrand de Got, este último não tendo que, segundo ela, seu cargo papal senão às intrigas e pressões do primeiro.

É preciso ressaltar a esse respeito que - ao contrário dessa lenda – após a dissolução da Ordem pelo Papa Clemente V, da qual dependia diretamente, seus bens não foram devolvidos ao tesouro real da França, mas transferidos para a Ordem dos Cavaleiros Hospitaleiros de São João de Jerusalém, seu concorrente histórico.

De fato, após as quatro lojas operativas de Londres se reunirem para fundar, em 1717 em Londres, a primeira loja especulativa constituindo a Grande Loja Unida da Inglaterra - Quattuor Coronati, a GLUE, a loja-mãe de todas as lojas especulativas aceitas disseminadas na França, na Europa e no mundo desde então, os rituais de iniciação se constituíram e se completaram rapidamente com a criação dos graus superiores « iluminados », até o 33º grau, do Rito Escocês Antigo e Aceito, em particular as iniciações aos novos graus « templários », ditos « de vingança » que começam com o 30º grau do « Cavaleiro Kadosh[10] », surgido em 1761.

Aqui está como um comentarista avisado se expressa sobre os graus maçônicos templários ditos « graus de vingança »:

« Graus de caráter "templário" apareceram na segunda metade do século XVIII, como é o caso, por exemplo, do 30º grau do rito escocês antigo e aceito, o famoso cavaleiro kadosh, em 1761. A origem, é um grau cristão que ressalta os valores morais e espirituais da Ordem do Templo. O infortúnio é que, no século XIX, este grau foi finalmente esvaziado de seu conteúdo em favor de uma suposta vingança templária… » Serge Caillet, Entrevista sobre a Ordem do Templo[11], publicado na revista Fragmentos, n° 1, 2001

E de fato, atualmente nas diversas obediências, os rituais oficiais de iniciação ao grau de « Cavaleiro Kadosh » se caracterizam sempre pelo fato de ser apresentado ao impetrante dois personagens mascarados por uma longa toga, o primeiro com a coroa da França, supostamente representando o Rei da França Felipe o Belo, o segundo adornado com uma Tiara Pontifical, supostamente representando o Papa Clemente V (duas bonecas). O impetrante deve, segundo esses rituais, apunhalar primeiro o personagem real, e depois o personagem pontifical, expressando simultaneamente a « vingança templária » de Jacques de Molay, e o ódio comum da Maçonaria, primeiro contra o Sagrado de Reims do Poder temporal cristão, o Sagrado Católico Real, e depois contra o poder espiritual cristão supremo, a Papalidade católica.

Vê-se por isso que as obediências maçônicas têm até hoje, cristalizado, a partir da « lenda templária, o símbolo de suas finalidades supremas[12].

A esse respeito, é muito revelador que, desde sua eleição ao trono de São Pedro, o padre apóstata Joseph Ratzinger-Bento XVI se apressou para fazer desaparecer imediatamente de forma oficial a tiara pontifical que, segundo a tradição, sobrepõe-se ao brasão do Pontífice Romano, remanejando seu próprio brasão,

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depois abandonando também um ano depois, seu título pontifical[13] de « Patriarca do Ocidente » para atender ao programa de seu « mecano » eclesial de criação em sua igreja conciliar apóstata de muitos « Patriarcados » na linha do plano do agente beneditino infiltrado Dom Beauduin[14] « a Igreja Anglicana, Uma e não absorvida », bem como CSI e Virgo-Maria o detalharam há mais de três anos em numerosas[15] mensagens documentadas, em um ambiente geral de desinformação.

Mas é ainda mais significativo que, mal instalado no trono ‘pontificial’, o padre apóstata Ratzinger-Bento XVI se sentiu obrigado a empreender, desde 8 de novembro de 2005, e depois em 7 de novembro de 2007, a « reabilitação » oficial por sua igreja conciliar apóstata, com o apoio dos meios de comunicação anglo-saxões, da « Ordem dos pobres Cavaleiros do Templo de Jerusalém », vítima inocente, tão querida ao coração da Maçonaria anglo-saxônica, dominadora do Mundialismo contemporâneo.

O leitor lerá a esse respeito, as duas mensagens particularmente documentadas cujos links eletrônicos[16] figuram aqui em nota de rodapé.

Mas é necessário também ressaltar que, desde a segunda metade do século XIX, uma série de sociedades secretas iluminadas abertamente satânicas, em sua maioria reclamando obediências « templárias », foram constituídas[17] na Grã-Bretanha, na Alemanha, na França e nos Estados Unidos, munidas de cartas maçônicas reconhecidas pelas grandes obediências « clássicas  », e ligadas aos graus superiores ditos « de vingança templária » seja do rito escocês « Antigo e Aceito  » ou « Retificado  » após a reforma de Willermoz no final do século XVIII, ou do rito de « Memphis-Misraïm » do século XIX.

Esse foi o caso, por exemplo, da « Societas Rosacruciana in Anglia  » e da célebre « Golden Dawn in Outer  », fundada na Inglaterra no final do século XIX, que reunia membros da « elite » das classes altas do império vitoriano, e da « Ordo Templi Orientis  », a OTO, fundada na Alemanha na virada do século, que estava vinculada e que teve como Grande Mestre o célebre mago satanista britânico Aleister Crowley.

A OTO se vangloria publicamente em seus documentos de ter contado entre seus membros ilustres altos prelados católicos, incluindo o Cardeal Mariano Rampolla del Tindaro[18], Secretário de Estado de Leão XIII, escolhido pelo conclave de 1903 para sucedê-lo na cadeira de Pedro, não fosse o veto jurídico categórico que o Imperador da Áustria, Francisco José, elevou então contra sua eleição, levando à eleição-surpresa do grande Papa São Pio X. Entre os protegidos do cardeal Rampolla, ou de seu círculo, figuram o cardeal Della Chiesa (que se tornará Bento XV), o cardeal Gasparri (que será Secretário de Estado), seu secretário particular o cardeal Pacelli (que se tornará Pio XII), o cardeal Roncalli (que se tornará João XXIII) e, de forma última, protegido pela mesma rede, Dom Montini (que se tornará Paulo VI).

É muito significativo que essa Ordem Templária iniciática, tão tristemente conhecida hoje ao ponto de possuir atualmente lojas em todos os continentes, tenha centralizado seu satanismo assumido em práticas rituais[19] do que chama de « Magik », ou de « Magia sexual .

Segundo um site especializado, corroborado pela documentação disponível proveniente da própria OTO na internet, os graus e seus ritos próprios de iniciação, envolveriam sistematicamente a « Magia sexual  », o grau último, o X, sendo reservado às práticas rituais explicitamente satânicas exclusivamente homossexuais de sodomia masculina:

« Os rituais de iniciação dos graus superiores (do VI ao IX) girarão exclusivamente em torno da magia sexual, explicando-se gradualmente as diversas obras mágicas a serem realizadas, o simbolismo oculto dos graus, o objetivo final da Ordem. Epístolas como « De Arte Magica » ou o « Liber Agape » estão repletas de metáforas sexuais e recomendações rituais que permitem aos membros desenvolverem seus poderes mágicos através da produção e consumo do Elixir (o esperma), da prática do Hierogamos (a relação sexual do sábado à noite) hétero ou homossexual. Assim, o sistema da magia sexual da OTO se desenvolvia da seguinte maneira:

A OTO penetrou na França por intermédio de Papus (o Doutor Encausse) durante a troca de diversos diplomas e outras medalhas maçônicas e gnósticas ocorrida na « Conferência Internacional Maçônica e Espiritualista de Paris  », em 24 de junho de 1908. Mas, « Parece que Papus não achou necessário o estabelecimento efetivo da Ordem na França. É preciso reconhecer que teria sido difícil para ele manter cada grau de cada rito cujos nomes embelezavam sua assinatura. Estes serviam mais (ou pelo menos) para negociar novas aquisições: sua carta da O.T.O. não estava incluída em uma transação que envolvia também a Igreja Gnóstica Católica e o Rito Antigo e Primitivo de Memphis & Misraïm? Não devemos pensar que estamos criticando Papus: esses hábitos são comuns no ocultismo (certamente bem representados por este titular com doutorado em cabalá…) e têm pouca relação com a realização da Grande Obra. De qualquer forma, não conhecemos grupos que tenham trabalhado o ritual da O.T.O. e que tenham surgido dessa filiação » [6]. A OTO na França só renascerá em torno dos anos 1990 antes de mergulhar novamente em um esquecimento confortável. Parece que atualmente só subsistem alguns membros isolados, assim como a OTO de Krumm-Heller [7] que pende de forma muito perigosa para a extrema direita». Breve Histórico da OTO19.

Após essa imersão penosa, mas necessária considerando nosso tema, seria útil meditar, à luz da lembrança desses FATOS, a situação atual da igreja conciliar apóstata, cuja hierarquia, até seu mais alto nível, está agora colonizada por redes de clérigos homossexuais protegidos, como demonstrou corajosamente em seu livro muito documentado de 1282 páginas, « O rito da Sodomia: Homossexualidade e a Igreja Católica de Roma, publicado em julho de 2006, a célebre jornalista católica americana Randy Engel, e como explicamos a partir de trechos desse livro nas recentes mensagens de Virgo-Maria demonstrando a homossexualidade certa do bispo apóstata Montini-Paulo VI[20], e demonstrando a proteção concedida obstinadamente pelo padre apóstata Ratzinger-Bento XVI[21] às redes clericais homossexuais atuais, e questionando sobre os sinais públicos de homossexualidade desse personagem.


[9] http://www.geocities.com/Athens/Crete/9445/proces.html

[10] O termo hebraico que significa "santo".

[11] http://sergecaillet.blogspot.com/2007/05/entretien-sur-lordre-du-temple.html

[12] Há, aliás, matéria para meditações úteis e pesquisas históricas esclarecedoras para a situação de hoje.

O Presidente americano Bill Clinton não se vangloriou publicamente várias vezes de ter sido iniciado muito jovem na Loja templária americana "Jacques de Molay" (do REAA), da qual é atualmente 33º grau "Souverain Grand Inspecteur Général", Loja à qual afirma dever "suas concepções fundamentais"?

[13] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-03-20-2-00-Ratzinger_abandonne_le_titre_de_patriarche_d_Occident.pdf

[14] Ex-agente do muito britânico MI6-Serviço de Inteligência.

[15] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-03-22-1-00-La_seduction_creation_d_un_patriarcat_tridentin.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-04-10-1-00-Dom_Beauduin_Eglise_anglicane_unie_non_absorbee.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-04-13-3-00-La_FSSPX_unie_non_absorbee.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation-Rampolla-P-1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation_Rampolla_P_Annexe.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation-Rampolla-P-2.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation_Rampolla_P_3.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation_Rampolla_Complet.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-05-31-1-00-Le_mouvement_oecumenique_1949.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-10-09-C-00-Rampolla_article_de_SLB.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-11-11-B-00-Le_scandale_d_Einsiedeln.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-11-12-A-00-CSI_AngliCampos_v1-1.pdf

http://www.virgo-maria.org/Archives-CSI/2005/CSI-2005-07-05-AngliCampos.pdf

http://www.virgo-maria.org/Archives-CSI/2005/CSI-2005-07-05-AngliCampos-Radical%20Orthodoxy-bibliography-2004-06-1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-11-20-A-00-FSSPX_et_Anglicans.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-04-11-C-00-Rahner_Patriarcats_1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-08-15-A-00-Principes_Union_Anglicane.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-07-21-A-00-Anglicans_unis_non_absorbes_n01.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-04-B-00-Anglicans_unis_non_absorbes_n02.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-06-A-00-Anglicans_Femmes-eveques_n03.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-08-B-00-Anglicans-Rome_Accord-secret.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-09-B-00-Rome-prend-les-trads-Anglicans_n05.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-09-C-00-Noachisme_a_Lambeth.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-10-Anglicans-unis_Levada_au-TAC-n06.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-12-A-00-Anglicans-unis_Williams_desavoue_n07.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-11-A-00-Ratzinger_et-piege_Anglican.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-10-07-A-00-Williams_Homos_Mariage.pdf

http://www.virgo-maria.org/Documents/rowan-gay.pdf

[16] http://www.virgo-maria.org/Archives-CSI/2005/node-2005.htm

http://www.virgo-maria.org/Archives-CSI/2005/CSI-2005-11-26-A00-Ratzinger_rehabilite_les_Templiers.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-21-A-00-Ratzinger_rehabilite_les_Templiers.pdf

[17]http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-02-C-00-Societes_secretes_europeennes.pdf  

[18] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-11-11-B-00-Le_scandale_d_Einsiedeln.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-10-09-C-00-Rampolla_article_de_SLB.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation_Rampolla_Complet.pdf

[19] http://www.esoblogs.net/Bref-historique-de-l-Ordo-Templi.html

[20] http://www.virgo-maria.org/articles/2009/VM-2009-01-20-A-00-Homosexualite_de_Paul_VI.pdf

[21] http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

3-   ALGUMAS CITAÇÕES DO MAGISTÉRIO CATÓLICO INFALÍVEL CONDENANDO E REPRIMINDO « O PECADO CONTRA A NATUREZA » (ANEXO 3)

O anexo 3 a esta mensagem, após relembrar as condenações contidas na Sagrada Escritura (Antigo Testamento, os Apóstolos São Paulo, São Pedro e São Judas…) contra o « Pecado contra a natureza  », elenca os principais pontos de doutrina da santa Igreja Católica contra a homossexualidade apresentando as citações dos Pais e Doutores da Igreja sobre o assunto (São Agostinho, São João Crisóstomo, São Gregório Magno, São Pedro Damião, São Tomás de Aquino, São Bernardino de Siena, São Boaventura, São Canisio…). Santa Catarina de Siena é citada, mas ela só foi declarada « doutora da Igreja » por Roncalli-João XXIII, que assim quebrou a Tradição de reservar este título a homens.

O leitor poderá consultar essa seção para conhecê-la ao final da presente mensagem.

A condenação dos Papas e dos Concílios

Em 305, o Concílio de Elvira, na Espanha, pediu pelo cânon 71 « que aos pedófilos, seja « negada a sagrada comunhão, mesmo se estiverem em perigo de morte » (cf. Canones Apostolorum et Conciliorum, pars altera, p. 11). As penitências previstas pelo Direito Canônico foram fixadas em 314 no Concílio de Ancira, cânon 16.

O XVI Concílio de Toledo, que se realizou em 693, condenou pelo cânon 3 a prática homossexual como um verdadeiro crime em si, passível de sanções jurídicas: o clérigo era reduzido ao estado laical e condenado ao exílio perpétuo, enquanto o leigo era excomungado, e após ser açoitado, também era exilado (Conciliorum œcumenicorum collectio, vol. XII, col. 71).

Pois no Concílio de Naplus que se realizou na Terra Santa em 1120, foram estabelecidas penas muito precisas contra aqueles que cometiam crimes contra a natureza, variando das mais leves até a fogueira, prevista para os reincidentes (cf. Conciliorum œcumenicorum collectio, vol. XII, col. 264).

Mais autorizada ainda foi a sentença do III Concílio Ecumênico do Latrão que, em 1179, no II cânon, estabeleceu que

« quem for reconhecido culpado de se entregar à impureza contra a natureza, que provocou a ira de Deus sobre os filhos da rebelião (Ef. V, 6), e consumiu cinco cidades no fogo (Gn. XIX, 24-25), será, se clérigo, expulso do clero e relegado a um mosteiro para fazer penitência; se leigo, excomungado e totalmente afastado da comunhão dos fiéis » (Decretos do III Concílio do Latrão, in R. Foreville, Latrão I, II, III e Latrão IV, p. 216).

São Pio V: « o execrável vício libidinoso contra a natureza »...

« Se o espírito do Humanismo e da Renascença levou a um novo despertar da prática homossexual, a reforma da Igreja, promovida pela Papalidade no século XVI (mais conhecida como contra-reforma), provocou um tal ressurgimento das virtudes de fé e pureza, que quase todos os meios que foram impregnados por ela, tanto eclesiásticos quanto leigos, se viram sanados.

Entre os membros do Magistério eclesiástico, aquele que interviu com mais solenidade foi São Pio V (1504-1572), o grande papa dominicano que por duas Constituições condenou solenemente e proibiu severamente o pecado contra a natureza.

« Sendo assim, orientamos nossa alma a remover tudo o que possa ofender de alguma forma a divina majestade, estabelecemos punir antes de tudo e sem demora todas as coisas que, seja pela autoridade das Santas Escrituras seja pelos exemplos muito graves, parecem desagradar a Deus mais do que qualquer outra e o levam à ira: seja a negligência do culto divino, a simonia arruinadora, o crime da bestialidade e o execrável vício libidinoso contra a natureza; faltas pelas quais os povos e nações são flagelados por Deus, como justa condenação com catástrofes, guerras, fome e peste. (…)

« Os magistrados devem saber que se, após nossa Constituição, forem negligentes em punir esses crimes, serão culpados diante do juízo divino e atrairão até mesmo nossa indignação. (...)

« Se alguém comete esse crime infame contra a natureza, pelo qual a ira divina caiu sobre os filhos da iniquidade, será entregue ao braço secular para ser punido e, se clérigo, será submetido a um castigo análogo depois de ser privado de todo grau eclesiástico » (São Pio V, Constituição Cum primum, de 1º de abril de 1566, Bullarium Romanum).

... « reprimir tal crime com o máximo zelo possível »

« Esse crime horrendo, pelo qual cidades corrompidas e obscenas foram queimadas por condenação divina, marca uma dor aguda e abala fortemente nossa alma, nos levando a reprimir tal crime com o máximo zelo possível. Com razão o V Concílio do Latrão (1512-1517) estabeleceu por decreto que todo membro do clero que tenha sido surpreendido nesse vício contra a natureza, pelo qual a ira divina caiu sobre os filhos da iniquidade, seja afastado da ordem clerical ou obrigado a fazer penitência em um monastério. (...).

« Prosseguindo com mais de vigor o que nós decretamos desde o início do Nosso Pontificado (Constituição Cum Primum, citada), nós estabelecemos que todo sacerdote ou membro do clero, tanto secular quanto regular, de qualquer grau ou dignidade, que pratique um crime tão horrendo, em virtude desta lei, será privado de todo privilégio clerical, de toda carga, dignidade e benefício eclesiástico e, em seguida, será imediatamente entregue à autoridade secular para que esta o destine a este suplício, previsto pela lei como punição apropriada, que castiga os leigos que caem neste abismo» (São Pio V, Constituição Horrenduin illud scelus, de 30 de agosto de 1568, in Bullarium Romanum).

São Pio X « O pecado contra a natureza clama por vingança diante de Deus »

Durante o século XIX, a sensibilidade, sentimental e erótica até a exasperação, difundida primeiro pelo romantismo, e depois mais gravemente pelo decadentismo, contribuiu para um certo recrudescimento da homossexualidade. Esta última, que parecia, no entanto, contida por uma « moral laica » convencional, se espalhou ainda assim disfarçada sob o véu de uma arte e uma moda sensuais.

No início do nosso século, as barragens dessa « moral », que logo se romperiam, começaram a ceder sob o impacto crescente das paixões desregradas que influenciavam cada vez mais as classes cultas e abastadas. E estas começaram a reivindicar uma legitimação pública desses desregramentos. Em consequência, a Igreja viu a necessidade de renovar a condenação dos pecados ressurgentes, incluindo o da homossexualidade.

Vale ressaltar dois documentos do grande Pontífice São Pio X. Em seu Catecismo de 1910, de fato, o « pecado de impureza contra a natureza » é classificado quanto à gravidade, na segunda posição, após o homicídio voluntário, na lista dos pecados que « criam vingança diante da Face de Deus » (Grande Catecismo, nº 966).

« Dizem que esses pecados – explica o Catecismo – clamam vingança à Face de Deus, porque o Espírito Santo o diz e porque sua iniquidade é tão grave e manifesta que provoca Deus a punir com os castigos mais severos » (nº 967).

O Direito Canônico previa a pena da "infâmia"

O Código de Direito Canônico promovido por São Pio X, mas publicado por Bento XV em 1917, e que permaneceu em vigor até 1983, trata da sodomia nos « delitos que se opõem ao sexto mandamento », assim como o incesto e outros delitos como a bestialidade (R. Naz, Tratado de Direito Canônico, t. IV, lib. V, p. 761).

O delito de sodomia é punido, no que diz respeito aos leigos, pela pena de infâmia ipso facto e outras sanções a serem impostas ao juízo esclarecido do bispo, e em proporção à gravidade do caso particular (cânon 2357); no que diz respeito aos eclesiásticos e religiosos, se se trata de clérigos menores (ou seja, de grau inferior ao diaconado) por penas diversas, dependendo da gravidade da falta, que podem chegar até à redução ao estado laical (cânon 2358), e se se trata de clérigos maiores (ou seja, subdiáconos, diáconos, padres e bispos), que sejam.

« Atingidos por suspensão, declarados infames, privados de todo ofício, benefício, dignidade ou cargo, e nos casos mais graves podem ser depostos » (can. 2359, § 2; cf. Dicionário de Direito Canônico, t. VII, coll. 1064-1065).

Recordemos que a mencionada « pena de infâmia » era extremamente grave, pois consistia na « perda total ou parcial da boa reputação perante os homens honrados » e comportava a proibição de exercer cargas eclesiásticas e de cumprir funções de confiança como a de « padrinho no batismo e na confirmação » ou « árbitro » (Dicionário de Direito Canônico, t. V, coll. 1358-1359).

4- A FRATERNIDADE SACERDOTAL SÃO PIO X E A HOMOSSEXUALIDADE: ALGUMAS CITAÇÕES (ANEXO 4)

Vários clérigos da FSSPX condenaram vigorosamente os atos de homossexualidade, mas sem nunca designar os clérigos.

Apresentamos no anexo 4 a referência à informação segundo a qual, em 1991, um sacristão homossexual da igreja de São Nicolas du Chardonnet acionou os prud'hommes contra a FSSPX por demissão abusiva.

Em 2004, foi o padre Vernoy (membro da camarilha dos infiltrados) quem denunciou um « trailer abominável contra a Igreja católica e em favor da homossexualidade ».

Depois, o padre Bouchacourt (ex-pároco da igreja de São Nicolas du Chardonnet) estigmatizou « a legalização da homossexualidade », acusando « os inimigos da Igreja e da cristandade » como os responsáveis por essa iniciativa.

Também relatamos uma reportagem sobre a manifestação organizada pela FSSPX em Lucerna (próximo a Basileia) contra a gay pride local em 2005.

Sob o título « infâmia », o padre de Cacqueray(-Celier ?) também se insurgiu contra os funerais do homossexual Yves Saint-Laurent, que ele classificou como « pecador manifesto », na igreja de São-Roch em Paris e denunciou o « maior escândalo » que foi

« ter autorizado « seu companheiro » de depravação a tomar a palavra na igreja para exaltar a vida a dois.

Três semanas se passaram desde essa cerimônia sacrilégio e não houve, a meu conhecimento, uma única voz eclesiástica para expressar o menor desconforto, o menor arrependimento.

Eu denuncio, lamentando amargamente que minha voz seja solitária, esse espetáculo inominável e expresso meu nojo diante da servidão na qual parece estar reduzido o clero católico diante de uma casta dominante que pode expor o espetáculo de seus vícios com sua bênção. » Padre de Cacqueray

A publicação do ex-Anglicano Dom Williamson em outubro de 1997, mesmo quando Dom Fellay havia acabado de expulsar os dois padres predadores-estupradores Urrutigoity e Ensey da FSSPX, alguns meses antes, aparece como um discurso emprestado destinado a afastar qualquer suspeita sobre a atitude que foi a do bispo à Rosa da FSSPX durante mais de 10 anos, quando ele protegeu, ordenou e promoveu os dois sacerdotes pederastas, no seminário de Winona que ele dirigia.

Essas declarações moralizadoras, mas visivelmente calculadas de Dom Williamson devem ser confrontadas com seus atos, uma vez que ele fez expulsar o padre Morello, denunciador do pederasta Urrutigoity, mesmo quando este dizia a verdade. E em 1997, ele se apresentou como um cavaleiro branco na luta contra o vício, após tê-lo protegido durante uma década.

5- A FRATERNIDADE SACERDOTAL SÃO PIO X, DOM WILLIAMSON E OS PADRES VIOLADORES-PREDADORES HOMOSSEXUAIS URRUTIGOITY E ENSEY SEGUNDO A SRA. RANGEL (ANEXO 6)

No capítulo 16 (p. 919-1002) intitulado « A homossexualidade nos ordens religiosas » de seu livro de 1282 páginas publicado em julho de 2006 « O Rito da Sodomia : homossexualidade e Igreja Católica de Roma, a Sra. Rangel trata em detalhes na primeira parte (p. 954-972) de « A Sociedade de São João: a exploração das Ordens religiosas »[22].

Esses trabalhos precisos e documentados expõem o caso horrível da história, desde sua fundação recente sob a autoridade de um bispo conciliar e da Fraternidade Sacerdotal São Pedro (comunidade Ecclesia Dei), desse pseudo-ordem religiosa « Sociedade de São João » e de sua escola associada – na realidade, uma verdadeira casa de subordinação homossexual para adolescentes e jovens – fundada pelo padre Carlos Urrutigoity, violador-predador homossexual comprovado, hoje processado nos tribunais penais dos Estados Unidos, após sua expulsão do seminário americano de Winona da FSSPX dirigido por Dom Richard Williamson, levaram Randy Engel a detalhar os papéis da Fraternidade Sacerdotal São Pio X [23], de Dom Richard Williamson [24] e Dom Alfonso de Galaretta [25], nos primeiros passos na FSSPX da « carreira » eclesiástica do padre Urrutigoity, e de seus discípulos clérigos cúmplices de seus múltiplos crimes homossexuais.

Como o leitor poderá ler no Anexo 6 ao final desta mensagem, a Sra. Rangel nos informa:

« O padre Urrutigoity, fundador, e o padre Ensey, chanceler da Sociedade de São João, são acusados de abuso sexual sobre o reclamante John Doe.[i] »

« O processo visa Dom Timlin, a FSSP [26] e a Academia São Gregório por grave negligência por não terem agido em relação a fatos conhecidos sobre os antecedentes homossexuais de Urrutigoity e Ensey, e não terem protegido o reclamante, um menor, dos dois predadores sexuais cuja posição na Academia fora organizada pela FSSP com a aprovação do Ordinário da Diocese, Dom Timlin. »

« O padre Carlos Urrutigoity, o fundador e líder reconhecido da Sociedade de São João, declara que a visão para a Sociedade e a Cidade de Deus lhe veio enquanto ele estudava no Seminário de São Tomás de Aquino de Winona pertencente à Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (FSSPX). Em maio de 1997, o sacerdote ordenado pela FSSPX foi expulso do seminário de São Tomás de Aquino em Winona, oficialmente porque desejava fundar uma nova ordem religiosa. »

« O carismático padre Urrutigoity, o padre Ensey e um punhado de seminaristas vindos de São Tomás foram recebidos por Dom James Timlin da Diocese de Scranton, e a Sociedade de São João (Societas Sancti Joanni) nasceu. »

« No dia 24 de maio de 1998, Dom Timlin, com a bênção de Roma, deu sua aprovação canônica à nova sociedade. Seis meses depois, ele ordenou dois novos sacerdotes à SSJ, os padres Basel Sarveh e Dominic Carey. »

« A SSJ declara que forma "uma nova geração de padres" que ajudarão a resolver a "crise" atual na Igreja e na sociedade*.[ii] »*

Ora, destaca a Sra. Rangel:

« A SSJ é, na realidade, como um de seus antigos padres descreveu corretamente, um "culto homossexual e seus desserventes” »

E a Sra. Rangel precisa:

« No outono de 1997, o padre Arnaud Devillers, o Superior do Distrito da FSSP, autorizou, com a bênção de Dom Timlin, os padres da SSJ a residirem temporariamente em uma ala vazia da Academia até que encontrassem uma nova casa*…(..)…*

Quando a escola abriu para o ano de 1998-1999, o padre Devillers pediu aos padres da SSJ que atuassem como capelães da Academia, pois a Fraternidade São Pedro estava em falta de padres.[iii] »

E a Sra. Rangel comenta de forma lógica:

« Ao autorizar a SSJ a assumir a formação espiritual de seus alunos, a FSSP deu na verdade aos clérigos perversos da SSJ acesso não apenas aos corpos dos jovens homens, mas também às suas almas, o que dá uma dimensão adicional demoníaca ao seu empreendimento criminoso em São Gregório. »

A Sra. Engel então retrata o percurso do padre Urrutigoity dentro da Fraternidade São Pio X:

"Guru-tigoity" um Predador Homossexual à descoberta

No dia 11 de fevereiro de 1999, Dom Bernard Fellay, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, enviou a Dom Timlin uma comunicação oficial informando que o padre Carlos Urrutigoity havia sido acusado de abuso sexual sobre um seminarista sob sua guarda espiritual no Seminário São Tomás de Aquino da FSSPX em Winona, Minnesota.

Dom Fellay também indicava que, em 1987, antes que Urrutigoity fosse aceito no seminário de Winona, o padre Andres Morello, Reitor do Seminário Nossa Senhora Co-Redentora de La Reja, Argentina, havia acusado o padre de práticas homossexuais*.*

Segundo o padre Morello, ele havia tentado expulsar Urrutigoity do seminário de La Reja devido ao seu orgulho característico, seu hábito de formar "amizades particulares", seu desenvolvimento de uma facção de seminaristas agindo sob sua influência e graves acusações do ponto de vista moral.[iv]

Entre as acusações feitas contra Urrutigoity por seminaristas e leigos vivendo no seminário de La Reja estavam suas visitas noturnas inesperadas nos quartos dos jovens homens enquanto estes dormiam, as carícias e massagens nas partes genitais e no bumbum sob pretexto de exame médico, e o apalpamento das partes íntimas de um seminarista em uma sala de descanso, acompanhado pela observação do padre que adorava seu "bumbum redondinho". Urrutigoity também era acusado de sondagens excessivas durante a confissão e as sessões de retiros espirituais sobre as tentações sexuais dos penitentes; assim como suas roupas imorais (nadar de roupa íntima) durante um acampamento de verão organizado para jovens do seminário.[v]

Infelizmente, a demissão prevista de Urrutigoity pelo padre Morello nunca ocorreu, pois o seminarista contava com o apoio de Dom Alfonso de Galarreta, o Superior de Distrito da FSSPX, e de outros padres influentes.

Em vez de ser despedido, Urrutigoity foi enviado ao Priorado de Córdoba (Argentina), onde recebeu as recomendações necessárias que permitiram sua transferência para o seminário da FSSPX em Winona. Ao mesmo tempo, o padre Morello foi transferido para Santiago, Chile, o que o deixou temporariamente fora de combate.[vi]

No entanto, em julho de 1989, quando o padre Morello soube da próxima ordenação de Urrutigoity em Winona, ele enviou um dossiê confidencial sobre o candidato ao Reitor Richard Williamson no Seminário São Tomás de Aquino. Temendo que esse esforço não fosse suficiente para impedir a ordenação, o padre Morello foi ao seminário com um companheiro. Ao chegarem, foram confrontados por Williamson, que se opôs à "manifestação de consciência" de Urrutigoity, que proclamava sua inocência das acusações contra ele. Williamson justificou a "humildade" de Urrutigoity e acusou Morello e seu companheiro de mentir.

Poucos dias depois, em 16 de julho de 1989, Morello, que havia participado de um debate interno na FSSPX sobre um assunto não relacionado ao caso Urrutigoity, foi expulso da Fraternidade.[vii]

Williamson declarou mais tarde que não se acreditou em Morello porque ele era conhecido por estar em relação com um grupo sedevacantista oposto a Dom de Galarreta. Apesar disso, seu superior, o Arcebispo Marcel Lefebvre, que revisou o dossiê de Morello, ordenou a Williamson que vigiasse Urrutigoity "como um falcão", uma tarefa virtualmente impossível dado o modo camuflado de vida de um predador homossexual como Urrutigoity.[viii] » Senhora Randy Engel The Rite of Sodomy 2006

O padre Urrutigoity havia instrumentalizado um grupo tradicionalista contra o outro para seus próprios fins.

Não apenas foi ordenado, mas também foi encarregado de ensinar no Seminário São Tomás de Aquino, onde recebeu o sobrenome de "Guru-tigoity".[ix]

Não é surpresa que em sua carta de aviso a Dom Timlin em fevereiro de 1999, Dom Fellay descrevesse Urrutigoity como "perigoso" e notasse:

A razão pela qual ele entrou em conflito com os superiores da Fraternidade São Pio X é principalmente porque sentimos que ele tinha uma influência estranha e anormal sobre os seminaristas e os padres, que pareciam se apegar à sua personalidade brilhante e carismática. Quando ele me pediu para reconhecer a sociedade que pretendia fundar, entre as razões para minha recusa, mencionei explicitamente o estranho apego, como a um guru, entre os discípulos e seu chefe.[x] » Senhora Randy Engel The Rite of Sodomy 2006

« Só foi dois anos após que Urrutigoity foi expulso do Seminário São Tomás de Aquino de Winona por "atividades subversivas", ou seja, o planejamento secreto da Sociedade de São João, e se instalou na Diocese de Scranton com quartéis temporários estabelecidos na Academia de São Gregório, que um seminarista de Winona se apresentou para acusar o padre de abuso sexual »

« Era um jovem chamado Matthew Selinger[27] que anteriormente idolatrava o padre. Os dois homens haviam formado uma amizade particular no seminário de Winona e Urrutigoity foi o diretor espiritual do seminarista por dois anos antes de sua mudança. Senhora Randy Engel The Rite of Sodomy 2006.

« Em outra ocasião, Urrutigoity convidou Selinger e seu amigo para nadar nus com ele.

Em uma noite, o jovem seminarista acordou de seu sono para encontrar o padre ajoelhado ao seu lado e massageando seus genitais com força suficiente para provocar uma ereção. Selinger disse que seu primeiro movimento foi dar um soco no padre, mas como Urrutigoity era um Alter Christus, outro Cristo, ele se virou e fingiu voltar a dormir enquanto Urrutigoity desaparecia silenciosamente na escuridão.[xi]

O uso novo de supositórios no repertório de preparações de Urrutigoity lembra as técnicas de preparação empregadas no início do século 20 pelo teosofista/pederasta Charles Webster Leadbeater.

Leadbeater encorajava enemas, manipulação genital e onanismo como forma de promover a vigor físico, psíquico e espiritual (oculto) em seus jovens discípulos. "Essa espiritualização da pederastia os absolve da culpa que os faz odiar a sociedade. ...Não é mais uma fraqueza humana comum, pois ele sentiu o fogo purificador da divindade", relatou Grégoire Tillet, o biógrafo de Leadbeater.[xii]

No momento em que Selinger informava seus superiores em Winona que Urrutigoity havia abusado dele sexualmente, o fundador da SSJ estava tranquilamente escondido como capelão da Academia São Gregório, selecionando sua próxima vítima em um grande grupo de jovens homens, que, como Selinger antes de ser abusado, literalmente beijavam os passos de Urrutigoity.[xiii]

Em junho de 1999, uma reunião foi realizada em Winona entre Matthew Selinger e o Reitor Williamson da FSSPX, e a equipe pastoral que o Escritório de Revisão Diocesana enviou para investigar as acusações contra Urrutigoity.» Sra. Randy Engel The Rite of Sodomy 2006.

« No entanto, mesmo após ter lido o relatório do Escritório sobre o testemunho de Selinger, e sabendo que era a segunda acusação credível de sedução e abuso feita contra Urrutigoity, Dom Timlin decidiu que as provas contra o fundador da SSJ não eram "conclusivas". Ele cessou sua ação nesta questão. [xiv]

Um "enterro" clássico foi realizado pelo Ordinário da Diocese de Scranton com a cooperação do parceiro silencioso de Timlin, o padre Devillers, Superior da FSSP.

Se não houvesse ocorrido a coragem e a determinação do Dr. Jeffrey M. Bond[28], Presidente do Colégio Santo Justin Martyr e o apoio moral e jurídico concedido ao Dr. Bond pelo procurador do Estado de Washington James M. Bendell, o enterro poderia ter sido bem-sucedido» Sra. Randy Engel The Rite of Sodomy

« Bond conduziu sua própria investigação sobre as acusações. Quase todas as informações fornecidas neste capítulo sobre a SSJ são baseadas naquelas descobertas inicialmente pelo Dr. Bond e por James Bendell, que é o principal advogado de John Doe e de seus pais » Sra. Randy Engel The Rite of Sodomy 2006

« No dia 19 de novembro de 2001, Bond informou ao Núncio Apostólico nos Estados Unidos e ao Cardeal Darío Castrillón Hoyos, Prefeito do Clero em Roma, sobre as atividades imorais dos padres da Sociedade de São João. » Sra. Randy Engel The Rite of Sodomy 2006

E a Sra. Engel documenta a carreira do padre Eric Ensey, o mais próximo cúmplice homossexual do padre Carlos Urrutigoity, ambos ordenados padres católicos no seminário americano da FSSPX, o seminário Santo Tomás de Aquino de Winona, por Dom Williamson e Dom de Galaretta, e promovidos a professores neste seminário:

« Antecedentes do Padre Eric Ensey

O padre Ensey ocupava o cargo de Chanceler da Sociedade de São João e era um dos primeiros discípulos do padre Urrutigoity no seminário da FSSPX em Winona..

Nascido em 13 de agosto de 1966 em Upland, Califórnia, um subúrbio ao nordeste de Los Angeles, Ensey se converteu ao Catolicismo no ensino médio. Em setembro de 1987, ele entrou no Seminário Santo Tomás de Aquino em Winona e foi ordenado padre da FSSPX em 1995. Quando o padre Urrutigoity foi expulso de Santo Tomás, Ensey o seguiu para a Diocese de Scranton.

Durante o ano letivo de 1998-1999 na Academia Santo Gregório, o padre Ensey desenvolveu uma amizade especial com John Doe, um aluno de quem ele tinha sido "diretor espiritual"» Sra. Randy Engel The Rite of Sodomy 2006.

« Durante o feriado de Ação de Graças, Ensey acompanhou o jovem à Califórnia, onde o aluno planejava ir para a faculdade no ano seguinte. Ensey também levou o jovem a visitar a casa de seus pais em Santa Paula. Durante a visita, John Doe declarou que estava sendo sodomizado por Ensey. » Sra. Randy Engel The Rite of Sodomy 2006.

E a Sra. Engel menciona o caso de outras « maçãs podres » da Sociedade São João, cuja maioria também provinha do seminário de Winona da FSSPX, sob a autoridade de Dom Williamson, tendo seguido seu Guru, o padre Carlos Urrutigoity, após sua expulsão do seminário pelo Superior Geral da FSSPX, Dom Bernard Fellay.

« O padre Marshall Roberts era outro sacerdote da SSJ que residiu com Urrutigoity e Ensey na Academia Santo Gregório de 1997 a 1999.

Segundo o Vice-Reitor do Instituto do Cristo Rei em Gricigliano, Itália, em 1993, Roberts foi expulso do seminário quando desenvolveu um apego sexual anormal por um colega seminarista de quem se apaixonou. 24 horas após o Vice-Reitor ter sido informado sobre os planos de Roberts em relação ao seu colega, que não apreciava a atenção, ele estava em busca de novos locais para viver. Roberts foi posteriormente ordenado pela FSSPX e se tornou, posteriormente, membro fundador da SSJ.

Uma vez em Santo Gregório, Roberts se envolveu com um jovem do primeiro ano de 1999, que mais tarde se tornou postulante da Sociedade. Em um arranjo muito contrário às regras, Roberts e o postulante compartilhavam o mesmo quarto e a mesma cama em uma acomodação na propriedade da SSJ.[xv]

O padre Christopher Clay era outro discípulo de Urrutigoity embora nunca tenha sido membro da Sociedade… Sra. Randy Engel The Rite of Sodomy 2006

E a Sra. Engel termina seu relato fazendo o balanço da situação canônica ainda confusa da Sociedade São João.

« No dia 19 de novembro de 2004, Dom Martino publicou um decreto canônico de supressão da Sociedade de São João. A decisão de suprimir a Sociedade foi motivada principalmente por razões financeiras e pela incapacidade da SSJ de atingir seus objetivos durante os seis anos de sua existência. [xvi] O decreto foi publicado no jornal diocesano, The Catholic Light, em 25 de novembro de 2004.

Dom Martino desde então transmitiu o dossiê para a Santa Sé, que decidirá definitivamente sobre a SSJ.

Membros da Sociedade estão atualmente em Roma tentando anular o decreto. O padre Urrutigoity foi visto em Roma com sotaina, embora esteja suspenso. [xvii]

Mais ainda, a Sociedade lançou, no Natal de 2004, um apelo de financiamento após a publicação do decreto de supressão. A carta de apelo declara que a Sociedade de São João "está viva e vai bem". [xviii]

A impostura da Sociedade de São João continua.

Da mesma forma, a FSSP deve considerar fechar a Academia de Santo Gregório. » Sra. Randy Engel The Rite of Sodomy 2006

Diante dos FATOS ESTABELECIDOS relatados pela Sra. Randy Engel nas páginas 954-972 (traduzidas no Apêndice 6 desta mensagem) de seu livro de 1282 páginas de julho de 2006, O Rito de Sodomia: Homossexualidade e Igreja Católica de Roma, não podemos deixar de nos sentir estarrecidos e ESCANDALIZADOS pelas responsabilidades esmagadoras da Fraternidade Sacerdotal São Pio X na América nos Estados Unidos, e em particular de seus dois bispos, Dom Richard Williamson e Alfonso de Galaretta, na gênese e proteção do grupo de seminaristas violadores-predadores homossexuais que não hesitaram em ordenar padres e promover professores e responsáveis em seu seminário, apesar dos avisos canônicos do padre Morello, então Superior do seminário argentino de La Reja da FSSPX:

Uma vez ordenados padres católicos tradicionais pela FSSPX e logo após sua saída do Seminário de Winona da FSSPX, esse grupo de clérigos desviados malfeitores pôde, assim, constituir - com a cumplicidade do pseudo-«bispo» conciliar Timlin e do padre Devillers da Sociedade Sacerdotal São Pedro (comunidade tradicional unida à Ecclesia Dei) - sob a direção do binômio homossexual diabólico Urrutigoity e Ensey, a abominável Sociedade São João de padres violadores-predadores homossexuais, que puderam assim, durante anos, fazer vítimas jovens nos Estados Unidos com total tranquilidade e hipocrisia.

Estes FATOS ESTABELECIDOS, geralmente desconhecidos na Europa, são hoje - graças aos trabalhos e publicações da Sra. Engel - amplamente conhecidos nos Estados Unidos, nos círculos da Tradição católica.

É isso que explica, nos círculos da Tradição católica dos Estados Unidos, o imenso descrédito atual da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, colocada sob a responsabilidade de Dom Richard Williamson, descrédito que não deixa de chocar e surpreender todos os clérigos e fiéis tradicionalistas europeus que hoje visitam os meios católicos americanos da Tradição.

E, de fato, em violação permanente das regras disciplinares elementares instituídas a esse respeito pelo Magistério infalível da Santa Igreja (cf. Apêndice 3), os Superiores Gerais sucessivos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (o padre Schmidberger e Dom Bernard Fellay) desde a morte de Dom Lefebvre, seu Fundador, que faleceu inesperadamente em 25 de março de 1991, não hesitaram em obstinar-se em manter – apesar de suas inexpiáveis responsabilidades factuais lembradas acima – o ex(?)-Anglicano, Dom Richard Williamson, à frente dos Seminários americanos da FSSPX: à frente do seminário Santo Tomás de Aquino de Winona nos Estados Unidos, e depois, desde 2003, à frente do seminário argentino de La Reja.

Quando, então, a FSSPX irá finalmente decidir satisfazer às regras disciplinares elementares da Santa Igreja a esse respeito, proibindo finalmente seu bispo britânico, o ex(?)-Anglicano, Dom Richard Williamson "à Rosa", de ter qualquer responsabilidade sobre os seminários, e qualquer contato com os seminaristas da FSSPX nos Estados Unidos e na América!

O que ainda faz este ex(?)-Anglicano, bispo britânico desacreditado, dentro da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada por Dom Lefebvre para a preservação do verdadeiro sacerdócio sacrificial católico validamente sacramental?


[22] O leitor encontrará no Anexo 6 desta mensagem a tradução para o português dessas páginas.

[23] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-10-D-00-Schmidberger-Urrutigoity.pdf

[24] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-B-00-Mgr_Williamson_Actions_US.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-01-A-00-Williamson-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-07-C-00-Williamson_Urrutigoity-n2_EN.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-05-03-A-00-Williamson_Urrutigoity-n1-ENG.pdf

[25] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

[26] Trata-se da Fraternidade Sacerdotal São Pedro, NdT

[27] Selinger deixou posteriormente o seminário, casou-se e estabeleceu-se na Califórnia para fundar uma família. Quando se soube que ele provavelmente seria chamado a testemunhar contra o padre Urrutigoity no Caso John Doe, o padre Eric Ensey, que havia ajudado a fundar a SSJ e que havia substituído Urrutigoity como conselheiro espiritual em St. Thomas, em Winona, visitou Selinger e tentou convencê-lo a deixar o país para evitar ser chamado a testemunhar contra Urrutigoity. Ele disse ao ex-seminarista que Urrutigoity tinha "uma prescrição médica" para o pênis. Ele disse que se o padre fundador fosse condenado, ele o arrastaria (a ele, Ensey) e a ordem inteira com ele. Como esses argumentos não foram suficientes para convencer Selinger, Ensey disse que o advogado de Urrutigoity tinha ligações com a Máfia - uma alusão que implicava que Selinger e sua família poderiam ser ameaçados se ele testemunhasse contra o padre. Selinger respondeu que não tinha a intenção de deixar sua esposa e filhos para escapar de uma convocação e mostrou a porta para Ensey.

[28] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

6 - CONCLUSÕES

Bem além do símbolo litúrgico conciliar do « retorno dos altares », e de maneira ainda muito mais concreta e bem mais brutalmente encarnada, é absolutamente necessário relembrar aqui a advertência divina solene contra os consagrados que se voltam contra a finalidade do culto divino ao qual estão ordenados, advertência que lhes anuncia o castigo, tal como relatado pelo Apóstolo São Paulo em sua Epístola aos Romanos [I, 18-32] :

· 18 Pois a ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens, que, por sua injustiça, retêm a verdade cativa ;

· 19 porque o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles: Deus lhes manifestou.

· 20 De fato, suas perfeições invisíveis, seu eterno poder e sua divindade são, desde a criação do mundo, tornadas visíveis à inteligência por meio de suas obras. Eles são, portanto, inexcusáveis ;

· 21 pois, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus e não lhe deram graças; antes, se tornaram vãos em seus pensamentos, e seu coração insensato se obscureceu.

· 22 Apreciando-se por sábios, tornaram-se loucos ;

· 23 e trocando a majestade do Deus incorruptível por imagens que representam o homem corruptível, aves, quadrúpedes e répteis.

· 24 Por isso Deus os entregou, no meio das concupiscências de seus corações, à impureza, de modo que desonram entre si seus próprios corpos ,

· 25 eles que trocaram o Deus verdadeiro pela mentira, e que adoraram e serviram a criatura em lugar do Criador , (o qual é bendito eternamente. Amém!)

· 26 Por isso Deus os entregou a paixões infames: suas mulheres trocaram o uso natural pelo que é contra a natureza ;

· 27 da mesma forma, os homens, em vez de usarem da mulher conforme a ordem da natureza, arderam em desejos uns pelos outros, homens com homens praticando o que é infame, e recebendo, na degradação mútua, o justo salário de seu desvio .

· 28 E, como não se importaram em conhecer a Deus, Deus os entregou ao seu senso pervertido para fazer o que não convém ,

· 29 estando cheios de toda espécie de iniquidade, malícia, [fornicação], avareza, maldade, cheios de inveja, pensamentos homicidas, contendas, fraude, malignidade, semeadores de falsos rumores,

· 30 caluniadores, odiados de Deus, arrogantes , altivos, fanfarrões, engenhosos para o mal, rebeldes a seus pais,

· 31 sem entendimento, sem fidelidade, [implacáveis], sem afeto, sem piedade.

· 32 E embora conheçam o juízo de Deus, que declara dignos de morte os que cometem tais coisas, não apenas as fazem, mas também aprovam os que as fazem .

As práticas homossexuais mais vergonhosas e infames estão, de fato, agora espalhadas carnalmente entre esse pseudo-« clero » conciliar já apóstata espiritualmente invertido[29], assim como os meios de comunicação não param de ecoar sobre isso, práticas carnais infames que conseguiram, inclusive, começar a se introduzir hoje em certos meios clericais infiltrados na Tradição[30] !

Assim, é a própria Santa Escritura, inspirada pelo Espírito Santo, quem estabelece UMA CONEXÃO NECESSÁRIA entre o desenvolvimento das práticas homossexuais clericais e a APOSTASIA dos clérigos consagrados.

E, além disso, é também a Muito Santa Virgem Ela mesma quem ecoa essa advertência divina solene, no famoso trecho do Segredo de La Salette[31] que Ela confiou « para fazê-lo conhecer a todo o meu povo » em 19 de setembro de 1846 à pastora Mélanie Calvat na montanha de La Salette, na França, trecho que imediatamente provocou, como se sabe, um escândalo tão grande no clero católico, e especialmente em sua hierarquia, que Seu Segredo foi, desde sua publicação integral em 1858, ferozmente combatido e denegrido com um esforço incessante por vários membros dessa última:

"Mélanie, o que vou te dizer agora não será sempre segredo, você poderá publicá-lo em 1858.

"Os sacerdotes, ministros do meu Filho, os sacerdotes, pela sua má vida, pela sua irreverência e impiedade em celebrar os santos mistérios, pelo amor ao dinheiro, ao amor à honra e aos prazeres, os sacerdotes se tornaram cloacas de impureza. Sim, os sacerdotes pedem vingança, e a vingança está suspensa sobre suas cabeças. Ai dos sacerdotes, e das pessoas consagradas a Deus, que, por suas infidelidades e má vida, crucificam novamente meu Filho! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e convocam a vingança, e eis que a vingança está às suas portas, pois não há mais ninguém para implorar misericórdia e perdão pelo povo; não há mais almas generosas, não há mais ninguém digno de oferecer a Vítima sem mácula ao Eterno em favor do mundo. "...

"Que aqueles que estão à frente das comunidades fiquem em guarda quanto às pessoas que devem receber, pois o demônio usará de toda a sua malícia para introduzir nas ordens religiosas pessoas dedicadas ao pecado, pois as desordens e o amor aos prazeres carnais serão espalhados por toda a terra. "…

Que diria hoje nossa Grande Protetora, diante do espetáculo horrível que agora oferece a decomposição dos costumes do « clero » e mais ainda da alta hierarquia conciliar apóstata, tal como está documentado cuidadosamente pela Sra. Rangel em seu livro de julho de 2006 « O Rito da Sodomia: Homossexualidade e a Igreja Católica de Roma » (cf. Anexo 5)?

Testemunha dessa duplicidade tão perversa da alta hierarquia conciliar « ecumênica » romana apóstata atual, o padre apostata Ratzinger-Bento XVI conhece bem  São Pedro Damião, pois se permite o luxo hipócrita de citar publicamente como modelo aos estudantes italianos, a respeito de seu equilíbrio monástico entre « comunhão e solidão » durante seus estudos em Parma, enquanto esconde cuidadosamente a seus interlocutores a existência do Livro de Gomorra deste grande Santo, ainda que continue com perseverança e obstinação a garantir a proteção e a promoção[32] das redes clericais homossexuais dentro da Igreja :

http://www.phpbbserver.com/phpbb/viewtopic.php?t=3513&mforum=lelibreforumcat

Citação: Baseando-se no exemplo de São Pedro Damião (1007-1072), que fez parte de seus estudos em Parma e que foi um reformador de seu tempo, o Papa exortou aqueles que fazem estudos universitários a « serem sensíveis ao patrimônio espiritual de São Pedro Damião », que conseguiu uma feliz síntese entre a vida de eremita e a atividade eclesial, tendo encontrado um justo equilíbrio entre « solidão e comunhão » em sua vida de religioso camaldulense. O Papa assim advertiu « as novas gerações » contra « o duplo risco » causado pelas « novas tecnologias informáticas ». Por um lado, explicou ele, « o perigo de uma redução da capacidade de concentração e de aplicação mental no plano pessoal »; por outro lado, « o risco de um isolamento do indivíduo em uma realidade cada vez mais virtual ».

As consequências se traduzem na dimensão social que « se dispersa em uma multitude de fragmentos », enquanto a dimensão pessoal « se retrai sobre si mesma e tende a recusar construir qualquer relação com os outros », precisou Bento XVI. Ele então destacou o papel positivo da universidade à qual se sente « espiritualmente ligado », que vive, ao contrário, « do equilíbrio virtuoso » entre « os momentos individuais e comunitários », entre « a pesquisa e a reflexão » e « o compartilhamento e a confrontação com os outros ».

Bento XVI então evocou a reforma universitária em curso na Itália, objeto de muitas críticas dentro da Península. « Uma reforma universitária só é válida se se confronta com a liberdade: a liberdade de ensino, a liberdade de pesquisa, a liberdade da instituição acadêmica em relação aos poderes econômicos e políticos », afirmou o papa. (Fontes: apic/imedia/VIS)

O padre apóstata Ratzinger-Bento XVI também conhece muito bem o grande censor católico espanhol dos costumes do século XIX, Santo Antônio Maria Claret[33], que escrevia a respeito da conduta a seguir em caso de descoberta de práticas homossexuais dentro de instituições religiosas católicas:

« ... A única solução moral certa para corrigir tal problema é a dissolução do corpo docente e a demissão dos alunos, a revogação dos capelães e confessores de seus ofícios; se o instituto deve ser reconstituído, isso só pode ser feito com professores, alunos e padres completamente novos; isso porque sempre haverá relações que nunca serão descobertas, e que se estiverem presentes na nova fundação, a conspiração pode recomeçar. Problemas dessa ordem nas boas fundações só podem ser evitados se os confessores e os diretores espirituais levarem a recidiva dos 6º e 9º mandamentos a sério e tiverem autoridade para expulsar os candidatos que não têm a graça da castidade e da continência, isto sem prudência humana ». Randy Engel The Rite of Sodomy (julho de 2006)[xix]

pois ele não hesita em propor isso como modelo aos jovens[34] católicos enquanto esconde cuidadosamente de seus interlocutores os escritos deste grande Santo que condenam a homossexualidade, em particular a clerical, enunciando os princípios indispensáveis para sua erradicação, mesmo enquanto continua com perseverança e obstinação a garantir a proteção e a promoção das redes clericais homossexuais dentro da Igreja.

Esse grande Santo que foi Pedro Damião também soube demonstrar em seu tempo o intrépido vigor de sua determinação frente ao intruso « Bento X » que « reinava » sozinho por um período (1058-1059) no século XI sobre a cadeira de Pedro que ele tinha a audácia de usurpar por astúcia, por simonia e por violência, ao conseguir, com a ajuda do braço secular cristão que constituía então o Chefe do Sacro Império, obter sua deposição, depois de demonstrar canonicamente e publicamente que esse indivíduo nunca tinha sido papa, mas que na verdade desde o início era apenas um vil impostor.

Estamos decididamente aqui muito longe da fraqueza e da pusilanimidade[35] dos clérigos, padres e bispos, tradicionalistas atuais!

E é em razão mesmo de tais reações históricas desses grandes Santos católicos frente à impostura manifesta no mais alto nível, grandes Santos católicos suscitados pela Misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo, que a Santa Igreja Católica pôde perdurar intacta até nós por 2000 anos até 1958, e manter ainda na tradição católica, para a salvação dos fiéis, os frutos sacramentais do Sacrifício de Nosso Redentor.

Nossa Senhora de La Salette, proteja-nos em nossa terrível luta contra o Grande Dragão do Apocalipse e sua « Segunda Besta » clerical religiosa desprovida do sacerdócio sacrificial[36] (capítulo XIII) que eclipsou hoje a Santa Igreja Católica aos olhos dos homens!

E agora, o que fará Dom Fellay diante dos grandes exemplos católicos de Filipe o Belo e de Santo Pedro Damião?

É mais do que tempo que Dom Williamson seja expulso da FSSPX. Este bispo nunca deveria ter sido consagrado por Dom Lefebvre, nunca deveria ter sido admitido a receber o sacerdócio, e menos ainda ser nomeado superior de seminário.

Continuemos a boa luta

A Redação de Virgo-Maria

© 2009 virgo-maria.org


[29] http://www.virgo-maria.org/articles/2009/VM-2009-01-20-A-00-Homosexualite_de_Paul_VI.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-20-A-00-Vatican-Homosexuel.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-04-06-A-00-Hoyos_ment.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-16-A-00-Hoyos_liberte_religieuse_Colombie.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-12-09-A-00-Hoyos_Versailles.pdf

[30] http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-07-C-00-Williamson_Urrutigoity-n2_EN.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-05-03-A-00-Williamson_Urrutigoity-n1-ENG.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-10-D-00-Schmidberger-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-01-A-00-Williamson-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-B-00-Mgr_Williamson_Actions_US.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-18-A-00-Williamson-Loup.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-03-24-B-00-Mgr_Williamson_tente_de_desarmorcer_VM_2.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09_20-A-00-VM_Pages_FSSPX.pdf

[31] http://www.virgo-maria.org/Documents/la-salette/secretsalette.htm

http://www.virgo-maria.org/Documents/la-salette/La%20Salette-Lepidi-C-208.htm

[32] http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

[33] http://fr.wikipedia.org/wiki/Antoine-Marie_Claret

[34] Cidade do Vaticano, 24 de outubro de 2007 - (E.S.M.) - Como é habitual para concluir suas saudações de quarta-feira, o Papa Bento XVI dirigiu-se aos jovens, aos doentes e aos recém-casados e lhes deu o exemplo de São Antônio Maria Claret.

http://eucharistiemisericor.free.fr/index.php?page=2410074_claret

[35] para não dizer a perversidade de alguns deles...

[36] cf http://www.rore-sanctifica.org

DOSSIÊ DAS REFERÊNCIAS VIRGO MARIA SOBRE O EX(?)ANGLICANO DA FSSPX DOM RICHARD WILLIAMSON À ROSA

http://www.virgo-maria.org/articles/2009/VM-2009-01-20-A-00-Homosexualite_de_Paul_VI.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2009/VM-2009-01-09-A-00-Doctrine_sur_homosexualite.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-31-A-00-Williamson_Camarilla.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-05-A-00-Abbe_Cekada_repond_Mgr_W.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-02-A-00-Diversion_de_Mgr_Williamson.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-03-A-00-Abbe_Meramo-RC.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-02-C-00-Societes_secretes_europeennes.pdf

http://sww.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-15-A-00-Blason_Williamson_Cunctator.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-18-A-00-Coat-of-arms_Williamson_Cunctator.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-03-B-00-Anglicans_Rose_Croix-FM.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-04-08-B-00-Williamson-Round_Table.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-10-D-00-Schmidberger-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-01-A-00-Williamson-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-20-A-00-Vatican-Homosexuel.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-07-C-00-Williamson_Urrutigoity-n2_EN.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-05-03-A-00-Williamson_Urrutigoity-n1-ENG.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-05-02-A-00-Mgr_Williamson_Blason_de_Luther.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-04-06-A-00-Hoyos_ment.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09_20-A-00-VM_Pages_FSSPX.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-B-00-Mgr_Williamson_Actions_US.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-18-A-00-Williamson-Loup.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-15-A-00-Williamson-Diaporama.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-15-Diaporama_Williamson_2_anneaux.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-16-A-00-Hoyos_liberte_religieuse_Colombie.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-A-00-Mgr_Williamson_Muggeridge.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-11-A-00-Mgr_Williamson_Muggeridge.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles_HTML/2007/006_2007/VM-2007-06-06/VM-2007-06-06-B-00-Avrille_bloque_face_a_Celier htm

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-04-24-A-00-Rore_refute_l_abbe_Calderon_2.pdf

http://rore-sanctifica.org/etudes/2007/RORE-2007-04-24-FR_Refutation_de_l_abbe_Calderon.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-03-24-B-00-Mgr_Williamson_tente_de_desarmorcer_VM_2.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-03-24-A-00-Abbe_Cekada_reordinations_2.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-01-28-A-00-Abbe_Cekada_refute_abbe_Calderon_1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-12-18-B-00-Mgr_Williamson_Omission_d_Avrille_1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-12-09-A-00-Hoyos_Versailles.pdf

7 - ANEXO 1 – TRADUÇÃO DO TEXTO DA SRA. RANDY ENGEL - O LIVRO DE GOMORRA DE SANTO PEDRO DAMIÃO - UM QUADRO MORAL DE NOSSO TEMPO

http://www.catholictradition.org/gomorrah1.htm

http://www.catholictradition.org/gomorrah2.htm

http://www.ourladyswarriors.org/articles/damian1.htm

http://www.ourladyswarriors.org/articles/damian2.htm

7 - ANEXO 1 – TRADUÇÃO DO TEXTO DA SRA. RANDY ENGEL - O LIVRO DE GOMORRA DE SANTO PEDRO DAMIÃO - UM QUADRO MORAL DE NOSSO TEMPO

INTRODUÇÃO

Catholic Family News
Junho-Julho de 2002
O Livro de Gomorra
de São Pedro Damião
Um Quadro Moral de Nosso Tempo
por Randy Engel

[Nota do Editor: Catholic Family News pediu a Randy Engel que tentasse esclarecer os problemas fundamentais em torno da pederastia e da homossexualidade na Igreja de hoje. Ela pesquisou e estudou a rede homossexual no clero católico e na vida religiosa durante mais de treze anos e acreditamos que seu comentário baseado na obra do monge italiano do século XI São Pedro Damião ajudará a colocar a crise atual em uma perspectiva correta para nossos leitores. Seu último livro, O Rito da Sodomia – A Homossexualidade e a Igreja Católica Romana deve ser publicado em Julho de 2006. JV]

7 - ANEXO 1 – TRADUÇÃO DO TEXTO DA SRA. RANDY ENGEL - O LIVRO DE GOMORRA DE SANTO PEDRO DAMIÃO - UM QUADRO MORAL DE NOSSO TEMPO

CAPÍTULO I

A vida de São Pedro Damião (1007 -1072)

Parece que quando nossa Santa Mãe a Igreja tem uma grande necessidade de um santo particular para uma época particular, Deus, em Sua bondade infinita, nunca falhou em atender a esse chamado. Assim, em 1007, nasceu um menino em uma família nobre, mas pobre, na antiga cidade romana de Ravenna, criança que se tornaria Doutor da Igreja, um precursor da reforma hildebrandina[37] da Igreja e uma figura chave na reforma moral e espiritual do clero inconsciente e relaxado da época.

A Tradição nos ensina que a chegada de São Pedro Damião a este mundo não foi bem-vinda, pois sobrecarregava e irritava um pouco uma família já numerosa. Ele ficou órfão ainda jovem, e seu biógrafo João de Lodi nos diz que sem a solicitude de seu irmão mais velho Damião, um arcipreste de Ravenna, a criança poderia ter passado toda sua vida na obscuridade como um porco. Mas Deus teve outra opinião. Os talentos intelectuais inatos e a notável piedade de Pedro na adversidade foram reconhecidos pelo arcipreste, que arrancou seu jovem irmão dos campos e lhe ofereceu uma ótima educação, primeiro em Ravenna, depois em Faenza, e finalmente na Universidade de Parma. Em troca, Pedro reconheceu a solicitude afetuosa de seu irmão adotando Damião como seu segundo nome.

Embora se destacasse em seus estudos e alcançasse rapidamente os graus acadêmicos, Pedro se sentia mais atraído pela vida religiosa do que pela vida universitária. Sua espiritualidade se fundamentaria em seu amor pela regra de São Bento e sua atração pelas práticas de penitência rigorosa e individual de São Romualdo.

Um pouco antes de completar trinta anos, ele foi recebido no eremitério beneditino da Reforma de São Romualdo em Fonte-Avellena, do qual se tornaria Priore – uma posição que manteve até sua morte em 21 de Fevereiro de 1072, ao mesmo tempo em que servia como Cardeal-Arcebispo de Óstia, uma honra concedida a Pedro pelo Papa Estêvão IX em 1057. A vida do santo monge destacou-se por sua grande compreensão e maravilhosa conhecimento das Santas Escrituras, e por grandes penitências que serviam tanto de reprimenda quanto de inspiração para seus amigos monges e para o clero secular em uma época da Igreja em que a turpitude moral era comum no clero. Seus conselhos sábios e suas habilidades diplomáticas foram aproveitados durante a longa sucessão de dois Papas, particularmente sob o Papa Leão IX, outro precursor da Reforma Gregoriana. Pedro Damião morreu em odor de santidade em 22 de Fevereiro de 1072, em seu sexagésimo sexto ano.

1. O Livro de Gomorra - Uma Lição para Ontem, Hoje e Amanhã

Entre os escritos mais famosos de São Pedro Damião está seu volumoso tratado, a Carta 31, o Livro de Gomorra (Liber Gomorrhianus), que contém a exposição e a condenação mais completas pelos Pais da Igreja da pederastia e das práticas homossexuais clericais.

2. Seu principal sermão sobre o vício da sodomia em geral e a homossexualidade e a pederastia dos clérigos em particular é escrito em um estilo claro e preciso que o torna fácil de ler e entender.

De acordo com os ensinamentos tradicionais da Igreja desde os tempos apostólicos, ele sustenta que todos os atos homossexuais são crimes contra a natureza e, por conseguinte, crimes contra Deus, que é o autor da Natureza.

É também refrescante encontrar um eclesiástico cujo principal cuidado em termos de imoralidade sexual é o dos interesses de Deus, antes dos homens, particularmente no que diz respeito à homossexualidade nas fileiras do clero. Além disso, sua condenação especial dos crimes pederastas cometidos por religiosos contra jovens e meninos (incluindo aqueles que se preparam para receber as santas ordens) pronunciada há novecentos anos, tende certamente a minar a desculpa de muitos bispos e cardeais americanos que proclamam que faltavam no início o conhecimento específico e as sutilezas psicológicas necessárias para avaliar a gravidade dos crimes pederastas clericais. Através de uma simples leitura do Livro de Gomorra, acredito que o católico médio ficaria chocado com a severidade da condenação de Damião das práticas sodomitas clericais como penas severas que o Papa Leão IX atribui a tais práticas.

Uma parte dessa reação, como afirma J. Wilhelm ao falar da retratação dos católicos modernos diante da severidade das penas medievais (incluindo a pena de morte por heresia), pode ser atribuída ao fato de que vivemos em uma época que "presta menos atenção à pureza da fé".

3. Muitos católicos simplesmente perderam a noção do pecado. Isso não parece importante se um clérigo efeminado, manifestamente homossexual, exibe-se no altar enquanto celebra ritos heréticos durante uma Quarta-feira de Cinzas. Como aqueles que observam os novos bárbaros de Hilaire Belloc à porta, os paroquianos sorriem. Eles estão animados.

4. Da mesma forma, muitos católicos hoje têm muito pouco conhecimento – se é que têm – de como os Pais da Igreja tratavam a homossexualidade, incluindo a pederastia entre os clérigos.

Tomemos por exemplo as penas físicas e espirituais decretadas pelo arquétipo do monaquismo oriental, Santo Basílio de Cesareia (322-379), para os clérigos e monges pegos fazendo avanços sexuais (abraços) ou violando sexualmente jovens garotos ou homens. O culpado comprovado deveria ser açoitado em público, sua tonsura anulada (cabeça raspada), colocado em correntes e preso por seis meses, após o que seria confinado em uma cela separada e ordenado a fazer penitências severas e vigílias de oração para a expiação de seus pecados sob o olhar inquisidor de um irmão mais velho. Seu regime consistia em água e pão de cevada – o alimento para os animais. Fora de sua cela, ao realizar trabalhos manuais e se deslocar no mosteiro, ele deveria ser constantemente vigiado por dois irmãos monges para que nunca pudesse ter contato com jovens homens ou meninos.

5. Pergunta-se quantos homossexuais se apresentariam à porta do seminário do Cardeal Bernard Law ou de outros prelados americanos se soubessem que um tal destino os aguardava caso fossem considerados culpados ou apenas tentassem seduzir sexualmente e violar meninos menores ou jovens homens?

E a propósito dos seminários, eu deveria mencionar a regra papal de São Sirício, um contemporâneo de Santo Basílio, que ordenou que esses "vasos de vícios", ou seja, sodomitas, incluindo aqueles que haviam cumprido sua penitência, fossem proibidos de entrar no clero.

6. Dado que o Livro de Gomorra foi redigido em 1049, é um milagre constatar que tantas visões de Damião possam se aplicar à atual desastre pederasta e homossexual aqui nos Estados Unidos e no exterior, incluindo no Vaticano. Seu tratado constitui uma refutação decisiva dos apologistas contemporâneos da homossexualidade que afirmam que os primeiros Pais da Igreja não compreendiam a natureza ou a dinâmica da homossexualidade. Pelo contrário, como demonstra a obra de Damião, a degradação da natureza humana que se expressa pelo ato de sodomia é um fenômeno universal que transcende épocas, lugares e culturas. Um dos pontos essenciais do Livro de Gomorra é a insistência do autor sobre a responsabilidade dos bispos ou superiores de ordens religiosas na repressão e erradicação do vício em suas fileiras.

7. Ele não poupa palavras para condenar esses prelados que recusam ou negligenciam adotar uma postura firme em relação às práticas sodomitas dos clérigos seja por indiferença moral ou por incapacidade de enfrentar uma situação desagradável ou potencialmente escandalosa.

8. Os outros problemas que Santo Pedro Damião aborda são particularmente atuais:

As Motivações de um Tratado sobre a Sodomia

Quando o humilde monge e futuro santo, Pedro Damião, apresentou sua Carta 31, o Livro de Gomorra, ao Papa Leão IX em 1049, ele expressou claramente que sua primeira e principal preocupação era a salvação das almas. Embora a obra tenha sido dirigida especificamente ao Santo Padre, ela era destinada à Igreja universal, particularmente aos bispos do clero secular e aos superiores de ordens religiosas. Na sua introdução, o santo redator afirma claramente que o apelo divino do Sede Apostólica faz do "bem-estar das almas" sua preocupação primordial. Para esse fim, ele intercede junto ao Santo Padre para agir contra "um certo vício abominável e muito grave" que identifica claramente como "o câncer invasor da sodomia", que devasta tanto as almas do clero quanto o rebanho de Cristo sob sua jurisdição, antes que Deus libere Sua justa cólera sobre o povo.

9. Reconhecendo o quão repulsiva pode parecer ao Papa a menção crua da palavra sodomia, ele pede, no entanto, com uma brutal franqueza:

"... se um médico se horroriza com a ferida, quem poderá cauterizá-la? Se ele se sente enjoado ao aplicar o remédio, quem restaurará a saúde dos corações feridos?"

10. Não deixando nada na sombra, Damião distingue entre as diversas formas de sodomia e os estágios de corrupção sodomita, começando com a masturbação solitária e mútua e terminando com a simulação interfemoral (entre as coxas) e o coito anal.

11. Ele observa que há uma tendência entre os prelados de tratar os três primeiros graus do vício com uma "indulgência inadequada", preferindo reservar a revogação do estado religioso apenas para os homens convencidos de penetração anal. O resultado, diz Damião, é que um homem culpado dos graus "inferiores" do vício, aceita suas penitências mais brandas, mas permanece livre para poluir os outros sem o temor salutar de perder seu posto. O resultado previsível da indulgência dos superiores, diz Damião, é que o vício se expande, o culpado se torna mais audacioso em seus atos ilícitos, sabendo que não incorrerá em perda grave de seu status de clérigo, ele perde todo temor de Deus e seu último estado é pior do que o inicial.

12. Damião descreve a audácia de homens que estão "habituados à imundície desse mal supurante", e já ousam se apresentar às santas ordens, ou já ordenados, permanecem na função.

13. Não é por tais crimes que este Deus Todo-Poderoso destruiu Sodoma e Gomorra, e matou Onã por ter deliberadamente derramado sua semente no chão? pergunta ele. 

14. Citando a carta de São Paulo aos Efésios (Ef V:5), ele continua

"se o homem impuro não tem nenhum direito ao Paraíso, como pode ele ser suficientemente arrogante para pretender ocupar uma posição honorífica na Igreja, que é indiscutivelmente o reino de Deus?"

15. O santo monge compara os sodomitas que aspiram às santas ordens, a esses habitantes de Sodoma que ameaçavam "usar de violência contra Ló, o justo" e se preparavam para forçar a porta quando foram atingidos de cegueira pelos dois anjos e ficaram incapazes de encontrar o caminho da porta. Esses homens, diz ele, estão afligidos pela mesma cegueira, e "por um justo decreto de Deus eles caem na cegueira interior".

16. Se fossem humildes, seriam capazes de encontrar a porta que é Cristo, mas estão cegos por sua "arrogância e suficientismo", e "perdem Cristo por causa de sua adição ao pecado", nunca encontrando "a porta que leva à morada paradisíaca dos santos", lamenta Damião.

17. Não poupando esses eclesiásticos que permitem com pleno conhecimento que os sodomitas recebam as santas ordens ou permaneçam membros do clero enquanto continuam a poluir sua função, o santo monge critica os "superiores preguiçosos dos clérigos e dos sacerdotes", lembrando-os de que devem tremer por si mesmos pois se tornam "cúmplices do pecado dos outros", ao permitir que "a ferida devastadora" da sodomia persista em suas fileiras.

18. Os bispos homossexuais que tratam seus filhos espirituais como presas: vêm então os mais chocantes epítetos reservados a esses bispos que "praticam esses atos absolutamente condenáveis com seus filhos espirituais".

19. "Quem pode esperar ver o rebanho prosperar quando seu pastor se afundou profundamente nas entranhas do demônio... que faz de um clérigo uma amante, ou uma mulher de um homem?... que, por sua luxúria, entrega um filho do qual deve espiritualmente prestar contas a Deus à escravidão sob a lei de ferro da tirania satânica", retumba Damien.

20. Fazendo uma analogia entre a punição infligida ao pai que leva sua filha a um incesto familiar ou ao sacerdote que comete "o ato sacrílego" com uma freira, com a contaminação de um clérigo por seu superior, ele pergunta se este último pode escapar da condenação e continuar sua santa função?

21. Em verdade, o último caso merece uma punição ainda mais severa, diz Damião, porque, enquanto os dois primeiros são relações naturais, um superior religioso culpado de sodomia não apenas cometeu um sacrilégio com seu filho espiritual, mas também violou a lei da natureza. Um tal superior não apenas se condena, mas também arrasta alguém consigo, declara Damião.

22. O Escândalo Permanente de Dom Daniel Ryan

Ignoro o que vem à mente de cada um após ler uma censura tão dolorosa aos bispos e cardeais cujos apetites contra a natureza os levam a cobiçar em vez de orar pelos filhos espirituais que nossa Santa Mãe Igreja lhes confiou. Por minha parte, é à pessoa de Dom Daniel Ryan que penso.

Ryan foi consagrado bispo auxiliar da diocese de Joliet em 30 de setembro de 1981 por Joseph L. Imesch, bispo de Joliet, assistido por Daniel W. Kucera, bispo de Salina e futuro arcebispo de Dubuque e principal arquiteto do infame ‘catecismo’ do sexo, New Creation, que leva seu imprimatur.

23. Dois anos depois, em 19 de novembro de 1983, o Papa João Paulo II nomeou Ryan Bispo de Springfield, IL. Ele tomou posse em 18 de janeiro de 1984.

24. Em 1999, Ryan se aposentou de forma inesperada e precoce por "motivos de saúde", enquanto segundo acusações bem fundamentadas pela Roman Catholic Faithful (RCF), baseada em Springfield, ele (Ryan) é um homossexual ativo que teve conduta homossexual grosseira com prostitutos masculinos menores e com clérigos.

25. A Santa Sé e o núncio papal para os Estados Unidos são suspeitos de terem estado perfeitamente cientes das propensões homossexuais predatórias de Ryan.

26. Entre as testemunhas que se apresentaram para apoiar a ação da RCF contra os atos sexuais de Ryan estava Frank Robert Bergen, um ex-fugido que se tornou prostituto e contatou a RCF, informando o Presidente Steve Brady que teve, quando menor, relações sodomitas com Ryan e outros padres. Bergen declarou que o bispo ouviu sua confissão e o absolveu de seus pecados sempre que teve uma relação sexual com ele. 

27. Quando Dom Ryan "se aposentou", seu assento episcopal foi ocupado por Dom George Lucas, ex-chanceler da Arquidiocese de São Luís e próximo companheiro do Arcebispo Justin Rigali. A recepção para a posse de Lucas ocorreu no Templo Maçônico Ansar Shrine de Springfield, IL.

28. Seu influente mentor, o Arcebispo Rigali, foi designado ao serviço da Santa Sé no meio da década de 80 pelo Papa João Paulo II e serviu como camareiro e Secretário do Colégio de Cardeais até seu retorno aos Estados Unidos como Arcebispo de São Luís em 1994. 

29. Sob a jurisdição de Lucas, a RFC reporta que Dom Ryan continuou a celebrar publicamente a Missa e a administrar o Sacramento da Confirmação nas dioceses de Springfield e Joliet. Ele (Ryan) estava presente na posse de Lucas. Em fevereiro deste ano[38], a diocese de Springfield anunciou que Dom Ryan seria o apresentador de uma "Jornada de Reflexão e Oração pelos Padres" na Igreja de Santa Maria e São José de Carlinville, IL.

30. Visto pelos Olhos de São Pedro Damião

Voltemos aos avisos do monge escritor do Livro de Gomorra mencionados acima. Em todos os casos, a ausência de censura pública da Santa Sé no caso de Ryan parece incrivelmente indulgente. Sem punição pública, sem cabeça raspada, sem correntes, sem confinamento solitário em um mosteiro isolado e rigidamente guardado, sem regime de pão e água como proposto por São Basílio. Não! Praticamente o oposto!

Dom Ryan permanece um bispo aposentado de boa reputação. Nem suas atividades pederastas com menores, nem o assédio sexual de seus "filhos espirituais" foram publicamente denunciados, seja pelo Vaticano ou por seus amigos bispos, incluindo D. Lucas e D. Imesch. Como previsto por Damião, Ryan não foi humilhado por sua vergonha pessoal ou pela vergonha que trouxe à Santa Igreja. Na realidade, toda essa história parece ter elevado sua audácia a novos patamares. Ele recebe sua aposentadoria, se move como deseja, pode facilmente contatar jovens e, por sua simples presença, continua a poluir, tanto literal como figurativamente, os padres e religiosos de sua diocese e das dioceses vizinhas que devem suportar diariamente o lembrete de suas inconduções homossexuais. Sem mencionar o escândalo público provocado por suas aparições públicas em cerimônias sacramentais públicas da Igreja.

É por isso que considero necessário perguntar se a Santa Sé caiu em tal estado de dissolução que não consegue mais professar, e menos ainda proteger, os interesses de Deus nessa matéria e defender a santidade dos Santos Ordinários contra a poluição dos sodomitas. Será que os atos horríveis de clérigos e bispos homossexuais predadores como Ryan, Symonds, Ziemann e muitos outros inibem o temor de Deus no coração de nosso Santo Padre e da Cúria Romana?

31. O abuso homossexual do Sacramento da Penitência pelos Clérigos

Deixemos por enquanto o assunto dos membros homossexuais ativos da hierarquia e das ordens religiosas, e nos concentremos no que Damião denuncia como um dos "sistemas mais astuciosos do diabo" preparado em "seu velho laboratório do mal", e pelo qual clérigos sodomitas confirmados, com remorsos de consciência, "se confessam a um semelhante, temendo que sua culpa possa ser conhecida por outros".

32. Como Damião observa, no entanto, embora esses homens tenham se tornado "penitentes envolvidos em grandes crimes, eles não parecem mostrar nada do pior de suas penitências, ... seus lábios não têm a palidez do jejum, seus corpos não estão deteriorados por sacrifícios, nem seus olhos vermelhos de terem chorado por seus pecados", observa ele.

33. O santo monge questiona a validade de tais confissões, perguntando "com que direito ou segundo que lei um pode absolver o outro quando é constrangido pelos laços de um mal comum aos dois?"

34. Citando a Santa Escritura a respeito do "cego guiando outro cego", (São Mateus VIII:4; São Lucas V:4) Damião continua, "... torna-se perfeitamente claro que aquele que é escravizado pela mesma culpável cegueira tenta em vão convidar outro a voltar à luz do arrependimento. Enquanto não teme ultrapassar o outro na errância, acaba por acompanhar seu seguidor na fossa aberta da ruína."

35. Essa prática permanecendo habitual no mundo homossexual subterrâneo dos sacerdotes diocesanos, bispos e religiosos, e entre os padres pedófilos e suas jovens vítimas, seria bom lembrar que, segundo o Código de Direito Canônico revisado em 1983, a absolvição de um parceiro (clérigo ou leigo) em um pecado contra o sexto mandamento do Decálogo é inválida, salvo em caso de perigo de morte (Cân. 977) e um sacerdote que agir em desacordo com a prescrição do Cânon 977 incorre em excomunhão latae sententiae, cuja relaxação depende da Sé Apostólica (Cân. 1378 & 1). Até que o sacerdote faltoso tenha sua excomunhão levantada pela Santa Penitenciária ou pelo Santo Padre, não foi validamente absolvido. Oferecer o Santo Sacrifício da Missa em estado de pecado mortal acrescentaria à falta o grave pecado de sacrilégio.

Os Sacerdotes Sodomitas e os Santos Mistérios

Em um longo e mordaz ataque contra cânones e codicilos errôneos e "apócrifos" sobre as penas para os diversos atos de sodomia que estavam em uso na Igreja no meio do século XI, Damião os compara às penas longas e severas infligidas aos leigos culpados de atos contra a natureza em relação a homens ou animais pelos Pais da Igreja no Concílio de Ancira (314), e considera que eles carecem de severidade.

36. Se, segundo as leis da Igreja primitiva, um leigo culpado de sodomia podia ser privado da Santa Eucaristia durante 25 anos ou até ao fim de sua vida, como se pode então que um clérigo ou um monge culpado dos mesmos erros escape com penas menores e seja considerado digno, não apenas de receber a Santa Eucaristia, mas de consagrar? pergunta ele.

37. Se os Santos Pais decretaram que os sodomitas deveriam "orar em companhia dos demônios", como poderia um tal clérigo esperar exercer dignamente seu ofício sacerdotal de "mediador" entre Deus e Seu povo? continua Damião.

38. Mais adiante, Damião retoma esse tema e exclama "por amor de Deus, por que vocês, malditos sodomitas, se pretendem elevar à dignidade eclesiástica com tal ambição orgulhosa?"

39. Ele adverte esses clérigos, que persistem em seus apetites contra a natureza, sobre a ira de Deus, "para que com suas orações vocês não provoquem ainda mais gravemente, vocês cuja vida maligna O ofende tão ostensivamente".

40. Em conclusão deste capítulo, Damião lembra aos clérigos e prelados semelhantes que "é terrível cair nas mãos do Deus vivo." (Hebreus X.31)

41. Vislumbres Notáveis da Natureza da Homossexualidade

Em sua descrição das paixões contra a natureza que regem os sodomitas, Damião demonstra um grau extraordinário de percepção em relação aos aspectos narcisistas, de devassidão e de compulsividade psíquico-sexual do comportamento homossexual.

"Diga-nos, vocês homens afeminados e covardes, o que buscam em outro homem que não têm em si mesmos?" pergunta ele. "Que diferença há no sexo, que diferenças há no corpo?" continua. Então ele expõe a lei da vida. "Pois é função da apetência natural que cada um busque fora de si o que não pode encontrar em si mesmo. Portanto, se o toque de uma carne masculina te alegra, mantenha as mãos em você e tenha certeza de que o que você não encontra em si mesmo, buscará em vão no corpo de outro," conclui ele.

42. A Malícia Particular do Vício da Sodomia

Um dominicano astuto disse um dia ao autor que, uma vez que o vício da sodomia tenha contaminado um seminário, as autoridades da Igreja só têm duas opções - fechar o lugar e enviar cada um para casa ou não fazer nada e esperar que a putrefação moral se espalhe até que a fundação desmorone sozinha. Por que esse vício particular é tão mortal para a vida religiosa?

Segundo Damião, o vício da sodomia "ultrapassa a enormidade de todos os outros", porque:

"Certamente, ele traz a morte ao corpo e destrói a alma. Ele polui a carne, extingue a luz do pensamento, expulsa o Santo Espírito do templo do coração humano e abre a porta ao diabo, o estimulador da luxúria. Ele leva ao erro, suprime totalmente a verdade do espírito enganado... ele abre o inferno e fecha as portas do paraíso... é esse vício que ultraja a temperança, assassina a modéstia, estrangula a castidade e massacra a virgindade... ele imunda todas as coisas, macula todas as coisas, polui todas as coisas...

"Esse vício remove um homem do coro reunido da Igreja... separa a alma de Deus para associá-la aos demônios. Esse reino de Sodoma totalmente doente torna aquele que obedece às leis de sua tirania infame odioso para os homens e para Deus... Ela despoja seus cavaleiros da armadura da virtude, expondo-os a serem transpassados por todos os vícios... Ela humilha seu escravo na Igreja e o condena ao juízo; ela o macula em segredo e o desonra em público; ela corrói sua consciência como um verme e consome sua carne como o fogo... esse homem infortúnio é privado de todo senso moral, sua memória falha, e a visão de seu pensamento é obscurecida. Não se preocupando muito com Deus, ele esquece também sua própria identidade. Esse mal erode os fundamentos da fé, mina o ardor da esperança, dissolve o vínculo do amor. Ele ultrapassa a justiça, demole a força moral, faz desaparecer a temperança e afia as arestas da prudência. Devo dizer mais?".

43. Não, muito caro São Pedro Damião, eu não penso assim.

Arrependam-se e Reformem suas Vidas

Como todos os santos antes dele, e aqueles que virão após ele, São Pedro Damião exorta o clérigo caído no vício da sodomia a se arrepender e a reformar sua vida com as palavras do Apóstolo São Paulo, "Desperta, ó tu que dormes; levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará" (Efésios V:14).

44. Em uma notável afirmação da mensagem evangélica, ele adverte contra o pecado último de duvidar da misericórdia de Deus e da necessidade do jejum e da oração para reprimir as paixões:

"... cuidem para não mergulhar nas profundezas do desânimo. Seu coração deve pulsar com confiança no amor de Deus e não se tornar duro e impenitente diante de seu grande crime. Não é o pecador, mas o mal que deve desesperar; não é a magnitude de seu crime, mas o desprezo de Deus que destrói a esperança do culpado."

45. Em uma das mais belos homenagens já escritas à grandeza do celibato e da castidade dos sacerdotes, Damião lembra ao clérigo ou ao monge teimoso qual lugar especial está reservado no Céu para esses sacerdotes e monges fiéis que voluntariamente abandonaram tudo e se tornaram eunucos por amor a Deus.

46. A Correção Fraterna é um Ato de Caridade. Os Santos são realistas, então não há dúvida de que São Pedro Damião esperava que seu "pequeno livro" que expõe e denuncia as práticas homossexuais em todas as categorias do clero, incluindo a hierarquia, provocaria uma grande comoção na Igreja, e foi exatamente isso que aconteceu.

Prevenindo críticas acerbas, o santo monge se defende antecipadamente. Ele declara que essas futuras críticas o acusarão de ser "um denunciador e um delator dos crimes de meus irmãos", mas, diz ele, não teme nem "a ira dos homens maus ou as línguas dos detratores".

47. Escute, caro leitor, as palavras de São Pedro Damião que nos chegaram para trovejar através dos séculos no momento em que na Igreja muitos pastores permanecem em silêncio enquanto lobos eclesiásticos, alguns usando mitra e vestes de brocado, devoram suas ovelhas e cometem o sacrilégio com seus próprios filhos espirituais;

"... Eu preferiria sem hesitar ser lançado na cisterna como José que informou a seu pai do crime infame de seus irmãos, do que sofrer a punição da ira de Deus. Como Elias, que viu a maldade de seus filhos e permaneceu em silêncio" (II Samuel IV:4)... Quem sou eu, ao ver a prática pestilencial disseminada no sacerdócio, para me tornar o assassino de outra alma ao ousar reter minhas críticas na expectativa do dia do Juízo de Deus?... Eu amo meu próximo como a mim mesmo se deixo negligentemente a ferida, da qual sei que ele morrerá cruelmente, supurar em seu coração?

48. "Assim não deixem ninguém me condenar quando eu luto contra este vício mortal, pois não busco desonrar, mas o bem de meu irmão".

"Tenham cuidado para não parecer parciais em relação ao delinquente se eu puder ser perdoado com a palavra de Moisés", "‘Quem é do Senhor, que fique comigo’" (Ezequiel XXXII:26)[39]

49. A Verdadeira Reforma da Igreja Começa pelo Vigário de Cristo

Ao terminar seu estudo contra o vício da sodomia clerical, São Pedro Damião apela a um futuro santo, o Papa Leão IX, instando o Vigário de Cristo a usar sua função para reformar e reforçar os decretos dos cânones sagrados sobre os sodomitas clericais incluindo os superiores religiosos e os bispos que violam sexualmente seus filhos espirituais.

Damião pede ao Santo Padre que examine diligentemente os quatro aspectos do vício da sodomia citados no início de seu tratado e que lhe (à Damião) forneça respostas definitivas às perguntas que se seguem, para que a "noite da incerteza" possa ser dissipada e uma "consciência irresoluta" liberada do erro:

50. Damião termina sua famosa carta pedindo ao Deus Todo-Poderoso que use o papado do Papa Leão IX "para destruir completamente este vício monstruoso para que uma Igreja sobrecarregada possa em toda parte recuperar sua estatura vigorosa".


[37] Gregório VII, nota do tradutor.

[38] 2002 ??!! (nota do tradutor).

[39] Nota do tradutor: Inexistente com essas referências (Crampon).

7 - ANEXO 1 – TRADUÇÃO DO TEXTO DA SRA. RANDY ENGEL - O LIVRO DE GOMORRA DE SANTO PEDRO DAMIÃO - UM QUADRO MORAL DE NOSSO TEMPO

CAPÍTULO II

[Nota do Editor: Randy Engel estuda a vida e o papel do Papa São Leão IX na implementação das reformas morais do clero inspiradas pelo santo monge, e suas implicações para a Igreja Católica de hoje. JV]

51. O Papa Leão IX – O Precursor da Reforma Gregoriana

Antes de descrever a recepção do tratado de São Pedro Damião sobre a sodomia pela corte papal de Leão IX, considero útil examinar brevemente o início da vida deste Papa extraordinário, o precursor da reforma do grande Hildebrando na Igreja Católica.

Ao contrário de Pedro Damião, Bruno nasceu em circunstâncias emocionais e materiais muito mais favoráveis do que as do santo monge. Ele nasceu em Egisheim, na fronteira da Alsácia, em 21 de junho de 1002. Aos cinco anos, seus influentes, amorosos e piedosos pais o confiaram aos cuidados do enérgico Berthold, Bispo de Toul, que tinha uma escola para os filhos da nobreza. O principal biógrafo e amigo íntimo do futuro Papa, Wilbert, relata que a criança era elegante, inteligente, virtuosa e de disposição gentil, uma descrição que foi posteriormente confirmada pelo título distintivo que lhe foi atribuído quando serviu como capelão na corte imperial - "o bom Bruno".

52. Em 1027, Bruno se tornou Bispo de Toul, a cidade fronteiriça de sua juventude, que na época estava sofrendo com a guerra e a fome, e ele permaneceu nessa Sé relativamente obscura por mais de vinte anos, até sua ascensão à Cátedra de Pedro em 12 de fevereiro de 1049.

Quando o justo Bruno, após sua eleição em Worms, entrou em Roma humildemente vestido com uma túnica de monge e descalço, foi saudado por uma multidão entusiasta que proclamava em uníssono que não queria outro Papa além de Bruno. É fácil imaginar que após o reinado intermitente (1032-1044, 1045, 1047-1048) do dissoluto Bento IX, a papado havia caído em grande descrédito. O predecessor de Bruno, Damaso II, o Bispo de Brixen, havia morrido de malária apenas vinte dias após sua eleição.

53. Como todo pontífice decidido a reformar os abusos dentro da Igreja, o Papa Leão IX imediatamente se cercou de clérigos virtuosos e capazes, como o notável Hildebrando da Toscana, o futuro Papa Gregório VII, um dos maiores Papas da Igreja.

54. Em 1049, o Papa nomeou Hildebrando administrador do Patrimônio de São Pedro (as finanças do Vaticano) e fez dele o promisor do mosteiro de São Paulo Fora dos Muros, que havia caído em ruína moral e física. "A disciplina monástica estava tão alterada que os monges eram servidos no refeitório por mulheres; e os edifícios sagrados eram tão negligenciados que ovelhas e bovinos podiam livremente ir e vir pelas portas quebradas."

55. Condições lamentáveis, de fato. Mal quatro meses depois de ter sido elevado à Cátedra de Pedro, o novo Papa convocou um sínodo para condenar os dois males notórios da época – a simonia, compra ou troca de benefícios eclesiásticos, empregos, rescisões ou outras considerações espirituais, e a incontinência sexual do clero, incluindo o concubinato (coabitação permanente ou de certa duração) e a sodomia. Imediatamente após o sínodo de abril, Leão IX iniciou suas viagens pela Europa para trazer a mensagem da reforma. Em maio de 1049, ele realizou um concílio reformador em Pavia, que foi seguido pelas visitas e concílios em Colônia, Reims (onde muitos decretos reformadores foram promulgados) e Maguncia, antes de retornar a Roma em janeiro de 1050.

56. Foi durante esse período que Damião apresentou seu tratado sobre a sodomia à atenção do Santo Padre.

O Papa Leão IX Legisla sobre a Sodomia do Clero

Geralmente se considera que a data em que Damião comunicou o Livro de Gomorra ao Papa Leão IX se situa na segunda metade do primeiro ano do reinado do pontífice, em meados de 1049, embora alguns escritores também a situem tão tarde quanto 1051. Não sabemos ao certo se o Papa respondeu às preocupações de Damião, pois sua resposta na forma de uma longa carta (JL 4311; ItPont 4.94f., no.2) geralmente faz referência a manuscritos da obra.

57. O Papa Leão IX começa sua carta a "seu querido filho em Cristo", com calorosas saudações e um reconhecimento da pureza, elevação e zelo de Damião. Ele admite com Damião que os clérigos, tomados pelo "vício execrável" da sodomia "certamente não podem ter sua parte na herança, da qual foram privados por seus prazeres voluptuosos... tais clérigos, professam verdadeiramente, se não nas palavras, ao menos por suas ações, que não são o que deveriam ser", declara.

58. Retomando a classificação das quatro formas de sodomia que Damião lista

59. o Santo Padre declara que é justo que "por sua autoridade apostólica" ele intervenha sobre este assunto para que "toda preocupação ou dúvida seja retirada das mentes de nossos leitores".

60. "Assim, tenha certeza e confiança de que estamos em perfeito acordo com tudo o que contém seu livro, nos opondo a isso (a sodomia NdT) como a água ao fogo diabólico", continua o Papa. "Portanto, para evitar que a libertinagem dessa impureza infecta se espalhe impunemente, deve ser reprimida com uma ação repressiva apropriada da severidade apostólica, embora uma certa moderação possa atenuar sua dureza", afirma.

61. Em seguida, o Papa Leão IX dá uma explicação detalhada da regra de autoridade da Santa Sé. À luz da caridade divina, o Santo Padre ordena, sem contradição, que aqueles que, por sua livre vontade, praticaram a masturbação solitária ou mútua ou se sujaram pelo coito interfemoral, mas que não o praticaram por muito tempo, nem com muitos outros, manterão seu status, após terem "dominado seus desejos" e "expiado seus atos infames com uma contrição profunda".

62. No entanto, a Santa Sé remove toda esperança de conservar seu status clerical para aqueles que, sozinhos ou com outros durante um longo período, ou mesmo um curto período se praticado com muitos, "se sujaram por uma ou ambas as sortes de imundícies que você descreveu, ou, o que é horrível dizer ou ouvir, se rebaixaram até a relação anal".

63. Ele previne ataques possíveis, pois aqueles que ousam criticar ou atacar os regulamentos apostólicos correm o risco de perder sua posição. E para deixar claro a quem este aviso é destinado, o Papa acrescenta imediatamente, "quanto àquele que não ataca o vício, mas transige negligentemente com ele, será justamente considerado culpável de sua morte, assim como aquele que morre no pecado".

64. O Papa Leão IX elogia Damião por ensinar pelo exemplo e não apenas em palavras, e termina sua carta com o belo desejo de que, com a ajuda de Deus, o monge chegue a sua morada no Céu, onde possa colher o fruto de seus esforços e ser coroado, "... de certa forma, com todos aqueles que você tiver arrancado das armadilhas do demônio"

65. Diferenças em Matéria de Disciplina

Incontestavelmente, no que diz respeito à imoralidade dos atos de sodomia, Damião e o Papa Leão IX estavam em perfeito acordo. No entanto, quanto à disciplina da Igreja, o Papa parece ter feito exceção ao pedido de Damião de depor pura e simplesmente todos os clérigos que cometem atos de sodomia. Eu digo parece, porque acredito que mesmo nas punições dos clérigos culpáveis conhecidos, os dois homens estavam bastante em acordo.

Certamente, Damião, que era renomado por sua direção exemplar de noviços e monges a ele confiados, não ignorava certas circunstâncias atenuantes que poderiam diminuir, senão totalizar, a responsabilidade de indivíduos acusados do crime de sodomia. Por exemplo, em certos casos de abusos sexuais clericais que surgiram envolvendo a Sociedade de São João e os Legionários de Cristo, sobre os quais a Santa Sé ainda precisa investigar, alguns noviços ou monges foram forçados ou pressionados por seus superiores a cometer tais atos. Não há dúvida de que são essas circunstâncias que levaram o Papa Leão IX a usar as palavras "que de sua própria e livre vontade" para qualificar um clérigo culpável de sodomia.

66. Da mesma forma, dos quatro tipos de sodomia que Damião cita em seu tratado, ele indica que os coitos anais e interfemorais devem ser considerados mais graves do que a masturbação solitária ou mútua.

67. De qualquer forma, o que o autor achou mais notável na carta do Papa a Damião é a posição absolutista que o Papa Leão IX assume em relação à responsabilidade última dos bispos ou superiores culpados. Se estes criticam ou atacam os decretos apostólicos, arriscam a SUA posição! Os prelados que negligenciam "atacar o vício, mas levam a coisa na brincadeira", compartilham a culpa e o julgamento daquele que morre no pecado, declarou o Papa.

68. As Reações dos Contemporâneos de Damião ao Tratado

Considerando o estado absolutamente deplorável do clero secular e da vida monástica nos séculos X e XI, acredito que podemos dizer sem contestação que a publicação do Livro de Gomorra deve ter feito ondas na Igreja.

Leslie Toke, cuja biografia de São Pedro Damião foi publicada no New Advent, confirma que a obra "provocou um grande alvoroço e suscitou mais de um inimigo ao seu autor". Toke supõe que "Até o Papa, que inicialmente aplaudiu a obra, ficou convencido de que era exagerada, e sua frieza suscitou de Damião uma vigorosa carta de protesto".

69. Eu não concordo com essa afirmação.

Que o tratado de Damião tenha sido controverso e mal recebido, particularmente entre superiores e membros da hierarquia que sodomizavam seus "filhos espirituais", ou aqueles cuja má consciência provinha de uma incapacidade e falta de vontade de exercer sua autoridade para castigar severamente os clérigos ou monges culpados não é surpreendente.

Mas eu penso que é falso acusar o santo monge de ter exagerado a gravidade e a extensão da sodomia não apenas em sua região, mas também em toda a Igreja.

Sabemos, por exemplo, que entre os primeiros atos do Papa Leão IX no Concílio de Reims em 1049 consta a adoção de um Cânone contra a sodomia (de sodomico vitio).

70. Além disso, a probabilidade de que Damião dissesse de fato a verdade completa sobre a extensão dessa ferida na Igreja pode ser discernida pelo fato de que, em Junho de 1055, durante o papado de Vitor II (1055-1057), ele participou de um sínodo em Florença, onde a simonia e a incontinência foram mais uma vez condenadas.

71. É certo que a reputação e a credibilidade de Damião não foram diminuídas nas mentes dos grandes e santos homens de sua época, seja pela escrita ou pela publicação de seu tratado sobre a sodomia. O Papa Leão IX e os Papas seguintes continuaram a solicitar seus serviços e conselhos, incluindo o Papa Nicolau II (1059-1061) e o Papa Gregório VII (1073-1085). Da mesma forma, o Papa Estevão X (1057-1058) o nomeou Cardeal em 1057, o consagrou Cardeal-Bispo de Óstia e o nomeou administrador do Diocésano de Gubbio. Toke observa que, embora não tenha havido uma canonização formal, Damião era reverenciado como um santo na época de sua morte em 22 de Fevereiro de 1072.

Toke relata que seu culto existia desde essa data no mosteiro de Faenza, no eremitério do deserto de Fonte-Avellana, na grande Abadia do Monte Cassino e no mosteiro beneditino de Cluny. Em 1823, o Papa Leão XII estendeu sua festa (23 de Fevereiro) a toda a Igreja e declarou São Pedro Damião Doutor da Igreja. O santo é geralmente representado sob os traços de um Cardeal levando uma disciplina (um exercício penitencial) na mão ou como um peregrino segurando uma bula papal, para sugerir suas muitas missões papais.

72. A Homossexualidade na Vida Religiosa hoje: o Modelo Dominicano

Com o objetivo de comparar as visões de São Pedro Damião sobre o vício da sodomia nas fileiras dos clérigos e dos monges com as modernas a partir do Vaticano II, eu escolhi uma Carta da Quaresma intitulada "A Promessa da Vida", pelo Padre Timothy Radcliffe.

73. Radcliffe, o Superior da Ordem Dominicana, publicou esta mensagem em 25 de Fevereiro de 1998, Quarta-feira de Cinzas. O aristocrata inglês foi eleito em 1992 para um mandato de nove anos e residia no priorado de Santa Sabina em Roma, quando a carta foi publicada e postada no site da Internet do Vaticano, onde eu a li pela primeira vez. Considerando os escândalos homossexuais que envenenaram o sacerdócio e a vida religiosa em todo o mundo, eu desejava ver se o Padre Radcliffe discutiria o problema da homossexualidade nas fileiras dos dominicanos. Ele o fez – direta e indiretamente.

A primeira referência indireta à homossexualidade foi a citação por Radcliffe do dominicano americano e escritor Donald Goergen, OP sobre o celibato. Lê-se nesta citação: "O celibato não é um testemunho. Mas os celibatários testemunham. Nós testemunhamos o Reino se somos vistos como pessoas que a castidade liberta para a vida".

74. Meu primeiro sentimento, ao ler a citação de Goergen, foi me perguntar por que, entre todos os dominicanos que ele poderia escolher para falar sobre o celibato, Radcliffe escolheu um homem cuja vida pessoal e privada se destacou por uma apologia de longa data e um apoio financeiro à homossexualidade dos clérigos. O Padre Goergen, que atualmente vive em "Os Amigos de Deus", um ashram dominicano no estilo hindu em Kenosha, Wisconsin, começou sua primeira reivindicação à infâmia com a publicação de seu livro The Sexual Celibate em 1974.

75. Baseando-se em conferências dadas nos seminários dominicanos, a apologia homossexual de Goergen fala de "saudável homossexualidade", promove as teorias homossexuais do homossexual e heterossexual Alfred Kinsey, culpa o "mal da homofobia", define a homossexualidade segundo o Manifesto Gay como "a possibilidade de amar alguém do mesmo sexo", mantém a porta aberta para ‘uniões’ homossexuais ao expor que "a atividade genital deveria ser a expressão de uma relação permanente que implica fidelidade", declara que "a atitude cristã qualificada de tradicional em relação à homossexualidade está mudando", afirma que "a homossexualidade pode existir sob uma forma cristã, saudável e honrosa", defende a masturbação como sendo uma atividade genital que não é "nem má, nem insalubre, nem perigosa, nem imoral, mesmo para um celibatário", e então dá o golpe final sodomita atacando a virgindade perpétua de Nossa Senhora.

76. Os relacionamentos de Goergen com a rede homossexual remontam a longe. No estudo clássico do Reverendíssimo Enrique T. Rueda de 1982, The Homosexual Network, ele é objeto de três menções vergonhosas por sua apologia da homossexualidade.

77. Ele também foi um dos primeiros contribuintes financeiros de Communication Ministry, Inc., "uma ‘administração’ clandestina para as religiosas lésbicas e os religiosos e clérigos gays".

78. Pouco após sua eleição em 1985 como Superior Provincial da Província Central de St. Albert the Great, Goergen, adepto de Teilhard de Chardin, começou sua operação de caça e destruição de muitos dos dominicanos mais fiéis e eminentes da Nação na Província, como o Padre Charles Fiore, o Padre John O’Connor e os dominicanos tradicionalistas que ensinavam na High School de Fenwick. O Priorado de River Forest foi transformado em um ‘lugar de segurança’ para outros clérigos pervertidos.

79. Essa ação oferece um contraste brusco com a proteção que o jovem turco Goergen ofereceu ao famoso Padre Mathiew "Creation Spirituality" Fox, campeão de "luxúria", "misticismo sexual" e homossexualidade como "o primeiro presente do Cristo Cósmico".

80. Em 1988, quando a Santa Sé finalmente insistiu para que Fox fosse retirado e silenciado para deter a propagação de seus erros, Fox usufruiu de um ano sabático com todas as despesas pagas durante o qual continuou suas tiradas heréticas.

81. Mesmo após Fox ter deixado a Ordem Dominicana e a Igreja para se tornar pastor Episcopal na Califórnia, Goergen continuou a defender as opiniões heterodoxas de Fox sobre a Fé e a moral.

É por isso que pergunto novamente por que Radcliffe citaria Goergen sobre qualquer assunto que seja, especialmente no que diz respeito ao celibato dos padres?

Acredito que a resposta reside na segunda citação feita por Radcliffe, retirada de "A Promessa da Vida", na qual Goergen adota a litânia familiar da Esquerda, quase idêntica à de Fox: "Se eu participar da sociedade de consumo, defender o capitalismo, tolerar o machismo, acreditar que a sociedade Ocidental é superior às outras e estiver sexualmente abstêmio, eu estou simplesmente testemunhando o que defendo: capitalismo, sexismo, arrogância Ocidental e abstinência sexual. Esta última é dificilmente carregada de sentido e evidentemente contestável".

82. Para muitos bispos e superiores religiosos como Radcliffe, pode-se fechar os olhos para as atividades e a apologia da homossexualidade entre seminaristas e padres, contanto que o culpado adira ao evangelho do Liberalismo[40]. Só é quando uma diocese ou uma ordem religiosa se vê diante de processos catastróficos devido a abusos sexuais criminosos contra menores, incluindo seminaristas ou noviços, por clérigos homossexuais, que os primeiros refletem sobre a aceitação e a ordenação de homossexuais ao sacerdócio e à vida religiosa.

Radcliffe, os Clérigos Homossexuais e a "Subcultura" Homossexual

No entanto, no caso de Radcliffe, parece que a pressão dos processos por pedofilia contra dominicanos culpados ao redor do mundo ainda não havia atingido a massa crítica em 1998. De fato, no parágrafo intitulado "Comunidades de Esperança", logo antes da declaração de sua intenção de aceitar candidatos homossexuais na Ordem, o Superior Geral insiste que "Nossas comunidades devem ser lugares onde a incriminação está ausente, ‘... pois foi precipitado, o acusador de nossos irmãos...’" (Apoc. XII-10)

83. Colocado onde está, logo antes de seu apoio aos candidatos homossexuais e aos membros homossexuais da Ordem, poderia-se facilmente interpretar seu comentário como um aviso contra os ‘dedos-duros’ internos que revelam a má conduta e os atos criminosos de seus irmãos dominicanos a seus superiores ou às autoridades públicas e policiais.

Falando sobre o problema específico da "Orientação Comunitária e Sexual", o Superior Geral começa declarando que as diferentes culturas reagem de forma diferente à "admissão de pessoas de orientação homossexual à vida religiosa", algumas considerando isso "virtualmente impensável", enquanto outras aceitam "sem debate".

84. Francamente, fora algumas culturas antigas que praticavam rituais ou seguiam certas doutrinas gnósticas, não encontrei nenhum povo que aceitasse "sem debate" homens que praticam a luxúria contra a natureza com outros homens – qualquer que seja seu papel na comunidade. Mas mesmo que tal cultura existisse nos tempos modernos, suas crenças não deveriam representar ‘uma colina de feijões’ para o Superior Geral da Ordem dos Dominicanos, que se poderia pensar que a única preocupação deveria ser o que Cristo, Seus Santos (incluindo São Domingos) e Sua Igreja ensinam sobre a homossexualidade. E esse ensino é claro – desde os tempos Apostólicos – é que um homem luxurioso que deseja outro homem é perverso e que a satisfação desse desejo contra a natureza é uma abominação diante de Deus.

Em nenhum momento, Radcliffe diz aos seus irmãos dominicanos para se preocuparem com a orientação sexual. "Não cabe a nós decidir quem Deus deve chamar ou não para a vida religiosa," declara ele. Além disso, ele acrescenta, o Capítulo Geral de Caleruega, após grande debate, afirma que "a mesma exigência de castidade se aplica a todos os irmãos, independentemente de sua orientação sexual, e por isso, ninguém pode ser excluído com base nisso".

85. O verdadeiro texto tirado dos Atos do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Pregadores realizado de 17 de Julho a 8 de Agosto de 1995 em Caleruega, na Espanha (o local de nascimento de Sao Domingos) indica: "como uma exigência radical, o voto de castidade obriga igualmente os homossexuais como os heterossexuais. Consequentemente, nenhuma orientação sexual é a priori incompatível com o chamado à castidade e à vida fraterna". (É nós que ressaltamos)

86. [Nota: as palavras "nenhuma orientação sexual" acima constituem uma formulação extremamente sofisticada que abre a porta para lésbicas, travestis, transexuais, pederastas, pedófilos, sado/masoquistas e outras perversões sexuais. O fato de a direção mundial dos dominicanos permitir que tal declaração seja incluída em um documento oficial da Ordem demonstra concretamente o quanto os dominicanos estão controlados por homossexuais e seus lacaios.]

Radcliffe conclui seu capítulo sobre "a orientação sexual" com palavras de compaixão para com seus irmãos homossexuais, mas adverte que o surgimento "de qualquer subgrupo baseado na orientação sexual dentro da comunidade seria um sério fator de discórdia", e "ameaçaria a unidade da comunidade", "tornaria mais difícil para os irmãos praticar a castidade pela qual fizeram voto".

87. As Dioceses também Aceitam que os "Gays" se Tornem Padres

Acho que é bastante evidente que a diretiva oficial da Ordem Dominicana que acabamos de ver, promulgada na reunião de Caleruega em 1995 constitui uma desvio radical do ensinamento tradicional da Igreja sobre a necessidade de uma seleção escrupulosa de homens e mulheres destinados à vida religiosa e a eliminação de candidatos com inclinações sexuais perversas.

Os dominicanos, no entanto, assim como outras ordens religiosas como os Salvatorianos, os Paulistas, os Jesuítas e os Irmãos Cristãos para citar alguns, não são os únicos a adotar uma política de seleção e ordenação pró-homossexuais. Todas as dioceses têm virtualmente a mesma política.

Por exemplo, recentemente, em 28 de Abril de 2002, o Sun de Baltimore publicou um artigo intitulado "Votos diferentes para os futuros Padres" no qual o Rev. Gerard C. Francik, o diretor de vocações da Arquidiocese de Baltimore, declarou ao repórter John Rivera que o fato de um homem ser ‘gay’ não o desqualifica em si para a entrada no seminário, pois a Igreja condena os atos homossexuais, mas não a orientação homossexual. Francik diz que pergunta aos candidatos se são ‘gays’, mas prefere saber "Se eles praticam o celibato, há quanto tempo, para perceber se podem suportar esse estilo de vida (vocação?) e ser felizes".

88. Na mesma linha, Dom Joseph Adamec da diocese de Altoona-Johnstown na Pensilvânia, poluída por clérigos homossexuais ativos, declarou a jornalistas no dia 6 de Maio de 2002 que, embora algumas dioceses católicas romanas recusassem candidatos ao sacerdócio com a orientação sexual ‘gay’, sua diocese não o fazia, pois se esperava que um seminarista honrasse seu voto de celibato após sua ordenação.[41]

89. Os Bispos Americanos Violam a Diretriz do Vaticano de 1961

Em março deste ano, Catholic News Service (CNS) revelou o que deve ser um dos segredos mais bem guardados de todos os tempos da Igreja Americana.

Em uma edição intitulada, "O Vaticano irá Aplicar o Documento de 1961 que Proíbe os Sacerdotes e Religiosos Homossexuais", o CNS revelou que em 1961, sob o pontificado de João XXIII, uma diretriz foi emitida pela Sagrada Congregação para os Religiosos reiterando a oposição da Igreja à ordenação de sacerdotes e religiosos homossexuais.

90. O documento que foi enviado a todos os Ordinários nos Estados Unidos indica, entre outras coisas: "Aqueles que têm tendências perversas para a homossexualidade ou a pederastia devem ser excluídos dos votos religiosos e da ordenação".

91. Os leitores terão notado as palavras "perversas" e "tendências" (não apenas atos) e a junção da homossexualidade e da pederastia. O Santo Ofício, dirigido pelo incansável Cardeal Alfredo Ottaviani, estava certamente correto.

Infelizmente, se o documento de 1961 observa que "a vida em comunidade e o ministério do sacerdócio constituiriam um ‘grave perigo’ de tentação para essas pessoas" (ou seja, homossexuais e pederastas), parece não reconhecer o ‘grave perigo’ que tais indivíduos representam para o sacerdócio, para a vida religiosa e para os fiéis católicos, incluindo os jovens, os deficientes mentais, os estudantes seminaristas e outras alvos da homossexualidade clerical.

92. O autor, não tendo conseguido obter uma cópia do documento de 1961 junto ao que agora se chama a Congregação para as Instituições de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica em Roma, precisou se basear no relato do CNS para o seu conteúdo. No entanto, parece que o documento não continha nenhuma regulamentação de supervisão específica para garantir sua aplicação e não foi amplamente publicado na imprensa católica. Pelo contrário, explica o CNS, a aplicação da diretriz foi deixada à "prudência " dos bispos locais e dos responsáveis das ordens religiosas – uma combinação que se mostrou ser uma receita para o desastre para a Igreja moderna.

93. O Vaticano Emite Novas Diretrizes

Segundo o mesmo relato do CNS, enquanto a Santa Sé atualmente luta para lidar com o problema imediato dos crimes sexuais e dos abusos envolvendo clérigos pederastas, também está preparando uma nova versão reformulada dos princípios delineados no documento de 1961 para que, segundo o CNS, "a mensagem chegue mais clara às igrejas locais".

94. Infelizmente, parece que o único que parece ‘compreender a mensagem’, dado os quarenta anos de desobediência da hierarquia americana, é o Vaticano.

De qualquer forma, o CNS cita oficiais anônimos da Igreja que dizem que as novas regulamentações se aplicarão apenas a futuros sacerdotes, não àqueles já ordenados, e que se tomará cuidado para não ofender as ‘sensibilidades delicadas’ dos candidatos homossexuais ao sacerdócio ao tentar "impor uma norma arbitrária" contra eles.

95. Tradução – a Santa Sé não possui nenhum plano concreto e realista para desmontar sistematicamente a rede homossexual hierárquica, diocesana e das ordens religiosas atualmente em vigor dentro dos dioceses católicos dos Estados Unidos e do resto do mundo.

A diretriz do Vaticano tendo sido emitida em 1961, e dado o generoso lapso de tempo que normalmente existe entre o momento em que o Vaticano toma conhecimento de um problema sério e aquele em que decide agir, penso poder afirmar com certeza que a proibição tradicional da Igreja contra a aceitação e a ordenação de homossexuais reconhecidos foi violada muito antes do início do Segundo Concílio do Vaticano. As provas fornecidas por relatos e atas de mais de 1500 processos civis e criminais por pederastia de clérigos e atividade homossexual de adultos (ou seja, solicitação de prostitutos masculinos) por bispos, sacerdotes e religiosos até o momento confirmam essa avaliação. Minhas próprias pesquisas colocam o início do paradigma de mudança pró-homossexual dessa regra específica da Igreja no início do século XX, começando nas ordens religiosas para depois filtrar para o clero secular.

O número de homossexuais reconhecidos acolhidos nos seminários e devidamente ordenados, assim como a elevação de bispos homossexuais em vista ao cardinalato, foi conhecido por aumentar significativamente sob o pontificado de Paulo VI e continuou sob o reinado do Papa João Paulo II.

96. Problema Homossexual Mais Grave do que na Época de Damião

Na primeira parte deste artigo, indiquei algumas tramas comuns que ligam as práticas homossexuais clericais da época de São Pedro Damião com a nossa própria época. A natureza humana sendo o que é, penso que podemos considerar que o número de bispos homossexuais na Roma do século XI provavelmente seguiu a mesma progressão familiar de poder e postura que atualmente. E não há dúvida de que Damião testemunhou as intrigas mesquinhas, as rixas, as raivas e as ciências que são características das relações sodomitas. Ele também deve ter estado ciente do elemento sempre presente de chantagem real ou potencial ligado a qualquer questão sexual ilícita, especialmente em questões de sodomia. E, como já notei, Damião condenava a prática de homossexuais se confessando e se absolvendo mutuamente ou absolvendo seus parceiros leigos – uma prática amplamente difundida atualmente entre os meios homossexuais clericais.

No entanto, o vício da homossexualidade não se manifestou sempre da mesma maneira nas diferentes épocas. Existem diferenças significativas entre a prática da homossexualidade em meados do século XI e nos dias de hoje.

Por exemplo, quando Damião menciona que um sodomita ativo em um monastério pode continuar a praticar o vício com "oito ou mesmo dez companheiros igualmente corrompidos", ele não revela a existência de alguma grande rede de sodomitas no monastério ou o que poderia ser chamada de uma ‘subcultura’ homossexual nas cidades-estado da Itália ou em outras regiões da Europa.

97. Uma rede tão vasta ‘gay’ e sua subcultura (na verdade uma contracultura) existe atualmente entre os homossexuais em geral e os clérigos homossexuais e pederastas em particular e tem tornado os problemas relacionados ao clero homossexual no seminário, no sacerdócio e na vida religiosa consideravelmente mais perigosos e complexos do que os enfrentados por Damião e o Papa Leão IX em 1049.

O Meio e a Representação Homossexual na Igreja Católica

A rede homossexual ativa e florescente dentro da Igreja, com tentáculos transnacionais que alcançam o Vaticano, pode ser dividida em um meio ativo e florescente e um tecido que protege e ajuda o meio.

Dentro da estrutura da própria Igreja, os clérigos homossexuais ou religiosos que preferem os jovens, ou mesmo parceiros mais velhos, têm tido a tendência de ocupar posições nos dioceses ou ordens religiosas que oferecem oportunidades para a aquisição de recursos financeiros, poder e possibilidade de promoção. Muitos se tornaram reitores de grandes seminários ou alcançaram posições-chave na Conferência Nacional dos Bispos Católicos/Conferência Católica dos Estados Unidos (NCCB/USCC), agora conhecida como Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), que sempre foi uma força maior na rede de homossexuais da Igreja. Os clérigos homossexuais com disposições criativas e um gosto pela novidade são frequentemente atraídos por programas de ‘renovação litúrgica’ ou de destruição[42] da Igreja. Os homossexuais com tendências pederastas, por outro lado, tendem a se dirigironde estão os meninos’, seja em escolas paroquiais e centros de juventude, assim como em instituições como orfanatos e acampamentos organizados por ordens religiosas.

Curiosamente, os grandes avanços nas comunicações eletrônicas que permitiram a globalização do meio homossexual clerical se revelaram para eles uma faca de dois gumes.

Uma prática comum na Igreja que remonta ao século VIII, provavelmente conhecida mas desaprovada por São Pedro Damião, era que clérigos encontrados culpados de atos criminosos, incluindo a sodomia, eram retirados conforme suas faltas fossem públicas ou mantidas e confessadas em segredo.

Nos casos que se tornaram notórios, o clérigo culpado era despojado de suas funções e/ou entregue à autoridade secular para ser punido.

Se seu crime era conhecido apenas por poucas pessoas, como seu confessor ou seu superior religioso, o clérigo culpado era reprimido em particular, e então autorizado a permanecer em seu emprego, ou transferido para um emprego similar em outro diocese.

98. Essa prática foi um tanto modificada nos dias de hoje pelo uso de chamados "centros de tratamento" ou dioceses benevolentes aos homossexuais/pederastas para esconder rapidamente o clero faltoso até que as coisas se acalmem. No entanto, assim como o Cardeal Bernard Law e muitos de seus amigos descobriram com grande arrependimento, as comunicações de massa de hoje, os sistemas de pesquisa eletrônica e o acesso a documentos públicos e privados de todos os tipos, tornam cada vez mais difícil esconder o clérigo culpado ou camuflar os abusos sexuais criminosos cometidos tanto pela hierarquia quanto por religiosos sob sua jurisdição.

O Caso Shanley – Uma Operação Combinada do Meio Homossexual e da Rede

O recente caso, amplamente divulgado, do padre Paul Shanley, do Arquidiócese de Boston, acusado de pedofilia/pederastia/homossexualidade, ilustra claramente não apenas a existência de um importante meio e de uma ampla rede homossexual na Igreja Americana de hoje, mas também permite ao leitor ter uma visão aprofundada excepcional dessas operações combinadas. O caso revela muitos dos elementos mais sombrios e ocultos do meio homossexual, incluindo drogas, prostituição, pornografia, conspiração criminosa e chantagem, e como esses elementos se espalham para cima na rede de Cardeais e bispos.

A primeira vez que vi o nome de Shanley impresso foi em 1982, no livro do Padre Rueda, The Homosexual Network, já citado neste artigo. Rueda fornecia detalhes da conferência de organização que levou à fundação da North American Man/Boy Love Association (NAMBLA), que aconteceu na Igreja da Comunidade de Boston em 2 de dezembro de 1978.

99. Na lista dos palestrantes da reunião (exclusivamente por convite) estavam o Padre Paul Shanley, o Cardeal Humberto Medeiros representando as "minorias sexuais" na Conferência Católica dos Estados Unidos (USCC), Departamento da Juventude.

100. O que as "minorias sexuais" em geral, e os pedófilos e pederastas em particular, têm a ver com a Administração Católica da Juventude é, creio eu, uma questão importante, mas é improvável que Medeiros tenha pensado muito sobre isso. Os bispos não costumam julgar e testar sua própria administração.

Mais tarde, ao pesquisar [para escrever] The Rite of Sodomy, descobri outras referências sobre as múltiplas facetas das tendências sexuais de Shanley no livro The Age Taboo - Gay Male Sexuality, Power and Consent de Daniel Tsang, uma apologia das relações sexuais entre crianças pequenas e adultos.

101. Tsang, um jornalista gay de esquerda popular, relatou que foi a conversa na reunião organizacional de 1978 que levou à criação da NAMBLA, onde o padre contou a história de um menino rejeitado por sua família e pela sociedade, mas ajudado por um amante dos meninos. Segundo Shanley, o menino ficou devastado quando o "amante" foi preso, condenado e enviado para a prisão. "O remédio é pior que o mal", teorizou ele.

102. É interessante notar que Shanley nunca teve dificuldade em preencher o suposto hiato que se diz existir entre a pederastia e a homossexualidade adulta. Todos os pederastas e a maioria dos homossexuais reconhecem a relação, enquanto a maioria dos bispos americanos ainda parece negá-la.

Por exemplo, em 1998, o delegado da NAMBLA, David Thorstad, proclamava apaixonadamente a um grupo de gays e lésbicas reunido no México que: "a pederastia é a forma principal que a homossexualidade masculina adquiriu na civilização ocidental.."

103. Em uma entrevista no dia cinco de abril de 2002, ao The Beacon Journal, Neil Conway, um ex-padre que admite ter abusado de jovens meninos quando estava na Igreja, declara que não se considera um pedófilo. Ele diz que faz a diferença entre as pessoas que abusam de crianças pequenas e aquelas que abusam de adolescentes. Ele compara isso a uma preferência por "marcas diferentes".

104. A sexualidade de um homem revela-se um tanto mutável e a gama de vítimas abusadas sexualmente pode variar grandemente dependendo das épocas e das circunstâncias de sua carreira como predador. Shanley parece ter a capacidade de mudar sem esforço, passando de meninos vítimas a adolescentes mais velhos e parceiros adultos.

Shanley Praticava o que Pregava

Infelizmente, enquanto os membros da NAMBLA sempre foram mais inclinados a homens do que a meninos, o Padre Paul Shanley, durante sua vida como clérigo, nunca faltou a meninos vulneráveis e jovens homens para fazer de suas presas.

Relativamente cedo em sua carreira como predador, talvez durante sua residência no Seminário de São João em Boston, ou pouco após sua ordenação ao sacerdócio em 1960, Shanley deve ter descoberto a galinha eclesiástica que põe ovos de ouro, pois durante trinta anos ele foi autorizado por seus superiores a praticar impunemente a filosofia da NAMBLA que pregava abertamente.

O elegante, carismático e independente Shanley foi inicialmente designado à Igreja de São Patrício em Stoneham, onde formou parceria com o Padre John J. White, outro padre gay de Boston. Juntos, eles formaram uma sociedade de proteção mútua que se estenderia por mais de quatro décadas.

105. Entre 1966 e 1967, os rumores sobre o apetite voraz de Shanley por meninos começaram a chegar ao escritório da Chancelaria do Cardeal Richard Cushing. Um padre de La Salette relatou que ‘Mr. Charm’ levava meninos jovens para sua cabana de verão no parque Blue Hills em Milton para relações sexuais ilícitas e passíveis de processos criminais. Shanley foi transferido para outra paróquia.

Em 1970, durante o período de transição entre Cushing e o Cardeal Humberto Medeiros, Shanley obteve permissão para lançar seu próprio organismo na Roxbury Street, baseado na Igreja St. Philip, voltado para a juventude em situação complicada, incluindo fugitivos, arruaceiros e jovens ‘gays’. As anotações tiradas dos diários do jovem padre, encontradas nas 1600 páginas de documentos dos arquivos do Arquidiocese de Boston, indicam que ele havia ensinado a alguns que estavam sob sua responsabilidade como "se injetar" corretamente, o que significa que Shanley, como muitos homossexuais, tinha um conhecimento prático de drogas ilegais. A mesma fonte indicava que, quando foi tratado por várias doenças venéreas, ele confirmou que era sexualmente ativo. Em 1971, Shanley foi fotografado pelo Globe de Boston dirigindo um trator em Weston, Vermont, onde o jornal reportou que ele havia criado uma "casa de repouso" para jovens trabalhadores em uma fazenda de 95 acres.

O Cardeal Medeiros foi avisado de que Shanley era um "padre problemático", um eufemismo suave; que Shanley havia sido acusado de abuso sexual de menores em 1974; e que o padre estava se tornando cada vez mais explícito em sua apologia da homossexualidade e do amor entre homens e meninos. Dizia-se que Shanley aproveitava toda oportunidade, incluindo sessões de aconselhamento e o confessionário, para incentivar jovens a ter relações sexuais. No entanto, Shanley continuou a atuar como defensor das "minorias sexuais" no Arquidióceses até o fiasco da NAMBLA em dezembro de 1978.

Medeiros então transferiu o padre para a paróquia de São João, onde se dizia que ele persistia em suas tendências de abuso sexual. Mais tarde, Shanley foi movido para a paróquia de São João Evangelista, onde atuou como assistente pastoral.

Após a morte do Cardeal Medeiros em 1983, o Cardeal Bernard Law assumiu o poder e Shanley foi promovido ao cargo de pároco de São João. Aparentemente, Shanley também servia como capelão em uma instituição psiquiátrica, pois o Herald Times Reporter de Manitowoc alegou que um paciente acusou Shanley em 1988 de "ter ‘ido a cima dele’ ao descrever através de desenho o sadomasoquismo".

106. Finalmente, em 1989, Shanley tornou-se quente demais para ser mantido em Boston e teve que ser enviado para fora do estado. O Cardeal Law o enviou para o diocese de San Bernardino, Califórnia, como um padre "de boa reputação". Oficialmente, Shanley estava "partindo devido a alergias". O Rev. White seguiu Shanley para a Califórnia e a dupla empreendedora montou uma espécie de casa ‘Bed and Breakfast’ em Palm Beach, que recebia clientes ‘gays’. Assim como com os jovens meninos, a falta de dinheiro parece nunca ter sido um problema para Shanley.

Em outubro de 1993, o diocese de San Bernardino teve conhecimento de um "impressionante dossiê", para retomar as palavras exatas do Cardeal Law, e o retirou rapidamente da paróquia de Santa Ana. Shanley retornou para o Leste e fez o que todo clérigo pedófilo/pederasta/homossexual ativo ‘de sangue quente’ faria nessas circunstâncias – ele entrou em um "centro de tratamento" – o Institute of Living de Hartford, CTpara uma recuperação totalmente paga com os elogios da Arquidiocese de Boston.

Durante esse período, Shanley teve a estranha sorte de se reconectar com seu velho amigo e colega pederasta, o Dr. Frack Pilecki, que havia resignado do Westfield State College em Barre, Massachusetts, após ter sido suspeito (mas não condenado) de conduta homossexual com estudantes.

107. Pilecki foi contratado em 1987 pelo Arquidiocese de Nova York para trabalhar na Leon House, um centro social católico e um lar sempre cheio de jovens estudantes, gerido para o Arquidiocese pela Catholic Charities. A obtenção do emprego por Pilecki na Leo House parece ter sido devido a outro membro da rede pederasta católica, o Padre Bruce Ritter da Covenant House.

Pilecki convenceu Shanley a assumir um ministério na Leo House onde o envelhecido "padre de rua" se estabeleceu com um companheiro abertamente gay.

Infelizmente para Shanley e o Cardeal Law, seu novo protetor, uma das primeiras vítimas do padre havia seguido seu rastro até a Leo House e iniciou uma série de apelos às religiosas encarregadas da habitação. Finalmente, em 1995, uma das religiosas da Leo House contatou o Cardeal John O’Connor e perguntou se as acusações contra Shanley eram verdadeiras. Ela nunca obteve uma resposta formal de O’Connor, mas o Padre Brian Flatly, um assistente do Cardeal Law, a contatou para acalmar suas preocupações.

Foi então que o Arquidiocese de Boston entrou em ação... mas NÃO contra Shanley! Pelo contrário, ele tentou contatar o ‘delator’ e ver se era possível chegar a um acordo financeiro. Enquanto isso, o Arquidiocese continuava a pagar as crescentes despesas médicas de Shanley e, em 1996, na ocasião de seu 65º aniversário, Law o fez "padre sênior", o que representava um aumento de salário e benefícios.

Em 1997, ao saber que o cargo de Diretor Executivo da Leo House estava vago, Law informou O’Connor que não aceitaria que o Padre Shanley ocupasse o cargo, mas diz-se que o Cardeal nova-iorquino rejeitou a proposta de Law.

Subsequentemente, Shanley retornou à Califórnia, onde permaneceu até 2002, quando sua sorte o abandonou. Oficiais da polícia da Califórnia o prenderam em San Diego. Ele foi extraditado para Massachusetts onde foi julgado perante o Tribunal do Distrito de Newton em Cambridge, e atualmente (2002 Ndt) aguarda seu julgamento. Diz-se que Shanley irá declarar inocência das acusações de abusos sexuais sodomitas repetidos sobre jovens meninos e que seus advogados podem argumentar que Shanley é um homossexual sem histórico de atividade sexual com crianças pré-púberes.

O ‘Submundo’ que protege Shanley

Como o caso de Shanley demonstra tão bem, o Arquidiocese de Boston, como qualquer grande diocese do país, possui um ambiente florescente de pederastas/homossexuais católicos – Shanley conhecia Pilecki, que conhecia Ritter, que conhecia... e assim por diante.

Mas, mais importante, o caso Shanley tem uma cobertura ativa de clérigos e leigos composta por Cardeais, bispos, padres, burocratas e advogados leigos, bem como um número infinito de outros católicos que protegem o meio seja pelo seu silêncio, seja pela sua aprovação manifesta.

A carreira de Shanley se desenrolou sob três Cardeais:

Todos os três protegeram Shanley. Por quê? Tudo considerado, a resposta provavelmente se chama chantagem. Shanley sabia demais sobre muitas pessoas – e, como muitos clérigos homossexuais, era astuto o suficiente para manter bons registros como uma espécie de "seguro" para o dia em que tivesse problemas seja com a Igreja, seja com agências da polícia secular. Shanley acusou Cushing de ter abusado dele quando estava no Seminário de St. John em Boston. Medeiros desempenhou um papel importante de cobertura no caso do Padre James Porter. E, como os registros mostram claramente, Law não esteve livre das garras de Shanley, já que eles passaram pela Arquidiocese de Boston – por razões que ainda precisam ser descobertas.

108. Shanley também foi anfitrião dos bispos auxiliares de Boston. Os que ainda estão vivos são:

Banks, consagrado por Law em 1985, foi seu vigário administrativo e ajudou Shanley a fugir secretamente para o diocese de San Bernardino. Segundo oficiais da Igreja de San Bernardino, Banks escreveu-lhes uma carta assegurando que o "diocese não tinha problemas preocupantes" com o Padre Shanley.

109. McCormack, o antigo Presidente (e ainda membro) do Comitê Ad Hoc da USCCB para Abusos Sexuais, é suspeito de ter trabalhado com Shanley para desenvolver um sistema de "casas seguras" para clérigos pederastas em fuga... Como secretário do pessoal sacerdotal de Law para o Arquidiocese de Boston entre 1984 e 1994, ele foi responsável por muitas queixas de abusos sexuais contra padres da Arquidiocese. O nome de McCormack foi citado em um recente processo de abuso envolvendo o antigo Rev. Joseph E. Birmingham de Boston. O acusado declara que McCormack, um colega de seminário de Birmingham que serviu com ele em uma paróquia de Salem, viu o padre levar meninos para seu quarto na década de 60 e não fez nada para impedir.

110. Daily, consagrado em 1975 por Medeiros, é suspeito de ter desempenhado um papel importante na proteção do pederasta comprovado Padre John J. Geoghan de Boston e, como chanceler e vigário geral sob Medeiros, teria estado a par do Caso Shanley. Em um excelente artigo do New York Times intitulado "O antigo adjunto do Cardeal tocado pelo escândalo", os repórteres Pam Belluck, Fox Butterfield e Sara Rimer afirmam que em 1982 Daily autorizou Geoghan a fazer uma viagem sabática à Itália, após ele ter prometido à família de sete, sim, sete filhos, que ele (Daily) "assumiria suas responsabilidades".

111. Em 1984, Daily tornou-se o primeiro bispo da infeliz diocese de Palm Beach, FL. Depois que Daily deixou Brooklyn, seu posto foi ocupado por Dom Joseph K. Symons, que renunciou em desgraça em 1999 após acusações de má conduta homossexual com coroinhas.

Dom Anthony J. O’Connell, que foi consagrado por Pio Laghi, o Delegado Apostólico para os Estados Unidos, em 1998, sucedeu Symons. O’Connell renunciou em 8 de março de 2002 quando foi estabelecido que ele tinha tido um relacionamento homossexual prolongado com um aluno de 14 anos do Seminário de São Tomás de Aquino em Hannibal, MO, do qual O’Connell foi reitor por quase 25 anos. O relacionamento aparentemente continuou quando o garoto se tornou adulto. Dois outros homens apresentaram acusações semelhantes contra O’Connell.

112. A diocese é atualmente dirigida por um Administrador Apostólico enviado pelo Vaticano. Os papéis desempenhados na questão Shanley por Hugues, que foi consagrado por Medeiros em 1981, e Murphy, um advogado, permanecem a ser determinados e relatados em depoimentos futuros perante a Justiça.

[Nota: o único auxiliar de Boston que fez objeção à "história de uma atividade homossexual com jovens meninos" de Geoghan foi, junto com o Cardeal Law, Dom John M. d’Arcy da diocese de Fort Wayne/South Bend, IN.]

Finalmente, Shanley passou por centenas, senão milhares, de burocratas da Igreja, pastores, repórteres, oficiais da Justiça, pessoas de serviços sociais e outros leigos durante sua carreira sexual de mais de quarenta anos, que inclui pelo menos uma meia dúzia de dioceses e paróquias católicas diferentes.

Globalmente, esta é uma história incrível, especialmente se considerarmos que o Rev. Paul Shanley representa apenas um padre na vasta rede homossexual da Igreja Americana.

Muitas Perguntas Sem Resposta, Muitos Problemas a Resolver

Enquanto a hierarquia americana continua alegremente a andar na ponta dos pés sobre os cadáveres de centenas de padres homossexuais mortos de AIDS ou que se suicidaram em vez de enfrentar as acusações de abusos sexuais, enquanto os testemunhos de agressões criminosas – cada vez mais bizarros – por padres e religiosos pedófilos/homossexuais continuam a surgir, ainda há muitas questões a serem consideradas e esclarecimentos a serem trazidos sobre a crise atual da Igreja Americana. Embora eu suspeite que a maioria desses problemas não será abordada, e muito menos resolvida na reunião bienal dos bispos em junho em Dallas, permita-me destacar dois que considero de extrema importância.

Abusos Sexuais de Menores Apenas?

Os leitores que acompanharam as tentativas da Igreja Americana de ‘administrar’ seus ataques de abusos sexuais clericais ao longo dos anos, incluindo sua apresentação na reunião de Roma com o Santo Padre em 24-25 de abril de 2002, reconhecerão imediatamente a frase "abusos sexuais de crianças por clérigos" ou "abuso sexual de menores". Mas e os casos de abusos sexuais clericais que ocorrem sobre outros grupos vulneráveis, como deficientes mentais ou físicos e adultos dependentes? E quanto aos abusos sobre seminaristas ou noviços? Esses casos não deveriam ser prontamente relatados tanto à Igreja quanto às autoridades? Esses clérigos, sejam Cardeais, bispos, padres ou religiosos, não deveriam ser levados à justiça e, se culpados, afastados e entregues à justiça civil para serem condenados? A questão não é puramente acadêmica.

Em 24 de março de 2002, o repórter do L.A. Times Glenn F. Bunting contou uma história intitulada "Um cloaca de silêncio encobre abusos no Refúgio Jesuíta", baseada em um caso pouco conhecido de abusos sexuais cometidos contra dois homens com deficiência mental, conhecidos como "John Doe" e "James Doe", que trabalhavam lavando louça no Centro Jesuíta de Los Gatos (Sagrado Coração).

"John", uma vítima de poliomielite e criança em acolhimento, chegou à casa de aposentadoria jesuíta em 1969, aos vinte e quatro anos. "James", órfão adotado por pais que se divorciaram posteriormente, tinha apenas dezenove anos quando chegou ao centro. Ambos eram deficientes mentais. Todos dois eram considerados casos de "caridade". Segundo Bunting, os registros mostram que seu salário inicial era de $150 por mês, passando gradualmente para $1000, dos quais os jesuítas descontavam uma quantia para moradia e manutenção – seus quartos estavam localizados fora da residência dos jesuítas, no segundo andar de um armazém.

Como no infame caso dos Irmãos Cristãos em Mount Cashel, Terranova, as denunciantes se mostraram ser mulheres comuns e extraordinariamente honestas.

Foi em maio de 1995 que a curadora de John ouviu rumores de pessoal da cozinha de que ele estava sendo sexualmente violado pelo Irmão ‘Charlie’ Leonard Connor. Ela soube que o jesuíta havia levado John para viajar e passado muito tempo a sós com ele. Depois que John confirmou a veracidade dos rumores, ela denunciou Connor ao Padre Greg Aherne, o superior jesuíta do Sagrado Coração.

Embora no início ele negasse a acusação, Connor declarou mais tarde a seu superior que poderia ter tocado John "de maneira inadequada" ao lhe dar uma "massagem" para aliviar suas dores nas costas – uma prática que ele alegava ter iniciado dez anos antes, em 1985. Aherne advertiu Connor a cessar todo contato com John e James e fez um relatório ao Padre John Privett, o provincial da Califórnia que residia na casa de aposentadoria.

O Padre Privett, como o leitor deve se lembrar, era o mesmo provincial covarde que ignorou as queixas de John Bollard sobre assédio e solicitação homossexuais contínuos por uma dúzia de padres no seminário da Ordem em Berkeley; John Bollard posteriormente processou a Província da Califórnia.

Devo enfatizar que nem Aherne nem Privett denunciaram os abusos sexuais cometidos contra os dois homens dependentes aos oficiais da polícia local? Os abusos continuaram.

Dois anos depois, em outubro de 1997, outra mulher, desta vez uma amiga de James, contatou o escritório do Xerife e declarou que James lhe disse que Connor o acariciava. O registro, infelizmente não resultou em nada, pois James e John, que frequentemente haviam sido advertidos por Connor para não falar sobre isso com ninguém, negaram as acusações na presença de dois oficiais uniformizados e o caso foi arquivado.

Na primavera de 2002, no entanto, o escritório do Xerife havia obtido provas suficientes contra Connor e retornou ao Sagrado Coração para discutir isso com outro superior jesuíta – o Padre Richard Cobb. Cobb então debateu o destino de ‘Charlie’ com outros superiores jesuítas e decidiram enviar o teimoso para a escola preparatória St. Bellarmin, uma escola para meninos em San José. Cobb ‘esqueceu’ de mencionar a razão da transferência aos dirigentes da escola. Mas a polícia não havia esquecido ‘Charlie’.

Com a ajuda das provas obtidas após uma comissão rogatória ao Sagrado Coração, Connor foi preso em 17 de janeiro de 2001, não contestou ter cometido um ato lascivo contra um adulto dependente, passou por seis meses de vigilância e foi registrado como um agressor potencial, sendo-lhe proibido de ter contato com deficientes mentais, sejam adultos ou menores. Tempo passado na prisão? Zero.

Essas mesmas provas mostravam que Connor não era o único delinquente sexual na casa de aposentadoria. O Padre Thomas Burke, o bibliotecário do Sagrado Coração, também havia abusado sexualmente de James. Assim como Connor, Cobb tinha conhecimento do contato sexual, mas negligenciou reportá-lo às autoridades. Ao contrário, Cobb levou Burke para a comunidade Jesuíta da Universidade de Santa Clara, onde ele ainda reside, segundo Bunting. Tempo passado na prisão? Zero.

Em 19 de junho de 2001, os advogados que representavam John e James Doe apresentaram uma ação civil (uma queixa criminal está em andamento contra Burke) no valor de $10 milhões em nome dos dois homens, acusando quatro jesuítas, incluindo Connor e Burke, de terem cometido atos repetidos de sodomia, estupro e sequestro desde aproximadamente um ano após sua chegada ao Sagrado Coração, ou seja, 1970-71.

117. Quantos delinquentes sexuais pode abrigar uma casa de aposentadoria? Bem, além de Connor, os advogados de San José que representavam James e John descobriram que havia pelo menos outros três indo e vindo do Sagrado Coração – o Irmão John Rodriguez Moniz, o Padre Angel Mariano e o Padre James Thomas Monaghan – todos condenados por terem cometido crimes sexuais com menores.

118. No entanto, o ‘golpe de mestre’ deste caso é a declaração feita pelo advogado da Província da Califórnia para explicar a ausência de denúncia às autoridades. Segundo Paul E. Gasparri, advogado dos jesuítas, a Ordem não tem obrigação de revelar a informação de acordo com a lei da Califórnia. "Não estamos autorizados, pois essas duas pessoas são maiores de idade". (São nós que destacamos)

119. O problema dos abusos sexuais contra deficientes físicos ou mentais e outros adultos dependentes, assim como a exploração sexual e as agressões a seminaristas (geralmente jovens adultos) é uma falha canônica que o Vaticano deve corrigir com uma linguagem mais precisa e sanções mais severas; é um problema que os bispos americanos devem abordar vigorosamente e o mais rápido possível.

Com quem os Bispos Buscam Conselho?

Estou fazendo essa pergunta porque, desde o momento exato em que o problema dos abusos sexuais por padres e religiosos católicos romanos foi secretamente colocado em discussão no meio dos anos 60, com o caso de James Porter em Boston, e publicamente revelado mais tarde, em meados dos anos 80, com o abominável caso Gauthe de Lafayette, Louisiana, os bispos americanos parecem ter sido aconselhados de maneira lamentável, senão criminosa, a esse respeito.

120. Como grupo, os bispos sistematicamente seguiram uma combinação de encobrimentos elaborados, incluindo a ‘transferência’ de clérigos faltosos para outras paróquias, dioceses, estados ou centros de ‘tratamento’; obstrução à justiça, intimidação das vítimas e de seus familiares e ‘desaparecimento’ de registros e documentos acusatórios.

Desde 1966, uma das fontes mais importantes desse aconselhamento jurídico moralmente indefensável e dessas desastrosas estratégias de relações públicas tem sido a própria organização nacional dos bispos – A Conferência Nacional dos Bispos Católicos/ A Conferência Católica dos Estados Unidos (NCCB/USCC), recentemente reorganizada e renomeada como Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB).

Anteriormente, eu havia indicado que a NCCB/USCC, agora USCCB, havia desempenhado um papel importante na política em favor da homossexualidade.

Se há um único bispo que deseja fazer uma exceção a essa afirmação, eu o aconselho a ler primeiro um artigo postado no site da USCCB intitulado "Padres Pedófilos", escrito por Melvin Blanchette, SS, e Gerald D. Coleman, SS. O artigo também reflete o tipo de propaganda homossexual encontrada atualmente em nossos seminários, enquanto Blanchette é diretor do Instituto Vaticano II no Seminário de St. Patrick em Menlo Park, CA, e Coleman é o reitor/presidente do seminário – um lar de homossexualidade.

121. O artigo indica que existem cinco orientações sexuais básicas – heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade, pedofilia (preferência por crianças de 1-13 anos) e efebofilia (preferência por crianças de 14-17 anos). Afirmar que a norma biológica da heterossexualidade é simplesmente uma ‘orientação’ é bastante tendencioso, mas atribuir a ela um valor igual a perversões sexuais, incluindo a homossexualidade, é ainda pior.

Segundo Blanchette e Coleman, "... os pedófilos e efebofilos não têm capacidade para relacionamentos autênticos heterossexuais ou homossexuais". (São nós que destacamos). Novamente, vemos a comparação favorável da heterossexualidade com a homossexualidade. E o que significa "um relacionamento homossexual autêntico"? Eles falam dos impulsos "repetidos, intensos" dos pedófilos e efebofilos, mas não dos "repetidos, intensos" desejos contra a natureza do homossexual por outro adulto masculino. Os autores são a favor de uma vigilância sobre os pedófilos ou efebofilos reais ou potenciais mas não fazem referência ao controle de candidatos homossexuais ao sacerdócio. Eles também são a favor de mais programas de formação sexual para os seminaristas, o que não surpreenderá ninguém.

O artigo de Blanchette-Coleman apenas reforça a acusação de que a administração dos bispos em Washington, DC, desempenhou um papel importante no incentivo aos underworld e overworld homossexuais dos clérigos. Afinal, foi o aparato legal e as relações públicas da NCCB/USCC que, desde o início, identificaram o "problema" como "pedofilia" em vez de homossexualidade em todas as suas formas, como a causa primária dos abusos sexuais dos clérigos.

E durante mais de dezessete anos, a infortunada hierarquia americana seguiu a linha traçada pela BCCB/USCC. Somente recentemente a hierarquia foi forçada a admitir que a boa e velha pederastia, a mais antiga e invasiva forma de homossexualidade conhecida, foi sempre "O problema". Em seu comunicado final de Roma no dia 24 de abril de 2002, os cardeais americanos confessaram:

"3) Mesmo que os casos de pedofilia por parte de padres e religiosos sejam poucos, todos os participantes reconhecem a gravidade do problema. Durante a reunião, os aspectos quantitativos do problema foram discutidos, embora as estatísticas sobre este assunto não sejam muito claras. Chamou-se a atenção para o fato de que quase todos os casos envolviam adolescentes e, portanto, não eram casos de pedofilia verdadeira." ( Somos nós que destacamos)

122. Últimas Reflexões sobre a Reunião Extraordinária de Roma

Embora não estivesse em Roma para cobrir a reunião de 22-23 de abril de 2002, o editor de CFN John Vennari teve a gentileza de me enviar uma gravação da coletiva de imprensa de encerramento que resumiu as conclusões dos cardeais americanos reunidos com o Papa João Paulo II e membros da Cúria sobre os abusos sexuais dos clérigos.

Ouvi a gravação uma vez, mas não consegui suportar ouvi-la novamente. Era simplesmente doloroso demais. Mais uma vez, o aspecto mais aterrador da coletiva de imprensa foi a ausência total de referência ao desrespeito às leis de Deus que foram gravemente violadas, e aos atos abomináveis perpetrados sobre jovens por homens que, como padres e religiosos, agem in persona Christi.

Ao ouvir o tom monótono das vozes dos cardeais McCarrick e Stafford, e a tentativa de humor macabro às custas do Papa, lembrei-me da minha primeira leitura do livro de Michael Harris Unholy Orders-Tragedy at Mount Cashel, há mais de dez anos. Havia um incidente particularmente horrível que nunca saiu da minha mente. Ele dizia respeito a um garoto chamado Malcom, que, após uma semana no orfanato em outubro de 1975, foi levado para uma 'caminhada' pelo pederasta sádico Irmão Edward English. Segundo Harris, quando English voltou para o carro no estacionamento da igreja onde havia levado hóstias sagradas, o Irmão Cristão deu a Malcom um pedaço do "pão abençoado" e começou a masturbar o garoto aterrorizado, e finalmente tentou forçá-lo a fazer sexo oral.

123. Quando li isso, eu explodi em soluços convulsivos e não consegui mais me controlar. Não consegui dormir por várias noites. Essa história permanecerá impressa para sempre em minha memória e não há dias em que eu não reze por Malcom e pelas inúmeras vítimas de Mt Cashel.

Enquanto ouvia as palavras dos cardeais, não sentia nada que se assemelhasse a verdadeiras lágrimas de compunção ou à necessidade de vestir-se de saco e cobrir-se de cinzas em reparação pela ofensa feita a Deus, à Sua Igreja e às vítimas dos abusos e às suas famílias.

E quanto à pretensão de que os bispos americanos nunca fariam nada contra as crianças, penso nos milhões de crianças católicas dos Estados Unidos que foram submetidas durante mais de trinta anos a sedução sexual prematura e a abusos espirituais e mentais nas escolas católicas através da chamada "educação sexual". Ao considerar as crianças como "seres sexuais", os bispos prepararam a juventude católica para os "tutores sexuais" da NAMBLA. Não é surpreendente que o aumento dos abusos sexuais clericais tenha seguido a supressão da catequese doutrinária tradicional nas paróquias e escolas, e seu substituto por catequeses absolutamente demoníacas.

Para finalizar, o que foi especificamente realizado na reunião de Roma, além de oferecer aos meios de comunicação uma mudança de cenário, ou seja, bem pouco? Infelizmente, não poderia ser de outra forma.

Primeiramente, porque a atual hierarquia americana, como um todo, é incapaz de iniciar qualquer tipo de reforma no campo moral ou em questões de fé e doutrina. A corrupção é simplesmente profunda demais.

D’ailleurs, como São Pedro Damião deixa claro em seu Livro de Gomorra, uma verdadeira reforma da Igreja começa pelo topo – com um papado forte e independente. Infelizmente, o papado de hoje não é forte nem independente e também participa da corrupção.

Segundamente, porque a institucionalização das conferências episcopais nacionais como a USCCB é um obstáculo a uma autêntica reforma da Igreja, qualquer que seja. Esses organismos da Igreja se cooptando e se expandindo incessantemente interferem com o papel do mandato divino do verdadeiro bispo católico na transmissão dos ensinamentos autênticos da Igreja em matéria de fé e moral ao seu rebanho. A Santa Sé deve suprimir canonicamente esses bernáculos subversivos que se fixaram na Barca de Pedro.

Eu penso que o encontro de Roma teria sido mais instrutivo e proveitoso se o Santo Padre tivesse ordenado a leitura do Livro de Gomorra, palavra por palavra, aos Cardeais Americanos e aos secretários da USCCB, com cópias distribuídas à imprensa mundial. Afinal, os bispos Americanos deveriam se dirigir a uma política de "tolerância zero", e quem seria menos tolerante em caso de incondução sexual clerical do que o santo monge?

Eu sei que não viverei para ver a realização dessas reformas morais no sacerdócio e na vida religiosa. Mas eu me mantenho tão confiante quanto São Pedro Damião estava em seu tempo, e que Deus tornará possíveis as condições para as reformas das quais precisamos e suscitará uma sucessão de Papas para conduzir a grande Contra-Reforma que está por vir para a Igreja. Até que isso aconteça, que Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua Santa Mãe e todos os Seus santos, mais especialmente São Pedro Damião, nos abençoem e nos mantenham fortes na Fé.


[40] (Ndt) Nos países anglo-saxões, essa palavra se aplica ao que nós chamamos Socialismo

[41] NdT: mas não durante seu seminário???

[42] O neologismo inglês utilizado é "wreckovation", que é construído a partir da palavra "wreck", naufrágio, e das três últimas sílabas de "renovação"

7 - ANEXO 1 – TRADUÇÃO DO TEXTO DA SRA. RANDY ENGEL - O LIVRO DE GOMORRA DE SANTO PEDRO DAMIÃO - UM QUADRO MORAL DE NOSSO TEMPO

NOTAS

1. Para um excelente resumo da vida e uma lista completa dos escritos de São Pedro Damião, consulte a Nova Enciclopédia Católica de Advento, “São Pedro Damião,” por Leslie A. St. L. Toke (transcrito por Joseph C. Meyer) em: http://www.newadvent.org/cathen/11764a.htm e Santos da Católica Online, “São Pedro Damião,” em: http://www.catholic.org/saints/saint.php?saint_id=780. Além disso, consulte Owen J. Blum, O.F.M., São Pedro Damião: Seu Ensino sobre a Vida Espiritual - Uma Dissertação, Catholic University Press of America, Washington, D. C., 1947.

2. Este escritor utilizou duas traduções do livro de São Pedro Damião, O Livro de Gomorra. A mais exata é a de Owen J. Blum, O.F.M., Pedro Damião, Cartas 31-60, parte da série Pais da Igreja – Continuação Medieval publicada pela Catholic University of America Press, Washington, D.C., 1990. Uma tradução mais antiga, Livro de Gomorra - Um Tratado do Século XI Contra Práticas Homossexuais Clericais, de Pierre J. Payer, publicada pela Wilfrid Laurier, University Press, Waterloo, Ontário, Canadá, 1982, inclui algumas notas adicionais e comentários interessantes da obra.

3. Veja “Heresia” por J. Wilhelm, transcrito por Mary Ann Grelinger na Nova Advent, Enciclopédia Católica Online em: www.newadvent.org/cathen/07256b.htm#REF_IV.

4. Declaração de uma testemunha ocular do serviço da Quarta-feira de Cinzas feita ao autor no Diocése de Greensburg, PA.

5. Atila Sinke Guimaraes em Nas Águas Turvas do Vaticano II, Volume I, MAETA Press, Metairie, Louisiana, 1997, pp. 360 - e o Padre Blum, pp. 28-29, citam o Livro de Gomorra de Pedro Damião. Outros padres da Igreja advogavam a despojar de suas funções os clérigos culpados e sua entrega à autoridade civil para o castigo.

6. Blum, pp. 29-30.

7. Ibid., p. 15.

8. Veja Payer para uma discussão da responsabilidade eclesiástica em casos de má conduta sexual clerical, pp. 29-30.

9. Blum, pp. 5-6.

10. Ibid., p. 6.

11. Ibid., pp. 6-7. Ao longo da história, a definição da igreja para ‘sodomia’ variou um pouco, especialmente em relação a problemas de abuso pessoal, masturbação mútua com a mão e bestialidade.

No entanto, sempre incluiu a penetração anal, geralmente de um homem, raramente de uma mulher. São Pedro Damião não faz nenhuma referência à fellatio como uma forma de masturbação ou uma prática homossexual.

12. Ibid., p. 8.

13. Ibid., p. 8.

14. Ibid., pp. 8-9.

15. Ibid., pp. 10-11.

16. Ibid., pp. 12-13.

17. Ibid., pp. 12-14.

18. Ibid., p. 15.

19. Ibid., p. 15.

20. Ibid., p. 15.

21. Ibid., p. 16.

22. Ibid., p. 16.

23. Randy Engel, Educação Sexual a Plaga Final, segunda edição, Tan Publishers, Rockford, IL, 1993, p. 158.

24. Ordenações de Bispos Católicos dos EUA 1790-1989, Charles N. Bransom, Jr., editores NCCB/USCG, Washington, D.C., 1990, p. 185.

25. Thomas A. Droleskey, “Mais testemunhos aparecem no caso do bispo Ryan,” The Wanderer, 5 de fevereiro de 1998. O autor utilizou a versão eletrônica não paginada do artigo.

26. “Uma Carta Aberta aos Bispos Católicos,” Ad Majorem Dei Gloriam, publicada por Roman Catholic Faithful, Springfield, IL, Inverno 2001/2002, p. 19.

27. Droleskey.

28. RCF Newsletter, Winter 2001/ 2002, p. 19. 29. Bransom, Jr., p. 205.

30. RCF Newsletter, p. 19.

31. O bispo Keith Symons de Palm Beach renunciou em junho de 1998 após acusações de pederastia serem tornadas públicas. Assim como Ryan, Symons pregou retiros religiosos para clérigos em todos os Estados Unidos.

O bispo Patrick Ziemann esteve envolvido sexualmente com um sacerdote que ele supostamente fazia chantagear para obter favores sexuais, incluindo a sodomia. Ziemann, consagrado pelo Cardeal Roger Mahony, Arcebispo de Los Angeles, renunciou à sua prelazia de Santa Rosa, CA, em julho de 1999. De acordo com a RCF, ele também deu retiros no Mosteiro da Santa Trindade onde reside, assim como em uma paróquia de Sierra Vista. Veja a RCF Newsletter, Inverno 2001/2002, pp. 12-14. Por favor, note que eu não incluo em minha lista o Cardeal Joseph Bernardin de Chicago ou o Bispo Joseph Ferrario do Havai. Essas questões exigem um tratamento in extenso que eu proporcionarei em meu livro a ser lançado The Rite of Sodomy.

32. Blum, p. 16.

33. Ibid., p. 17.

34. Ibid., p. 17.

35. Ibid., pp. 17-18.

36. Ibid., pp. 20-27.

37. Ibid., p. 27.

38. Ibid., p. 28.

39. Ibid., p. 38.

40. Ibid., p. 38.

41. Ibid., p. 42.

42. Ibid., p. 35.

43. Ibid., pp. 30-32. Aqui a palavra "vício" é empregada em seu sentido tradicional como um hábito que leva uma pessoa ao pecado. Este hábito vicioso ou vício, que segundo Santo Tomás de Aquino, se situa entre a potência e o ato, é o produto de atos pecaminosos repetidos de um determinado tipo e, uma vez formado, é também de certa forma sua causa. Embora Santo Tomás de Aquino sustente que, na realidade, o pecado supera o vício em perversidade, ele também afirma que, enquanto o pecado pode ser perdoado por Deus, o vício ou hábito vicioso permanece.

O vício é eliminado pela prática contínua de todas as virtudes, mas especialmente da virtude que lhe é oposta.

No caso do vício da sodomia, essa virtude é a castidade. Veja http://www.newadvent.org/cathen/15403c.htm

44. Ibid., p. 44.

45. Ibid., pp. 44-45.

46. Ibid., pp. 47-49.

47. Ibid., p. 49.

48. Ibid., p. 50.

49. Ibid., p. 52.

50. Ibid., p. 53.

51. Ibid., p. 53

52. Para uma excelente e completa biografia de São Leão IX de onde este breve perfil foi retirado, veja a New Advent electronic Catholic encyclopedia em: http://www.newadvent.org/cathen/09160c.htm. A biografia foi escrita por Horace K. Mann, e transcrita por W. G. Kofron.

53. Para uma biografia de Damaso II veja http://www.newadvent.org/cathen/04614a.htm e para Bento IX veja http://www.newadvent.org/cathen/02429a.htm. Segundo a biografia da New Advent por Horace K. Mann (transcrita por Kryspin J. Turczynski), o Padre Lucas da Abadia de Grottaferrata conta que São Bartolomeu convenceu Bento a renunciar definitivamente ao pontificado. Bento morreu em penitência em Grottaferrata.

54. Para uma excelente biografia do Papa Gregório VII veja Thomas Oestreich (transcrito por Janet van Heyst) em http://www.newadvent.org/cathen/06791c.htm.

55. Mann, p. 1.

56. Ibid., pp. 1-2.

57. Owen P. Blum, O.F.M., Pedro Damião, Cartas 31-60, parte da série Pais da Igreja – Continuação Medieval publicada pela Catholic University of America Press, Washington, D.C., 1990, p. 3.

58. Ibid., pp. 3-4.

59. C. à D. masturbação solitária, mútua e coito interfemoral (entre as coxas) e anal.

60. Owen P. Blum, O.F.M., Pedro Damião, Cartas 31-60, extrato dos Pais da Igreja – Época Medieval, séries editadas pela Catholic University of America Press, Washington, D.C., 1990, p. 4.

61. Ibid., p. 4.

62. Ibid., p. 5.

63. Ibid., p. 5.

64. Ibid., p. 5.

65. Ibid., p. 5.

66. Ibid., p. 4.

67. Ibid., p. 7.

68. Ibid., p. 5.

69. Veja a New Advent Catholic Encyclopedia, “São Pedro Damião,” por Leslie A. St. L.Toke (transcrito por Joseph C. Meyer) pp. 1-2. em http://www.newadvent.org/cathen/11764a.htm.

70. Pierre J. Payer, Livro de Gomorra — Um Tratado do Século XI Contra Práticas Homossexuais Clericais, Wilfrid Laurier University Press, Waterloo, Ontário, Canadá, 1982, p. 21.

71. Toke, p. 1.

72. Toke, p. 2.

73. Veja http://freespace.virgin.net/crc.english/promise.htm para o texto completo da carta de Radcliffe. Também, http://www.Op.org/Curia/MG/englet.html. O novo Superior Geral dos Dominicanos é o Muito Reverendo Carlos Azpiroz, OP, de Buenos Aires (Argentina).

74. Radcliffe, p. 6.

75. Donald Goergen, O Celibatário Sexual, Seabury Press, (Crossroad), NY, 1974.

76. Ibid., pp. 81. 82-83, 85, 101, 127, 195, 203.

77. Enrigue Rueda, A Rede Homossexual, Devin Adair Co., Old Greenwich, CT, 1982, pp. 334, 346, 556.

78. Carta extraída de uma comunicação ao Rev. Donald J. Goergen, OP e aos padres e irmãos dominicanos em River Forest, datada de 25 de março de 1988.

79. Entrevistas e notas do autor com irmãos dominicanos 1987-1989.

80. Veja Donna Steichen, Raiva Ímpia - O Lado Oculto do Feminismo Católico, Ignatius Press, San Francisco, 1992, pp. 219-241. Também Matthew Fox, A Vinda do Cristo Cósmico - A Cura da Mãe Terra e o Nascimento de um Renascimento Global, Harper and Row, NY, 1988, pp. 177-180.

81. Steichen, p. 238. Nota: após sua saída da Ordem Dominicana, Fox foi acolhido como sacerdote episcopal por William Swing do Diocèse da Califórnia.

82. Radcliffe, p. 8. compare também a declaração de Goergen com a de Fox, quase idêntica, em A Vinda do Cristo Cósmico, pp. 44-47. Para uma crítica favorável do livro de Radcliffe, Cante uma Nova Canção, veja http://www.faithalivebooks.com/books/tp_sing_song.html.

83. Ibid., p. 11.

84. Ibid., p. 12.

85. Ibid., p. 12.

86. Versão eletrônica dos Atos do Capítulo Geral da Ordem dos Irmãos Pregadores, de 17 de julho a 8 de agosto de 1995 em Caleruega, p. 42.

87. Radcliffe, p. 12.

88. John Rivera, “Futuros padres se comprometem a fazer a diferença,” The Sun, 28 de abril de 2002, pp. 1A, 5A.

89. Mike Joseph, “Bispo local apresenta política de abuso sexual,” Centre Daily Times, publicado em 7 de maio de 2002 em wysiwyg://101/ http://www.centredaily.com/mld/centredaily/3213399.htm.

90. Catholic News Service, “Vaticano irá aplicar documento de 1961 que proíbe padres e religiosos homossexuais - Implementação deixada anteriormente aos bispos locais,” 28 de março de 2002, pp. 1-2.

91. Ibid., p. 2.

92. Ibid., p.1.

93. Ibid.

94. Ibid.

95. Ibid.

96. Veja Garry Wills, Pecado Papal - Estruturas de Engano, Simon & Schuster, NY, 2000, no qual Wills é citado como tendo dito que "muitos observadores suspeitam que o verdadeiro legado de João Paulo para sua Igreja é um clero gay" extraído de “Desafiando a Igreja,” uma resenha de livro do Washington Post por Tad Szulc, 4 de junho de 2000, seção Book World, p. X01.

97. Blum, pp. 7-8.

98. Veja Payer, p. 17.

99. Rueda, pp. 296. Nota: O Cardeal Medeiros destituiu Shanley de seu “trabalho” pouco depois da conferência da NAMBLA, mas não fez nada para depor o padre. Rueda também encontrou Shanley como palestrante na Dignity 1981, uma convenção sobre "O Ecumenismo na Comunidade Gay". A Dignity se autodenomina uma organização “Católica” pro-homossexual.

100. Paul Likoudis, “Os Escândalos de Abuso Sexual... Rumo a Problemas Maiores com Clero Homossexual,” The Wanderer, 2 de maio de 2002, pp. 1, 8.

101. Daniel Tsang, O Tabu da Idade - Sexualidade Masculina Gay, Poder e Consentimento, Alyson Pub., Boston, Ga Men's Press, Londres, 1981.

102. Ibid., p. 38-39.

103. Veja http://www.nambla.org/pedersty.htm, 13/08/99, David Thorstad, “Pederastia e Homossexualidade,” declaração diante de uma audiência de mais de 600 pessoas na Semana Cultural Lésbica-Gay na Cidade do México em 26 de junho de 1998.

104. Stephanie Warsmith, “Ex-padre explica o passado,The Beacon Journal, postado online em 5 de abril de 2002. Veja http://www.boston.com/globe/spotlight/abuse/print/040902_shanley_letters.htm.

105. “LETRAS DESAFIADORAS Uma saída humilde do centro das atenções,” por Michael Rezendes e Sacha Pfeiffer, equipe do Boston Globe, 9/4/2002.

106. Paul Srubas, “Bispo: ‘Estamos com uma úlcera,’” Manitowoc Herald Times Reporter, online, postado em 12 de abril de 2002.

107. Kris Hundley, “A Pergunta à Qual Ninguém Quer Responder: Por que $15,794 foram retirados do Fundo de Bolsa Pilecki em 30 de junho de 1985?” originalmente publicado em 30 de junho de 1986 no Valley Advocate.

108. Likoudis, pp. 1, 8. Nota: Até hoje, existem duas acusações de má conduta sexual contra Medeiros, mas essas acusações não foram bem fundamentadas e podem ser simplesmente falsas.

109. “A carta esclarecia a transferência de Shanley,” liberação da Associated Press de Boston, 8 de abril de 2002.

110. Matt Carroll, “A Lei é uma nova acusada no processo de abuso clerical,” Boston Globe, online, 5 de abril de 2002.

111. Pam Belluck, Fox Butterfield e Sara Rimer, “O ex-assistente do Cardeal apanhado pelo escândalo,” New York Times, publicado no Pittsburgh Post-Gazette, 18 de abril de 2002, p. A-11.

112. Stephen Kurkjian, “Aviso de trabalhadora sobre padre levou à sua demissão,” Boston Globe, online, 5 de abril de 2002.

113. Glenn F. Bunting, “Capa de Silêncio Cobriu o Abuso em Retiro Jesuíta,” LA Times, 24 de março de 2002. Edição online em http://www.latimes.com/news/local/la-032402molest.story.

114. Veja Michael Harris, Ordens Impuras - Tragédia em Mount Cashel, Viking Press, Ontário, 1990.

115. Bunting

116. Veja Bollard v California Province of the Society of Jesus, Ninth Circuit, 5/5/00; 211 F3d 1331.

117. Bunting

118. Ibid.

119. Ibid.

120. Jack Sullivan, “Dossiês: o Vaticano estava ciente da encobertura dos escândalos em 1973,” Boston Herald.com, 16 de maio, 2002.

121. Melvin C. Blanchette e Gerald D. Coleman, “Padres Pedófilos,” reimpresso de America, 25 de abril de 2002.

122. Comunicado final da Reunião Extraordinária entre os Cardeais dos Estados Unidos e o Primaz dos Estados Unidos, no Vaticano, 23-24 de abril de 2002.

123. Harris, p. 317.

8 - ANEXO 2 – BIOGRAFIA DE SÃO PEDRO DAMIÃO

8 - ANEXO 2 – BIOGRAFIA DE SÃO PEDRO DAMIÃO

SÃO PEDRO DAMIÃO (1007-1072), DOUTOR DA IGREJA

http://www.mariedenazareth.com/2287.0.html?&L=0

http://missel.free.fr/Sanctoral/02/21.php

21 de fevereiro - São Pedro Damião

Biografia

Pedro é o caçula (1007) de uma família numerosa de Ravena tão pobre que foi abandonado aos cuidados de uma criada durante a sua primeira infância. Reprendido por sua família pouco antes da morte de sua mãe, ele é empregado por um de seus irmãos em trabalhos rudes, incluindo a guarda de porcos, até que outro de seus irmãos, Damião, tomado de piedade, o leva consigo; é por gratidão a este irmão que ele recebe o nome de Pedro Damião. Damião faz com que Pedro estude em Ravena, onde se revela tão brilhante que o faz prosseguir os estudos em Faenza e depois em Parma.

Prodigiosamente inteligente, ele ganha seus graus e se torna um professor muito renomado. No entanto, Pedro Damião, assediado por violentas tentações de orgulho e sensualidade, não vê outro meio de escapar aos perigos do mundo senão entrar para os monges camaldules da abadia de Santa Cruz de Fonte Avellana, nos limites da Marca e da Úmbria, onde se dedica a uma vida extremamente austera (1035). Chamado por seus superiores a restaurar e fortalecer a disciplina, ele prega em seu convento e em outros. É eleito prior de Fonte Avellana (1043), de onde funda outros mosteiros. O erudito Pedro Damião não deixa de alertar seus monges:

« tenhamos cuidado com uma ciência que não se transforma em amor. Muitas vezes, o desejo de abarcar demais intelectualmente pode se tornar perigoso para a vida espiritual. »

Preocupado com os interesses da Igreja, denuncia a Gregório VI (1045-1046) os clérigos e os bispos incontinentes e simoníacos, cuja raça tinha aumentado desmesuradamente sob o lamentável pontificado de Bento IX (1032-1045). Conselheiro de Clemente II (1046-1047), ele lhe escreve:

« Trabalhai para restaurar a justiça que é pisoteada com desprezo; usem as rigores da disciplina eclesiástica para que os ímpios sejam humilhados e que os humildes voltem à esperança. »

Quase condenado por Leão IX (1048-1054), cercado por seus inimigos, Pedro Damião escreve ao Papa:

« Não busco o favor de nenhum mortal; não temo a ira de ninguém; só invoco o testemunho da minha própria consciência. »

Após ter abandonado a corte pontifícia durante o final do pontificado de Leão IX e o de Victor II (1055-1057), ele é chamado de Ostia por Estêvão IX (1057-1058), que o faz cardeal-bispo; denuncia a eleição de Bento X (1058-1059) manchada de simonia e, com Hildebrando (futuro santo Gregório VII), após ter contribuído para a eleição de Nicolau II (1059-1061), obtém o decreto de 1059 que reserva a eleição do papa apenas para os cardeais. Mal havia ele realizado a eleição de Alexandre II (1061-1073) que se retira para seu mosteiro, do qual deve logo partir para zelar pela Igreja dilacerada pelo cisma do antipapa Honório II (condenado em 1062).

« Não conhecemos ninguém cuja autoridade seja maior, depois da nossa, na Igreja Romana, diz Alexandre II , ele é nosso olho e o firme apoio do trono apostólico. »

É enviado como legado a Milão (1059), na França (1063), a Florença (1063) e, em seguida, à Germânia (1069). Depois de ter restabelecido a ordem no diocese de Ravena, cuja difunto arcebispo Henrique apoiou o antipapa, Pedro Damião, abatido pela febre, falece no mosteiro de Santa Maria dos Anjos, em Faenza, no dia 22 de fevereiro de 1072.

http://www.magnificat.ca/cal/fran/02-23.htm

Buquê espiritual: «Ninguém pode servir a dois senhores.» Mt. VI, 24


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SÃO PEDRO DAMIÃO
Cardeal, Bispo de Ostia
(988-1072)

São Pedro Damião, nascido em Ravena, de uma família honesta, mas pobre e numerosa, foi, sendo ainda um bebê, abandonado por sua mãe desencorajada; mas uma mulher caridosa o recolheu quase morto de fome, e lhe deu todos os cuidados de uma verdadeira mãe. De volta aos seus pais, que se tornaram mais humanos, ficou órfão muito jovem e foi o alvo de abusos de um de seus irmãos, que o tratava como um escravo e o mandava cuidar dos porcos. Nesse estado miserável, a pobre criança mostrava disposições intelectuais e morais verdadeiramente notáveis.

Um dia ele encontrou por acaso uma moeda de prata; uma criança a teria usado para satisfazer sua gula, mas o jovem Pedro soube resistir a essa tentação e teve a delicada atenção de levar esse dinheiro a um sacerdote, afim de fazer celebrar missas por seu pai falecido.

Um outro irmão da criança, arcipreste de Ravena, teve pena de sua miséria e cuidou de sua educação; esse irmão se chamava Damião, e acredita-se que Pedro tenha acrescentado esse nome ao seu em sinal de gratidão. A partir de então, tudo mudou para nosso Santo; após ter maravilhado seus mestres e discípulos por seus talentos e virtudes, ele buscou no claustro um refúgio contra os perigos do mundo.

Durante o restante de sua longa vida de oitenta e três anos, ele foi o amigo, conselheiro e luz de todos os Papas de seu tempo. Suas virtudes superavam ainda sua profunda erudição; ele brilhou especialmente pela mortificação e pela humildade.

Em sua juventude, atormentado por tentações impuras, ele se mergulhou, à noite, em um lago meio gelado, até extinguir o fogo da concupiscência. Cilício, jejuns assustadores, leito de tábuas nuas, disciplina, círculos de ferro, nenhuma penitência lhe foi estranha.

Sendo monge, quando, no capítulo, ele precisava corrigir seus religiosos por suas faltas, descia de seu assento, prostrava-se ao chão diante de todos, acusava-se de todas as suas imperfeições, impunha-se a disciplina pública e, reassumindo seu lugar, continuava com suas orientações.

É invocado contra dores de cabeça, provavelmente em razão de sua condição de homem de estudo.

Padre L. Jaud, Vida dos Santos para todos os dias do ano, Tours, Mame, 1950.

http://www.abbaye-saint-benoit.ch/gueranger/anneliturgique/septuagesime/045.htm

8 - ANEXO 2 – BIOGRAFIA DE SÃO PEDRO DAMIÃO

23 DE FEVEREIRO. SÃO PEDRO DAMIÃO, CARDEAL E DOUTOR DA IGREJA

O austero reformador dos costumes cristãos no século XI, o precursor do santo pontífice Gregório VII, Pedro Damião, em uma palavra, aparece hoje no Ciclo. A ele pertence parte da glória dessa magnífica regeneração que se realiza nesses dias em que o julgamento deve começar pela casa de Deus (1). Preparado para a luta contra os vícios sob uma severa instituição monástica, Pedro se opôs como uma barreira contra a torrente dos desregramentos de seu tempo e contribuiu poderosamente para preparar, pela extirpação dos abusos, dois séculos de fé ardente que redimiram as vergonhas do século X. A Igreja reconheceu tanta ciência, zelo e nobreza nos escritos do santo Cardeal, que, por um juízo solene, ele foi colocado entre os seus Doutores. Apóstolo da penitência, Pedro Damião nos chama à conversão, nos dias em que vivemos; ouçamo-lo e mostremos-nos obedientes à sua voz.

Leremos primeiro o relato de suas ações nas Leituras do Ofício que a Igreja lhe dedicou.

1 - I Pedro IV, 17.

371

Pedro, nascido em Ravena, de pais abastados, sendo ainda um bebê, foi rejeitado por sua mãe que estava descontente por ter um grande número de filhos. Ele foi acolhido quase morto e cuidado por uma pessoa da casa, que o devolveu à mãe, após relembrá-la dos sentimentos de humanidade. Tendo perdido seus pais, viu-se reduzido a uma dura servidão, sob a tutela de um de seus irmãos que o tratou como um vil escravo. Foi então que ele deu um raro exemplo de religião para com Deus e de piedade filial. Ao encontrar por acaso uma moeda, ao invés de usá-la para aliviar sua própria indigência, ele a levou a um sacerdote, pedindo que oferecesse o Sacrifício Divino para o descanso da alma de seu pai. Outro de seus irmãos chamado Damião, do qual se diz que ele tirou seu nome, o acolheu com bondade e o instruiu nas letras. Pedro fez tão rápidos progressos que tornou-se objeto da admiração dos próprios mestres. Sua habilidade e reputação nas ciências liberais o tornaram conhecido, e ele as ensinou ele mesmo com honra. Nessa nova situação, para subjugar os sentidos à razão, usava um cilício sob roupas requintadas, entregando-se com ardor aos jejuns, vigílias e orações. Estando na ardência da juventude e sentindo-se fortemente pressionado pelos estímulos da carne, ele ia à noite extinguir essas chamas rebeldes nas águas geladas de um rio; depois, partia para visitar santuários venerados e recitava todo o Saltério. Ele aliviava os pobres com um zelo assíduo, e os servia com suas próprias mãos nas refeições que frequentemente lhes oferecia.

Desejando levar uma vida mais perfeita, ele entrou no mosteiro de Avellano, no diocese de Gubbio, da Ordem dos monges de Santa Cruz de Fonte Avellana, fundado pelo bem-aventurado Ludolfo, discípulo de São Romualdo. Pouco depois, enviado por seu Abade à abadia de Pomposa e, em seguida, à de São Vicente de Petra-Pertusa, edificou esses dois mosteiros por suas santas pregações, por seu ensino distinto e por seu modo de viver. Com a morte de seu Abade, a comunidade de Avellano o chamou de volta para colocá-lo à frente; e ele desenvolveu de maneira tão notável essa família monástica, através das novas casas que criou e pelas santas instituições que lhe deu, que é considerado com razão como o segundo pai dessa Ordem e seu principal ornamento. Vários mosteiros de diferentes institutos, capítulos de canon, e populações inteiras, experimentaram os efeitos salutíferos do zelo de Pedro Damião. Ele prestou numerosos serviços ao diocese de Urbin; ajudou o bispo Teuzon em uma causa importante, e o assistiu com seus conselhos e trabalhos na boa administração de seu episcopado. A contemplação das coisas divinas, as macerações do corpo e os outros traços de uma santidade consumada elevaram tanto sua reputação, que o papa Estêvão IX, apesar da resistência do santo, o criou Cardeal da Santa Igreja Romana e Bispo de Ostia. Pedro destacou-se nesses altos dignidade por suas virtudes e obras em relação à santidade do ministério episcopal.

Por sua doutrina, suas legados e toda sorte de trabalhos, ele foi um auxílio maravilhoso à Igreja Romana e aos Soberanos Pontífices em tempos muito difíceis. Ele lutou até a morte com um zelo intrépido contra a heresia simoniaca e a dos nicolaítas. Após ter purgado a Igreja de Milão desse duplo flagelo, ele a reconciliou com a Igreja Romana. Ele se opôs corajosamente aos antipapas Bento e Cadalo. Ele reteve Henrique IV, rei da Germânia, que estava prestes a se separar injustamente de sua esposa. A cidade de Ravena foi trazida por ele à obediência ao Pontífice Romano, e reestabelecida na fruição das coisas sagradas. Ele colocou a reforma entre os canônigos de Velletri. Na província de Urbin, quase todas as Igrejas episcopais sentiram seus serviços; a de Gubbio, que ele administrou por algum tempo, foi aliviada por ele de um grande número de males; quanto às outras, ele sempre as cuidou tanto quanto lhe foi possível, como se tivessem sido confiadas à sua guarda. Tendo se despojado do cardinalato e da dignidade episcopal, ele não relaxou seu empenho em aliviar o próximo. Ele foi o propagador do jejum de sexta-feira, em honra do mistério da Cruz de Jesus Cristo, e do pequeno Ofício da Mãe de Deus, assim como de seu culto no dia de sábado. Ele expandiu, por seu zelo, o uso da disciplina voluntária, para a expiação dos pecados cometidos. Finalmente, após uma vida toda brilhante de santidade, doutrina, milagres e grandes ações, quando voltava da legação de Ravena, sua alma voou para Cristo, em Faênza, no dia oito das calendas de março. Seu corpo, guardado nesta cidade pelos Cistercienses, é honrado com numerosos milagres, com o concurso e a veneração dos povos. Mais de uma vez os habitantes de Faênza experimentaram seu auxílio nas calamidades; e por esse motivo, sua cidade o escolheu como patrono diante de Deus. Seu Ofício e sua Missa, que já eram celebrados como de um Confessor Pontífice em vários diáconos e na Ordem dos Camaldulenses, foram estendidos à Igreja universal, com a concordância da Congregação dos Ritos Sagrados, pelo papa Leão XII, que acrescentou a qualidade de Doutor.

O zelo da casa do Senhor consumia sua alma, ó Pedro! É por isso que você foi dado à Igreja em um tempo em que a malícia dos homens lhe havia feito perder parte de sua beleza. Repleto do espírito de Elias, você se atreveu a empreender a tarefa de despertar os servos do Pai de família que, durante seu sono fatal, deixaram a joio prevalecer no campo. Dias melhores surgiram para a Esposa de Cristo; a virtude das promessas divinas que estão nela se manifestou; mas você, amigo do Noivo (1), tem a glória de haver contribuído poderosamente para devolver à casa de Deus seu antigo esplendor. Influências seculares haviam escravizado o Santuário; os príncipes da terra disseram: Possuamo-lo como nossa herança (2); e a Igreja, que deve ser livre, não era mais do que uma vil serva aos ordens dos senhores do mundo. Nesta lamentável crise, os vícios aos quais a fraqueza humana é tão facilmente arrastada haviam manchado o templo: mas o Senhor se lembrou daquela à qual se deu. Para levantar tantas ruínas, ele se dignou empregar braços mortais; e você foi escolhido entre os primeiros, ó Pedro, para ajudar Cristo na extirpação de tantos males. Aguardando o dia em que o sublime Gregório deveria tomar as Chaves em suas mãos fortes e fiéis, seus exemplos e suas fadigas preparavam a ele o caminho. Agora que você chegou ao fim de seus trabalhos, vigie sobre a Igreja de Deus com esse zelo que o Senhor coroou em você. Do alto do céu, comunique aos pastores esse vigor apostólico sem o qual o mal não cede. Mantenha puras as mores sacerdotais que são o sal da terra (1). Fortifique nas ovelhas o respeito, a fidelidade e a obediência àqueles que as conduzem nos pastos da salvação. Você que foi não apenas o apóstolo, mas o exemplo da penitência cristã, em meio a um século corrompido, obtenha que sejamos diligentes em resgatar, por obras satisfatórias, nossos pecados e as penas que eles mereceram. Reacenda em nossas almas a memória dos sofrimentos de nosso Redentor, para que encontremos em sua dolorosa Paixão uma fonte contínua de arrependimento e esperança. Aumente ainda nossa confiança em Maria, refúgio dos pecadores, e nos conceda participar da ternura filial com que você se mostrou animado por ela, no zelo com que você proclamou suas grandezas.

http://fr.wikipedia.org/wiki/Pierre_Damien

8 - ANEXO 2 – BIOGRAFIA DE SÃO PEDRO DAMIÃO

UM ARTIGO DA WIKIPÉDIA, A ENCICLOPÉDIA LIVRE

Pedro Damião ou Petrus Damiani (em latim, (Pier Damiani em italiano), (nascido c. 1007 em Ravena - morreu no 23 febreiro 1072 em Faênza) foi um religioso italiano do século XI, inicialmente eremita, que se tornou bispo, foi cardeal e foi declarado doutor da Igreja pelo papa Leão XII, em 1823.

Biografia

Segundo a tradição, ele nasceu « cinco anos após a morte de Otão III » em uma família nobre empobrecida. Colocado sob os cuidados de um de seus irmãos acabou por realizar trabalhos rudes. Em seguida, foi acolhido por outro de seus irmãos, arcipreste de Ravena, que o colocou na escola. Em sinal de gratidão, Pedro acrescentou ao seu nome o de seu irmão, Damião. A criança fez progressos rápidos, a ponto de ir à universidade, primeiro em Ravena, depois em Faenza, e por último em Parma. Ele se tornou professor de retórica.

Quando adulto, ele descobre uma vocação de eremita e se retira em 1035 em Fonte Avellana, fundada alguns anos antes por Romualdo de Ravena, fundador dos camaldulenses. Pedro Damião redigirá posteriormente uma Vita Romualdi (1042). Ele se destaca então pela rigidez das penitências que se impõe. Em 1043, ele se torna o prior do mosteiro. Ele se compromete vigorosamente com o movimento de reforma promovido pelos papas, especialmente Gregório VII. Ele se torna famoso pela energia de seus sermões contra a simonia e o nicolaísmo. Em 1051, ele redige o Livro de Gomorra, onde denuncia os vícios do clero - e em particular os sacerdotes homossexuais, de quem exige a destituição da Igreja. Leão IX recusa, no entanto, atender ao seu pedido, o que leva Pedro Damião a escrever uma carta de protesto. Ele também se mostra oposto à reordenação dos sacerdotes hereges.

Ele participa de numerosos sínodos. Em 1058, ele é elevado à dignidade de cardeal-bispo de Ostia por Estevão IX. À morte deste último, Pierre toma partido contra o antipapa Bento X. Ele é então obrigado a retornar ao seu eremitério. Em 1059, ele é enviado como legado ao arcebispado de Milão, onde reina a simonia e onde a maioria dos sacerdotes são casados. Com a ajuda dos Patarinos, partidários do celibato dos clérigos, ele restabelece a ordem e obtém a submissão do arcebispo e do clero local. Ele participa da condenação de Béranger de Tours, que se opõe à transubstanciação. No III sínodo do Latrão, ele faz adotar o cânon que proíbe os fiéis de ouvir a missa de um sacerdote casado ou concubinário.

Em 1072, ele é atacado por febre ao retornar de uma viagem a Ravena. Ele morre no mosteiro de Santa Maria dos Anjos, onde é imediatamente enterrado pelos monges, ansiosos por não perder suas reliquias. Esforço em vão, o corpo de Pierre Damien será transferido seis vezes ao todo. Desde 1898, ele repousa em uma capela a ele dedicada na catedral de Faenza. Embora nunca tenha sido canonizado formalmente, um culto local é prestado a ele desde o momento de sua morte em Faena, em Monte Cassino, em Cluny e em Fonte-Avellana. Em 1823, o papa Leão XII estende sua festa à Igreja universal e o proclama doutor da Igreja.

Obra

Sua obra consiste principalmente em uma vasta correspondência (158 cartas) e sermões (75). Ele também é autor de hagiografias e tratados, entre os quais:

Celebramos sua festa em 21 de fevereiro. Ele deixou alguns escritos, impressos em Paris em 1642 e 1643, in-fólio.

Bibliografia
Dicionário de Teologia Católica (DTC): DTC, Tomo IV, col. 47

Na Igreja. — 1. Contra a imoralidade. — Fora dos mosteiros, havia o clero secular, mas em que estado triste! Pedro Damião compôs dois tratados, um, Opuscul., XXV, para fazer o elogio do sacerdócio, o outro, Opuscul., XXVI, contra a ignorância dos sacerdotes. O que era pior, a depravação ultrapassava ainda a ignorância. Quantas vezes Pedro Damião não aludiu à incontinência dos clérigos! Quantas vezes não a denunciou em termos virulentos! É à Escritura, sobretudo, e também aos Padres, que ele empresta seus traços inflamados para denunciar e combater esse vício. Ele apela aos antigos cânones; não cessa de pedir novos para cortar o mal pela raiz. Seu Gomorrhianus, Opuscul.,P. L., t. cxlv, col. 159-190, contém passagens de um realismo brutal para pintar desordens que reclamam o ferro quente do cirurgião. Ele gostaria que o papa se pronunciasse pela exclusão dos clérigos a promover e pela deposição dos que eram promovidos. Sem dúvida, vão lhe reprochar seu papel de denunciador, mas ele faz esta declaração: Malo quippe cum Joseph, qui accusavit fratres apud patrem crimine pessimo, in cisternam innocens projici, quam eum Heli, qui filiorum mala vidit et tacuit, divini furoris ultione mulctari. Goniorrh., Opuscul., vii, 25, col. 187. Ele não deve ser censurado por ter feito, diz ele, o que fizeram São Jerônimo contra os hereges, São Ambrósio contra os arianos, Santo Agostinho contra os maniqueus e donatistas; pois não é a desonra de seus irmãos que ele persegue, mas sim a sua salvação.

ANEXO 3 - A DOUTRINA CATÓLICA CONDENA A HOMOSSEXUALIDADE

ANEXO 3 - A DOUTRINA CATÓLICA CONDENA A HOMOSSEXUALIDADE

INTRODUÇÃO

Vamos mencionar imediatamente dois documentos do grande Pontífice São Pio X.

Em seu Catecismo de 1910, de fato:

« O pecado de impureza contra a natureza é classificado por sua gravidade, em segundo lugar, após o homicídio voluntário, na lista dos pecados que « gritam vingança diante de Deus » (Grande Catecismo, nº 966).

« Diz-se que esses pecados – explica o Catecismo – gritam vingança diante da Face de Deus, porque o Santo Espírito assim o diz e porque a sua iniquidade é tão grave e manifesta que provoca Deus a punir com os castigos mais severos » (nº 967).

O Direito Canônico previa a pena de « infâmia »

O Código de Direito Canônico promovido por São Pio X, mas publicado por Bento XV em 1917, e que permaneceu em vigor até 1983, trata da sodomia nos « delitos que se opõem ao sexto mandamento », assim como o incesto e outros delitos como a bestialidade (R. Naz, Tratado de Direito Canônico, t. IV, lib. V, p. 761).

O delito de sodomia é punido, no que diz respeito aos leigos, pela pena de infâmia ipso facto e outras sanções a serem impostas ao julgamento esclarecido do bispo, e em proporção à gravidade do caso particular (cânon 2357); no que se refere aos eclesiásticos e religiosos, se forem clérigos menores (ou seja, de grau inferior ao diaconato), por penas diversas, dependendo da gravidade das faltas, que podem ir até a redução ao estado laical (cânon 2358); e no que se refere a clérigos maiores (ou seja, diáconos, padres e bispos), que sejam

« atingidos de suspensão, declarados infames, privados de todo ofício, benefício, dignidade ou cargo, e nos casos mais graves podem ser depostos » (can. 2359, § 2; cf. Dicionário de Direito Canônico, t. VII, col. 1064-1065).

Lembre-se de que a chamada « pena de infâmia » era extremamente grave, pois consistia na « perda total ou parcial da boa reputação perante as pessoas honestas » e comportava a proibição de exercer encargos eclesiásticos e de ocupar funções de confiança como a de « padrinho no batismo e na confirmação » ou « de árbitro » (Dicionário de Direito Canônico, t. V, col. 1358-1359).

http://pagesperso-orange.fr/avenir.culture/Annexes.htm

(Os textos a seguir foram reunidos pelo Centro Cultural Lepanto de Roma, sob a direção do Prof. De Mattei. Avenir de la Culture recomenda a leitura desta documentação publicada na França sob o título Igreja e homossexualidade, Ed. Téqui, Paris, 1995)

ANEXO 3 - A DOUTRINA CATÓLICA CONDENA A HOMOSSEXUALIDADE

I - A CONDENAÇÃO DAS ESCRITURAS SAGRADAS

As Escrituras Sagradas não cessam de condenar, e com a maior severidade, o pecado contra a natureza. No Antigo Testamento, por exemplo, o livro do Levítico, que contém as prescrições legais ditadas por Deus a Moisés com o objetivo de preservar o povo eleito da corrupção da fé e dos costumes, pronuncia uma severa condenação à prática homossexual definida como «abominação», e ordena para os culpados a pena de morte.

« Não te deitarás com um homem como se deitasse com uma mulher. É uma abominação. (...) Todo aquele que cometer uma dessas abominações, seja qual for, será extirpado do seu povo » (Lv. XVIII, 22 e 29).

« O homem que se deita com um homem como se deitasse com uma mulher: é uma abominação que ambos cometeram. Eles deverão morrer, o seu sangue cairá sobre eles » (Lv. XX, 13).

Uma reprovação semelhante é pronunciada pelos profetas de Israel, como atesta este trecho de Isaías:

« A sua complacência testemunha contra eles, eles expõem seu pecado como Sodoma. Não o esconderam, ai deles! Pois prepararam a sua própria ruína » (Is. III, 9).

O castigo divino de Sodoma e Gomorra

A condenação da Bíblia não se limita apenas ao nível teórico, mas se manifesta ainda pela punição dos pecadores. O exemplo mais notório e significativo é aquele, tirado do primeiro livro do Antigo Testamento (Gênesis), no qual Deus envia dois de seus anjos, sob forma humana, para destruir as cidades de Sodoma e Gomorra, corrompidas pelo vício contra a natureza. Somente Ló e sua família são poupados.

« Portanto, Yahvé disse (a Abraão): «O clamor contra Sodoma e Gomorra é muito grande! O pecado deles é muito grave!» (...) Os homens disseram a Ló: «Tens mais alguém aqui? Teus filhos, tuas filhas, todos os teus que estão na cidade, faze-os sair deste lugar. Pois vamos destruir este lugar, pois grande é o clamor que se eleva contra eles diante de Yahvé, e Yahvé nos enviou para exterminá-los ». (...) Yahvé fez chover sobre Sodoma e sobre Gomorra enxofre e fogo vindo de Yahvé, e subverteu essas cidades e toda a Planície, com todos os habitantes das cidades e a vegetação do solo. (...) Levantando-se de manhã, Abraão foi ao lugar onde tinha estado diante de Yahvé e lançou seu olhar sobre Sodoma, sobre Gomorra e sobre toda a Planície, e eis que viu a fumaça subindo da terra como a fumaça de uma fornalha! » (Gn. XVIII, 20; XIX, 12-13; XIX, 24-25; XIX, 27-28).

Comentando este trecho da Bíblia, muitos Pais da Igreja, seguindo Tertuliano (cf. Apologética, § 40) e o historiador Orose (cf. História da Igreja, 1, 5), testemunham que na planície onde se estendiam as duas cidades - local onde hoje se encontra o Mar Morto —, « um odor de incêndio ainda polui a terra ». Isso para exortar as gerações futuras a não esquecerem o castigo divino.

« Durante minhas viagens – afirmou diante de seus juízes o mártir Pionius (morto no ano 250) — atravessei toda a Judeia, atravessei o Jordão e pude contemplar esta terra que até os nossos dias carrega as marcas da ira divina ( ... ). Vi a fumaça que ainda hoje sobe de suas ruínas e o solo que o fogo reduziu a cinzas, vi esta terra agora flagelada pela secura e pela esterilidade. Vi o Mar Morto, cujas águas mudaram de natureza; ela se empobreceu por temor a Deus e não pode mais sustentar seres vivos » (Gesta Dei Martyri, pp. 112-113).

O apóstolo São Paulo exclui os sodomitas da salvação

O Novo Testamento não faz mais do que confirmar, em termos ainda mais vigorosos, essa condenação. Em alguns trechos de suas Epístolas, o Apóstolo dos Gentios nos dá uma explicação profunda da ruína de Sodoma e Gomorra, associando a homossexualidade à impiedade, à idolatria e ao homicídio.

« Por isso, Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à impureza, de modo que desonram entre si os seus próprios corpos; eles que trocaram o Deus verdadeiro pela mentira, adoraram e serviram a criatura em lugar do Criador, que é bendito eternamente. Amém! Por isso, Deus os entregou a paixões infames: pois suas mulheres trocaram as relações naturais por relações contra a natureza; semelhantemente, os homens, abandonando o uso natural da mulher, se acenderam em desejo uns pelos outros, tendo homens com homens um comércio infame e recebendo, em uma mútua degradação, a justa retribuição por seu erro. (...)

Conhecendo bem, porém, o veredito de Deus que declara dignos de morte os autores de tais ações, não apenas as praticam, mas também aprovam aqueles que as cometem » (Rm. I, 24-27; I, 32).

« Sabendo bem que a Lei não foi instituída para o justo, mas para os ímpios e rebeldes, para os ímpios e pecadores, para os sacrílegos e profanadores, para os parricidas e matricidas, os assassinos, os impudicos, os homossexuais, (...) e para todo homem que age contrariamente à sã doutrina moral » (I Tm. I, 9-10).

Excluindo da salvação aqueles que praticam o vício contra a natureza, o Apóstolo pronuncia contra eles uma condenação muito mais grave do que a da morte física: a da morte eterna.

« Não vos enganeis! Nem os impudicos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os infames (...), não herdarão o Reino de Deus » (I Cor. VI, 9-10).

São Pedro e São Judas mencionam a destruição de Sodoma como castigo divino

O primeiro Papa, São Pedro, e o Apóstolo São Judas, pronunciam a mesma condenação ao recordar a destruição de Sodoma e Gomorra. Eles a apresentam como um aviso divino que deve servir para dissuadir os ímpios e confortar os fiéis.

Se Deus « condenou à completa destruição e reduziu a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, para servir de exemplo aos ímpios que virão; e livrou o justo Ló, que estava profundamente angustiado pela conduta desses homens sem freios em sua dissolução (...), é porque o Senhor sabe livrar da tentação os homens piedosos e reservar os ímpios para serem punidos no Dia do Julgamento » (II P II, 6-9).

« Assim, Sodoma, Gomorra e as cidades vizinhas que se entregaram, como elas, à impudicícia e a uniões contra a natureza, são oferecidas em exemplo, sofrendo a pena de um fogo eterno » (Jude, VII).

ANEXO 3 - A DOUTRINA CATÓLICA CONDENA A HOMOSSEXUALIDADE

II - A DOUTRINA DA IGREJA SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE

Fazendo eco à maldição das Santas Escrituras, a Igreja, desde sua origem, condenou a prática homossexual pelas palavras dos santos Pais, primeiros autores eclesiásticos reconhecidos como testemunhas da tradição divina.

São Agostinho

« as torpezas contra a natureza devem ser sempre e em todo lugar detestadas »

O ilustre São Agostinho (354-430), bispo de Hipona e Doutor da Igreja, foi um dos primeiros a se pronunciar

« As torpezas contra a natureza devem ser sempre e em todo lugar detestadas e punidas, aquelas, por exemplo, dos habitantes de Sodoma. Mesmo que todos os povos imitassem Sodoma, todos cairiam sob o peso da mesma culpabilidade, em virtude da lei divina que não fez os homens para usarem assim de si mesmos. É violar a própria sociedade que deve existir entre Deus e nós e contaminar pela depravação da libertinagem a natureza da qual Ele é o autor » (As Confissões, livro III, cap. 8).

São João Crisóstomo: a paixão homossexual é diabólica

O Pai da Igreja que condenou com mais frequência o pecado contra a natureza foi São João Crisóstomo (séc. IV), Patriarca de Constantinopla e Doutor da Igreja, de quem reportamos algumas passagens de uma homilia comentando a Epístola de São Paulo aos Romanos:

« As paixões são todas desonrosas, pois a alma é mais arruinada e degradada pelos pecados do que o corpo pelas doenças; mas a pior entre todas as paixões é a concupiscência entre homens. (...) Os pecados contra a natureza são mais difíceis e menos recompensadores, de modo que não se pode mesmo afirmar que eles proporcionam prazer, pois o verdadeiro prazer é apenas aquele que se faz de acordo com a natureza. Mas quando Deus abandonou alguém, tudo se inverte! Portanto, não só suas paixões são satânicas, mas suas vidas são diabólicas. (...) Portanto, eu te digo, esses são piores que os assassinos, e que seria melhor morrer do que viver assim desonrado. O assassino separa apenas a alma do corpo, enquanto aqueles destroem a alma dentro do corpo. Você poderia nomear qualquer pecado, mas nunca nomeará um igual a este e, se aqueles que o suportam pudessem realmente perceber o que lhes está acontecendo, prefeririam morrer mil vezes a se submeter a isso. Não há nada, absolutamente nada tão insensato e nocivo quanto essa perversidade » (São João Crisóstomo, Homilia IV, Epístola de Paulo aos Romanos; cf. Patrologia Grega, vol. 47, col. 360-362).

A interpretação de Sodoma segundo São Gregório Magno

São Gregório I, Papa (540-604), o Grande, Doutor da Igreja, vê no enxofre que se espalhou sobre Sodoma, o pecado contra a carne dos homossexuais.

« Sim, o enxofre representa bem a fetidez da carne, a própria história da Santa Escritura testemunha isso quando narra a chuva de fogo e de enxofre derramada sobre Sodoma pelo Senhor. Ele havia decidido punir nela os crimes de sua carne e a própria escolha de sua vingança denunciou a imundície que ele acusava. Pois o enxofre tem sua fetidez e o fogo seu ardor. Portanto, foi por se terem inflamado com desejos perversos oriundos de uma carne fétida, que os sodomitas mereceram perecer tanto pelo fogo quanto pelo enxofre, a fim de que uma justa punição lhes ensinasse o que haviam feito em um desejo injusto » (São Gregório Magno, Morais sobre Jó, III parte, vol. 1, livro XIV, n. 23, p. 353).

São Pedro Damião

« este vício supera em gravidade todos os outros vícios... »

Entre os santos da Idade Média que lutaram contra a homossexualidade, um dos maiores foi São Pedro Damião (1007-1072), Doutor da Igreja, reformador da Ordem beneditina e grande escritor e pregador. Em seu Liber Gomorrhanus, escrito por volta de 1049-1051 para o Papa São Leão IX, ele denuncia vigorosamente a ruína espiritual à qual se condena aquele que pratica tal vício.

« É completamente justo que aqueles que, contra a lei natural e contra a razão humana, entregam à demônios sua carne para desfrutarem de relações tão repugnantes, partilhem com os demônios a cela de sua oração. De fato, visto que a natureza humana resiste profundamente a esses males, tendo em horror a ausência do sexo oposto, é mais claro que a luz do sol que ela nunca poderia experimentar coisas tão perversas e inauditas se os sodomitas, tornados quase vasos de ira destinados à ruína, não fossem totalmente possuídos pelo espírito de iniquidade; e de fato, esse espírito, a partir do momento em que se apodera deles, preenche suas almas tão gravemente com toda a sua maldade infernal que eles desejam ardentemente de boca aberta não o que é solicitado pelo apetite carnal natural, mas apenas o que ele lhes propõe em sua solicitude diabólica. Quando, portanto, o mesquinho se lança nesse pecado de impureza com outro homem, ele não o faz por estímulo natural da carne, mas apenas por impulso diabólico. (...) Esse vício não deve ser considerado como um vício ordinário, pois supera em gravidade todos os outros vícios. De fato, ele mata o corpo, arruína a alma, contamina a carne, apaga a luz da razão, expulsa o Espírito Santo do templo da alma, introduz nele o demônio instigador da luxúria, induz em erro, arranca a verdade da mente enganada, arma armadilhas ao peregrino, lança-o em um abismo, e o encerra lá para não mais deixá-lo sair, abre-lhe o Inferno, fecha-lhe as portas do Paraíso, transforma-o de cidadão da Jerusalém celestial em herdeiro da Babilônia infernal, de estrela do céu em palha destinada ao fogo eterno, separa-o da comunhão da Igreja e o lança no fogo infernal ávido e borbulhante. Esse vício tenta destruir os muros da Pátria celestial e reparar aqueles da cidade de Sodoma, queimada e ressuscitada. »

« … leva ao ódio de Deus »

« Essa tirania pestilenta de Sodoma torna os homens abjetos e leva ao ódio de Deus, trama guerras nefastas contra Deus, esmaga seus servos sob o peso do espírito de iniquidade, corta seu vínculo com os anjos, subtrai a alma infeliz de sua nobreza, submetendo-a ao jugo de sua dominação. Ela priva seus servos das armas da virtude e os expõe a serem transpassados pelas flechas de todos os vícios. Ela os humilha na Igreja, faz com que sejam condenados pela justiça, os contamina em segredo, os torna hipócritas em público, roendo a consciência como um verme, queimando suas carnes como um fogo. (...)

« Portanto, que esses infelizes aprendam a reprimir uma peste tão detestável do vício, a dominar virilmente a lascívia insidiosa da concupiscência, a conter os incitamentos fatigantes da carne, a temer visceralmente o terrível julgamento da rigorosa divindade, mantendo sempre presente à memória a ameaçadora sentença do Apóstolo (Paulo): «É terrível cair nas mãos do Deus vivo» (Hb. X, 31). Assim como diz Moisés: «Se há alguém do lado de Deus, una-se a mim!» (Ex. XXXII). Ou seja, se alguém se reconhece como soldado de Deus, que se prepare com ardor para confundir esse vício, que não negligencie aniquilá-lo com todas as suas forças – e por onde quer que ele for descoberto, que se lance contra ele para transpassá-lo e eliminá-lo com as flechas muito afiadas da palavra » (São Pedro Damião O.S.B., Liber Gomorrhanus, Patrologia Latina, vol. 145, col. 159-190).

São Tomás de Aquino: a homossexualidade « faz injúria a Deus, o Ordenador da natureza »

São Tomás de Aquino (1224-1274), o grande teólogo dominicano proclamado Doutor universal da cristandade, descreve em sua sublime Suma Teológica a homossexualidade como o vício contra a natureza mais grave, equiparando-a ao canibalismo e à bestialidade.

« A intemperança é, portanto, a mais censurável por duas razões: primeiro porque contraria ao máximo a dignidade humana. De fato, ela tem como matéria os prazeres que temos em comum com as bestas, já o dissemos. (...) Em segundo lugar, porque é a mais contrária ao esplendor e à beleza do homem, pois é nos gozos sobre os quais a intemperança incide que aparece menos a luz da razão que dá à virtude todo o seu esplendor e beleza. (...) Os pecados da carne, que fazem parte da intemperança, mesmo se são menos culpáveis, merecem, no entanto, um maior desprezo. Pois a grandeza da falta se toma do desvio em relação ao fim, enquanto o desprezo diz respeito à vergonha, que se avalia sobretudo pela indecência do pecador (...) Mas os vícios que ultrapassam o modo da natureza humana são ainda mais censuráveis. No entanto, mesmo estes parecem se reduzir ao gênero da intemperança segundo um certo excesso: como quando alguém encontra prazer em comer carne humana ou em ter relações sexuais com bestas ou com pessoas do mesmo sexo » (São Tomás de Aquino, Suma Teológica, II-II, q. 142, a. 4).

Em resumo, se a ordem da razão reta vem do homem, a ordem da natureza, por outro lado, origina-se diretamente em Deus. Consequentemente,

« nos pecados contra a natureza, onde a própria ordem da natureza é violada, faz-se injúria a Deus mesmo. O Ordenador da natureza » (São Tomás de Aquino, Suma Teológica, II-II, q. 154, a. 12).

Santa Catarina de Siena: vício maldito que repugna aos próprios demônios

A grande santa Catarina de Siena também (1347-1380), mestre em espiritualidade e Doutor da Igreja, condenou veementemente a homossexualidade.

Aqui está como, em seu Diálogo da divina Providência, ela relata os ensinamentos do próprio Cristo sobre o vício contra a natureza:

« É totalmente imundo que se aproximem deste mistério, e não apenas com a impureza e a fragilidade para as quais sua frágil natureza os inclina (embora a razão, quando o livre arbítrio assim o deseja, reprima essa rebeldia), mas cometendo miseravelmente, em vez de reprimi-lo, o maldito pecado contra a natureza. Como os malditos e insensatos, uma vez que a luz de seu julgamento se obscureceu, não são mais incomodados por esse fedor e por tanta miséria! Não só eu o abomino, eu, suprema e eterna pureza (eu o abomino tanto que meu divino julgamento afundou cinco cidades apenas por causa deste pecado), mas também os próprios demônios, os demônios que esses miseráveis se entregaram como mestres, não podem suportá-lo. Não que o mal não lhes desagrade; eles não amam nenhum bem, mas sua natureza era uma natureza angélica e é por isso que repugna ver cometer esse enorme pecado » (Santa Catarina de Siena, O Livro dos Diálogos, capítulo 124, pp. 401-402).

São Bernardino de Siena: « a sodomia maldita... perturba o intelecto »

Entre aqueles que, na época, falaram e escreveram contra a ressurreição desse vício, o mais importante é sem dúvida o franciscano São Bernardino de Siena (1380-1444), famoso pregador, eminente tanto por sua doutrina quanto por sua santidade. Pois ele proclama em seu XXXIX Sermão:

« Não existe pecado no mundo que detenha mais a alma do que a sodomia maldita; que é um pecado que sempre foi detestado por aqueles que vivem segundo Deus, (...) «A paixão por formas ilegítimas é próxima da loucura; esse vício perturba o intelecto. Destrói a alma elevada e generosa, leva grandes ideias a mínimos, torna os homens pusilânimes, irascíveis, obstinados e endurecidos, servilmente inconstantes e incapazes de tudo; além disso, sendo a alma agitada por uma insaciável cobiça de desfrutar, não segue a razão, mas a fúria». (...) A causa disso é que eles estão cegos e, se seus pensamentos vão para as coisas altas e grandes, assim como têm as almas magnânimes, a fúria os quebra e os despedaça, reduzindo-os a coisas vis, inúteis, podres e corrompidas, e esses homens nunca se satisfarão. (...) Assim como alguns participam mais da glória de Deus do que outros, assim no inferno existem lugares onde há mais sofrimento do que outros e alguns sentem mais do que outros. Se aquele que viveu com o vício da sodomia sente mais dor do que outro, é porque este vício é o maior que existe » (São Bernardino de Siena O.F.M., Sermão XXXIX, Prediche volgari, pp. 896-897, 915).

São Boaventura: na noite de Natal « todos os sodomitas morreram sobre toda a terra »

O franciscano São Boaventura (1217-1274), Doutor da Igreja honrado com o título de Doutor Seráfico, ilustrando alguns fatos sobrenaturais ocorridos na época do Natal, afirma que

« todos os sodomitas, homens e mulheres, morreram sobre toda a terra, conforme o que recorda Santo Agostinho ao comentar o salmo, «Uma luz nasceu para o justo, para evidenciar que Aquele que ia nascer vinha para reformar a natureza e promover a castidade» (São Boaventura, Sermão XXI, In Nativitate Domini, proferido na Igreja de Santa Maria da Porciúncula, Opera Omnia, vol. IX, p. 123).

São Pedro Canísio: os sodomitas violam a lei natural e a lei divina

Em seu célebre catecismo, o jesuíta São Pedro Canísio (1521-1597), Doutor da Igreja, resumiu assim o ensinamento da Igreja:

« Assim como diz a Escritura Santa, os sodomitas eram pessoas muito más e até mesmo excessivamente pecadoras. São Pedro e São Paulo condenam esse pecado nefasto e abjeto. De fato, a Escritura denuncia a enormidade de tal obscenidade com estas palavras: «O escândalo dos sodomitas e dos gomorranos se multiplicou, e seu pecado se agravou excessivamente». Por isso, os anjos disseram ao justo Ló, que abominava profundamente as torpezas dos sodomitas: «Abandonemos esta cidade, etc.» (...) A Escritura Santa não silencia as causas que levaram os sodomitas a cometer esse pecado muito grave e que também poderão levar outros homens a fazê-lo. Pois lemos no Livro de Ezequiel: «Eis qual foi a falta de Sodoma, tua irmã: orgulho, voracidade, tranquilidade despreocupada; essas foram suas faltas e as de suas filhas; não socorreram o pobre e o necessitado, se enalteceram e cometeram abominação diante de mim, por isso os fiz desaparecer, como viste» (Ez. XVI, 49-50). Daquela torpeza nunca suficientemente execrada são escravizados aqueles que não têm vergonha de violar a lei divina e natural » (São Pedro Canísio, Summa Doctrina Christiana, III a/b, p. 455).

A condenação dos Papas e dos Concílios

Em 305, o Concílio de Elvira, na Espanha, pediu, pelo cânon 71,

«que aos pedófilos seja negada a santa comunhão, mesmo que estejam em perigo de morte » (cf. Canones Apostolorum et Conciliorum, pars altera, p. 11).

As penitências previstas pelo Direito Canônico foram fixadas em 314 no Concílio de Ancyra, cânon 16.

O XVI Concílio de Toledo, que ocorreu em 693, condenou pelo cânon 3 a prática homossexual como um verdadeiro crime em si, passível de sanções jurídicas: o clérigo era reduzido ao estado laical e condenado ao exílio perpétuo, enquanto o leigo era excomungado e, após ter sido flagelado, também era exilado (Conciliorum œcumenicorum collectio, vol. XII, col. 71).

Em seguida, no Concílio de Naplouse, que se realizou na Terra Santa em 1120, foram estabelecidas penas muito precisas contra aqueles que se tornassem culpados de crimes contra a natureza, das mais leves até a fogueira, prevista para os reincidentes (cf. Conciliorum œcumenicorum collectio, vol. XII, col. 264).

Ainda mais autorizada foi a sentença do III Concílio Ecumênico do Latrão que, em 1179, no II cânon, estabeleceu que

«quem for reconhecido culpado de se entregar à impureza contra a natureza, que provocou a ira de Deus sobre os filhos da rebelião (Ef. V, 6), e consumiu cinco cidades no fogo (Gn. XIX, 24-25), será, se for clérigo, expulso do clero e relegado a um mosteiro para fazer penitência; se for leigo, será excomungado e totalmente excluído da comunhão dos fiéis » (Decretos do III Concílio do Latrão, in R. Foreville, Latrão I, II, III e Latrão IV, p. 216).

São Pio V: « o execrável vício libidinoso contra a natureza »...

Se o espírito do Humanismo e da Renascença havia levado a um novo despertar da prática homossexual, a reforma da Igreja, promovida pela Papado no século XVI (mais conhecida como Contra-Reforma), provocou um tal ressurgimento das virtudes de fé e pureza, que quase todos os meios que foram impregnados por isso, tanto eclesiásticos quanto leigos, foram purificados.

Entre os membros do Magistério eclesiástico, aquele que interveio com mais solenidade foi São Pio V (1504-1572), o grande papa dominicano que, por meio de duas Constituições, condenou solenemente e proibiu severamente o pecado contra a natureza.

« Como orientamos nossa alma a eliminar tudo o que pode ofender de alguma forma a majestade divina, estabelecemos punir antes de tudo e sem demora todas as coisas que, seja pela autoridade das Santas Escrituras, seja pelos exemplos muito graves, parecem desagradar a Deus mais do que qualquer outra e o levam à ira: seja a negligência do culto divino, a ruina simonia, o crime da bestialidade e o execrável vício libidinoso contra a natureza; faltas por causa das quais os povos e as nações são flagelados por Deus, por uma justa condenação com catástrofes, guerras, fome e peste. (…)

« Os magistrados devem saber que se, após nossa Constituição, forem negligentes em punir esses crimes, serão culpados diante do julgamento divino e atrairão até mesmo nossa indignação. (...)

« Se alguém cometer esse infame crime contra a natureza, pelo qual a ira divina atingiu os filhos da iniquidade, será entregue ao braço seccional para ser punido, e se clérigo, estará sujeito a uma punição análoga, depois de ser privado de todo grau eclesiástico » (São Pio V, Constituição Cum primum, de 1º de abril de 1566, Bullarium Romanum).

... « reprimir um tal crime com o maior zelo possível »

« Este crime horrendo, por causa do qual as cidades corrompidas e obscenas foram queimadas pela condenação divina, marca uma dor pungente e abala fortemente nossa alma, nos levando a reprimir um tal crime com o maior zelo possível. A justo título, o V Concílio do Latrão (1512-1517) estabeleceu por decreto que todo membro do clero que tenha sido surpreendido nesse vício contra a natureza, por causa do qual a ira divina caiu sobre os filhos da iniquidade, seja afastado da ordem clerical ou obrigado a fazer penitência em um mosteiro. (...).

« Em querendo prosseguir com mais vigor o que decretamos desde o início do nosso Pontificado (Constituição Cum Primum, citada), estabelecemos que todo sacerdote ou membro do clero, tanto secular quanto regular, de qualquer grau ou dignidade que pratique um crime tão horrível, seja, por força desta lei, privado de todo privilégio clerical, de toda função, dignidade e benefício eclesiástico e, posteriormente, seja imediatamente entregue à autoridade secular a fim de que seja destinado ao suplicio, previsto pela lei como punição apropriada, que castiga os leigos que se precipitam nesse abismo » (São Pio V, Constituição Horrenduin illud scelus, de 30 de agosto de 1568, in Bullarium Romanum).

São Pio X: “O pecado contra a natureza clama por vingança à face de Deus”

No século XIX, a sensibilidade, sentimental e erótica até a exasperação, disseminada primeiro pelo romantismo e depois mais gravemente pelo decadentismo, contribuiu para uma certa recrudescência da homossexualidade. Esta, que por sua vez parecia contida por uma « moral laica » convencional, ainda assim se espalhou disfarçando-se sob o véu de uma arte e de uma moda sensuais.

No início do nosso século, as barreiras dessa « moral », que logo se romperiam, começaram a ceder sob o impacto crescente das paixões desordenadas que influenciavam cada vez mais as classes cultas e abastadas. E estas começaram a reivindicar uma legitimação pública para esses desvios. Em consequência, a Igreja viu a necessidade de renovar a condenação dos pecados que ressurgiam, incluindo o da homossexualidade.

Destacamos aqui dois documentos do grande Pontífice São Pio X. Em seu Catecismo de 1910, de fato, o

« pecado de impureza contra a natureza » é classificado, por sua gravidade, em segundo lugar, após o homicídio voluntário, na lista dos pecados que « clamam por vingança à face de Deus » (Grande Catecismo, nº 966).

« Dizem que esses pecados – explica o Catecismo – clamam por vingança à face de Deus, porque o Espírito Santo assim o diz, e porque sua iniquidade é tão grave e manifesta que provoca Deus a punir com os castigos mais severos » (nº 967).

O Direito Canônico previa a pena da “infâmia”

O Código de Direito Canônico promovido por São Pio X, mas publicado por Bento XV em 1917 e mantido em vigueur até 1983, trata da sodomia nos « delitos que se opõem ao sexto mandamento », assim como do incesto e outros delitos como a bestialidade (R. Naz, Tratado de Direito Canônico, t. IV, lib. V, p. 761).

O delito de sodomia é punido, no que diz respeito aos leigos, pela pena de infâmia ipso facto e outras sanções a serem impostas ao critério do bispo, em conformidade com a gravidade do caso particular (cânon 2357); no que diz respeito aos eclesiásticos e religiosos, se forem clérigos menores (ou seja, de grau inferior ao diaconato), mediante diversas penas, conforme a gravidade da falta, que pode chegar à redução ao estado laical (cânon 2358); e se forem clérigos maiores (ou seja, diáconos, padres e bispos), estes serão

« atingidos pela suspensão, declarados infames, privados de todo ofício, benefício, dignidade ou cargo, e nos casos mais graves poderão ser depostos » (cânon 2359, § 2; cf. Dicionário de Direito Canônico, t. VII, col. 1064-1065).

Lembramos que a chamada « pena da infâmia » era extremamente grave, pois consistia na « perda total ou parcial da boa reputação perante as pessoas honestas » e implicava a proibição de exercer cargos eclesiásticos e de ocupar funções de confiança como a de « padrinho no batismo e na confirmação » ou « árbitro » (Dicionário de Direito Canônico, t. V, col. 1358-1359).

E até mesmo a “Igreja conciliar”

A Congregação para a Doutrina da Fé:

“Os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados”

Imediatamente após a guerra, o clima hedonista e permissivo da sociedade dita «de consumo» contribuiu para agravar o problema da homossexualidade. Em seguida, a revolta libertária da geração de 68 proclamou o direito das paixões desordenadas a dominarem a sociedade sem sofrer quaisquer restrições ou repressão.

Nas últimas décadas, enquanto a homossexualidade era elogiada e divulgada pelo mundo da cultura, da arte, da moda e do espetáculo, o Magistério da Igreja se empenhou em renovar a condenação do pecado contra a natureza.

A Congregação para a Doutrina da Fé publicou dois documentos: A pessoa humana, de 29 de dezembro de 1975, e a Carta Pastoral, de 1º de outubro de 1986, nos quais reafirma que é impossível legitimar, de qualquer forma, uma forma de relações que é totalmente contrária ao desígnio divino e, portanto, por consequência, à dignidade humana.

« Segundo a ordem moral objetiva, as relações homossexuais são atos desprovidos de sua regra essencial e indispensável. Elas são condenadas na Santa Escritura como graves depravções e apresentadas até como a triste consequência de uma rejeição a Deus. Este juízo da Escritura (...) atesta que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados e que não podem, em nenhum caso, receber qualquer aprovação » (Congregação para a Doutrina da Fé, Declaração Persona humana, n. 8).

Ao condenar a doutrina homossexual,

« a Igreja não limita, mas defende antes a liberdade e a dignidade da pessoa entendidas de uma maneira realista e autêntica »

« É importante esclarecer, ao contrário, que, embora não seja em si um pecado, a inclinação particular da pessoa homossexual constitui, no entanto, uma tendência, mais ou menos forte, para um comportamento intrinsecamente mau do ponto de vista moral. É por isso que a inclinação em si deve ser considerada como objetivamente desordenada.

« São Paulo toma o comportamento homossexual como exemplo da cegueira em que a humanidade caiu. Substituindo a harmonia original entre o Criador e suas criaturas, a grave desvio da idolatria (do prazer, neste caso, nota do tradutor) trouxe todos os tipos de excessos no campo moral. São Paulo vê precisamente nas relações homossexuais o exemplo mais claro dessa desarmonia (cf. Rm. I, 18-32). Finalmente, em plena continuidade com o ensinamento bíblico, na lista daqueles que agem contrariamente à sã doutrina, são mencionados explicitamente entre os pecadores aqueles que cometem atos homossexuais (cf. I Tm. I, 10).

« Somente na relação conjugal o uso das faculdades sexuais pode ser moralmente correto. Assim, quando faz uso homossexual de suas faculdades, a pessoa age de forma imoral.

« A atividade homossexual impede a realização e a satisfação pessoal, porque é contrária à sabedoria criadora de Deus. Ao rejeitar opiniões errôneas sobre a homossexualidade, a Igreja não limita, mas defende antes a liberdade e a dignidade da pessoa entendidas de uma maneira realista e autêntica » (Congregação para a Doutrina da Fé, A Pastoral em relação às pessoas homossexuais, nn. 3, 6-7).

O novo Catecismo de S. S. João Paulo II renova a condenação

A condenação das uniões homossexuais foi reafirmada recentemente pelo Catecismo da Igreja Católica, promulgado em 1992 por S. S. João Paulo II:

« Baseando-se na Santa Escritura, que as apresenta como depravações graves, a Tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. Eles são contrários à lei natural; fecham o ato sexual ao dom da vida; não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Não podem receber aprovação em nenhum caso » (Catecismo da Igreja Católica, nº 2357).

Documentos oficiais recentes condenam a legalização da homossexualidade

A promoção pública da homossexualidade constitui, segundo a ordem moral católica, uma falta muito mais grave do que a de sua prática privada.

Ela representa, de fato, a aprovação oficial, por parte da autoridade civil, de um pecado que deveria ser, ao contrário, condenado publicamente em nome do bem comum. Se no passado os meios homossexuais se limitavam à prática de seu vício, sem aspirar a uma justificativa moral ou a uma legalização pública, é precisamente isso que hoje eles pretendem obter dos governos e até mesmo da Igreja. Fortalecidos pela tolerância obtida ao longo do nosso século XX, tolerância que aumentou seu número e influência, inclusive política, hoje, os círculos homossexuais organizados pretendem obter um status jurídico que lhes permita impor à opinião pública o acasalamento contra a natureza como uma escolha de vida que deveria beneficiar-se de dignidade, encorajamentos e privilégios comparáveis àqueles que até agora foram reconhecidos apenas à união conforme a ordem da natureza. O Magistério da Igreja, ao condenar expressamente e incessantemente a prática homossexual, rejeita com ainda mais força a proposta de legalizar, sob qualquer forma que seja, a união contra a natureza.

A condenação expressa da Congregação para a Doutrina da Fé

A Congregação para a Doutrina da Fé reafirma com insistência que o vício não pode reivindicar qualquer reconhecimento, porque o que é mal aos olhos de Deus não pode ser admitido socialmente como justo.

« Embora a prática da homossexualidade represente uma ameaça séria para a vida e o bem-estar de um grande número de pessoas, os protagonistas desse movimento não renunciam à sua ação e se recusam a considerar a extensão do risco que isso envolve. A Igreja não pode deixar de se preocupar com tudo isso e mantém, portanto, firmemente a esse respeito sua posição clara, que não pode ser modificada sob a pressão da legislação civil ou da moda do momento. (…) Ela é consciente de que a opinião segundo a qual a homossexualidade seria equivalente à expressão sexual do amor conjugal, ou tão aceitável quanto ela, tem um impacto direto sobre a concepção que a sociedade tem da natureza e dos direitos da família, e coloca estes em sério perigo. (...) Quando se introduz uma legislação civil para proteger um comportamento ao qual ninguém pode reivindicar qualquer direito, nem a Igreja nem a sociedade como um todo deveriam se surpreender que outras opiniões e práticas desviantes também ganhem terreno e que cresçam as reações irracionais e violentas » (Congregação para a Doutrina da Fé, A Pastoral em Relação às Pessoas Homossexuais, nn. 9-10).

« Não existe direito à homossexualidade »

« A orientação sexual não constitui uma qualidade comparável à raça, origem étnica, etc., no que diz respeito à não discriminação. Ao contrário dessas, a orientação homossexual é objetivamente desordenada e gera uma preocupação moral particular. Existem áreas em que não é uma discriminação injusta levar em conta a orientação sexual, por exemplo, no apadrinhamento ou na adoção de crianças, na contratação de professores ou treinadores esportivos, e na recruta militar. As pessoas homossexuais, como seres humanos, têm os mesmos direitos que todas as pessoas (...). No entanto, esses direitos não são absolutos. Eles podem ser legitimamente limitados devido a um comportamento externo objetivamente desordenado. Isso é, às vezes, não apenas lícito, mas obrigatório. Além disso, isso valeria não apenas no caso de um comportamento culposo, mas mesmo no caso de ações de doentes físicos ou mentais. (...) Incluir «a orientação homossexual» entre as considerações com base nas quais é ilegal discriminar pode facilitar a concepção da homossexualidade como uma fonte positiva de direitos humanos. (...) Isso é ainda mais prejudicial, pois não existe direito à homossexualidade, que portanto não deveria constituir a base de reivindicações jurídicas. Partir do reconhecimento da homossexualidade como um fator com base no qual é ilegal discriminar pode facilmente, se não automaticamente, levar à proteção legal e à promoção da homossexualidade, (...) Além disso, há um perigo de que uma legislação que fizesse da homossexualidade a base de direitos possa, na verdade, encorajar uma pessoa com orientação homossexual a declará-la publicamente ou mesmo a buscar um parceiro para se aproveitar das disposições da lei » (Congregação para a Doutrina da Fé, A Pastoral em Relação às Pessoas Homossexuais, apêndice de 23 de julho de 1992, nn. 10-14).

A Conferência Episcopal Espanhola: a recusa em legalizar a «família homossexual» não constitui uma injusta discriminação

Contestando a resolução do Parlamento Europeu, em uma nota intitulada Casamento, família e «uniões homossexuais», publicada em 24 de junho de 1994, a Conferência Episcopal Espanhola se expressa assim:

« Devemos, no entanto, afirmar também que não se pode pedir à sociedade que reconheça a condição ou o comportamento homossexuais como uma modalidade do ser humano, comparável, por exemplo, às diferenças naturais de raça ou sexo. Denunciamos como enganosa a tentativa de fazer crer à opinião pública que certas restrições legais, como a proibição de contrair matrimonio e adotar crianças, representam «discriminações injustas» em relação aos homossexuais. Tais proibições seriam injustas se fossem aplicadas em razão da raça, da origem étnica, do sexo, etc., mas não é o caso aqui. Os homossexuais, como pessoas humanas, têm os mesmos direitos que todas as outras pessoas (...) Esses direitos pertencem a eles como pessoas e não devido às suas tendências sexuais » (Conferência Episcopal Espanhola: Casamento, família e uniões homossexuais n. 5).

Legitimar o « casamento homossexual » vai contra o bem comum

« É claro que quando as leis não legitimam o comportamento homossexual, não o fazem para tratar alguém de maneira injusta, mas para responder à norma moral e para proteger o bem comum da sociedade. E, ao contrário, as leis que o legitimariam não teriam qualquer fundamentação ética e teriam um efeito « pedagógico » negativo, tendendo a minar o bem comum. (...) Qualquer comparação jurídica significaria conferir-lhes um valor de instituição social que não corresponde, de maneira alguma, à sua realidade antropológica. (...) Os cônjuges, ao conceber e educar os filhos, contribuem de maneira insubstituível para o crescimento e a estabilidade da sociedade. Por isso, merecem o reconhecimento e o apoio legal do Estado. Em contrapartida, não se pode reconhecer uma dimensão social semelhante à do casamento e da família na coabitação de homossexuais, que não pode, em hipótese alguma, ter essas características. (...) O bem comum exige que as leis reconheçam, promovam e protejam a união matrimonial, essencialmente heterossexual, como fundamento imprescritível da família. Por isso, a legislação que assimila, em certo sentido, o que se chama uniões homossexuais ao casamento, não é aceitável. As leis não estão obrigadas a sancionar o estado de fato transformando o fato em direito. É verdade que as normas civis não poderão sempre incluir integralmente a lei moral, uma vez que a lei civil deve, às vezes, para o bem da ordem pública, tolerar o que não pode proibir sem que daí resulte um dano maior. No entanto, essa tolerância não poderá se estender a comportamentos que atentem contra os direitos fundamentais das pessoas, incluindo os direitos à família e ao casamento como instituições. Nesse caso, o legislador, longe de se dobrar aos fatos sociais, deve « agir de tal maneira que a lei civil seja regulada pelas normas fundamentais da lei moral » (Congregação para a Doutrina da Fé, Instrução Donum Vitae, n. 3). Se não o fizesse, se tornaria responsável pelos graves efeitos negativos provocados na sociedade pela legitimação de um mal moral como o comportamento homossexual « institucionalizado » » (idem, nn. 8, 13, 19).

Permitir a adoção por homossexuais: uma injustiça para com as crianças

Que equiparar a união homossexual ao casamento é um absurdo, isso se mede, por exemplo, pelas inevitáveis consequências que dela decorrem no campo da adoção de crianças, o que certamente seria reivindicado como um direito pelos homossexuais.

« Portanto, não é possível qualificar de discriminação o fato de que as leis proíbem a adoção por homossexuais. É preciso pensar que seria precisamente a criança eventualmente adotada em tais condições que seria injustamente tratada. Com maior razão se considerarmos que, atualmente, há um grande número de casais dispostos a adotar e que atendem aos requisitos que, por uma razão ou outra, não conseguem realizar seu desejo. As crianças que, infelizmente, foram privadas de sua família, não devem ser submetidas a um novo teste. Elas têm o direito de crescer em um ambiente que se assemelhe o máximo possível ao da família natural que não têm » (idem n. 14).

Sua Santidade João Paulo II: o Parlamento Europeu pede « a legitimação de uma desordem moral »

Em seu discurso de 20 de janeiro de 1994, proferido logo após a resolução « pro-homossexualidade » do Parlamento Europeu, Sua Santidade João Paulo II reafirmou que é ilícito querer legalizar a união homossexual.

« O que não é moralmente admissível é a aprovação jurídica da prática homossexual. De fato, ser compreensivo em relação àquele que peca, em relação àquele que não é capaz de se libertar dessa tendência, não equivale a diminuir as exigências da norma moral (…).

« Mas devemos dizer que, com a resolução do Parlamento Europeu, a legitimação de uma desordem moral foi solicitada. O Parlamento conferiu impropriamente um valor institucional a comportamentos desviantes que não estão conformes ao plano de Deus (...). Ao esquecer a palavra de Cristo: « a verdade vos libertará » (Jo VIII, 32), buscou-se indicar aos habitantes do nosso continente o mal moral, devido a uma certa escravidão como caminho de libertação, falsificando a essência mesma da família » (João Paulo II, Angelus de 20/02/1994, L'Osservatore Romano, edição francesa, de 22/02/1994).

***

Desde sua origem, a Igreja não se limitou a condenar a homossexualidade ou a prescrever penitências espirituais para aqueles que a praticariam, mas também utilizou toda a sua influência para que as autoridades civis adotassem todos os meios legais que contribuíssem para evitar a propagação de tal pecado. A Igreja agiu assim por estrita fidelidade à divina Revelação, que a encarrega de anunciar aos chefes das nações, aos governos e aos Estados seu imperativo dever de conformar a legislação e as aplicações concretas da política à doutrina moral e social contida na Santa Escritura, em particular no Novo Testamento.

Assim, os Estados têm a obrigação moral de condenar como crime aquilo que a Revelação condena como pecado social, caso contrário, são os povos, assim como seus soberanos, que terão de suportar as duras consequências da desobediência à Lei divina. De fato, segundo as palavras da Escritura:

« Ouçam, pois, ó reis, e compreendam! Instruam-se, juízes das extremidades da terra! Prestem atenção, vocês que dominam sobre a multidão, que se orgulham de multidões de nações! Pois é o Senhor quem lhes deu a dominância e o Altíssimo o poder; é Ele quem examinará suas obras e escrutinará seus planos. Portanto, se, sendo servos do seu reino, vocês não julgaram corretamente, nem observaram a lei, nem seguiram a vontade de Deus, uma maneira aterradora e rápida cairá sobre vocês. Um juízo inexorável se exerce de fato sobre as pessoas em posições elevadas; aos pequenos, por piedade, se perdoa, mas os poderosos serão avaliados rigorosamente » (Sb VI, 1-6).

ANEXO 4 - A FSSPX E A HOMOSSEXUALIDADE

Em 1991, um sacristão homossexual de Saint Nicolas du Chardonnet processou a FSSPX por demissão abusiva.

Ganhos no tribunal, depois anulação, e depois julgamento anulado pela corte de Cassação:

Página 128:

http://books.google.fr/books?id=GbQau22hlXUC&pg=PA125&lpg=PA125&dq=droit+canon+2358&source=web&ots=-Y8BtkeY2k&sig=mrD0Ot_2yXMJw5PhI2A9V1i2SZs&hl=fr&sa=X&oi=book_result&resnum=1&ct=result#PPA128,M1


http://www.laportelatine.org/communication/lectures/2004/passio/fsspx/fsspx.php

Porta-voz dos tradicionalistas, o padre Marc Vernoy, prior da Fraternidade em Fabrègues, justificou a campanha lançada pela associação denunciando um

« "trailer abominável contra a Igreja católica e a favor da homossexualidade". »


http://qien.free.fr/2008/200807/20080700_bouchacourt.fra.htm

Padre Bouchacourt

« A às vezes esses projetos, como o aborto, a contracepção, a legalização da homossexualidade, a educação sexual nas escolas, são contrariados e atrasados em sua aplicação graças à coragem de alguns bispos e políticos, mas, curiosamente, eles nunca são abandonados. Os inimigos da Igreja e da cristandade jogam na corrosão do tempo. Eles sabem que suas ideias vão se impor cedo ou tarde, eficientemente divulgadas e propagadas pelos meios de comunicação que eles possuem de forma quase exclusiva. »


http://www.bafweb.com/gpl.html

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20.06 Gay Pride de Lucerne: Contramanifestação dos católicos tradicionalistas

=> de um lado e de outro das barreiras, duas visões do mundo

Os fiéis de Écône se reuniram em Lucerne por ocasião da Gay Pride para manifestar sua adesão aos princípios da moral católica, sua desaprovação à exibição pública e à promoção dos costumes homossexuais, e para protestar contra a decisão do diocese de Basileia de acolher, na igreja dos Franciscanos, uma manifestação cujo mensagem é diametralmente oposta à da Igreja católica sobre o problema da homossexualidade.

Pode-se pensar o que quiser, mas é curioso notar que só esses católicos estão defendendo a posição do papa e da Igreja nas ruas das capitais católicas.

Entre 300 e 400 pessoas se reuniram pela manhã para assistir a uma missa. Os homens, cerca de uma centena, se dirigiram a Lucerne, à parte da manifestação, para orar, enquanto as mulheres e as crianças foram em peregrinação no campo lucernense.

O objetivo era de "manifestar nossa defesa da moral através de um testemunho público de nossa fé", pode-se ler no site da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX). Essa mesma fé considera essas manifestações de oração não como atos de rejeição e agressividade, mas como uma "reparação" pelo dano causado à moral.

A manifestação ocorreu sem incidentes, à maneira suíça, exceto por uma dezena de libertários que apareceram armados com... pistolas de água. Os organizadores teriam até "saudado" os contra-manifestantes, chamando-os de "assexuados" (dito isso, quando se vê o número de crianças do lado católico, a tendência seria considerá-los vencedores neste aspecto...).

Não é a primeira vez que a FSSPX manifesta sua fé, os homossexuais parecem ter se acostumado, e uma Gay Pride não seria completa se eles não aparecessem (a contra-manifestação estava inclusive anunciada no site da Gay Pride 2005!). Muitos testemunhos tendem a demonstrar que a coragem desses poucos católicos - que gostam de ser chamados de extremos, sem dúvida para se proteger da mensagem que carregam - sensibiliza grandemente a população sobre a falta de consideração da sociedade em relação ao doloroso problema da homossexualidade. A oração leva ao diálogo e ao compartilhamento, pessoas se juntam a eles ou começam a discutir, é um dos grandes aspectos positivos desse tipo de ação.

O BAF disponibilizará várias fotos a partir desta noite.

Testemunho de um participante na contra-manifestação (1'37)


http://www.fsspx.org/fran/LettrePretres/24/LFP24Edito.htm

« Portanto, o bem do homem não reside no cumprimento de seus instintos. Não importa relembrar isso, na hora em que a denúncia do ato homossexual é considerada por muitos como um crime de lesa-majestade? » Padre Régis de CACQUERAY

http://www.laportelatine.org/district/france/bo/DCYSL/DCysl.php

Comunicado do distrito da França

Infâmia

« Mais vale para aquele por quem vem o escândalo. Seria melhor para ele que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho e o jogassem ao mar, do que se escandalizasse um só destes pequenos » - Mt, XVIII, 7 e 6

No dia cinco de junho, ocorreram as cerimônias fúnebres de Yves Saint Laurent na igreja paroquial de São Roque em Paris.

Yves Saint Laurent era um homossexual assumido.

A esse título, ele era “um pecador manifesto”.

Segundo o Código de Direito Canônico de 1983, as cerimônias fúnebres eclesiásticas deveriam ser recusadas a ele:

Devem ser privados das cerimônias fúnebres eclesiásticas, a menos que tenham dado algum sinal de arrependimento antes de sua morte:

(...) 3° os outros pecadores manifestos, a quem não se podem conceder as cerimônias fúnebres eclesiásticas sem escândalo público dos fiéis.” Canon 1184,3 §1

Se por graça de Deus ele tivesse se arrependido antes de sua morte, um aviso deveria ser dado antes ou durante a cerimônia para afastar o escândalo.

Mas o maior escândalo é ter permitido que “seu companheiro” de depravação falasse na igreja para exaltar a vida a dois.

Três semanas se passaram desde essa cerimônia sacrílega e não houve, a meu conhecimento, uma única voz eclesiástica que expressasse o menor desconforto, o menor arrependimento.

Eu denuncio, lamentando amargamente que minha voz seja solitária, esse espetáculo innomável e expresso meu nojo diante do estado de servidão a que parece reduzido o clero católico diante de uma casta dominante que pode exibir o espetáculo de seus vícios com sua bênção.

Padre Régis de CACQUERAY, Superior do Distrito da França


http://www.absoluteastronomy.com/topics/Richard_Williamson

Declarações de Mgr Williamson sobre a homossexualidade

Em sua carta de outubro de 1997 referente ao Comitê dos Bispos dos Estados Unidos sobre Casamento e Família: "Mensagem pastoral aos pais de crianças homossexuais", Williamson escreveu:

ANEXO 5 - APRESENTAÇÃO E EPÍLOGO - RANDY ENGEL (JULHO DE 2006)

O estudo fundamental de 1282 páginas publicado pela Sra. Randy Engel:

O Rito da Sodoma (1282 páginas)

Homosexualidade e a Igreja Católica Romana

Randy Engel (julho de 2006)

http://www.theriteofsodomy.com

Esta é uma história da homossexualidade intergeracional na hierarquia americana, com consequências inimagináveis. …

Um “segredo aberto” é um segredo escondido à vista de todos. As vidas homossexuais do Cardeal William O’Connell de Boston e do Cardeal Francis Spellman de Nova Iorque eram exatamente esse tipo de segredo, e permaneceram assim mesmo após suas mortes. Existem pelo menos duas razões para isso. Primeiro, porque viveram em uma época em que a maioria dos americanos não tinha pontos de referência para reconhecer, discernir e rotular comportamentos homossexuais na vida de qualquer indivíduo, muito menos nas vidas de dois prelados católicos de tão grande estatura. Em segundo lugar, porque, com poucas exceções, O’Connell e Spellman estavam rodeados de indivíduos que não tinham desejo de saber. A mídia e a polícia, por sua parte, mantiveram o silêncio. O único grupo que abertamente discutiu as aventuras sexuais de Spellman ou O’Connell com jovens homens, dentro e fora do clero, foram seus contemporâneos homossexuais, e eles nunca “expuseram” nenhum dos cardeais enquanto os prelados estavam vivos. …

O legado homossexual do Cardeal William O’Connell e do Cardeal Francis Spellman nos acompanha até o século XXI. Atualmente, estamos na terceira geração de homossexuais clericais e pederastas que podem ser diretamente ligados a Spellman e O’Connell e a outros prelados homossexuais do início do século XX… e haverá muitas mais gerações de homossexuais clericais e pederastas a seguir, a menos que Roma aja para deserdar os herdeiros da perversão do sacerdócio católico e da vida religiosa.

Na resenha do livro da Sra. Engel à qual a revista conciliar New Oxford Review [43] dedicou seu número de novembro de 2006, essa revista traz as seguintes precisões:

"Em seu livro intitulado 'O Rito de Sodoma: Homossexualidade e a Igreja Católica Romana' (The Rite of Sodomy: Homosexuality and the Roman Catholic Church - New Engel Publishing, 2006; 724-327-7379; www.riteofsodomy.com/), Randy Engel revela a invasão, colonização e cancerização do sacerdócio e da vida religiosa por homossexuais dentro da Igreja Católica."

"Na primeira página da introdução, ela diz ter escrito no The Wanderer (no verão de 1987) um artigo cujo editor-chefe suprimiu a referência a 'bispos homossexuais':

"Eu me lembro de ter prometido a mim mesma que, assim que meus deveres familiares e funções pró-vida como diretora da Coalizão dos Estados Unidos pela Vida (U.S. Coalition for Life) permitissem, eu me interessaria mais de perto pelos membros da hierarquia católica."

"Ela nomeia explicitamente os bispos homossexuais, com abundantes notas e citações para apoiar suas afirmações. Esse livro, que levou uma década para ser escrito, revela um 'redemoinho homossexual'  dentro da Igreja Católica." New Oxford Review, novembro de 2006.


Epilogo (p. 1169-1172)

Dezoito meses se passaram desde que o manuscrito de O Rito da Sodoma foi entregue à gráfica, e importantes mudanças ocorreram desde então na vida da Igreja, sendo a eleição de um novo papa uma das mais significativas: o papa João Paulo II faleceu em 2 de abril de 2005, após o que o cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ascendeu ao trono de São Pedro como papa Bento XVI.

Além disso, eventos importantes ocorreram em relação a várias figuras mencionadas neste livro.

O padre Paul Shanley, da arquidiocese de Boston (atualmente defrocked), está atrás das grades na prisão estadual de Massachusetts, onde cumpre uma pena de doze a quinze anos de prisão por atentado ao pudor e estupro de Paul Buse, uma das muitas jovens pessoas que ele explorou sexualmente.

O Reverendo James Porter, da diocese de Fall River, Massachusetts (também defrocked), que havia reconhecido ter agredido mais de cem vítimas menores, faleceu devido a um câncer em 11 de fevereiro de 2005, enquanto estava em "confinamento civil" [44]. Ironia do destino, foi Shanley quem recomendou que Porter fosse enviado para " tratamento" com os infames "Servants of the Paraclete" (Servidores do Paracleto) em Jemez Springs (Novo México) em 1967.

Em 30 de março de 2005, Carmen L. Durso, advogada de Boston, abriu uma ação judicial no tribunal de grande instância do condado de Hampden, em Springfield (Massachusetts), em nome de William Burnett, cujo estupro por um padre se inscreve no legado deixado pelos cardeais O’Connell e Spellman. Entre os prelados nomeados neste processo estão os bispos Christopher Weldon e Timothy Harrington, ambos falecidos. Segundo a Sra. Durso, Burnett foi submetido duas vezes ao detector de mentiras por um examinador altamente qualificado. As autoridades eclesiásticas do diocese de Springfield rejeitaram as acusações.

A Sociedade de São João (Fraternidade São João), suprimida em setembro de 2004 por Joseph Martino, bispo de Scranton, reapareceu na forma de uma associação pública de fiéis e estabeleceu sua nova sede no Paraguai, no diocese de Ciudad del Este, cujo bispo é Rogelio Ricardo Livieres Plano, membro do Opus Dei. Contudo, em março de 2006, este bispo teria expulsado os predadores sexuais Carlos Urritigoity e Eric Ensey, e, segundo o Núncio apostólico no Paraguai, não há mais registro deles no país. Não se sabe onde esses dois padres estão atualmente. Embora sua ordem religiosa tenha sido dissolvida, Urritigoity e Ensey ainda não foram defrocked. Nos Estados Unidos, o jesuíta Anthony Myers continua a solicitar fundos utilizando uma caixa postal em Maple Hill (Kansas), na arquidiocese de Kansas City.

Em 5 de julho de 2004, a polícia de Springfield (Illinois) foi chamada à residência do bispo emérito Daniel L. Ryan para apaziguar uma “ briga de amantes” entre Ryan e um de seus parceiros sexuais, que supostamente deveria acompanhar o bispo em uma viagem a Portugal. A residência, ou melhor, o bordel homossexual de Ryan, foi comprada em nome dele pelo seu sucessor, o bispo George J. Lucas.

Thomas Dupré, bispo de Springfield (Massachusetts), acusado de estupro sodomita, está foragido. Os responsáveis da diocese se recusam a indicar onde ele está escondido, e a Santa Sé não publicou nenhuma informação sobre a investigação que está conduzindo sobre Dupré desde sua renúncia em 10 de fevereiro de 2004.

Nove ações judiciais por agressões sexuais foram abertas contra o bispo emérito Lawrence Soens, da diocese de Sioux City (Iowa). Essas agressões, cometidas contra alunos do sexo masculino, teriam ocorrido quando o réu (então simples padre) era diretor da escola secundária Regina, em Iowa City, e reitor do seminário de São Ambrósio, em Davenport. Pelo menos um desses processos foi objeto de um acordo amigável no valor de 20.000 dólares. Embora os responsáveis da diocese tenham sido informados sobre três alegações de agressões sexuais que Soens teria cometido durante os anos sessenta, o arcebispo James J. Byrne, de Dubuque, não hesitou em consagrá-lo bispo em 17 de agosto de 1983.

O relatório de 418 páginas do “grande júri” que o Escritório do Procurador do Distrito da Filadélfia publicou em 9 de setembro de 2005 contém uma crítica mordaz do papel desempenhado pelo cardeal aposentado Anthony Bevilacqua e o falecido cardeal John Krol na encoberta massiva de delitos sexuais repetidos cometidos por padres dentro do arquidiocese da Filadélfia. O cardeal Justin Rigali, sucessor de Bevilacqua, declarou à imprensa que o relatório era “ muito pitoresco” e “ parcial” e que não teria valor para as famílias.

Em 25 de fevereiro de 2006, os responsáveis jesuítas da província de Chicago apresentaram desculpas a duas vítimas agredidas pelo padre aposentado Donald McGuire, que ensinava na Academia Loyola de Wilmette (Illinois). Após deixar essa escola dirigida por jesuítas, McGuire, que ministrava aulas muito apreciadas sobre a vida espiritual, tornou-se o diretor espiritual da mãe Teresa e de suas Missionárias da Caridade.

O arcebispo Paul Marcinkus, diretor do Banco do Vaticano de 1971 a 1989, morreu em 20 de fevereiro de 2006 em Sun City (Arizona), enquanto o julgamento por homicídio de Roberto Calvi continuava em Roma. No caso Calvi, a acusação tentou, mas em vão, obter o depoimento de Marcinkus sobre uma série de esquemas e assassinatos ligados à máfia e à lavagem de dinheiro, mas não conseguiu derrubar o muro de imunidade diplomática erguido em favor do interessado pelo papa João Paulo II, e que foi reforçado por aquele que se tornaria o papa Bento XVI.

Em 10 de janeiro de 2006, o advogado John A. Aretakis entrou com uma ação civil em nome do padre Robert Hoatson no tribunal de distrito de Nova Iorque. O padre Hoatson, sacerdote da arquidiocese de Newark, processou o arcebispo John Myers, de Newark, o cardeal Edward Egan, de Nova Iorque, o bispo Howard Hubbard, de Albany, os Irmãos das Escolas Cristãs e outras pessoas por terem dado apoio a clérigos conhecidos como pedófilos delinquentes. Hoatson, que se dizia vítima de abusos sexuais por parte dos Irmãos das Escolas Cristãs, descreveu Myers, Egan e Hubbard como “homossexuais ativos”. O cardeal Theodore McCarrick, embora não sendo réu nesta ação, também é mencionado comohomossexual ativo”. Além disso, Hoatson afirma que Charles J. McDonnell, bispo emérito auxiliar de Newark, e o bispo Paul Bootkowski, de Metuchen (Nova Jersey), mantinham “relacionamentos inadequados” com o padre abusador Alfonso de Condorpusa, da arquidiocese de Newark. Tanto McDonnell quanto Bootkowski foram consagrados pelo cardeal McCarrick. A parte autora exige que o caso seja julgado por um júri.

As notícias de Roma não são muito melhores.

Em 27 de janeiro de 2006, o jornal italiano Il Giornale afirmava em sua edição online que o papa Paulo VI havia, de fato, sido vítima de ameaças de chantagem em relação às suas implicações homossexuais passadas e havia solicitado, para resolver essa crise, a ajuda do Primeiro-Ministro Aldo Moro, chefe do partido democrata cristão. O breve artigo em questão foi tirado da edição de 6 de janeiro de 2006 do periódico italiano L’Espresso e baseava-se nas anotações confidenciais do general Giorgio Manes, vice-comandante dos Carabinieri, a polícia militar italiana.

No Vaticano, o papa Bento XVI nomeou o arcebispo William Levada, ex-arcebispo de San Francisco e “amigo dos gays”, para chefiar a Congregação para a Doutrina da Fé e o fez cardeal. Por sua vez, Levada – com a ajuda do cardeal Roger Mahoney, de Los Angeles, também “amigo dos gays – fez com que sua ex-arquidiocese retornasse para um amigo de infância, o arcebispo George “Brokeback[45] Niederauer, que também é um “amigo dos gays”. Levada e Niederauer foram colegas de classe no seminário São João, frequentaram juntos o acampamento de formação em pederastia de Camarillo (Califórnia) e são coproprietários de um apartamento de aposentadoria em Long Beach. Niederauer, que afirma que não há ligação entre pederastia e homossexualidade, é favorável à ordenação de “gays”, desde que sejam “solteiros”.

O grupo ativista “gayOutrage! (Londres) continua sua campanha lançada em abril de 1998 em busca de “informações de primeira mãosobre a “sexualidade” do cardeal Joseph Ratzinger, que se tornou papa sob o nome de Bento XVI, com detalhes que possam ser verificados. “Não sabemos se Ratzinger é gay; mas se ele for, merece que isso seja dito publicamente, porque pode-se argumentar que ele é o mais homofóbico de todos os líderes do Vaticano”, destaca o Outrage Queer Intelligence Service (= serviço Outrage de inteligênciagay”).

Os correspondentes em Roma relatam que o novo papa ganhou uma reputação por seu gosto dispendioso por sapatos e acessórios de qualidade, além de “comportamento ligeiramente excêntrico” e “pendor por disfarces”. Durante o Natal de 2005, o papa foi fotografado usando um gorro de estilo medieval com bordas de pele, retrato que pode ser classificado apenas como abertamente “tendencioso”. Um mês depois, La Stampa informou que o papa tinha visitado secretamente sua antiga residência, na 1 piazza città Leonina, disfarçado em uma batina preta e acompanhado de outro acessório, Don Georg Gänswein, seu muito belo secretário de quarenta e oito anos, que é seu companheiro de viagem.

Mas há mais. Em 29 de novembro de 2005, a Sagrada Congregação para a Educação Católica (nos seminários e institutos de estudos) publicou uma instrução universal que se aguardava há muito tempo sobre “os critérios de discernimento vocacional a respeito das pessoas que apresentam tendências homossexuais quanto à admissão ao seminário e aos Ordens Sacras”. O documento, assinado pelo cardeal Zenon Grocholewski, pelo arcebispo John Michael Miller, CSB, Prefeito para a Congregação e Secretário, e aprovado pelo papa Bento XVI, não afirma claramente a proibição absoluta da ordenação de homossexuais, pederastas e onanistas habituais que se encontra na Instrução de 1961 sobre aseleção cuidadosa e a formação dos candidatos aos estados de perfeição e aos ordens sagrados”. De fato, a instrução de 1961 nem mesmo mereceu uma nota de rodapé na nova instrução.

De acordo com a instrução de 2005, “mantendo profundo respeito pelas pessoas envolvidas, [a Igreja] não pode admitir no Seminário e nas Ordens sagradas aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente enraizadas ou sustentam o que se chama de cultura gay”. O documento prevê, no entanto, exceções quando “as tendências homossexuais forem apenas a expressão de um problema transitório”. Neste último caso, as tendências em questão “devem de qualquer forma ser claramente superadas pelo menos três anos antes da Ordenação diaconal”.

 Que candidato ao sacerdócio e à vida religiosa se beneficia de tal exceção? Durante uma entrevista concedida à Rádio Vaticano em 29 de novembro de 2005, o cardeal Grocholewski declarou que isso abrangia qualquer pessoa que tenha participado de um ato homossexual sob efeito de curiosidade adolescente ou de álcool, ou que tenha se prostituído unicamente para obter favores. Bonitos critérios, de fato, para a mais sublime de todas as vocações!

O cardeal declarou ainda que as normas expressas no documento não se aplicavam aos homossexuais já ordenados como padres, o que é uma maneira ambígua de reconhecer que o papa Bento XVI, assim como seu predecessor, o papa João Paulo II, não pretende, de forma alguma, realizar uma limpeza e empreender um ataque sério contra o coletivo homossexual dentro do sacerdócio e da vida religiosa católica.

ANEXO 6 - EXTRATOS TRADUZIDOS DO CAPÍTULO 16 - A HOMOSSEXUALIDADE NAS ORDENS RELIGIOSAS

A Sociedade de São João

Exploração das Ordens Tradicionalistas (Extratos traduzidos das páginas 954-972)

É realmente um grande bem utilizar a liturgia tradicional, mas isso não é de forma alguma benéfico para a virtude ou para a salvação das almas se fazê-lo significa usar de maneira revoltante sua posição espiritual para fins sexuais. A Sociedade de São João está se beneficiando desse abuso, e dessa maneira está atacando diretamente o sacerdócio de Deus. Nenhum verdadeiro tradicionalista pode dizer: "Queremos a Missa tradicional. Não vamos irritar o bispo - não importa que abusem de alguns meninos, desde que não seja meu filho!" Onde houver negligência nesse aspecto, isso deve ser levado à justiça. A Igreja de Cristo, ou seja, a Santa Igreja Católica e o movimento tradicional estarão melhores por isso. Speculum justitiae, ora pro nobis.[xx] Rev. Richard A. Munkelt, Ph.D.

Em 21 de março de 2002, uma ação civil por abuso sexual foi movida diante do Tribunal de Distrito dos EUA do Middle District da Pensilvânia contra a Sociedade de São João, baseada em Shohola, Pa., dois de seus membros fundadores, os padres Carlos Roberto Urrutigoity e Eric Ensey, a Diocese de Scranton, Mons. James C. Timlin, a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, baseada em Elmhurst, Condado de Lackawanna, Pa., e a Academia São Gregório, também localizada em Elmhurst. [xxi]

O padre Urrutigoity, fundador, e o padre Ensey, chanceler da Sociedade de São João, são acusados de abuso sexual contra o requerente John Doe.[xxii] Ensey é acusado de ter forçado John Doe a atos sexuais, incluindo sodomia, enquanto Doe era menor e estudava na São Gregório. Urrutigoity é acusado de "contatos sexuais inadequados" com o requerente enquanto Doe residia na propriedade de Shohola e não era mais menor. Os dois padres da SSJ foram incardinados na Diocese de Scranton pelo Monsenhor Timlin. Eles atuavam como capelães, professores em meio período e conselheiros espirituais na São Gregório, uma faculdade católica para meninos pertencente à Fraternidade Sacerdotal de São Pedro.

O processo visa Monsenhor Timlin, a FSSP[46] e a Academia São Gregório por grave negligência por não ter agido sobre fatos conhecidos relativos aos antecedentes homossexuais de Urrutigoity e Ensey, e por não ter protegido o requerente, um menor, dos dois predadores sexuais cuja posição na Academia havia sido organizada pela FSSP com a aprovação do Ordinário do Diocese, Monsenhor Timlin. As acusações incluem: agressão e lesões corporais, negligência, imposição intencional de sofrimento emocional, invasão da vida privada e omissão de dever.

O requerente e seus pais, Jane e John Doe Senior, que residem na Carolina do Norte, pedem mais de $75.000 em reparação e $1 milhão em danos. Um julgamento em Assise foi solicitado.

Este caso exemplar sobre a Sociedade de São João demonstra como o vício da homossexualidade pode se espalhar rapidamente mesmo em um ambiente tradicionalista, como o da Academia de São Gregório.

A SSJ e a Cidade de Deus

O padre Carlos Urrutigoity, fundador e líder reconhecido da Sociedade de São João, declara que a visão para a Sociedade e a Cidade de Deus lhe veio enquanto estudava no Seminário de São Tomás de Aquino em Winona, pertencente à Fraternidade Sacerdotal de São Pio X (FSSPX). Em maio de 1997, o padre ordenado pela FSSPX foi expulso do seminário de Winona, oficialmente porque queria fundar uma nova ordem religiosa.

Após passar de uma diocese à outra, o carismático padre Urrutigoity, o padre Ensey e um punhado de seminaristas vindos de São Tomás foram acolhidos pelo Monsenhor James Timlin, do Diocese de Scranton, e a Sociedade de São João (Societas Sancti Joanni) nasceu.

No dia 24 de maio de 1998, Monsenhor Timlin, com a bênção de Roma, deu sua aprovação canônica à nova sociedade. Seis meses depois, ele ordenou dois novos padres à SSJ, os padres Basel Sarveh e Dominic Carey.

Em setembro de 1999, a SSJ comprou 1025 acres de terra em Shohola, no Condado de Pike, na região montanhosa de Pocono por $2,9 milhões para construir uma cidade católica autônoma no modelo medieval, onde seus habitantes compartilhariam uma vida e uma fé comum. Uma vez completada, a comunidade da SSJ deveria incluir instituições de educação e formação excepcionais, do berço à sepultura.

Para isso, a SSJ pediu ao Dr. Ronald MacArthur, fundador do Colégio São Tomás de Aquino na Califórnia, que o ajudasse a fundar um colégio semelhante de artes liberais católicas na propriedade de Shohola. O Dr. MacArthur pediu ao Dr. Jeffrey Bond para ajudá-lo no projeto do Colégio São Justin Martyr. MacArthur, então, retirou seu apoio ao projeto após decidir que o conceito de Cidade de Deus concebido pela SSJ não era viável. Acreditando que Monsenhor Timlin estava completamente comprometido com o projeto, o Dr. Bond assumiu o lugar de MacArthur. Ele lançou um programa de arrecadação de fundos para o Colégio São Justin Martyr/Casa de Estudos.

A Estrutura Canônica da SSJ

A Sociedade de São João não é uma ordem religiosa no sentido tradicional da palavra. Ela é vista canonicamente como uma "Associação Pública de Fiéis", uma associação mais ou menos agrupada de padres diocesanos que têm a permissão de viver juntos de acordo com regras de vida e que realizam certas missões apostólicas. No caso da SSJ, é ao Bispo de Scranton que seus padres e religiosos devem respeito e obediência.[xxiii] O Ordinário da Diocese de Scranton também tem o poder de suprimir a SSJ a qualquer momento.[xxiv]

O site oficial da Sociedade de São João descreve a instituição como "uma associação de sacerdotes, clérigos, religiosos e leigos trabalhando sob a autoridade do Papa e dos bispos da Igreja para reavivar a santidade de vida e a civilização Católica no terceiro milênio".[xxv]

As informações que se seguem sobre a Sociedade de São João, seu carisma especial, sua missão apostólica, sua estrutura e seus programas são retiradas de seu "Documento Fundador".[xxvi]

A comunidade da SSJ é composta por três grupos. Existe uma comunidade de clérigos, vivendo juntos permanentemente uma vida de piedade, estudo e apostolado, através do qual a sociedade espera redescobrir o significado profundo de cada ordem, menor e maior. Dentro da comunidade também há uma fraternidade religiosa de homens "buscando se tornar um instituto religioso de direito diocesano", que se dedicam a Deus por meio dos votos de pobreza, castidade e obediência. Por fim, há um grupo composto por homens e mulheres Católicos dedicados ao culto de Deus e desejosos de se colocar (e seus bens) à disposição e para os objetivos da SSJ e sua elite clerical dirigente.

Diz-se que o carisma da SSJ repousa sobre quatro pontos : o uso solene da Liturgia de Rito Romano, o renascimento da vida sacerdotal, da educação e a formação de pequenas cidades com uma verdadeira Cultura Católica.[xxvii]

Informam-nos que os fundadores da SSJ aprenderam muito "sobre as instituições de vida comum sem votos" como modelo e adotaram "as estruturas básicas fornecidas pela lei, com, no entanto, as adaptações requeridas pelos objetivos específicos e o carisma único da Sociedade de São João". Eles conceberam o amor pela Liturgia e a excelência eclesiástica na educação da Ordem de São Jerônimo; o sistema de priorados confederados da Ordem Beneditina; a ideia "de uma série de associações autônomas trabalhando em conjunto sob a égide de um moderador supremo" tal como concebida por São Martinho, Bispo de Tours; e alguns cânones da Regra de Santo Agostinho em relação a "clérigos vivendo em comum e ajudando-se mutuamente a cumprir seu dever de estado".[xxviii]

O Documento Fundador declara que os sacerdotes da SSJ são consagrados ao Sagrado Coração de Jesus, ao Coração Imaculado de Maria e a São João Evangelista "em consideração à sua fidelidade e da sua presença no Sacrifício da Cruz, onde se associou a esses Corações Bem-aventurados, e da perfeição de seu espírito profético sobre o fim dos tempos".[xxix]

"Restauração" é a palavra-chave da missão abraçada pela Sociedade, compreendendo a restauração da Liturgia Sagrada, da vida espiritual, da sabedoria e da educação Católica, da liderança Católica, da vida comunitária, da vida ascética, do apostolado, da Ordem natural, etc.[xxx] Todo esse tradicionalismo, apesar de que a SSJ se compromete com a abertura em face "da necessidade de um aggiornamento verdadeiro e frutífero".[xxxi]

Em um capítulo dedicado ao "Status da Igreja Católica na Sociedade Moderna" e à "Crise do Homem Moderno", a SSJ declara que forma "uma nova geração de sacerdotes" que ajudará a resolver a "crise" atual na Igreja e na sociedade.[xxxii]

"A cidade sobre a colina que esperamos construir não é para se esconder do mundo nem para condená-lo farisaicamente, mas sim para testemunhar-lhe as verdades da Fé... da possibilidade de viver uma vida Cristã integral, corporativa no mundo atual; uma luz que deve brilhar e não ser colocada sob o alqueire", explicam os fundadores.

A SSJ convida os interessados a viver na Cidade de Deus a contatar a Sociedade e a fazer uma doação para a construção de "a nova fundação para a cultura Católica" em Shohola e depois em outros lugares.

O único problema desse quadro idílico é que tudo é uma gigantesca impostura do início ao fim. A SSJ é, como um de seus antigos padres descreveu corretamente, um "culto homossexual e seus sacerdotes", e não há nenhuma Cidade de Deus que floresça nas Montanhas de Pocono.[xxxiii]

A Corrupção da Academia São Gregório

A Academia São Gregório, bandeira da Fraternidade Sacerdotal São Pedro, é um colégio masculino operado pela Fraternidade São Pedro na diocese de Scranton. O prospecto da escola declara que ela se dedica à educação Cristã nas linhas estabelecidas pelo Papa Pio XI em sua encíclica de 31 de dezembro de 1929, Divini Illius Magistri.[xxxiv]

Na São Gregório, nosso único objetivo é a formação de jovens homens Católicos. Oferecemos uma educação das artes liberais seguindo a sabedoria persistente da civilização Ocidental. A Academia forma jovens homens que são fortes na fé, esperança e caridade, e que manifestam em suas vidas as virtudes intelectuais e morais, incluindo prudência, sabedoria e discernimento... Os alunos recebem uma instrução completa sobre a doutrina e os ensinamentos morais da Igreja, enfatizando a ortodoxia e o Magistério... A oração Católica está no centro da vida de São Gregório, e no coração dela se encontra o Santo Sacrifício da Missa, oferecido diariamente no rito Latino tradicional pelos sacerdotes da Fraternidade São Pedro com a autorização do bispo de Scranton.[xxxv]

O amplo campus está situado em 190 acres de um belo terreno montanhoso no leste da Pensilvânia, perto da sede do Distrito para a América do Norte em Elmhurst. Embora a São Gregório tenha como regra não aceitar meninos com sérios problemas escolares ou disciplinares, o tom moral e pedagógico começou a despencar quando os padres da SSJ chegaram à Academia.

No outono de 1997, o padre Arnaud Devillers, o Superior do Distrito da FSSP, autorizou, com a bênção de Dom Timlin, os padres da SSJ a residirem temporariamente em uma ala vazia da Academia até encontrarem uma nova casa. No ano letivo seguinte, os Servos Menores de São Francisco também se juntaram à SSJ na ala dos hóspedes da Academia.

Quando a escola abriu para o ano 1998-1999, o padre Devillers pediu aos padres da SSJ que atuassem como capelães da Academia, pois a Fraternidade São Pedro estava com falta de sacerdotes.[xxxvi] Nenhum controle de segurança sobre os padres da SSJ foi realizado, nem pela FSSP, nem pela Diocese de Scranton.

As funções da SSJ eram celebrar a Missa, ouvir confissões, ensinar catecismo e assegurar a direção espiritual dos meninos de São Gregório. Na prática, no ano que se seguiu à sua chegada à Academia, os padres da SSJ dirigiam a instituição. Os membros da SSJ também levavam alunos da escola em passeios e viagens. Quando a Sociedade comprou a propriedade de Shohola, convidou os alunos e estudantes de São Gregório para visitá-la, acampar e se reunir em suas novas instalações.

Ao permitir que a SSJ assumisse a formação espiritual de seus alunos, a FSSP de fato deu aos clérigos perversos da SSJ acesso não apenas aos corpos dos jovens homens, mas também a suas almas, o que confere uma dimensão demoníaca adicional a seu empreendimento criminoso em São Gregório.

A preparação sistemática dos meninos de São Gregório começou com a introdução de álcool e tabaco destinados a diminuir as inibições sexuais e a resistência moral das potenciais vítimas.

No testemunho prestado sob juramento pelo Sr. Jude Huntz, o supervisor-chefe dos dormitórios, houve um incidente em março de 1998 em que, segundo ele, percebeu três alunos voltando da residência da SSJ em São Gregório em estado avançado de intoxicação. Huntz declarou que a polícia foi chamada e que os oficiais da SSJ receberam um aviso sobre a entrega de álcool a menores.[xxxvii] Em testemunhos sob juramento sobre o caso John Doe, o Sr. Paul Hernak, um professor de São Gregório, e o Sr. Jerry Zienta, um supervisor de dormitório, confirmaram a acusação de Huntz.

No entanto, o padre Paul Carr, o capelão da FSSP na Academia, contradiz a história de Huntz. O padre Carr afirma que a única vez em que a polícia foi chamada foi para verificar se os pais concordavam em que fosse oferecido álcool a seus próprios filhos menores.[xxxviii]

Além disso, Huntz acrescentou em seu testemunho que, pouco tempo após sua chegada a São Gregório, os padres da SSJ começaram a convidar meninos para seus quartos para filmes e direção espiritual. Essa prática gerou problemas de horário porque os meninos muitas vezes retornavam aos seus dormitórios em horas bastante tardias.[xxxix]

Subsequentemente, o Sr. Alan Hicks, Diretor da Academia, modificou as regras para permitir que os meninos que recebiam "direção espiritual" dos padres da SSJ retornassem a uma "hora razoável" (termo vago), e os supervisores de dormitório desenvolveram um novo sistema em que um supervisor controlava os meninos à noite e o outro pela manhã.

O fato dos padres da SSJ manterem os alunos até tarde trouxe outros problemas para os supervisores. Os meninos tinham dificuldade para acordar na manhã seguinte, frequentemente chegavam atrasados à capela e estavam sonolentos nas aulas durante o dia.

Mesmo depois que Hicks informou a Urrutigoity que essas visitas noturnas estavam causando problemas, a prática dos conselhos espirituais tarde da noite e a oferta de álcool e tabaco aos meninos continuaram.[xl] Relatos também indicavam que alunos compravam maconha fora do campus e a fumavam com seus colegas na Academia.[xli]

A Preparação dos Meninos de São Gregório

Uma vez que os padres da SSJ se infiltraram em São Gregório, boatos sobre atos homossexuais e outros comportamentos sexuais bizarros começaram a chegar aos ouvidos dos oficiais e do pessoal da Academia.

Foi relatado que um senior prefect[47] em São Gregório tinha o hábito de "aterrorizar" os alunos das classes inferiores pulando nu em suas camas durante a noite. Houve incidentes de meninos imitando sexo oral nos dormitórios.[xlii] Começaram a circular boatos de que o padre Urrutigoity dormia com alguns alunos.

Em fevereiro de 1999, Paul Hornak, um professor de São Gregório, levou um grupo de alunos em uma expedição de camping invernal ao longo do Appalachian Trail na fronteira entre a Pensilvânia e o New Jersey. O padre Urrutigoity se ofereceu como "diretor espiritual". Durante a excursão, Hornak descobriu que o sacerdote havia fornecido aos meninos sob sua tenda charutos e vinho, e que dois dos meninos se gabavam de terem compartilhado o saco de dormir de Urrutigoity. Confrontado com a acusação de ter dado álcool e tabaco a menores e de ter dormido com meninos em seu saco de dormir, o sacerdote defendeu suas ações como um meio de incentivar a "boa camaradagem".[xliii]

Em seu testemunho sob juramento no caso John Doe, Hornak declarou que o padre Urrutigoity parecia considerar que "dormir com meninos em seu saco de dormir era perfeitamente natural e que ele havia conseguido convencer os dois jovens que não havia nada de errado nisso".[xliv]

Hornak observou que, durante o ano letivo de 1998-1999, ele "ouviu frequentemente fragmentos de conversa entre os meninos que não deixaram dúvida de que beber, fumar e compartilhar a cama era comum". Ele disse que "se queixou a quem quisesse ouvir", mas que ninguém em São Gregório parecia se importar.

Na primavera de 1999, Hornak avisou que não retornaria a São Gregório no outono. Durante sua entrevista de saída com o padre Devillers, Hornak disse a este último que "acreditava firmemente que a Sociedade de São João havia envolvido os meninos de São Gregório em atividades pré-homossexuais durante sua estadia na escola". Sem palavras, Devillers disse a Hornak que a SSJ mudaria suas maneiras quando deixasse a escola e teria que se virar sozinha. Ele acrescentou que achava que "algumas das técnicas empregadas pela Sociedade para serem bem vistas pelos meninos poderiam ser destinadas a torná-los receptivos à palavra de Deus". Hornak disse que achou as declarações de Devillers "absurdas".[xlv]

Devillers não informou a Hornak que ele não era o primeiro a se queixar do comportamento desagradável dos padres da SSJ.

Os Padres Franciscanos que compartilhavam a mesma ala do prédio com os padres da SSJ também expressaram a Devillers sua preocupação quanto à perigosa influência do padre Urrutigoity e de seus padres sobre os meninos de São Gregório. Eles informaram que o padre Daniel Fullerton, um padre da SSJ, havia dito aos alunos que o uso de trajes de banho era "opcional" quando nadavam na propriedade da Sociedade em Shohola. Os religiosos também disseram ter notado que alunos das classes superiores apresentavam comportamentos violentos ao atormentar os mais jovens, o que acreditavam ser incentivado pelo padre Urrutigoity como meio de colocar os mais velhos "em posição" de dirigir a escola.[xlvi]

Um dos padres Franciscanos a quem o Diretor Hicks pediu para acompanhar uma viagem a Nova York patrocinada pelo padre Urrutigoity relatou que, pelo caminho, o sacerdote parou para comprar cigarros para os meninos e lhes deu vinho durante o jantar em sua estadia em Manhattan.

Os Franciscanos pareciam estar perfeitamente cientes da atividade homossexual da SSJ na Academia. Eles informaram a Devillers que frequentemente viam meninos nos quartos da SSJ após o toque de recolher, alguns até de pijama no banheiro da SSJ pela manhã. Em uma ocasião, descobriram um aluno sozinho em um cômodo fumando e bebendo com o padre Urrutigoity após a meia-noite. Também relataram que, por um tempo, o padre Urrutigoity estabeleceu seu quarto no banheiro.

Um testemunho adicional que reforçou a acusação de Hornak de que a SSJ transformava São Gregório em um antro de pederastas foi dado pelo Irmão Alexis Bugnolo, que ficou com os Padres Franciscanos na ala da SSJ por um fim de semana em fevereiro de 1999.

O Irmão Bugnolo adquiriu experiência sobre comportamento homossexual durante seu trabalho em um grupo prolife de Boston, que realizava um apostolado nas ruas em ambientes homossexuais da cidade. Ele declarou que, durante sua estadia em São Gregório, viu alunos exibindo comportamentos implícitos com gestos incompatíveis com uma amizade normal entre meninos. Em uma noite, após o toque de recolher, ao chegar à capela do lado do dormitório para se confessar, viu dois alunos se abraçando e se beijando diante das portas da capela. Ele também viu um menino carregando outro em um dormitório adjacente e gritando: "meninas, meninas, meninas, peguem-nas enquanto estão quentes!".[xlvii]

Depois de se confessar com o padre Urrutigoity, Bugnolo esperou o sacerdote na capela perto do confessionário para expressar sua preocupação sobre o comportamento sexual anormal que tinha testemunhado. Ele aconselhou o padre Urrutigoity a informar os superiores da escola e o bispo diocesano sobre os problemas que havia visto, para que a situação pudesse ser corrigida.

Após retornar a Massachusetts, ele escreveu ao padre Urrutigoity sobre suas preocupações em relação a possíveis atividades homossexuais e violações de castidade em São Gregório. Ironicamente, Bugnolo sugeriu que o padre Urrutigoity retirasse sua comunidade da escola para evitar uma contaminação moral.[xlviii]

Algum tempo depois, Bugnolo lembrou-se de ter visto em São Gregório, durante sua visita de fim de semana, um desenho de um dos alunos que mostrava o mesmo tipo de carícias. O jovem estava então de batina e a legenda indicava que ele havia se juntado à SSJ. O Irmão Bugnolo compartilhou suas preocupações com Peter Vere, um especialista em Direito Canônico da Diocese de Scranton, que lhe disse que não havia provas suficientes para levar o problema à atenção de Dom Timlin. O Irmão Bugnolo abandonou o caso temporariamente.

Em 27 de janeiro de 2002, depois que os Roman Catholic Faithful romperam o silêncio sobre o escândalo da SSJ, Bugnolo escreveu uma carta detalhada ao presidente da RCF, Steve Brady, sobre sua experiência em São Gregório.

No final de sua carta, Bugnolo repetiu o conselho de São Antônio Maria Claret sobre o que fazer quando uma instituição da Igreja se torna presa da turpitude moral, como é o caso da Academia São Gregório:

... A única solução moral certa para corrigir tal problema é a dissolução do corpo docente e a demissão dos alunos, a revogação dos capelães e confessores de seus ofícios; se o instituto deve ser reconstituído, isso só pode ser feito com educadores, alunos e sacerdotes totalmente novos; isto porque sempre há relações que nunca serão descobertas, e que se estiverem presentes na nova fundação, a conspiração pode recomeçar. Problemas dessa ordem nas boas fundações só podem ser evitados se os confessores e diretores espirituais levarem a sério a recidiva nos 6º e 9º mandamentos e tiverem autoridade para expulsar candidatos que não possuem a graça da castidade e da continência, isso sem prudência humana.[xlix]

Havia outros incidentes que deveriam ter indicado a qualquer um que tivesse olhos para ver que a Academia de São Gregório estava sendo invadida por uma força moral estrangeira na forma da Sociedade de São João.

A mãe de um aluno soube que um sacerdote da paróquia de sua diocese, que havia sido considerado culpado por atos homossexuais com jovens meninos, havia visitado São Gregório e conversado com seu filho no vestíbulo. Esse incidente sugere que a SSJ poderia ter trazido outros predadores sexuais ao campus.[l]

Descobriu-se também que o Diretor Hicks havia permitido que meninos da equipe de hóquei da escola fizessem uma viagem ao Canadá com um homem conhecido por Hicks como praticante da homossexualidade e colecionador de pornografia homossexual.[li]

Ao final do ano letivo de 1998-1999, quando os padres da SSJ deixaram São Gregório para residir em sua própria propriedade, continuaram a manter relações próximas com os alunos de São Gregório.

No testemunho sob juramento de 10 de dezembro de 2002 de Joseph Sciambra no caso John Doe, o ex-postulante da Sociedade declarou que, no final da primavera de 2000, um grupo de jovens homens da Academia São Gregório acampou na propriedade da SSJ. O padre Urrutigoity passou a noite no acampamento e disse a Sciambra que havia compartilhado o saco de dormir de um dos jovens.

Sciambra viu o sacerdote servir álcool a meninos, um dos quais cambaleou ao sair do quarto de Urrutigoity em estado de severa intoxicação. Ele também disse que viu meninos saindo do quarto do sacerdote vestindo apenas roupas íntimas, alguns deles afirmando que haviam dormido na mesma cama que o padre.[lii]

Outro ex-noviço da SSJ que assinou um testemunho sob juramento, mas não queria que seu nome fosse publicado, declarou que, quando vivia na Casa São José, que servia à SSJ para abrigar postulantes e noviços, ele tinha dificuldade de tomar banho após correr, já que o banheiro estava sobrecarregado. Quando o padre Urrutigoity ouviu sobre o problema do jovem, convidou-o a usar seu chuveiro e sua banheira na Drummond House. Sempre que o noviço aproveitava a oferta de Urrutigoity, dizia que o padre aparecia nu ao sair do banheiro, vestido apenas com seu escapulário, ensaboando-se enquanto o jovem tomava banho e se vestia.

Embora Urrutigoity nunca tenha abordado o jovem de maneira abertamente sexual, é claro que seu comportamento exibicionista diante de um noviço sob sua guarda espiritual era uma forma de preparação homossexual. Felizmente, o noviço não esperou por isso. Ele deixou a SSJ em meados de janeiro de 2001, sem ter completado seu noviciado.[liii]

Em setembro de 2002, um testemunho escrito sob juramento em Valbonne, França, por Joseph Girod, um ex-professor de canto Gregoriano na SSJ, declarava que, quando ele estava em um período de depressão, o padre Urrutigoity o enviou a Walter Bahn, um amigo músico e psicoterapeuta, para terapia e direção espiritual. Durante a primeira sessão com Bahn sobre "autoconhecimento", ele disse a Girod que a homossexualidade era um estado genético que não admitia modificação. Bahn também disse a Girod que ele (Bahn) era "gay". Mais tarde, em uma conversa com Girod, o padre Urrutigoity assumiu a mesma posição que Bahn sobre a homossexualidade – que esta estava nos genes.[liv]

Outro padre da SSJ, o padre Fullerton, consta nos registros por ter dito a um seminarista da SSJ que era "nobre" para um homossexual se tornar sacerdote.[lv]

Não há dúvida de que esses mitos "gays" foram transmitidos a alunos ingênuos na Academia pelos padres da SSJ durante aulas sobre moral sexual e direção espiritual dada individualmente e no confessionário pelo padre Urrutigoity e seus clérigos e leigos discípulos.

Fred Fraser, um graduado e mais tarde supervisor de dormitório em São Gregório, que admitiu ter dormido com Urrutigoity, defendeu seu compartilhamento de cama citando O Simpósio de Platão e Os Irmãos Karamazov de Fyodor Dostoiévski.[lvi]

Em 10 de novembro de 2002, Conal Tanner, um graduado de São Gregório e ex-supervisor de dormitório, informou Dom Timlin que tinha conhecimento de que o padre Urrutigoity havia dormido com meninos na mesma cama e que outros membros da Sociedade de São João estavam cientes dos atos de seus superiores.[lvii]

A declaração de Tanner a Timlin também foi confirmada por um testemunho sob juramento de Diane Toler, de Cherry Hill, NJ, que declarou que o padre Dominic Carey, principal financiador da SSJ, lhe havia dito que não era segredo que o padre Urrutigoity dormia regularmente com jovens meninos e homens jovens. O padre Carey defendia a prática, afirmando que se dois homens dormissem juntos, isso não seria uma ocasião de pecado, já que não há atração natural entre homens.[lviii]

"Guru-tigoity" um Predador Homossexual à Descoberta

Em 11 de fevereiro de 1999, Dom Bernard Fellay, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, enviou uma comunicação oficial a Dom Timlin informando que o padre Carlos Urrutigoity havia sido acusado de abuso sexual contra um seminarista sob sua guarda espiritual no Seminário São Tomás de Aquino da FSSPX em Winona, Minnesota.

Dom Fellay também indicou que, em 1987, antes que Urrutigoity fosse admitido no seminário de Winona, o padre Andres Morello, Reitor do Seminário Nossa Senhora Co-Redentora de La Reja, Argentina, havia acusado o padre de práticas homossexuais.

Segundo o padre Morello, ele buscou expulsar Urrutigoity do seminário de La Reja devido ao seu orgulho característico, sua tendência a formar "amizades especiais", seu desenvolvimento de uma facção de seminaristas agindo sob sua influência e graves acusações no plano moral.[lix]

Entre as acusações feitas contra Urrutigoity por seminaristas e leigos que viviam no seminário de La Reja estavam suas visitas noturnas inesperadas aos quartos dos jovens enquanto estes dormiam, carícias e massagens nas partes genitais e nas nádegas sob o pretexto de exames médicos, e apalpamentos nas partes íntimas de um seminarista em uma sala de descanso, acompanhados pela observação do padre que adorava seu "bumbum redondo". Urrutigoity também era acusado de sondagens excessivas durante a confissão e nas sessões de retiros espirituais sobre as tentações sexuais dos penitentes; além de suas vestimentas imodestas (nadar de roupa íntima) durante um acampamento de verão organizado para jovens do seminário.[lx]

Infelizmente, a demissão prevista de Urrutigoity pelo padre Morello nunca aconteceu, pois o seminarista contava com o apoio de Dom Alfonso de Galarreta, o Superior de Distrito da FSSPX, e de outros padres influentes.

Em vez de ser demitido, Urrutigoity foi enviado ao Priorado de Córdoba (Argentina) onde recebeu as recomendações necessárias que possibilitaram sua transferência para o seminário da FSSPX em Winona. Ao mesmo tempo, o padre Morello foi transferido para Santiago, no Chile, o que o deixou temporariamente fora de ação.[lxi]

No entanto, em julho de 1989, quando o padre Morello soube da próxima ordenação de Urrutigoity em Winona, ele enviou um dossiê confidencial sobre o candidato ao Reitor Richard Williamson no Seminário São Tomás de Aquino. Temendo que esse esforço não fosse suficiente para impedir a ordenação, o padre Morello foi ao seminário com um companheiro. Ao chegarem, foram confrontados por Williamson, que se deparou com a negação ou "manifestação de consciência" de Urrutigoity, que proclamou sua inocência das acusações feitas contra ele. Williamson justificou a "humildade" de Urrutigoity e acusou Morello e seu companheiro de mentir.

Poucos dias depois, em 16 de julho de 1989, Morello, que havia estado envolvido em um debate interno na FSSPX sobre um assunto não relacionado ao caso Urrutigoity, foi expulso da Fraternidade.[lxii]

Williamson declarou mais tarde que não acreditavam em Morello porque ele era considerado ligado a um grupo sedevacantista oposto a Dom de Galarreta. Apesar de tudo, seu superior, o Arcebispo Marcel Lefebvre, que havia revisado o dossiê de Morello, ordenou a Williamson que vigiava Urrutigoity "como um falcão", uma tarefa virtualmente impossível dado o comportamento furtivo de um predador homossexual como Urrutigoity.[lxiii]

O padre Urrutigoity havia instrumentalizado um grupo tradicionalista contra o outro para seus próprios fins.

Não apenas foi ordenado, mas também foi encarregado de ensinar no Seminário São Tomás de Aquino, onde ganhou o apelido de "Guru-tigoity".[lxiv]

Não é surpreendente que em sua carta de advertência a Dom Timlin em fevereiro de 1999, Dom Fellay descrevesse Urrutigoity como "perigoso" e observasse:

A razão pela qual ele entrou em conflito com os Superiores da Fraternidade São Pio X é principalmente porque sentíamos que ele tinha uma influência estranha e anormal sobre os seminaristas e os padres, que pareciam se apegar à sua personalidade brilhante e carismática. Quando ele me pediu para reconhecer a sociedade que ele tinha a intenção de fundar, entre as razões do meu recuso, mencionei explicitamente o apego estranho, como a um guru, entre os discípulos e seu líder.[lxv]

Urrutigoity Enfrenta a Segunda Acusação

Foi somente dois anos depois que Urrutigoity foi expulso do Seminário São Tomás de Aquino de Winona por "atividades subversivas", ou seja, o planejamento secreto da Sociedade de São João, e que se instalou na Diocese de Scranton com alojamentos temporários estabelecidos na Academia de São Gregório, que um seminarista de Winona se apresentou para acusar o padre de abuso sexual.

O alvo das tentativas de sedução e das atenções sexuais forçadas por Urrutigoity era um jovem chamado Matthew Selinger, que anteriormente idolatrava o sacerdote. Os dois homens haviam formado uma amizade especial no seminário e Urrutigoity foi o diretor espiritual de Selinger durante dois anos antes de sua mudança.

Selinger tinha algumas histórias estranhas sobre o padre Urrutigoity.

Ele disse que um dia, quando estava constipado, foi procurar Urrutigoity para pedir Metamucil. Em vez disso, o padre lhe ofereceu um supositório retal. Nunca tendo usado um antes, o seminarista acreditou que era um medicamento oral e o engoliu. O padre o informou sobre o uso correto e insistiu para que o jovem o tomasse na presença dele como um ato de "humildade". Selinger resistiu a contragosto e se dirigiu ao banheiro para tomar o supositório, enquanto se recriminava por não ser espiritualmente maduro o suficiente para seguir as ordens de Urrutigoity e crucificar seu "respeito humano".[lxvi]

Em outra ocasião, Urrutigoity convidou Selinger e seu amigo para nadar nus com ele.

Certa noite, o jovem seminarista acordou de seu sono para encontrar o padre ajoelhado ao seu lado, massageando suas partes genitais com tanta força que provocou uma ereção. Selinger disse que seu primeiro impulso foi dar um soco no padre, mas como Urrutigoity era um Alter Christus, um outro Cristo, ele se virou e fingiu voltar a dormir enquanto Urrutigoity desaparecia silenciosamente na escuridão.[lxvii]

O novo uso de supositórios no repertório de preparação de Urrutigoity lembra as técnicas de preparação empregadas no início do século 20 pelo teosofista/pederasta Charles Webster Leadbeater.

Leadbeater incentivava enemas, manipulação genital e onanismo como meio de promover a vitalidade física, psíquica e espiritual (oculta) entre seus jovens discípulos. "Essa espiritualização da pedofilia o absolve da culpa que o faz odiar a sociedade... Não é mais uma fraqueza humana comum, pois ele sentiu o fogo purificador da divindade", relatou Grégoire Tillet, o biógrafo de Leadbeater.[lxviii]

No momento em que Selinger informou seus superiores em Winona que Urrutigoity havia abusado dele sexualmente, o fundador da SSJ estava tranquilamente escondido como capelão da Academia São Gregório, selecionando sua próxima vítima em um grande grupo de jovens homens que, como Selinger antes de ser abusado, literalmente seguiam os passos de Urrutigoity.[lxix]

Em junho de 1999, uma reunião foi realizada em Winona entre Matthew Selinger e o Reitor Williamson da FSSPX, e a equipe pastoral que o Escritório de Revisão Diocesano havia designado para investigar as acusações contra Urrutigoity. A equipe pastoral era composta pelo bispo auxiliar John Dougherty, um sacerdote diocesano e um conselheiro jurídico da Diocese de Scranton.

No entanto, mesmo após ler o relatório do Escritório sobre o testemunho de Selinger, e sabendo que esta era a segunda acusação credível de sedução e abuso contra Urrutigoity, Dom Timlin decidiu que as evidências contra o fundador da SSJ não eram "conclusivas". Ele cessou sua ação neste caso. Um "sepultamento" clássico foi realizado pelo Ordinário da Diocese de Scranton com a cooperação do silencioso parceiro de Timlin, o abade Devillers, Superior da FSSP.

Se não fosse pela coragem e determinação do Dr. Jeffrey M. Bond, Presidente do Colégio São Justino Mártir, e pelo apoio moral e jurídico que o Dr. Bond recebeu do advogado do Estado de Washington, James M. Bendell, o sepultamento poderia ter sido bem-sucedido.

James e Bond à Resgate

No dia 19 de agosto de 2001, o Dr. Bond recebeu a visita de Alan Hicks, Diretor da Academia São Gregório.

Hicks informou a Bond que Urrutigoity costumava dormir com meninos e, de fato, havia dormido com meninos de São Gregório enquanto a SSJ residia na escola entre 1997 e 1999.

Para apoiar sua acusação, Hicks citou o caso do Sr. Fred Fraser.

Como mencionado anteriormente, o Sr. Fraser era um graduado de São Gregório. Durante o ano letivo de 1998-99, quando os padres da SSJ eram capelães da escola, Fraser foi nomeado supervisor de dormitório, apesar de ter apenas um ou dois anos a mais do que os meninos que ele deveria supervisar. Parece que a SSJ tinha liberdade total na Academia.[lxxi]

Fraser admitiu diante de Hicks e, mais tarde, diante de Bond, que havia dormido na cama de Urrutigoity em seus alojamentos privados. Como um verdadeiro discípulo de seu mestre, Fraser justificou o ato como parte do método do padre para "direção espiritual".[lxxii]

A declaração de Fraser contradiz o testemunho sob juramento dado por Urrutigoity em sua deposição de 2003 no caso John Doe, onde o padre respondeu "Não" à pergunta se ele já havia dormido na mesma cama ou no mesmo saco de dormir que alunos de São Gregório ou com outros homens na escola ou durante viagens. Mais tarde em seu testemunho, Urrutigoity admitiu que havia dormido com o Sr. Fraser enquanto ele era aluno da Academia, mas apenas com ele.[lxxiii]

Em uma deposição coletada pelo advogado Bendell no dia 10 de novembro de 2003 de Stephen Fitzpatrick, aluno de São Gregório de 1996 a 2000 e testemunha hostil ao reclamante, Fitzpatrick testemunhou que havia dormido com Urrutigoity. Outro ex-aluno de São Gregório e apoiador da SSJ, Patrick McLaughlin, que esteve na Academia de 1995 a 2000, declarou que havia visto um menino dormindo na cama do padre depois do toque de recolher, entre meia-noite e três horas da manhã.[lxxiv]

Inicialmente, Bond concordava em deixar Dom Timlin à frente do caso, inclusive na normalização dos padres da SSJ. Só depois de conversas com Dom Timlin e o Auxiliar Dougherty, que ficou claro que o bispo não tinha intenção de tomar qualquer ação, é que Bond disse a Hicks e ao Subdiretor Howard Clark que deveriam contactar os pais de todos os meninos que haviam estado expostos ao sacerdote em São Gregório.

Ao mesmo tempo, Bond conduziu sua própria investigação sobre as acusações. Quase todas as informações fornecidas neste capítulo sobre a SSJ são baseadas nas descobertas inicialmente relatadas pelo Dr. Bond e por James Bendell, que é o principal advogado de John Doe e de seus pais.

No dia 8 de dezembro de 2001, Dom Timlin foi informado de que um jovem havia declarado ter sido abusado sexualmente enquanto era aluno na Academia São Gregório pelo padre Eric Ensey. Três dias depois, Hicks e Clark receberam as notícias ruins.

Essas revelações públicas mal recebidas obrigaram, finalmente, a administração a alertar os pais de todos os meninos de São Gregório de que os alunos não deveriam ter nenhum contato com a Sociedade de São João e que era proibido que se dirigissem à propriedade da SSJ. Segundo Bond, ninguém se preocupava com o jovem que havia sido violentado, embora estivessem preocupados em manter seus empregos.

Em outubro de 2001, o Conselho de Administração do Colégio São Justino Mártir, uma associação civil de direito privado, tomou medidas legais para se separar totalmente da Sociedade de São João. Apesar da oposição de Dom Timlin, o Conselho demitiu o Diácono Joseph Levine, representante da SSJ no Conselho, e publicou as notícias da sua separação da SSJ em seu site.

Da mesma forma, no final de 1999, os membros leigos-chave do Escritório Consultivo da SSJ haviam renunciado devido a acusações de má gestão fiscal grave.[lxxv]

Dom Timlin foi avisado de que a propriedade da SSJ deveria ser vendida e todos os seus projetos especiais cancelados para pagar a enorme dívida contraída pela SSJ.[lxxvi] Tipicamente, o bispo continuou a permitir que a SSJ arrecadasse dinheiro com falsas promessas.

Ao mesmo tempo, Bond começou sua guerra contra os perversos da SSJ.

Em 19 de novembro de 2001, Bond informou ao Núncio Apostólico nos Estados Unidos e ao Cardeal Darío Castrillón Hoyos, Prefeito do Clero em Roma, sobre as atividades imorais dos padres da Sociedade de São João.

Quando Bond tornou públicas suas acusações de má conduta financeira e de conduta sexual da Sociedade, o padre Urrutigoity ameaçou processá-lo por difamação.

Bond havia se apegado a uma verdade que aparentemente havia escapado de Dom Timlin e da FSSP – que John Doe não era a única vítima dos padres da SSJ. A base moral, espiritual, intelectual e disciplinar de um seminário ou de uma instituição religiosa de educação é corrompida quando o vício da homossexualidade se estabelece firmemente na instituição.

Antecedentes do Padre Eric Ensey

O padre Ensey ocupava a posição de Chanceler da Sociedade de São João e era um dos primeiros discípulos do padre Urrutigoity no seminário da FSSPX em Winona.

Nascido em 13 de agosto de 1966 em Upland, Califórnia, um subúrbio ao nordeste de Los Angeles, Ensey se converteu ao Catolicismo no ensino médio. Em setembro de 1987, ele ingressou no Seminário São Tomás de Aquino em Winona e foi ordenado sacerdote da FSSPX em 1995. Quando o padre Urrutigoity foi expulso de São Tomás, Ensey o seguiu para a Diocese de Scranton.

Durante o ano letivo de 1998-1999 na Academia São Gregório, o padre Ensey desenvolveu uma amizade especial com John Doe, um aluno ao qual ele havia sido "diretor espiritual". O padre começou a preparar o menor para um relacionamento homossexual, fornecendo-lhe álcool e tabaco. O jovem geralmente estava bêbado quando Ensey e ele realizavam atos homossexuais na escola.

Durante as férias de Ação de Graças, Ensey acompanhou o jovem até a Califórnia, onde o aluno planejava ir para a faculdade no ano seguinte. Ensey também levou o jovem a visitar a casa de seus pais em Santa Paula. Durante a visita, John Doe declarou que estava sendo sodomizado por Ensey.

Depois que Ensey e Doe retornaram a São Gregório, Ensey sugeriu ao garoto que buscasse a "direção espiritual" do padre Urrutigoity, mas garantiu que eles permaneceriam "muito amigos".[lxxvii]

No outono de 2000, John Doe juntou-se à Sociedade de São João como postulante. Para evitar as constantes investidas sexuais de Ensey, o jovem procurou outros locais para dormir. O padre Urrutigoity disse a ele que todos os quartos de hóspedes estavam cheios, mas que ele poderia dormir em seu quarto. Doe aceitou. Algumas noites depois, Urrutigoity começou a abusar do jovem. A ponto de John Doe se mudar dos aposentos de Urrutigoity e tomar residência na Casa São José, uma casa particular na borda da propriedade da SSJ que os padres haviam se arranjado para ocupar gratuitamente. Quando a proprietária teve confirmação das acusações contra a SSJ, ela os expulsou.[lxxviii]

Outras Maçãs Podres na SSJ

No início de 2002, Dom Timlin sabia que os padres Urrutigoity e Ensey eram acusados de abusos sexuais. O escritório do Promotor Público do Condado de Lackawanna havia iniciado uma investigação criminal sobre os crimes sexuais cometidos pelos dois padres da SSJ, mas foi obrigado a abandonar o caso devido à prescrição. O tempo havia se esgotado para o reclamante em maio de 2001. Ele teria que recorrer a uma ação civil.

Dom Timlin suspendeu imediatamente os padres Urrutigoity e Ensey e os enviou de volta a Scranton. Timlin deveria considerar o pedido de Urrutigoity para ser transferido para outra ordem religiosa quando soube que a SSJ tinha outros padres "problemáticos".

O padre Marshall Roberts era outro padre da SSJ que residiu com Urrutigoity e Ensey na Academia São Gregório de 1997 a 1999.

Segundo o Vice-Reitor do Instituto do Cristo Rei em Gricigliano, Itália, Roberts foi expulso do seminário em 1993 quando desenvolveu um apego sexual anormal a um colega seminarista do qual ele estava obcecado. 24 horas após o Vice-Reitor ser informado sobre os planos de Roberts envolvendo seu colega, que não apreciava a atenção, ele foi à procura de novos locais para morar. Roberts foi posteriormente ordenado pela FSSPX e se tornou o membro fundador da SSJ.

Uma vez em São Gregório, Roberts se ligou a um jovem que estava na turma de graduação de 1999, que mais tarde se tornaria postulante da Sociedade. Em um arranjo muito contrário às regras, Roberts e o postulante compartilharam o mesmo quarto e a mesma cama em uma acomodação na propriedade da SSJ.[lxxix]

O padre Christopher Clay era outro discípulo de Urrutigoity, embora nunca tenha sido membro da Sociedade. Ele era um terceiro possível agressor sexual de John Doe, embora seu nome não estivesse no processo civil porque, segundo James Bendell, o co-advogado de John Doe, o caso de abuso sexual evidente era muito mais forte com Urrutigoity e Ensey.

Quando Dom Timlin foi avisado de que Clay também era acusado de ter abusado de John Doe, o bispo o destituiu de seu cargo de professor na High School Bishop Affey em Hazle Township, mas sem restrições aparentes aos seus deslocamentos. Mais tarde, Dom Timlin propôs a realocação do padre Clay para a Igreja de São Tomás More em Lake Ariel, Condado de Wayne, mas o padre havia tirado licença e retornado à sua cidade natal, Dallas, Texas, onde buscava se recuperar do estresse após sua visita ao escritório do Procurador do Condado da Pensilvânia.[lxxx]

Quando o padre Clay voltou para a região de Dallas, ele se reuniu com um velho amigo, o padre Allan Hawkins da Igreja da Virgem Maria em Arlington. Em 2003, o abade Hawkins ligou para Dom Timlin para perguntar se ele se opunha a Clay ajudá-lo com a Missa e o apostolado paroquial. Timlin disse que não tinha objeções. Segundo Hawkins, lhe haviam falado sobre as acusações de pedofilia contra o padre Clay ou que o caso de Clay estava ainda sob investigação interna pela Diocese de Scranton.

Em abril de 2002, Dom Joseph Martino, o novo Ordinário de Scranton, escreveu a Clay para perguntar quais eram seus planos para seu ministério futuro.[lxxxi]

De acordo com o Chanceler Reverendo Robert Wilson da Diocese de Dallas, os oficiais diocesanos nada sabiam sobre o padre Clay, além do fato de que ele estava auxiliando o padre Hawkins na paróquia de Arlington.

O padre James Early, Chanceler da Diocese de Scranton, afirmou que Clay havia notificado a diocese de que ele estava trabalhando no Texas como inspetor de seguros de saúde. Se o que ele disse é verdade, isso significa que aparentemente Timlin manteve seu próprio Chanceler ignorante sobre as atividades pastorais de Clay em St Mary.

Por sua vez, Timlin justificava suas ações com o fato de que nenhuma acusação criminal derivava das queixas de John Doe (devido à prescrição) e que ele (Clay) não estava nomeado na ação civil movida por John Doe.

Um paroquiano de St Mary, entrevistado por um repórter do Dallas Morning News após a publicação da história de Scranton, exclamou "que ele era excelente com os jovens... eles sentem que podem falar com ele".[lxxxii] Hmmmm, vejamos, um pedófilo que é gentil com os jovens e os torna aptos a se comunicar e confiar nele! Realmente surpreendente!

O mesmo jornal de Dallas também relatou que a Congregação para a Doutrina da Fé provavelmente havia autorizado um processo eclesiástico contra Urrutigoity, Ensey e Clay.[lxxxiii] O repórter disse que o padre Urrutigoity havia sido recentemente visto na região de Dallas. A questão de $64.000 é se os dois padres acusados da SSJ deixariam o país para a América do Sul antes do início do julgamento?

Novas Vítimas dos Padres da SSJ se Tornam Conhecidas

Assim, em agosto de 2004, a audiência para o caso John Doe, prevista para setembro de 2004, foi adiada.[lxxxiv] A Diocese de Scranton, assim como Dom Timlin, a FSSP e a Academia São Gregório, apresentaram moções separadas para julgamento sumário, buscando na verdade serem excluídos como acusados na ação.[lxxxv]

O Sr. John Zoscak é a última testemunha chave do julgamento. Ele apresentou sua acusação em julho de 2004. Ele é o quarto acusador de Urrutigoity, o primeiro sendo o seminarista argentino, o segundo Mr. Selinger e o terceiro John Doe.

O Sr. Zoscak se formou na Academia São Gregório em 1999 e entrou como noviço na SSJ no mês seguinte.[lxxxvi]

Em seu testemunho sob juramento de 9 de julho de 2009, Zoscak declarou que, durante o inverno ou a primavera de seu segundo ano na SSJ, o padre Urrutigoity insistiu para que o jovem dormisse com ele na mesma cama. O padre tentou dissipar os medos do noviço dizendo que ele tinha uma atitude puritana e que isso era devido às suas más relações com seu pai. Nos primeiros meses, nada aconteceu, disse Zoscak. Mas uma noite, o padre tocou em suas partes íntimas. O garoto resistiu às investidas do padre, e Urrutigoity retirou suas mãos.

Zoscak afirmou que falou sobre o incidente apenas com um membro da SSJ.

Urrutigoity depois disse a Zoscak para não falar a ninguém sobre o que havia acontecido e que foi um acidente. No verão de 2004, quando Zoscak foi ao escritório do Procurador do Condado para denunciar o abuso, lhe disseram que as ações criminais estavam prescritas devido ao tempo.[lxxxvii]

É significativo que, em 29 de agosto de 2004, durante uma entrevista ao Times Tribune de Scranton, o advogado John Leeson de Bethlehem, que representa a Academia São Gregório e a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro, declarou que, além da reclamação de John Doe, não havia alegações específicas de atividades incorretas envolvendo a escola de qualquer forma. "Nada aconteceu na escola e nós nos perguntamos se houve algo", disse ele. "Este é o único aluno da escola, até onde sabemos, que fez essa alegação".[lxxxviii]

A FSSP e São Gregório ainda estão na negação

O advogado James Bendell venceu uma batalha por seu cliente, o Sr. John Doe, quando o Juiz John E. Jones decidiu que as avaliações psicológicas dos padres Urrutigoity e Ensey, realizadas pelo Southdown Institute no Canadá, onde os dois padres foram examinados, deveriam ser entregues a Bendell, embora de acordo com regras estritas de confidencialidade.

Os padres recorreram da decisão.

Embora Dom Timlin tenha solicitado as avaliações como parte do procedimento padrão para padres acusados de abusos sexuais contra menores, ele declarou mais tarde que nunca havia visto os relatórios e que, por consequência, os documentos estavam protegidos pelo segredo médico. O advogado dos padres afirmou que eles nunca assinaram os formulários de liberação.[lxxxix]

Em outubro de 2002, o advogado Bendell compilou a declaração de mais de 150 páginas de Dom Timlin sobre o caso John Doe pouco antes de sua aposentadoria. Dom Timlin tentava justificar o injustificável.

Dom Timlin ainda tentava garantir créditos para que a Sociedade de São João pudesse pagar suas enormes dívidas – afinal, alguém devia arcar com os $134.000 gastos em móveis de luxo que a Sociedade havia adquirido, incluindo um bar de $6.828, uma mesa de coquetel a $2.885, um centro de entretenimento a $7.845, um escritório a $12.995, uma cama a $15.000 e uma mesa de jantar a $26.480. Até o momento, a SSJ havia dilapidado pelo menos $5.000.000 oferecidos por doadores católicos para a construção da Cidade de Deus e do Colégio de São Justino Mártir. Os católicos de Scranton querem arcar com os custos da SSJ sem uma contabilidade completa de Dom Timlin? [xc]

Tristemente, enquanto Dom Timlin claramente enfrenta dificuldades para remover os elementos criminosos da Sociedade de São João, ele encontrou vontade e meio de fechar o Colégio de São Justino Mártir, apesar de seus líderes serem inocentes de qualquer culpa.[xci] Em um momento, Timlin ofereceu ao colégio o status canônico na Diocese de Scranton se Bond parasse sua campanha contra a Sociedade de São João (uma proposta feita a outras testemunhas, mas não diretamente a Bond). Timlin desde então negou ter feito essa oferta.

Em sua "Sexta Carta Aberta" a Dom Timlin, publicada em 27 de julho de 2002, o Dr. Jeffrey Bond levantou a questão ardente que toca o coração do escândalo da SSJ. Dom Timlin é ele mesmo um homossexual cujo vício secreto o deixaria vulnerável ao chantagem por parte da Sociedade de São João? Esta é uma questão muito relevante, dado o papel da extorsão e do chantagem na carreira eclesiástica de outros bispos e cardeais americanos. Talvez tenhamos uma resposta definitiva a esta pergunta quando o Caso John Doe for a julgamento.

Dom Martino Supprime a SSJ

Dom James Timlin se aposentou da Diocese de Scranton em 25 de julho de 2003.

Ele foi substituído por Joseph Francis Martino, ex-bispo auxiliar da Filadélfia, consagrado pelo Cardeal Anthony Bevilacqua.

Em 19 de novembro de 2004, Dom Martino publicou um decreto canônico de supressão da Sociedade de São João. A decisão de suprimir a Sociedade foi principalmente motivada por razões financeiras e pela incapacidade da SSJ de alcançar seus objetivos durante os seis anos de sua existência.[xcii] O decreto foi publicado no jornal diocesano, The Catholic Light, em 25 de novembro de 2004.

Dom Martino desde então enviou o dossiê ao Santo Sé, que decidirá definitivamente sobre a SSJ.

Os membros da Sociedade estão atualmente em Roma tentando anular o decreto. O padre Urrutigoity foi visto em Roma de batina, embora esteja suspenso.[xciii]

Além disso, a Sociedade lançou, no Natal de 2004, um apelo de financiamento depois que o decreto de supressão foi publicado. A carta de apelo declara que a Sociedade de São João "está viva e vai bem".[xciv]

A impostura da Sociedade de São João continua.

Da mesma forma, a FSSP deveria considerar fechar a Academia de São Gregório.

Para retomar o aviso de São Antônio Maria Claret, "a única solução moralmente certa" para a corrupção moral de uma instituição religiosa é fechá-la e demitir alunos e pessoal. Se a instituição deve ser reconstituída, exigirá "um corpo docente, alunos e sacerdotes completamente novos; isso porque sempre há relações que nunca serão descobertas, e se elas estiverem presentes na nova fundação, a conspiração se renovará", disse São Claret.

E, para finalizar, Alan Hicks, o ex-Diretor da Academia São Gregório, foi contratado como diretor da Academia Gateway, uma escola dos Legionários de Cristo em Chesterfield, Missouri, uma suburbana de St. Louis. Sua nomeação à frente de outra escola católica privada após sua atuação escandalosa em São Gregório e sua proteção a pedófilos criminosos da Sociedade de São João oferece uma introdução perfeita ao escândalo não resolvido envolvendo o abade Marcial Maciel, o fundador dos Legionários.


[1] Cf. no final do artigo a lista de referências eletrônicas dos estudos factuais e documentados de Virgo Maria sobre o ex(?)-anglicano da FSSPX, Mons. Richard Williamson, e sobre seu poder de nuisance estratégico dentro da Fraternidade

[2] Ver em Apêndice 6 da presente mensagem os trechos traduzidos sobre a Sociedade São João, extraídos do Capítulo 16 do livro de Sra. Randy Engel « O Rito da Sodomia, Homossexualidade e Igreja Católica Romana » (1282 páginas, julho de 2006); ver também o Apêndice 5

[3] Prova das consequências previsíveis às quais expõe agora essa proteção insuportável dos meios homossexuais dentro da Igreja conciliar, blogs pouco respeitosos e hostis ao catolicismo não hesitam mais em escrever:

« Prova de que Bento XVI é gay. Este texto foi recentemente enviado como prova de que Bento XVI é gay. Já havíamos assinalado a homossexualidade de seu secretário privado, Georg, revelada pelos gays de Roma, na Itália. Bento XVI tem uma voz e uma démarche muito efeminadas. John Allen, membro do Opus Dei, jornalista do NCR (National Catholic Reporter) e portador de um longo nariz mentiroso de Pinóquio, diz dele que é « gentil », mas Bento XVI é na verdade um travesti sofisticado e maquilado em excesso, um velho homo vivendo em concubinato com seu amigo gay Georg. O jesuíta que serve de secretário público a Bento XVI só recebe de Mons. Georg sua ração de cachorro da manhã, e ele ladra para o mundo tudo o que lhe dita Bento XVI. Pobre elefante de jesuíta mantido na coleira pelo Octopus Dei… » - 30 de agosto de 2008, http://pope-ratz.blogspot.com/2008/08/proof-of-benedict-xvi-is-gay.html

http://www.virgo-maria.org/articles/2009/VM-2009-01-20-A-00-Homosexualite_de_Paul_VI.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-20-A-00-Vatican-Homosexuel.pdf

[4] http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-06-17-A-00-Manteau_de_Noe.pdf 

[5] http://www.catholictradition.org/gomorrah1.htm

http://www.catholictradition.org/gomorrah2.htm

http://www.ourladyswarriors.org/articles/damian1.htm

http://www.ourladyswarriors.org/articles/damian2.htm

[6] Cf. no final do artigo a lista de referências eletrônicas dos estudos factuais e documentados de Virgo Maria sobre o ex(?)-anglicano da FSSPX, Mons. Richard Williamson, e sobre seu poder de nuisance estratégico dentro da Fraternidade.

[7] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

[8] Nota do Tradutor: Inexistente com essas referências (Crampon).

[9] http://www.geocities.com/Athens/Crete/9445/proces.html

[10] Mot hébreux qui signifie « saint ».

[11] http://sergecaillet.blogspot.com/2007/05/entretien-sur-lordre-du-temple.html

[12] Há, aliás, matéria para meditações úteis e pesquisas históricas esclarecedoras para a situação de hoje.

O Presidente americano Bill Clinton não se vangloriou publicamente várias vezes de ter sido iniciado muito jovem na Loja templária americana "Jacques de Molay" (do REAA), da qual é atualmente 33º grau "Souverain Grand Inspecteur Général", Loja à qual afirma dever "suas concepções fundamentais"?

[13] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-03-20-2-00-Ratzinger_abandonne_le_titre_de_patriarche_d_Occident.pdf

[14] Ex-agent du très britannique MI6-Intelligence Service

[15] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-03-22-1-00-La_seduction_creation_d_un_patriarcat_tridentin.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-04-10-1-00-Dom_Beauduin_Eglise_anglicane_unie_non_absorbee.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-04-13-3-00-La_FSSPX_unie_non_absorbee.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation-Rampolla-P-1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation_Rampolla_P_Annexe.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation-Rampolla-P-2.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation_Rampolla_P_3.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation_Rampolla_Complet.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-05-31-1-00-Le_mouvement_oecumenique_1949.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-10-09-C-00-Rampolla_article_de_SLB.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-11-11-B-00-Le_scandale_d_Einsiedeln.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-11-12-A-00-CSI_AngliCampos_v1-1.pdf

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http://www.virgo-maria.org/Archives-CSI/2005/CSI-2005-07-05-AngliCampos-Radical%20Orthodoxy-bibliography-2004-06-1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-11-20-A-00-FSSPX_et_Anglicans.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-04-11-C-00-Rahner_Patriarcats_1.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-08-15-A-00-Principes_Union_Anglicane.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-07-21-A-00-Anglicans_unis_non_absorbes_n01.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-04-B-00-Anglicans_unis_non_absorbes_n02.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-06-A-00-Anglicans_Femmes-eveques_n03.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-08-B-00-Anglicans-Rome_Accord-secret.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-09-B-00-Rome-prend-les-trads-Anglicans_n05.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-09-C-00-Noachisme_a_Lambeth.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-10-Anglicans-unis_Levada_au-TAC-n06.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-08-12-A-00-Anglicans-unis_Williams_desavoue_n07.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-11-A-00-Ratzinger_et-piege_Anglican.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-10-07-A-00-Williams_Homos_Mariage.pdf

http://www.virgo-maria.org/Documents/rowan-gay.pdf

[16] http://www.virgo-maria.org/Archives-CSI/2005/node-2005.htm

http://www.virgo-maria.org/Archives-CSI/2005/CSI-2005-11-26-A00-Ratzinger_rehabilite_les_Templiers.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-21-A-00-Ratzinger_rehabilite_les_Templiers.pdf

[17]http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-02-C-00-Societes_secretes_europeennes.pdf  

[18] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-11-11-B-00-Le_scandale_d_Einsiedeln.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-10-09-C-00-Rampolla_article_de_SLB.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/F-Rampolla/VM-2006-04-29-1-00-Operation_Rampolla_Complet.pdf

[19] http://www.esoblogs.net/Bref-historique-de-l-Ordo-Templi.html

[20] http://www.virgo-maria.org/articles/2009/VM-2009-01-20-A-00-Homosexualite_de_Paul_VI.pdf

[21] http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

[22] Le lecteur trouvera en Annexe 6 au présent message la traduction en Français de ces pages.

[23] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-10-D-00-Schmidberger-Urrutigoity.pdf

[24] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-B-00-Mgr_Williamson_Actions_US.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-01-A-00-Williamson-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-07-C-00-Williamson_Urrutigoity-n2_EN.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-05-03-A-00-Williamson_Urrutigoity-n1-ENG.pdf

[25] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

[26] Trata-se da Fraternidade Sacerdotal São Pedro, NdT

[27] Selinger deixou posteriormente o seminário, casou-se e estabeleceu-se na Califórnia para fundar uma família. Quando se soube que ele provavelmente seria chamado a testemunhar contra o padre Urrutigoity no Caso John Doe, o padre Eric Ensey, que havia ajudado a fundar a SSJ e que havia substituído Urrutigoity como conselheiro espiritual em St. Thomas, em Winona, visitou Selinger e tentou convencê-lo a deixar o país para evitar ser chamado a testemunhar contra Urrutigoity. Ele disse ao ex-seminarista que Urrutigoity tinha "uma prescrição médica" para o pênis. Ele disse que se o padre fundador fosse condenado, ele o arrastaria (a ele, Ensey) e a ordem inteira com ele. Como esses argumentos não foram suficientes para convencer Selinger, Ensey disse que o advogado de Urrutigoity tinha ligações com a Máfia - uma alusão que implicava que Selinger e sua família poderiam ser ameaçados se ele testemunhasse contra o padre. Selinger respondeu que não tinha a intenção de deixar sua esposa e filhos para escapar de uma convocação e mostrou a porta para Ensey.

[28] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

[29] http://www.virgo-maria.org/articles/2009/VM-2009-01-20-A-00-Homosexualite_de_Paul_VI.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-20-A-00-Vatican-Homosexuel.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-04-06-A-00-Hoyos_ment.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-10-16-A-00-Hoyos_liberte_religieuse_Colombie.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-12-09-A-00-Hoyos_Versailles.pdf

[30] http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09-07-C-00-Williamson_Urrutigoity-n2_EN.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-05-03-A-00-Williamson_Urrutigoity-n1-ENG.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-13-A-00-Bond_Williamson.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-10-D-00-Schmidberger-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-11-01-A-00-Williamson-Urrutigoity.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-09-17-B-00-Mgr_Williamson_Actions_US.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-03-18-A-00-Williamson-Loup.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-03-24-B-00-Mgr_Williamson_tente_de_desarmorcer_VM_2.pdf

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-09_20-A-00-VM_Pages_FSSPX.pdf

[31] http://www.virgo-maria.org/Documents/la-salette/secretsalette.htm

http://www.virgo-maria.org/Documents/la-salette/La%20Salette-Lepidi-C-208.htm

[32] http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

[33] http://fr.wikipedia.org/wiki/Antoine-Marie_Claret

[34] Cidade do Vaticano, 24 de outubro de 2007 - (E.S.M.) - Como é habitual para concluir suas saudações de quarta-feira, o Papa Bento XVI dirigiu-se aos jovens, aos doentes e aos recém-casados e lhes deu o exemplo de São Antônio Maria Claret.

http://eucharistiemisericor.free.fr/index.php?page=2410074_claret

[35] para não dizer a perversidade de alguns deles...

[36] cf http://www.rore-sanctifica.org

[37] Gregório VII, NdT

[38] 2002 ??!! (NdT)

[39] NdT: Não encontrado com essas referências (Crampon)

[40] (Ndt) Nos países anglo-saxões, essa palavra se aplica ao que nós chamamos Socialismo

[41] NdT: mas não durante seu seminário???

[42] O neologismo inglês utilizado é "wreckovation", que é construído a partir da palavra "wreck", naufrágio, e das três últimas sílabas de "renovação"

[43] http://www.newoxfordreview.org/note.jsp?did=1106-notes-colonization

http://www.virgo-maria.org/articles/2008/VM-2008-12-29-B-00-Benoit_XVI_Homosexualite.pdf

[44] NdT: Fórmula que consiste em manter presos por toda a vida - após o término da pena inicial - indivíduos condenados por agressões sexuais contra menores. Essa fórmula é agora aplicada em vários estados dos Estados Unidos, onde é objeto de controvérsia.

[45] NdT: apelido que faz alusão à admiração que o interessado expressou publicamente pelo filme americano "Brokeback Mountain", que introduz a homossexualidade e sua promoção no universo dos cowboys e do western e que foi mundialmente elogiado por essa razão principal. Socorro, John Wayne!…

[46] Trata-se da Fraternidade Sacerdotal São Pedro, NdT

[47] Aluno de classe superior encarregado de fazer reinar a disciplina, NdT


[i] A Fraternidade Sacerdotal São Pedro ou FSSP foi erigida pela Comissão Pontifícia Ecclesia Dei. Seus fundadores eram originalmente membros da Fraternidade São Pio X ou Fraternitas Sacerdotalis Sancti Pii X (FSSPX). A Fraternidade São Pio X é uma sociedade católica internacional de padres católicos romanos que foi fundada em 1º de novembro de 1970 pelo Arcebispo Marcel Lefebvre e aprovada pelo Vaticano em 18 de fevereiro de 1971. A cisão entre a FSSPX e a FSSP ocorreu após o Arcebispo Lefebvre ter consagrado quatro bispos sem o acordo do Santo Siège. Ao contrário da Sociedade de São João, que é uma "Associação Pública de Fiéis", a FSSP é um Organismo Pontifício diretamente subordinado ao Santo Padre. Os padres da FSSPX, da FSSP e da SSJ celebram exclusivamente a Missa Latina. No momento dos abusos presumidos contra John Doe, o padre Arnaud Devillers era o Superior do Distrito Norte-Americano para a FSSP, com sede em Elmhurst (Moscou), PA, e o padre Joseph Bisig era o Superior Geral em Roma. O atual Superior de Distrito é o padre Paul Carr. A FSSP conta com 105 padres e possui dois seminários internacionais com 140 seminaristas.

[ii] Ibid.

[iii] Ibid. A decisão foi aprovada pelo padre Joseph Bisig, Superior Geral da FSSP em Roma, e pelo Monsenhor Timlin.

[iv] Ver http://www.saintjustinmartyr.org/news/CarlosUrrutigoityinLaReja.htm. O padre Morello foi Reitor do seminário de La Reja de 1981 a 1988. Ele atualmente dirige um grupo chamado "Companhia de Jesus e Maria" localizado nos Andes.

[v] Ibid.

[vi] Ibid.

[vii] Ibid.

[viii] Ibid.

[ix] Terrie Morgan-Sesecker, "Acusador receberá relatórios sobre padres", Times Leader de 24 de Março de 2004.

[x] Ibid.

[xi] Ibid.

[xii] Ver Tillett, The Elder Brother.

[xiii] Selinger deixou posteriormente o seminário, casou-se e estabeleceu-se na Califórnia para fundar uma família. Quando se soube que ele provavelmente seria chamado a testemunhar contra o padre Urrutigoity no Caso John Doe, o padre Eric Ensey, que havia ajudado a fundar a SSJ e que havia substituído Urrutigoity como conselheiro espiritual em St. Thomas, em Winona, visitou Selinger e tentou convencê-lo a deixar o país para evitar ser chamado a testemunhar contra Urrutigoity. Ele disse ao ex-seminarista que Urrutigoity tinha "uma prescrição médica" para o pênis. Ele disse que se o padre fundador fosse condenado, ele o arrastaria (a ele, Ensey) e a ordem inteira com ele. Como esses argumentos não foram suficientes para convencer Selinger, Ensey disse que o advogado de Urrutigoity tinha ligações com a Máfia - uma alusão que implicava que Selinger e sua família poderiam ser ameaçados se ele testemunhasse contra o padre. Selinger respondeu que não tinha a intenção de deixar sua esposa e filhos para escapar de uma convocação e mostrou a porta para Ensey.

[xiv] Quarta Carta Aberta de Jeffrey Bond a Monsenhor Timlin em 19 de Maio de 2002, Diocese de Scranton em http://saintjustinmartyr.org/news/BishopTimlinOpenLetter4.html

[xv] Voir http://www;sainthustinmartyr.org/news/TribunalPhiladelphia.htm

[xvi] Tom Kane, "Bispo de Scranton suprime grupo conservador", River Reporter, 2 de dezembro de 2004 em http://riverreporter.com/issues/04-12--02/head3-stjohn.html

[xvii] Um retrato do padre Carlos Urrutigoity figura no site da PATMOS, uma associação leiga da SSJ fundada em 2004. Ver www.patmos.us.

[xviii] Matt C. Abbott, "Will suppressed Catholic group use donated money to relocate to ‘Hell itself’?" 1 de dezembro de 2004 em http://renewamerica.us/columns/abbot/041201

[xix] Ibid.

[xx] De acordo com a declaração de 28 de março de 2002 sobre o escândalo da SSJ pelo Reverendo Richard A. Munkelt. O texto completo está disponível em http://.saintjustinmartyr.org/news/ReverendMunkeltStatement(1).html.

O padre Munkelt juntou-se à SSJ como diácono em setembro de 1999. Ele foi ordenado padre por Monsenhor James Timlin de Scranton para servir na SSJ. Ele renunciou posteriormente à SSJ e é atualmente padre da Diocese de Scranton. O padre Munkelt foi um dos primeiros a denunciar a natureza fraudulenta do esquema de desenvolvimento de terras da Sociedade. Ele também havia expressado suas preocupações sobre as relações particulares que membros da SSJ mantinham com jovens homens, incluindo diplomados da Academia São Gregório, embora ele tenha feito apenas mais tarde a conexão entre esses comportamentos e a atividade homossexual.

[xxi] Ações foram iniciadas em 21 de março de 2002 no Tribunal de Distrito da Pensilvânia, Nº 3: CV 02-0444 pelos advogados James E. Bendell do Estado de Washington e Douglas A. Clark de Peckville, PA.

[xxii] A Fraternidade Sacerdotal São Pedro ou FSSP foi erigida pela Comissão Pontifícia Ecclesia Dei. Seus fundadores eram originalmente membros da Fraternidade São Pio X ou Fraternitas Sacerdotalis Sancti Pii X (FSSPX). A Fraternidade São Pio X é uma sociedade católica internacional de padres católicos romanos que foi fundada em 1 de novembro de 1970 pelo Arcebispo Marcel Lefebvre e aprovada pelo Vaticano em 18 de fevereiro de 1971. A cisão entre a FSSPX e a FSSP ocorreu após o Arcebispo Lefebvre ter consagrado quatro bispos sem o acordo do Santo Siège. Ao contrário da Sociedade de São João, que é uma "Associação Pública de Fiéis", a FSSP é um Organismo Pontifício diretamente subordinado ao Santo Padre. Os padres da FSSPX, da FSSP e da SSJ celebram exclusivamente a Missa Latina. No momento dos abusos presumidos contra John Doe, o padre Arnaud Devillers era o Superior do Distrito Norte-Americano para a FSSP, com sede em Elmhurst (Moscou), PA, e o padre Joseph Bisig era o Superior Geral em Roma. O atual Superior de Distrito é o padre Paul Carr. A FSSP conta com 105 padres e possui dois seminários internacionais com 140 seminaristas.

[xxiii] Ver o Código de Direito Canônico, 1983, Livro II, O Povo de Deus, Capítulo II: Associações Públicas de Fiéis do Cristo, Can. 312, Can. 320 em http://www.deacons.net/Canon_Law/book_2.htm.

[xxiv] Ibid.

[xxv] Ver www.ssjohn.com/.

[xxvi] O "Documento Fundador" da SSJ está disponível em http:/www.ssjohn.com/library/founding.html

[xxvii] Ibid.

[xxviii] Ibid.

[xxix] Ibid.

[xxx] Ibid.

[xxxi] Ibid.

[xxxii] Ibid.

[xxxiii] Ver a declaração de Munkelt em http://saintjustinmartyr.org/news/ReverendMunkeltsStatement(1).html

[xxxiv] Ver http:/www.stgregorysacademy.org/welcome.htm

[xxxv] Ver http:/www.stgregorysacademy.org/welcome.htm

[xxxvi] Ibid. A decisão foi aprovada pelo padre Joseph Bisig, Superior Geral da FSSP em Roma, e Monsenhor Timlin.

[xxxvii] Testemunho sob juramento de Jude A. Huntz, assinado em 15 de fevereiro de 2002, em http:/www.saintjustinmartyr.org/news/LetterOfAffidavitotHuntz.html

[xxxviii] Nascido na Inglaterra, o padre Paul Carr foi ordenado padre pela FSSP em 1992 e fez parte do corpo docente no seminário de Nossa Senhora de Guadalupe e foi capelão da Academia São Gregório. Em 2000, Carr se tornou o Superior do Distrito Norte-Americano da FSSP.

[xxxix] Testemunho de Huntz.

[xl] Ver as Conclusões dos Reclamantes em Resposta à Moção para um Julgamento Recapitulativo feita pela Fraternidade Sacerdotal São Pedro e a Academia São Gregório, depositada em 16 de julho de 2004 por James Bendell, Co-conselheiro dos reclamantes. Caso Nº: 3CV 02-0444.

[xli] Ver a Carta de Aviso de M. Jeffrey Bond aos Pais de São Gregório em http://www.saintjustinmartyr.org/news/LetterWarningToStGregorysParents.html

[xlii] Ibid.

[xliii] Ver http://www.saintjustinmartyr.org/news/LetterOfAffidavitHornak.html

[xliv] Ibid.

[xlv] Ibid.

[xlvi] Ibid. O padre Daniel Fullerton foi Superior da Sociedade de São João por um curto período, mas ele era apenas uma fachada. O verdadeiro poder na comunidade sempre esteve nas mãos do padre Urrutigoity.

[xlvii] Carta de 27 de janeiro de 2002 do Irmão Alexis Bugnolo para RCF em resposta à sua publicação de 15 de janeiro de 2002 sobre o escândalo da SSJ. O texto completo está em http://www.saintjustinmartyr.org/news/LetterFromBugnolo.html. Ver também http://www.saintjustinmartyr.org/news/BrBugnolosResponse.html.

O Irmão Bugnolo não é um monge, mas fez votos privados para observar a Regra de São Francisco segundo o cânon 1191.

[xlviii] Ibid.

[xlix] Ibid.

[l] Ver http://saintjustinmartyr.org/news/LetterWarningToStGregorysParents.html

[li] Ver as conclusões dos Reclamantes depositadas em 16 de julho de 2004.

[lii] Ver http://www.santjustinmartyr.org/news/LetAffidavitSciambra.html

[liii] Afidávio de um Ex-Novato da SSJ de 3 de março de 2002 em http://saintjustinmartyr.org/news/AffidavitAnonymous.html

[liv] Afidávio de M. Joseph Girod enviado de Valbonne, França em 15 de setembro de 2002 em http://www.saintjustinmartyr.org/news.AffidavitGirod.html

[lv] Ibid.

[lvi] Comunicação do Dr. Jeffrey Bond ao autor, datada de 24 de agosto de 2004.

[lvii] Carta de 10 de novembro de 2002 de M. Conal Tanner para Monsenhor Timlin.

[lviii] Afidávio de Diane Toler de Cherry Hill, NJ, de 6 de maio de 2002 em http://www.saintjustinmartyr.org/news/TolerAffidavit.html

[lix] Ver http://www.saintjustinmartyr.org/news/CarlosUrrutigoityinLaReja.htm. O padre Morello foi Reitor do seminário de La Reja de 1981 a 1988. Ele atualmente dirige um grupo chamado "Companhia de Jesus e Maria" localizado nos Andes.

[lx] Ibid.

[lxi] Ibid.

[lxii] Ibid.

[lxiii] Ibid.

[lxiv] Terrie Morgan-Sesecker, "Acusador receberá relatórios sobre padres", Times Leader de 24 de março de 2004.

[lxv] Ibid.

[lxvi] Depoimento de Matthew Selinger na Procedura Civil Nº 02-0444 em Pittsburgh, PA em 24 de outubro de 2003.

[lxvii] Ibid.

[lxviii] Ver Tillett, The Elder Brother.

[lxix] Selinger deixou posteriormente o seminário, casou-se e estabeleceu-se na Califórnia para fundar uma família. Quando se soube que ele provavelmente seria chamado a testemunhar contra o padre Urrutigoity no Caso John Doe, o padre Eric Ensey, que havia ajudado a fundar a SSJ e que havia substituído Urrutigoity como conselheiro espiritual em St. Thomas, em Winona, visitou Selinger e tentou convencê-lo a deixar o país para evitar ser chamado a testemunhar contra Urrutigoity. Ele disse ao ex-seminarista que Urrutigoity tinha "uma prescrição médica" para o pênis. Ele disse que se o padre fundador fosse condenado, ele o arrastaria (a ele, Ensey) e a ordem inteira com ele. Como esses argumentos não foram suficientes para convencer Selinger, Ensey disse que o advogado de Urrutigoity tinha ligações com a Máfia - uma alusão que implicava que Selinger e sua família poderiam ser ameaçados se ele testemunhasse contra o padre. Selinger respondeu que não tinha a intenção de deixar sua esposa e filhos para escapar de uma convocação e mostrou a porta para Ensey.

[lxx] Quarta Carta Aberta de Jeffrey Bond a Monsenhor Timlin em 19 de Maio de 2002, Diocese de Scranton em http://saintjustinmartyr.org/news/BishopTimlinOpenLetter4.html

[lxxi] Afidávio de Jude A. Huntz.

[lxxii] Ibid.

[lxxiii] Depoimento do padre Carlos R. Urrutigoity em 2 de Maio de 2003 em Scranton, Caso Federal Doe No. 2000 Civil 2961. Ele foi feito sob juramento diante do advogado Jim Bendell.

[lxxiv] Depoimentos de Stephen Fitzpatrick e Patrick McLaughlin coletados pelo advogado James Bendell em 10 de Novembro de 2003. Ver os comentários resumidos pelo Dr. Jeffrey Bond em http://runningoff.blogspot.com/2004_09_05runningoff_archive.html

[lxxv] Jeffrey M. Bond, "Uma Carta Aberta a Monsenhor James Timlin, Diocese de Scranton", 27 de Janeiro de 2002. Além de exigir a redução ao estado laico dos padres Urrutigoity e Ensey, Bond pediu que uma investigação independente fosse realizada em todos os membros da Sociedade, incluindo os padres Daniel Fullerton, Basel Sarweh, Dominic Carey, Dominic O'Connor, Marshall Roberts, Bernardo Terrere e os diáconos Joseph Levine e James Lane.

[lxxvi] Ver Jeffrey M. Bond, "Uma Carta Aberta a Monsenhor James Timlin, Diocese de Scranton", 27 de Janeiro de 2002.

[lxxvii] Ver a audiência de 21 de Março de 2002 no Tribunal do Distrito da Pensilvânia.

[lxxviii] As Casas São José e de Fátima eram duas casas na borda da propriedade da SSJ. Os proprietários haviam permitido que a SSJ as usasse gratuitamente. No entanto, quando foram informados das atividades financeiras e criminosas de Urrutigoity, Ensey e outros padres da SSJ, os proprietários expulsaram a comunidade.

[lxxix] Ver http://www;sainthustinmartyr.org/news/TribunalPhiladelphia.htm

[lxxx] Segundo Mark Pazuhanich, ex-procurador do Condado de Monroe que havia lidado com o caso Clay em Maio de 2002, a investigação sobre as acusações contra Clay continuava. No entanto, o atual procurador, E. David Christine Jr, declarou que o arquivo Clay estava faltando no escritório (mas poderia ser reconstituído se necessário) e que ele não tinha conhecimento do caso. Ele também declarou que Mark Pazuhanich estava sendo investigado por abuso sexual. Ver Bonnie Adams e Mark Guydish, "Ex-bispo: Padre OK'd para dever", Times Leader, 4 de Julho de 2004.

[lxxxi] Ibid.

[lxxxii] Susan Hogan Albach, "Um padre acusado dirige a Missa em Arlington", The Dallas Morning News, 30 de Junho de 2004.

[lxxxiii] Ibid.

[lxxxiv] Ver a audiência de 21 de Março de 2002 no Tribunal do Distrito da Pensilvânia.

[lxxxv] Conclusões de Reclamantes em Oposição à Moção de Julgamento Recapitulativo da Fraternidade Sacerdotal de São Pedro e a Academia São Gregório depositada em 16 de Julho de 2004 por James Bendell, o Co-conselheiro dos Reclamantes. Caso Nº: 3CV 02-0444.

[lxxxvi] Ver a carta online de Novembro de 1999 pelo padre Carlos Urrutigoity, "Dearly Beloved of Our Lady..." sobre os ritos de iniciação de John Zosack em http://www.ssjohn.com/news/update_99_11.html

[lxxxvii] Uma cópia do afidávio original de Zosack está disponível no site PACER em http://www.pacer.psc.uscourts.gov.

[lxxxviii] David Singleton, "Sociedade de Silêncio", e "Depoimento Excerto", Sunday Times Tribune, 29 de Agosto de 2004.

[lxxxix] Mark Guydish, "O que Timlin sabe? É difícil dizer", Times-Leader, 1 de Julho de 2004.

[xc] Ver: http://www.churchcrisis.blogspot.com/ Uma Segunda Carta Aberta ao Bispo Joseph F. Martino.

[xci] Bond, "Uma Carta Aberta a Monsenhor James C. Timlin, Diocese de Scranton", 27 de Janeiro de 2002.

[xcii] Tom Kane, "Bispo de Scranton suprime grupo conservador", River Reporter, 2 de dezembro de 2004 em http://riverreporter.com/issues/04-12--02/head3-stjohn.html

[xciii] Um retrato do padre Carlos Urrutigoity figura no site da PATMOS, uma associação leiga da SSJ fundada em 2004. Ver www.patmos.us.

[xciv] Matt C. Abbott, "Will suppressed Catholic group use donated money to relocate to ‘Hell itself’?" 1 de dezembro de 2004 em http://renewamerica.us/columns/abbot/041201