BENTO XVI E OS TRADICIONALISTAS
Síntese do trabalho perseverante do padre Celier que leva à ruína da obra de Monsenhor Lefebvre
Sexta-feira, 15 de junho de 2007
Artigo original disponível no site Virgo Maria
- INTRODUÇÃO
- 1 - UMA REAÇÃO BEM TARDIA DOS BISPOS DA FSSPX CONTRA O PADRE CELIER
- 2 - OPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS ENTRE, POR UM LADO, O PENSAMENTO DO PADRE CELIER E, POR OUTRO, O DE MONSENHOR LEFEBVRE E OS ENSINAMENTOS DA IGREJA E DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
- INTRODUÇÃO
- 2.1 - NEGAÇÃO PELO PADRE CELIER DO SENTIDO SOBRENATURAL E APOCALÍPTICO DA SITUAÇÃO PRESENTE
- 2.2 - ELIMINAÇÃO PELO PADRE CELIER DA RESPONSABILIDADE HISTÓRICA DOS INIMIGOS DA IGREJA NA REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA
- 2.3 - OCULTAÇÃO PELO PADRE CELIER DO PAPEL DA MAÇONARIA NA REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA
- 2.4 - PROMOÇÃO PELO PADRE CELIER DE UM ESTADO DE ESPÍRITO NATURALISTA E RECOMENDAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO LIBERALISMO PARA SERVIR À LUTA DA TRADIÇÃO
- 2.5 - NEGAÇÃO PELO PADRE CELIER DO CARÁTER PROVIDENCIAL DA OBRA DE MONSENHOR LEFEBVRE
- 2.6 - CULPABILIZAÇÃO PELO PADRE CELIER DA FSSPX DIANTE DA “VERDADEIRA IGREJA ATUAL”
- 2.7 - OCULTAÇÃO PELO PADRE CELIER DO ATENTADO CONTRA OS SANTOS ORDENS E RECOMENDAÇÃO DA « REFORMA DA REFORMA »
- 2.8 - RECURSO A DEUS RESERVADO PELO PADRE CELIER SOMENTE PARA JUSTIFICAR A DESAPARECIMENTO DA FSSPX
- 2.9 - NEGAÇÃO PELO PADRE CELIER DA EXPECTATIVA DA AÇÃO PROVIDENCIAL DE NSJC E DA TSVM PARA REVERTER A REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA
- 2.10 - NEGAÇÃO PELO PADRE CELIER (-BEAUMONT) DA ATUALIDADE DA DOUTRINA POLÍTICA E SOCIAL DO CRISTO-REI COMO SOLUÇÃO PARA A REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA
- 3 - OS PADRES AULAGNIER E RIFAN, PAIS DA POLÍTICA ATUAL DE MONSENHOR FELLAY, A DA “DUAS PRÉ-CONDIÇÕES”
- 3.1 - O PADRE AULAGNIER REIVINDICA, COM O PADRE RIFAN, A PATERNIDADE DAS “DUAS PRÉ-CONDIÇÕES”
- 3.2 - O PADRE AULAGNIER ELOGIA A COMUNICAÇÃO NA FSSPX
- 3.3 - O PADRE AULAGNIER APRESENTA CAMPOS COMO O FRUTO, A REALIZAÇÃO DAS “DUAS PRÉ-CONDIÇÕES” QUE ELE FEZ ADOTAR POR MONSENHOR FELLAY
- 4 - COMO OS PADRES AULAGNIER E CELIER CULPABILIZAM E DESPREZAM OS FIÉIS DA OBRA DE DOM LEFEBVRE
- 4.1 - O DISCURSO CULPABILIZADOR DA DUPLA AULAGNIER-CELIER SOBRE A ‘REGULARIZAÇÃO’ E A ‘PEQUENA IGREJA AUTOCÉFALA’
- 4.2 - OS FIÉIS À FÉ COM CATÓLICOS DESPREZADOS PELOS DOIS EMISSÁRIOS DO PADRE RATZINGER
- 5 - AS “ATITUDES MODERNISTAS” DO PADRE CELIER. SUA BIOGRAFIA OCULTADA EM SEU LIVRO. O LADO OCULTO DO PADRE CELIER
- 5.1 - UM PADRE CELIER QUE ATACA SOB PSEUDÔNIMOS PONTOS ESTRATÉGICOS DA OBRA DE DOM LEFEBVRE E DA LUTA CATÓLICA
- 5.2 - A PREDILEÇÃO DO PADRE CELIER POR FORMAS DIALOGADAS, MÉTODO INVENTADO PELOS SOFISTAS GREGOS, MESTRES EM MANIPULAÇÃO INTELECTUAL
- 5.3 - A CULTURA ‘POP & ROCK’ AINDA VIVA DO PADRE CELIER
- 5.4 - EM 1991, DOM FELLAY DENUNCIA OS PERIGOS DO ROCK
- 5.5 - EM 2003, O PADRE CELIER, EM CONIVÊNCIA COM O PADRE DE TANOÜARN, CONDUZIU UM ATAQUE DISFARÇADO CONTRA A OBRA ANTI-ESOTERISMO CRISTÃO DE JEAN VAQUIÉ
- 5.6 - NA PRIMAVERA DE 2004, AS QUESTÕES PÚBLICAS PARA OS PADRES DE TANOÜARN E CELIER
- 5.7 - EM 2007, A PROPAGAÇÃO DOS FALSOS ARGUMENTOS DO BENEDITINO CONCILIAR SANTOGROSSI A FAVOR DA SUPOSTA VALIDADE DO NOVO RITO DE CONSAGRAÇÃO EPISCOPAL E APESAR DE TODAS AS REFUTAÇÕES
- 6 - O NATURALISMO SUBSTANCIAL DO PENSAMENTO DO PADRE CELIER
- 6.1 - UM NATURALISMO JÁ ESTIGMATIZADO NA PUBLICAÇÃO DE SEU LIVRO ‘LE DIEU MORTEL’ EM 1995
- 6.2 - O PADRE CELIER, SUPOSTO DISCÍPULO DE DOM LEFEBVRE, PROMOVE E FAVORECE OS PRINCÍPIOS LIBERAIS E MODERNISTAS EM 2007
- 6.3 - COMO UM NATURALISTA MODERNISTA, O PADRE CELIER RIDICULARIZA O SENTIDO CATÓLICO SOBRENATURAL E PROVIDENCIALISTA DA HISTÓRIA, OU SEJA, O SENSUS FIDEI
- 6.4 - A PRETENSÃO FALACIOSA DO PADRE CELIER DE SE INSCREVER NA REALIDADE HISTÓRICA QUE O CONTRADIZ
- 6.5 - O PADRE CELIER DESENVOLVE UMA FANTASIA DE TIPO AÇÃO CATÓLICA DEGENERADA QUE SE OPÕE AOS PADRES E A SÃO TOMÁS
- 6.6 - JÁ EM 1884, O PAPA LEÃO XIII TRAÇAVA PARA NOSSA ÉPOCA UMA PERSPECTIVA APOCALÍPTICA, TOTALMENTE ESTRANHA À FANTASIA DO PADRE CELIER
- 6.7 - EM OPOSIÇÃO AO SENTIDO MÍSTICO DO PAPA LEÃO XIII, A IMAGEM PUERIL DO PETROLEIRO E O PROJETO NATURALISTA DOS PADRES CELIER E AULAGNIER
- 6.8 - O ATAQUE SEM PRECEDENTES CONTRA OS SANTOS ORDENS PERPETRADO EM 18 DE JUNHO DE 1968, ANTECIPADO PELO PAPA LEÃO XIII 84 ANOS ANTES
- 6.9 - LA SALETTE, O PAPA LEÃO XIII, FÁTIMA RIDICULARIZADOS PELA EXPRESSÃO ‘FALACIOSO PRETEXTO DE QUE « DEUS PROVERÁ »’ DO PADRE CELIER
- 6.10 - MONSENHOR LEFEBVRE INVOCAVA LA SALETTE E AS PROFECIAS
- 7 - AS BASES NATURALISTAS, O MÉTODO MODERNISTA E A DOUTRINA ANTI-TUTIORISTA DOS « DOIS PRELIMINARES » INSPIRADOS PELOS PADRES AULAGNIER E RIFFAN
- 7.1 NATURALISMO E MODERNISMO SUBJACENTES AOS « DOIS PRELIMINARES » DOS PADRES AULAGNIER E RIFFAN
- 7.2 - A DOUTRINA ANTI-TUTIORISTA DOS « PADRES PROVÁVEIS A PRIORI » ATRIBUÍDA AO MONSENHOR FELLAY PELO SITE DONEC PONAM
- 7.3 - OS FRUTOS PRÁTICOS DO TRABALHO DO PADRE CELIER EM PERPIGNAN: A CONFUSÃO DOS SACERDÓCIOS
- 8 - UM INSPIRADOR NAS SOMBRAS: O PADRE BARTHE. O GRANDE ARQUITETO DESSA SUBVERSÃO DA FSSPX?
- 8.1 - O ECLIPSE DO PADRE BARTHE NO MOMENTO EM QUE O PADRE CELIER LANÇA UMA OFENSIVA MIDIÁTICA DENTRO DA FSSPX
- 8.2 - O PADRE BARTHE PROMOVE O ARTIFÍCIO DO FRONT COMUM RATZINGUÉRIEN-TRIDENTINO EM FUNDO ANGLICANO DA ‘REFORMA DA REFORMA’
- 8.3 - O PADRE BARTHE E O PADRE DE CACQUERAY (CELIER?) FAZEM DO « PRO MULTIS » O PONTO DE PARTIDA DA ‘REFORMA DA REFORMA’
- 8.4 - OS PADRES CELIER E BARTHE PRECONIZAM A "RETRADITIONALIZAÇÃO" DO NOVUS ORDO MISSAE (NOM)
- 9 - MELHOR QUE DEUS E NOSSA SENHORA, OS PADRES CELIER E AULAGNIER « VÃO PROVIDENCIAR » ?
INTRODUÇÃO
O binômio Aulagnier-Celier afirma dirigir Monsenhor Fellay e a FSSPX, e os conduz rapidamente à sua ruína. A colusão das teses do padre Celier e do padre Barthe deve deixar pensar que este último seria o teórico externo dessa queda favorecida dentro da FSSPX pelo padre Celier? O fundamento substancialmente naturalista e odiosamente anti-Providencial do livro do padre Celier é colocado em evidência.
O padre Celier desenvolve uma ilusão sedutora que é a antítese de Nossa Senhora de La Salette. O padre Celier ridiculariza o sentido Providencial e sobrenatural ao designar este como um « fallacioso pretexto de ‘Deus fornecerá’ » (sic), enquanto o último texto de Monsenhor Lefebvre lhe opõe o Apocalipse e o « Veni Domine Jesu ».
Quase 50 páginas de análise do último livro do padre Celier e uma evidência sob a forma de tabelas de citações das oposições fundamentais entre, por um lado, as ideias do padre Celier e, por outro lado, as intenções de Monsenhor Lefebvre e os ensinamentos da Igreja ou de Nossa Senhora de La Salette.
‘Regulariza’-se uma obra Providencial? A fortiori com « a Roma dos anticristos » (Monsenhor Lefebvre). O livro do padre Celier compara a FSSPX (que Monsenhor Lefebvre considerava uma ‘obra Providencial’) a um ‘pequeno verme’ e aquele que a dirige, Monsenhor Fellay, a um ‘garça’.
1 - UMA REAÇÃO BEM TARDIA DOS BISPOS DA FSSPX CONTRA O PADRE CELIER
Monsenhor Tissier de Mallerais e Monsenhor Williamson acabam de condenar publicamente o padre Celier e seu último livro « Bento XVI e os Tradicionalistas », e Monsenhor Fellay em Paris lhe nega ostensivamente seu apoio público ao evitar citá-lo e saudá-lo durante sua última apresentação pública em 7 de junho em Paris. Isso não impede, de modo algum, o padre Celier, com o apoio ativo de seu superior do Distrito da França, o padre de Cacqueray, de percorrer hoje o país para assegurar nos priorados franceses da Fraternidade a promoção desse livro que convida a Fraternidade a se unir « à Roma dos anticristos », segundo os próprios termos de Monsenhor Lefebvre em sua carta de missão aos quatro bispos da Fraternidade (cf. Carta solene dos fiéis aos quatro bispos e últimas mensagens VM).
Monsenhor Williamson descobre assim publicamente hoje que este personagem « tem toda a aparência de um modernista consumado », enquanto é este mesmo bispo (antigo anglicano - variante metodista), companheiro discreto do padre Schmidberger[1], que, censor do Comitê de leitura da revista Le Sel de la Terre dos dominicanos de Avrillé, não cessa de intervir discretamente e obstinadamente para proteger este « modernista consumado », em particular para preservá-lo das reações salutares da revista dos dominicanos que suscitam, a justo título, seus escritos insuportáveis para todo católico fiel à obra de Monsenhor Lefebvre.
Pois os escritos publicados pelo padre Celier, antigo Professor de Filosofia na classe de terminal do Colégio de Châteauroux da FSSPX, sempre se distinguiram ao longo dos anos pelo seu modernismo e seu naturalismo feroz, sem que seus superiores da Fraternidade manifestassem a menor reprovação a seu respeito.
Muito pelo contrário, apesar de seus escritos indefensáveis, seus superiores asseguraram com impavididade sua promoção, elevando-o até a cabeça do sistema de comunicação francês da FSSPX, confiando a ele a responsabilidade há 13 anos da revista Fideliter e das edições Clovis.
[1] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-02-23-A-00-Orchestre_noir_de_la_FSSPX_V3.pdf
2 - OPOSIÇÕES FUNDAMENTAIS ENTRE, POR UM LADO, O PENSAMENTO DO PADRE CELIER E, POR OUTRO, O DE MONSENHOR LEFEBVRE E OS ENSINAMENTOS DA IGREJA E DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
INTRODUÇÃO
A análise do livro do padre Celier, de seus escritos anteriores, e a confrontação com os ensinamentos de Monsenhor Lefebvre, do Magistério da Igreja ou das revelações de Nossa Senhora nas aparições reconhecidas pela Igreja, revela um retrato das ideias do padre Celier impressionante.
De fato, por trás da fachada oficial de responsável da FSSPX que ele tenta apresentar de si mesmo, aparece uma figura que age sob pseudônimos e cujo pensamento, em suas afirmações, repousa implicitamente sobre fundamentos naturalistas radicalmente incompatíveis com a obra de Monsenhor Lefebvre.
Para compreender isso, é necessário ler atentamente o padre Celier, isolar em seu pensamento o que constitui, de certo modo, os arcos-botantes deste e meditá-los à luz do que diz Monsenhor Lefebvre assim como a Igreja.
Desse trabalho, que será detalhado posteriormente, surgem algumas grandes linhas que resumimos, inicialmente, em algumas tabelas.
O padre Celier nega, de fato, um sentido sobrenatural e apocalíptico da situação presente do mundo e da Igreja. Ele afirma que a Igreja vive uma crise, mas nunca fala de Revolução contra a Igreja, e, fora de toda referência às Sagradas Escrituras, fora de toda história da salvação, fora de toda profecia dos castigos anunciados, ele descreve uma ‘visão fantasiosa do futuro’, onde, ‘sem violência’, ‘progressivamente’, a Igreja conciliar retorna à Fé católica. Para tornar possível essa ‘pura fantasia’, teve que afastar toda ideia de um complô histórico contra a Igreja, e toda ideologia gnóstica que pudesse ter motivado tal projeto anti-católico de destruição da Igreja; daí sua crítica mascarada sob o pseudônimo de Paul Sernine aos trabalhos de Jean Vaquié, que revelavam essas manobras subversivas contemporâneas dos meios do esoterismo cristão. Da mesma forma, o padre Celier oculta o papel da Maçonaria na Revolução contra a Igreja; é simples, ele nunca fala disso em seu livro que pretende explicar o período conciliar. Para tomar um exemplo, a afiliação maçônica de Bugnini, sobre a qual Michael Davies insiste particularmente, o padre Celier a silencia.
Já promotor de um espírito naturalista por meio de sua obra de 1995, ‘O Deus mortal’, o padre Celier aparece em 2007 totalmente impregnado de um espírito naturalista, espírito que ele difunde por meio de seu livro. Procure o sobrenatural, você não o encontrará; ele reduz tudo a esquemas humanos, imagens triviais (petroleiros, resíduos nucleares, etc.), nunca falando da Santíssima Virgem Maria, expressando-se como se o mundo das Sagradas Escrituras não fizesse parte de seu universo mental. Se compararmos seu escrito com os de Monsenhor Lefebvre, onde as citações bíblicas emergem, ou ainda com os de um cardeal Pie, o contraste é total e brutal. No entanto, ele não hesita em expor sua sempre viva cultura de música pop e rock, que Monsenhor Fellay denunciou em 1991 como perigosa e sujeita às influências satânicas.
O padre Celier nega o caráter sobrenatural da obra de Monsenhor Lefebvre, a FSSPX, zombando do “imobilismo de tipo providencialista” ou ainda falando de “falacioso pretexto” a respeito da invocação ‘Deus proverá’, afirmações que estão em oposição aos textos de Monsenhor Lefebvre. O arcebispo afirma no preâmbulo dos estatutos da FSSPX o caráter Providencial da obra que ele fundou. Mas é verdade que o arcebispo age como fundador, enquanto o padre Celier parece ser um destruidor dessa obra. Tendo negado o caráter Providencial da FSSPX, o padre Celier se empenha em culpar os fiéis dela, lançando sobre eles o vocábulo de “autojustificação” e fazendo como se a verdadeira Igreja católica fosse a Igreja conciliar e como se a verdadeira preocupação fosse que a FSSPX se tornasse o que o padre Aulagnier chama de uma “pequena Igreja auto-céfala”, enquanto Monsenhor Lefebvre sempre afirmou ser fiel à Igreja de sempre e que não poupou palavras duras para condenar a Igreja conciliar, cujos membros “deixaram a Igreja”, segundo suas próprias palavras em 1987.
O padre Celier vai, como mostrou seu artigo medíocre na Fideliter em abril de 2007, ocultar o atentado de 1968 contra as Santas Ordens católicos. Em seguida, ele vai favorecer o projeto anglicano-ratzingeriano de « reforma da reforma », do qual o padre Barthe é o agente dentro da Tradição.
Embora fundamentalmente naturalista, o padre Celier, no entanto, recorrerá à invocação da vontade de Deus para introduzir a ideia do desaparecimento da FSSPX. Seria perder uma batalha para vencer a guerra! Em nome do Céu! e do espírito de sacrifício, sem dúvida! Podemos imaginar muito bem o padre de Cacqueray (tornado aparentemente o discípulo do padre Celier), com a piedade nos lábios, pregando sobre este tema. Renunciar à luta de Monsenhor Lefebvre em espírito de sacrifício, mas para obter uma “chuva de graças”. É isso que o discurso do padre Celier prepara: a destruição da FSSPX.
Em seu projeto ‘fantasioso’ de retorno progressivo da Igreja conciliar à Tradição, o padre Celier nega a expectativa da ação providencial de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Santíssima Virgem Maria na história para reverter o triunfo dos “discípulos de Satanás” de que fala Monsenhor Lefebvre. O fundador não cessava de colocar suas esperanças nisso; o padre Celier vê nisso um “fallacieux prétexte” (pretexto falacioso). Falacioso! O que logicamente significaria que Monsenhor Lefebvre era um mentiroso. Falacioso! E o mesmo se aplica às profecias de Nossa Senhora de La Salette: “fallacieux prétexte do ‘Deus proverá’”?
E, como corolário do que foi mencionado, o padre Celier, sob o pseudônimo do padre Michel Beaumont em 2005, ataca a doutrina política e social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Monsenhor Lefebvre tornou isso a pedra angular de sua luta, e Nossa Senhora anuncia os “novos reis cristãos” em La Salette. Mas para o padre Celier, trata-se de um “conceito inoperante” que corresponde a um “estado da Igreja que definitivamente desapareceu no passado”. Ratzinger não poderia ter falado melhor. Mas esses dois homens se entendem perfeitamente bem.
Além disso, em 13 de junho de 2006, em Montpellier, o padre Celier revelou que participa de um “pequeno grupo” com “dois bispos [conciliários]”. Finalmente, tudo fica claro. Será que isso é com o consentimento de Monsenhor Fellay?
Vamos, portanto, descobrir nesta análise uma ação coesa e persistente do padre Celier ao longo de quase 15 anos, para favorecer esse estado de espírito naturalista que leva à destruição dos próprios fundamentos da obra de Monsenhor Lefebvre. Também constatamos que o padre Celier conduz, sob pseudônimos, lutas muito direcionadas sobre assuntos cruciais: negação da subversão (gnose) e envio ao limbo da doutrina do Cristo-Rei. Não se trata de um acaso, mas de um projeto deliberado. Esses assuntos-chave são, de fato, os arcos-botantes da luta de Monsenhor Lefebvre.
Com base neste dossiê e nas análises que o precederam nos últimos meses, temos o direito não apenas de questionar o que o padre Celier está fazendo à frente da revista Fideliter e das edições Clovis, mas também e, acima de tudo, o que este padre está fazendo dentro da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, dentro da obra de Monsenhor Lefebvre.
E, em seguida, quem o cobriu e o protegeu para permanecer por 13 anos nesta posição estratégica e realizar tal trabalho de minagem? Quem?
2.1 - NEGAÇÃO PELO PADRE CELIER DO SENTIDO SOBRENATURAL E APOCALÍPTICO DA SITUAÇÃO PRESENTE
Padre Celier | Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
« As décadas que se aproximam nos farão assistir em direto a um fenômeno histórico que é ao mesmo tempo ordinário em seu fundo e inédito em seu objeto concreto. A Igreja vai, de fato, digerir o grande pedaço que é o Concílio com suas consequências. A meu ver, existem na reforma conciliar alimentos absolutamente inassimiláveis pela Igreja, que colocam em risco a coerência de sua doutrina e de sua vida. Eu penso que a Igreja vai proceder com essas partes inassimiláveis como se faz com os resíduos nucleares: vamos envolvê-los em um casulo de concreto impermeável, e então enterrá-los profundamente e afastados, para que não façam mal a ninguém. Para o restante do que se disse e fez nos últimos quarenta anos, depois de ter sido purgado de seu mau espírito, isso terá lugar em uma nova síntese ancorada na tradição, o que permitirá à Igreja recuperar uma nova juventude missionária. Sim, eu acredito que isso vai acontecer assim. »
*« O que eu considero útil fazer é mostrar que um tal processo de restauração progressiva da fé é possível, e desde agora, e sem provocar uma nova revolução violenta, e com os homens de hoje. *» p 212 |
« Fazendo eco aos Papas antes de 60 que profetizaram sobre os infortúnios que viriam à Igreja, se não fossem ouvidos e se fizessem vista grossa às suas condenações, fazendo eco às profecias de Nossa Senhora de La Salette e de Nossa Senhora de Fátima, esforcemo-nos para reconstruir a Igreja sobre princípios eternos ensinados pelo Magistério da Igreja durante quase vinte séculos, reprovando os erros da Revolução liberal e modernista, ainda que sejam validados por aqueles que ocupam a Sé de Pedro » 7 de junho de 1988
« Este agrupamento lança uma luz tão fulgurante sobre a Revolução doutrinária inaugurada oficialmente na Igreja pelo Concílio e continuada até hoje, que não podemos deixar de pensar no "Trono de iniquidade" predito por Leão XIII, ou na perda da fé de Roma predita por Nossa Senhora em La Salette.
A difusão e a adesão das autoridades romanas aos erros maçônicos que foram condenados inúmeras vezes por seus predecessores é um grande mistério de iniquidade que arruína em seus fundamentos a fé católica » 30/10/1988 |
« No ano de 1865, veremos a abominação nos lugares sagrados; nos conventos, as flores da Igreja estarão putrefatas e o demônio se tornará como o rei dos corações. Que aqueles que estão à frente das comunidades fiquem em guarda para as pessoas que devem receber, porque o demônio usará de toda a sua malícia para introduzir nos ordens religiosas pessoas entregues ao pecado, pois os desordens e o amor pelos prazeres carnais serão espalhados por toda a terra.
« A França, a Itália, a Espanha e a Inglaterra estarão em guerra; o sangue correrá nas ruas; o francês lutará com o francês, o italiano com o italiano; depois haverá uma guerra geral que será assombrosa. Por um tempo, Deus não se lembrará mais da Itália nem da Inglaterra, porque o Evangelho de Jesus Cristo não é mais conhecido. Os ímpios desdobrarão toda a sua malícia; haverá homicídios, e se massacrarão mutuamente até em suas casas.
« Ao primeiro golpe de sua espada fulminante, as montanhas e toda a natureza tremerão de horror, porque os desordens e os crimes dos homens furarão a abóbada dos céus. Paris será queimado e Marselha será submersa; várias grandes cidades serão abaladas e submersas por terremotos; acreditar-se-á que tudo está perdido; não se verá senão homicídios, não se ouvirá senão ruídos de armas e blasfêmias » |
2.2 - ELIMINAÇÃO PELO PADRE CELIER DA RESPONSABILIDADE HISTÓRICA DOS INIMIGOS DA IGREJA NA REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA
Padre Celier | Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
Diante da reflexão de Olivier Pichon (« A retórica do complô universal e todo-poderoso que floresce em círculos próximos à Fraternidade São Pio X participa dessa mentalidade que parece doentia. »), o padre Celier responde:
« É difícil, no barulho da batalha, não exagerar em tal ou tal coisa. Às vezes, podemos acabar procurando um pelo em ovo, se detendo em coisas que não valem a pena: é humano. » p 237
« Acreditamos que o mal, sob a forma de "gnose", seria como eterno, indestrutível e todo-poderoso... Um estado de espírito assim é profundamente anti-católico. » Paul Sernine (Padre Celier) em A Palha e o Sico, p. 55. |
« Eu sinceramente acredito que você é o único entre os escritores, mesmo os chamados tradicionalistas, que vê claramente e denuncia com perfeita justificação a empresa diabólica e maçônica que está se realizando atualmente pelo Vaticano e a grande maioria dos bispos. O plano anunciado nos Atos da Alta Venda e publicado por ordem do Papa Pio IX se realiza hoje diante de nossos olhos. »
« Uma rede muito bem organizada controla toda a atividade da cúria, interna e externa. O papa é um instrumento dessa máfia que ele mesmo estabeleceu e com a qual ele simpatiza. Não podemos esperar nenhuma reação dele; pelo contrário. O anúncio da reunião das religiões em Assis em outubro, decidido por ele, é o cúmulo da impostura e do insulto a Nosso Senhor. » |
« No ano de 1864, Lúcifer, com um grande número de demônios, será solto do inferno: eles abolirão a Fé pouco a pouco, mesmo nas pessoas consagradas a Deus; eles os cegarão de tal maneira que, a menos que recebam uma graça particular, essas pessoas adotarão o espírito desses maus anjos; várias casas religiosas perderão totalmente a Fé e perderão muitas almas.
« Os maus livros abundarão na terra, e os espíritos das trevas espalharão por toda parte um relaxamento universal em tudo que se refere ao serviço de Deus; eles terão um grande poder sobre a natureza; haverá igrejas para esses espíritos. Algumas pessoas serão levadas de um lugar para outro por esses espíritos malignos, e até mesmo padres, porque não serão conduzidos pelo bom espírito do Evangelho, que é o espírito de humildade, caridade e zelo pela glória de Deus. Fará ressuscitar mortos e justos. Haverá prodígios em toda parte porque a verdadeira Fé se apagou e a falsa luz ilumina o mundo. Maldito sejam os Príncipes da Igreja que só se ocuparão em acumular riquezas sobre riquezas, em preservar sua autoridade e em dominar com orgulho. » |
2.3 - OCULTAÇÃO PELO PADRE CELIER DO PAPEL DA MAÇONARIA NA REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA
Padre Celier |
Monsenhor Lefebvre |
Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
Nenhuma ocorrência das palavras maçonaria, maçônico ou maçons no livro ‘Bento XVI e os tradicionalistas’.
« Devemos pensar que os Cadernos Barruel retomam essa tática? Em alguns meses, alguns anos, não nos revelarão que a gnose não é mais que um fruto da imaginação dos três redatores de Lyon e que milhares de ingênuos foram vergonhosamente enganados? » Avenir d’une illusion, 1993
A afiliação de Bugnini à maçonaria é ocultada pelo padre Celier em seu livro ‘Bento XVI…’ |
« Discípulos de Satanás, que persegue com seu ódio Nosso Senhor Jesus Cristo, resolveram acabar com a cristandade, com a ordem cristã, com o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a sociedade, e fomentaram distúrbios até o momento em que puderam destruir, de fato, este reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre as sociedades. Eles esperavam bem, com isso, arruinar a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo: é o que diz o papa Leão XIII em sua encíclica Humanum genus a respeito dos maçons. Ele diz: o objetivo principal deles é destruir todas as instituições cristãs. Todas as instituições cristãs! Esse é o seu objetivo » 30/10/1988 | « Todas as seitas que, embora diferenciem umas das outras pelo nome, rituais, forma, origem, se reúnem e estão de acordo entre si pela analogia do objetivo e dos princípios essenciais… idênticos à Maçonaria, que é para todas as outras como o ponto central de onde procedem e onde chegam. » Leão XIII, Humanum Genus |
2.4 - PROMOÇÃO PELO PADRE CELIER DE UM ESTADO DE ESPÍRITO NATURALISTA E RECOMENDAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO LIBERALISMO PARA SERVIR À LUTA DA TRADIÇÃO
Padre Celier | Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
« Roma certamente terá a ideia de utilizar, para essa promoção da tradição, os próprios argumentos progressistas: liberdade, riqueza de escolha, antiguidade dos textos, o que sei! Isso, a meu ver, seria um primeiro meio para que o motor da Igreja volte a funcionar na direção certa. Durante quarenta anos, o motor funcionou ao contrário. A fé, a hierarquia, a obediência, a devoção ao papa e aos bispos serviram para alimentar a autodestruição da Igreja: isso é o que Monsenhor Lefebvre chamava de “o golpe de mestre de Satanás”, ou seja, destruir a Igreja por um mau uso das próprias regras da Igreja. Deveria, ao contrário, que tudo na Igreja agora sirva para restaurar a tradição, incluindo, eventualmente, os argumentos clássicos do liberalismo. » p 200 |
« Para manter e proteger a fé católica dessa praga do liberalismo, este livro me parece chegar em boa hora, ecoando as palavras de Nosso Senhor: « Aquele que crer será salvo; aquele que não crer será condenado », é essa fé que o Verbo de Deus encarnado exigiu de todos se querem ser salvos. É ela que Lhe causou a morte e, em seguida, a dos muitos mártires e testemunhas que a professaram. Com o liberalismo religioso, não há mais nem mártires, nem missionários, mas liquidatários da religião, ao redor do cachimbo de uma paz puramente verbal!
Longe de nós esse liberalismo, coveiro da Igreja católica.
Seguindo Nosso Senhor, levantemos a bandeira da Cruz, único sinal e única fonte da Salvação.
Que Nossa Senhora de Fátima, no sexagésimo aniversário de sua aparição, queira abençoar a difusão deste livro que ecoa suas previsões. » 13/01/1987 |
« Os sacerdotes, ministros do meu Filho, os sacerdotes, por sua má vida, por sua irreverência e sua impiedade ao celebrar os santos mistérios, pelo amor ao dinheiro, à honra e aos prazeres, os sacerdotes tornaram-se cloacas de impureza. Sim, os sacerdotes pedem vingança, e a vingança está suspensa sobre suas cabeças. Ai dos sacerdotes e das pessoas consagradas a Deus, que, por suas infidelidades e sua má vida, crucificam de novo meu Filho! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e chamam a vingança, e eis que a vingança está à porta, pois não há mais ninguém para implorar misericórdia e perdão pelo povo; não há mais almas generosas, ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao Eterno em favor do mundo.
"Deus vai atingir de uma maneira sem precedentes. Ai dos habitantes da terra! Deus vai esgotar Sua ira, e ninguém poderá escapar de tantos males reunidos. » La Salette |
2.5 - NEGAÇÃO PELO PADRE CELIER DO CARÁTER PROVIDENCIAL DA OBRA DE MONSENHOR LEFEBVRE
Padre Celier |
Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
« (…) Tentamos não deixar passar oportunidades favoráveis, a não nos manter em um imobilismo, o que seria mortal para nós e para a Igreja. Falo de um imobilismo de tipo providencialista, que consistiria em não fazer o que está ao nosso alcance para contribuir para resolver a crise, sob o fallacieux prétexte que “Deus fornecerá”. Portanto, inscrevemos nossa ação na realidade histórica, circunstancial, de hoje. » p 212
« Nenhuma obra humana é necessária em si, e a fortiori na Igreja. A Fraternidade São Pio X é uma obra simplesmente humana » p 225
« Para assegurar nossa dominação sobre os fiéis, o mais simples seria declarar que Roma não está mais em Roma, que a Igreja está totalmente corrompida e que a Fraternidade São Pio X representa agora a Arca da salvação escolhida por Deus. Estaríamos então tranquilos, e nossa “pequena loja” funcionaria sem sobressaltos nem dificuldades. Mas uma perspectiva assim nos horrorizaria, a rechaçamos com todas as nossas forças. » p 237
O padre Celier permite, aliás, que seu entrevistador, Olivier Pichon, compare o sucessor de Monsenhor Lefebvre (Monsenhor Fellay) a uma ‘garça’ e o combate de Monsenhor Lefebvre (estado atual da FSSPX) a um ‘verme’. |
« 1965-1990 é o período do colapso do sacerdócio católico. 1970-1990. A Providência, em Sua Sabedoria infinita, suscita uma obra de restauração do sacerdócio católico, a fim de preservar os tesouros que Jesus Cristo confiou à Sua Igreja, a fé em sua integridade, a graça divina por meio de Seu Sacrifício e Seus sacramentos, e os pastores destinados à dispensa desses tesouros de vida divina. (…) » Prefácio dos estatutos da FSSPX
« Manifesta evidência da bênção sobre a Obra à qual Deus vai confiar a Arca da Aliança do Novo Testamento. “Hic est calix sanguinis Mei, novi et aeterni testamenti” Tal é o objetivo de nossas constituições. Que elas sejam o objeto de nossas meditações, sob o olhar de Maria, Mãe do Sacerdote. » Prefácio dos estatutos da FSSPX
« Se tomamos a decisão de levar este combate e resistir a todas as pressões que são feitas, inclusive dentro da Igreja, para nos desviar do reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, é porque nos pareceu indispensável, para defender nossa fé, colocar em prática o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo. E não é isso o objetivo da nossa fé, fazer reinar Nosso Senhor Jesus Cristo sobre nós, sobre nossas famílias, em nossas cidades? Oportet ilium regnare, diz São Paulo, é necessário que Ele reine, é necessário que Nosso Senhor Jesus Cristo reine » 30/10/1988 |
2.6 - CULPABILIZAÇÃO PELO PADRE CELIER DA FSSPX DIANTE DA “VERDADEIRA IGREJA ATUAL”
Padre Celier | Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
« Para nós, a Igreja consiste na realidade de hoje, no papa de hoje, nos bispos de hoje. Como qualquer um, devemos cuidar para não nos deixarmos levar por este caminho de autojustificação: mas isto não está nos nossos princípios, nem nas nossas intenções, nem na nossa ação real. » |
« Roma perdeu a fé, meus caros amigos. Roma está na apostasia. Não são apenas palavras, não são palavras ao vento que eu lhes digo. É a verdade. Roma está na apostasia. Não se pode mais confiar nesse mundo, ele deixou a Igreja, eles deixaram a Igreja, estão deixando a Igreja. É certo, certo, certo. » 04/09/1987
« A partir de agora, seremos cada vez mais obrigados a agir considerando essa nova Igreja conciliar como não católica » 29/01/1986
« Por outro lado, se nos parece certo que a fé ensinada pela Igreja durante vinte séculos não pode conter erro, temos muito menos a certeza absoluta de que o papa seja realmente papa. A heresia, o cisma, a excomunhão ipso facto, a invalidade da eleição são causas que, eventualmente, podem fazer com que um papa nunca tenha sido ou não seja mais. Nesse caso, evidentemente muito excepcional, a Igreja se encontraria em uma situação semelhante à que conhece após a morte de um soberano pontífice.
Porque, afinal, um problema grave se coloca à consciência e à fé de todos os católicos desde o início do pontificado de Paulo VI.
Como pode um papa verdadeiro sucessor de Pedro, seguro da assistência do Espírito Santo, presidir à destruição da Igreja, a mais profunda e extensa de sua história, em tão pouco tempo, algo que nenhum herege jamais conseguiu fazer?
A esta pergunta teremos que responder um dia » 02/08/1976 |
« Roma perderá a Fé e se tornará a sede do anticristo »
"A Igreja será eclipsada, o mundo estará na consternação. » |
2.7 - OCULTAÇÃO PELO PADRE CELIER DO ATENTADO CONTRA OS SANTOS ORDENS E RECOMENDAÇÃO DA « REFORMA DA REFORMA »
Padre Celier | Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
« Se Roma quisesse favorecer essa «retraditionalização», ela teria o recurso, para neutralizar seus adversários, de usar os próprios princípios da nova liturgia. E, em primeiro lugar, seu caráter muito aberto. Nos rituais, tudo agora é opcional: são propostas inúmeras variantes. Roma poderia então adicionar a oferta tradicional entre as escolhas possíveis. » | « Este agrupamento lança uma luz tão fulgurante sobre a Revolução doutrinária oficialmente inaugurada na Igreja pelo Concílio e continuada até hoje, que não podemos deixar de pensar no "Trono de iniquidade" predito por Leão XIII, ou na perda da fé de Roma predita por Nossa Senhora em La Salette. » 30/10/1988 |
« A Igreja, esposa do Cordeiro Imaculado, aqui está saturada de amargura e abrevada de veneno, por inimigos muito astutos; eles lançaram suas mãos ímpias sobre tudo o que ela deseja de mais sagrado.
Lá onde foi instituído o Trono do Bem-aventurado Pedro, e a Cátedra da Verdade, lá eles puseram o trono de sua abominação na impiedade; de modo que, atingido o Pastor, o rebanho possa ser disperso »* Papa Leão XIII, Exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, 1884. |
2.8 - RECURSO A DEUS RESERVADO PELO PADRE CELIER SOMENTE PARA JUSTIFICAR A DESAPARECIMENTO DA FSSPX
Padre Celier | Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
« Mesmo que a Fraternidade São Pio X desaparecesse, eu não perderia a esperança na luta pela tradição. Para parafrasear uma frase famosa, se, pela desaparecimento da Fraternidade, « a tradição perdesse uma batalha, não teria, no entanto, perdido a guerra ». E no dia da vitória, acredito que nos lembraremos da contribuição decisiva que a Fraternidade São Pio X terá dado. Portanto, sim, estou disposto a considerar a desaparecimento da Fraternidade São Pio X, se assim for a vontade ou a permissão de Deus. » |
« No dia em que o papa voltar à Tradição, é claro que ele só poderá contar com a Fraternidade e com aqueles que trabalham como a Fraternidade, com aqueles que têm os pensamentos e os princípios da Fraternidade, em suma, católicos, para dizer o mínimo. Se ele quiser reconstruir a Igreja católica, onde encontrará apoio? Onde? Isso é obrigatório, é impossível de outra forma. Não é para nos vangloriar, não é para vangloriar a Fraternidade, mas, o que você quer, é assim, é um fato.
É por isso que devemos ter confiança. Se o bom Deus não quer que eu faça bispos, eu pedi a Ele, bem, que Ele me faça morrer antes. Meu sepulcro está pronto! Não é difícil, não me resta muito tempo de vida. Não é difícil para o bom Deus me fazer morrer antes. Posso ser assassinado. Posso ter um acidente de carro. Posso ter qualquer coisa, não é difícil, uma doença qualquer. Vamos ver como será.
Então, reze, e continuemos a rezar. Contemos, no entanto, com Nossa Senhora de Fátima. » 04/09/1987 |
2.9 - NEGAÇÃO PELO PADRE CELIER DA EXPECTATIVA DA AÇÃO PROVIDENCIAL DE NSJC E DA TSVM PARA REVERTER A REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA
Padre Celier | Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
« Falo de um imobilismo de tipo providencialista, que consistiria em não fazer o que está ao nosso alcance para contribuir para resolver a crise, sob o fallacieux prétexte que “Deus proverá”. Portanto, inscrevemos nossa ação na realidade histórica, circunstancial, de hoje. » [padre Celier] » p 212 | « Oh! é impossível! Não conseguiremos, é muito difícil, nunca conseguiremos dominar as pessoas que atualmente dirigem nosso país, nunca conseguiremos derrubá-las! » — Mas é preciso contar com a graça do bom Deus! O bom Deus está conosco, o bom Deus quer reinar, o bom Deus quer o bem das almas: portanto, se os católicos se unirem, rezarem, fizerem sacrifícios e militarem em favor do reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, devemos contar com a graça de Nosso Senhor, com a ajuda da Santíssima Virgem Maria, que é forte como um exército em batalha, com a ajuda dos santos, de São Miguel Arcanjo, de todos os santos do país, de São Nicolau de Flüe, aqui, de São Maurício: invoquemos eles e peçamos que nos ajudem para que Nosso Senhor Jesus Cristo reine em nossos países, para salvar as almas das gerações futuras, salvar nossas almas e restituir nossos países ao doce reinado de Nosso Senhor. » 30/10/1988 |
« Os justos sofrerão muito, suas orações, sua penitência e suas lágrimas subirão até o Céu, e todo o povo de Deus pedirá perdão e misericórdia, e pedirá minha ajuda e minha intercessão.
"Então Jesus Cristo, por um ato de Sua justiça e de Sua grande misericórdia pelos justos, ordenará a Seus anjos que TODOS Seus inimigos sejam mortos. De repente, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens dedicados ao pecado perecerão, e a terra se tornará como um deserto. Então haverá paz, a reconciliação de Deus com os homens; Jesus Cristo será servido, adorado e glorificado; a caridade florescerá em toda parte. Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, que será forte, humilde, piedosa, pobre, zelosa e imitadora das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado em toda parte e os homens farão grandes progressos na Fé, porque haverá unidade entre os trabalhadores de Jesus Cristo e os homens viverão na temor de Deus. » Nossa Senhora, La Salette. |
2.10 - NEGAÇÃO PELO PADRE CELIER (-BEAUMONT) DA ATUALIDADE DA DOUTRINA POLÍTICA E SOCIAL DO CRISTO-REI COMO SOLUÇÃO PARA A REVOLUÇÃO CONTRA A IGREJA
Padre Celier |
Monsenhor Lefebvre | Magistério da Igreja – Mensagens da Santíssima Virgem Maria |
« Não vamos reconstruir de todas as peças um estado da Igreja que desapareceu definitivamente no passado. As décadas que vêm, portanto, nos farão assistir em direto a um fenômeno histórico que é ao mesmo tempo ordinário em seu fundo e inédito em seu objeto concreto. A Igreja vai, de fato, digerir o grande pedaço que é o Concílio com suas consequências. » p 212
« Se, em virtude da atual globalização, qualquer país, tornado um simples território da "aldeia global", está inserido em uma entidade política onde os católicos são claramente minoria, como a doutrina clássica dos papas que pede que um país majoritariamente católico reconheça o reinado de Cristo em suas instituições políticas ainda seria possível? Nesta hipótese, assistiríamos à desaparição radical da noção de uma "sociedade majoritariamente católica" e, portanto, por consequência, do conceito de Estado católico, no sentido em que o entendiam os papas.
(…) Mas será simplesmente uma particularidade histórico-cultural, não mais um Estado católico em sentido estrito, este conceito tendo se tornado inoperante pela desaparecimento de seu fundamento (a “sociedade majoritariamente católica”) engolido no grande magma da globalização. »
« Na verdade, os centros de poder estão progressivamente se despolitizando, para se orientar em uma espécie de gestão administrativa de um espaço público (…). Ora, uma administração puramente pragmática, voltada para a eficácia técnica e a proteção dos direitos individuais, é, por definição, incapaz de definir um bem comum virtuoso, a fortiori de dizer qual é a verdadeira religião. » Padre Celier-Beaumont, Fideliter n°163, janeiro de 2005 |
« A mesma coisa se aplica aos Estados. Mas não devemos ter medo de assumir responsabilidades. Isso não é fazer má política, não é fazer política de partidos, é simplesmente buscar o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, o reinado social de Nosso Senhor. Portanto, devemos rezar por isso e encorajar todos aqueles que conhecemos, todos os nossos amigos que são capazes de assumir mandatos, nas comunidades, nas cidades, no Estado, a se candidatar. [...] Sem formar partidos especiais, mas que sejam, como diz São Pio X, o partido de Deus, o partido de Nosso Senhor Jesus Cristo. Este é o que essa festa do Cristo-Rei nos lembra; e [ela] nos pede para agir corajosamente, como dizia Joana d'Arc em sua luta: “Nós lutamos, nós oramos, e Deus dará a vitória”.
« Oh! é impossível! Não conseguiremos, é muito difícil, nunca conseguiremos dominar as pessoas que dirigem atualmente nosso país, nunca conseguiremos derrubá-las! » — Mas é preciso contar com a graça do bom Deus! O bom Deus está conosco, o bom Deus quer reinar, o bom Deus quer o bem das almas: portanto, se os católicos se unirem, rezarem, fizerem sacrifícios e militarem em favor do reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, devemos contar com a graça de Nosso Senhor, com a ajuda da Santíssima Virgem Maria, que é forte como um exército em batalha, com a ajuda dos santos, de São Miguel Arcanjo, de todos os santos do país, de São Nicolau de Flüe, aqui, de São Maurício: invoquemos eles e peçamos que nos ajudem para que Nosso Senhor Jesus Cristo reine em nossos países, para salvar as almas das gerações futuras, salvar nossas almas e restituir nossos países ao doce reinado de Nosso Senhor. » 30/10/1988 |
« Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, que será forte, humilde, piedosa, pobre, zelosa e imitadora das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado em toda parte e os homens farão grandes progressos na Fé, porque haverá unidade entre os trabalhadores de Jesus Cristo e os homens viverão na temor de Deus. » La Salette |
3 - OS PADRES AULAGNIER E RIFAN, PAIS DA POLÍTICA ATUAL DE MONSENHOR FELLAY, A DA “DUAS PRÉ-CONDIÇÕES”
3.1 - O PADRE AULAGNIER REIVINDICA, COM O PADRE RIFAN, A PATERNIDADE DAS “DUAS PRÉ-CONDIÇÕES”
Em 29 de março de 2006, na ITEM (n°86), o padre Aulagnier reivindicava a paternidade da política das duas pré-condições:
« Eliminar a excomunhão e devolver à missa de São Pio V toda a sua liberdade seria, de fato, mudar a atmosfera na Igreja, nas dioceses e em Roma mesmo. Aqui está a que devem responder “essas duas pré-condições”. Elas são necessárias. Estou bem posicionado para dizer isso. Com Monsenhor Rifan, somos nós dois que as sugerimos, em 13 de janeiro de 2002. Monsenhor Fellay, nesta reunião, ficou bem calado… Se Roma satisfizesse esses dois pontos, isso seria realmente “tomar atos públicos em favor da Tradição”. Padre Aulagnier, 29 de março de 2006, Item[2] n°86
Monsenhor Fellay ficou em silêncio!!!
E são o padre Aulagnier e o padre Rifan da época, que desde então se tornaram os ralimados-apóstatas de Campos, aqueles mesmos que entregaram os fiéis católicos brasileiros de Monsenhor Castro-Meyer ao bispo apóstata Wojtyla-João Paulo II, preocupando-se tão pouco com a luta deste para a preservação do Sacerdócio católico sacramentalmente válido, que são os pais das “duas pré-condições” introduzidas na política da FSSPX!
Assim, são esses dois ralimados à Roma dos “anticristos,” segundo a própria expressão de Monsenhor Lefebvre em sua carta de missão aos quatro bispos que ele consagrou em Écone em 1988 (cf. Carta solene dos fiéis aos quatro bispos da Fraternidade), e que, servindo hoje esses mesmos “anticristos” que estão em Roma, introduziram este veneno mortal no fruto da FSSPX!
Já comentamos os frutos venenosos da política das “duas pré-condições” para a FSSPX, tendo como primeiro efeito o início da ruína da FSSPX: « saída de um fiel em cada 5 nas capelas da FSSPX, divisões exacerbadas, descrédito dos responsáveis da mídia, clima de intimidação mantido pelas hierarquias paralelas dentro da FSSPX, perda da chama conquistadora e deserção dos mais jovens, perda do sentido sobrenatural, evitamento pavloviano de toda atualização do combate doutrinal da FSSPX à luz dos novos fatos, ausência de estudos de fundo, afastamento do espírito do fundador, discurso teológico aberrante, eclesiologia insustentável, etc. »
[2] http://la.revue.item.free.fr/regard_monde290306.htm
3.2 - O PADRE AULAGNIER ELOGIA A COMUNICAÇÃO NA FSSPX
E o padre Aulagnier elogia a comunicação da FSSPX em março de 2006.
Ora, quem dirige essa comunicação em 2006 são os padres Lorans, Sélégny, Celier e de La Rocque.
Eles, de fato, controlam Dici, Nouvelles de Chrétienté, as edições Clovis, Fideliter e a Carta aos nossos irmãos sacerdotes. Enfim, o excluído da FSSPX, cuja decisão de demissão por parte de Monsenhor Fellay foi ratificada por unanimidade pelos 40 capitulantes do Capítulo Geral de julho de 2006, o padre Aulagnier agora vem fazer o elogio público da comunicação organizada pela rede dos infiltrados modernistas:
« É necessário que as coisas estejam claras na mente dos fiéis. A comunicação está hoje bem assegurada na FSSPX e com bom senso. É isso » Padre Aulagnier, 29 de março de 2006, Item[3] n°86
Já demonstramos o suficiente, não apenas com a manipulação sacrílega do “buquê espiritual” e as mentiras públicas de Monsenhor Fellay que se seguiram (Paris, 18 de outubro de 2006, e Lausanne, 29 de abril de 2007), quão essa comunicação destrói o trabalho de Monsenhor Lefebvre e a credibilidade da obra sacerdotal que ele fundou, comprometendo fundamentalmente seu objetivo de preservação do Sacerdócio sacramentalmente válido.
[3] http://la.revue.item.free.fr/regard_monde290306.htm
3.3 - O PADRE AULAGNIER APRESENTA CAMPOS COMO O FRUTO, A REALIZAÇÃO DAS “DUAS PRÉ-CONDIÇÕES” QUE ELE FEZ ADOTAR POR MONSENHOR FELLAY
O padre Aulagnier é o pai do ralliement de Campos, sobre o qual não poupa elogios.
Sabemos o que esse ralliement resultou, ao destruir a magnífica luta de Monsenhor de Castro-Mayer, co-consagrador dos quatro bispos da FSSPX em 30 de junho de 1988 na pradaria de Écone.
E o padre Aulagnier destaca a relação direta entre, por um lado, essas “duas pré-condições” que ele conseguiu inocular na política da FSSPX e, por outro lado, o ‘excelente’ exemplo do ralliement-apostasia de Campos:
« Sim! É preciso saber e dizer que essas duas pré-condições já foram praticamente aceitas por Roma no caso de Campos.
Aqui está o que Monsenhor Fellay pede. Esta é a razão das “suas duas pré-condições”, diz ele. Aqui está que Roma respondeu perfeitamente no caso de Campos. Foi o que Monsenhor Rifan nos explicou durante sua passagem pela França. O que Monsenhor Fellay exige legitimamente, Roma o queria e permitiu em Campos, com nossos amigos…
Mas, Monsenhor, a experiência de Campos está aí. Esses sacerdotes fazem um excelente trabalho. Eles não mudaram de missa, não mudaram de catecismo. Eles ensinam sempre a mesma verdade. Como no tempo de Monsenhor de Castro Mayer. Já a partir daí “as condições práticas estão reunidas para permitir uma lição de fatos completa e inteira, ou seja, convincente” (…)
Lá, Monsenhor, em Campos os sacerdotes de Monsenhor Rifan não estão mais em “liberdade vigiada, nem apenas “autorizados a se manifestar apenas com parcimônia de aqui e ali, como uma gota a conta-gotas”. Não, eles têm “ponta de rua”. Eles se manifestam com toda liberdade. Eles até construíram e abriram um novo seminário, que tem até uma boa aparência… » Padre Aulagnier, 29 de março de 2006, Item[4] n°86
O padre Aulagnier finge considerar o padre Celier como o porta-voz da FSSPX e faz seu elogio.
Ao mesmo tempo em que o padre Celier é marginalizado por Monsenhor Fellay, que, em sua última apresentação pública em Paris no dia 7 de junho de 2007, o ignorou de forma soberana e ostensiva, enquanto Monsenhor Tissier de Mallerais o colocou no Índice e Monsenhor Williamson o acusa de “modernismo consumado” e pede ao padre de Cacqueray para “agir” contra ele, o padre Aulagnier da IBP persiste em considerar o padre Celier como o porta-voz da FSSPX e de Monsenhor Fellay.
[4] http://la.revue.item.free.fr/regard_monde290306.htm
4 - COMO OS PADRES AULAGNIER E CELIER CULPABILIZAM E DESPREZAM OS FIÉIS DA OBRA DE DOM LEFEBVRE
4.1 - O DISCURSO CULPABILIZADOR DA DUPLA AULAGNIER-CELIER SOBRE A ‘REGULARIZAÇÃO’ E A ‘PEQUENA IGREJA AUTOCÉFALA’
Ele vai ainda mais longe, afirmando que o padre Celier estaria em sintonia com « todos os padres da FSSPX » ao desejar a « regularização »:
« A grande vantagem do livro de Monsieur padre Celier e Olivier Pichon « Bento XVI e os tradicionalistas », é sua clareza sobre um assunto capital: a normalização da situação canônica da FSSPX com Roma ou melhor sua « regularização canônica ». Já analisei o pensamento de Monsieur padre Celier sobre esse assunto em um olhar anterior. (cf. n° 129 de 12 de maio). Ele afirma que todos os membros da FSSPX são favoráveis a essa regularização. Para todos eles, é uma questão de fé. Não se trata de se separarem da Igreja, nem de criarem uma « pequena igreja » autocéfala »
Todos os membros da FSSPX desejariam se ‘regularizar’ pelo padre apóstata Ratzinger?
Que ousadia!
Enquanto a campanha do padre Celier na França é um verdadeiro fracasso, e que agora dois bispos o rejeitam assim como a grande maioria dos priorados, que o Superior o marginaliza ao ignorá-lo suberbamente durante sua última apresentação pública em Paris, aí estão os padres Aulagnier e Celier para nos explicar benignamente que « todos os membros da FSSPX » gostariam de um acordo com Roma.
O que significa esse discurso culpabilizador? ‘regularização’?
Como se um casal que vivesse no pecado desejasse ‘regularizar’ sua situação?
Se ‘separar da Igreja’? Mas quem se separa da Igreja?
Segundo as palavras solenes do próprio Dom Lefebvre, que todos podem ouvir ao abrir o site Virgo-Maria, são Ratzinger e seus séquitos apóstatas que « deixaram a Igreja, que deixam a Igreja... » e por quê?
Porque, segundo Dom Lefebvre, « Roma perdeu a Fé... é certo... certo ! ».
E é a essas pessoas « que falharam na fé » - para retomar o termo da Bula de Paulo IV (Cum ex apostolatum Officio, que ainda é lembrada no Código de Direito Canônico de São Pio X, editada em 1917) suberbamente ignorada pelos clérigos em questão - a essas pessoas que de fato deixaram a Igreja, que a FSSPX deveria vir pedir para ser « regularizada »?
Parece um sonho.
Podemos imaginar a reação de Santo Atanásio ou de Santo Hilário de Poitiers se em seu tempo um equivalente da dupla Aulagnier-Celier tivesse vindo aconselhar-lhes a pedir aos bispos arianos sua ‘regularização’?
Qual não teria sido a vigorosa reação desses santos bispos, confessores da Fé! Eles com certeza não teriam se confiado a eles sua « comunicação »!
Da mesma forma, o padre Celier, criação do padre Aulagnier, ao qual deve toda sua carreira eclesiástica, confirma essa semântica e ainda acrescenta que assim a ‘FSSPX regularizada’ se fundamentaria na « profissão integral da Fé »:
« …Não, a vontade da Fraternidade São Pio X, de forma unânime, é de conseguir um dia, o mais rápido possível, uma regularização canônica baseada na profissão integral da fé: simplesmente porque isso faz parte de nossa vontade de estar plenamente ligados à Igreja católica » Padre Celier, Bento XVI e os tradicionalistas, p. 206
O padre Aulagnier acrescenta: se a FSSPX não prosseguisse essa política mortífera e não pedisse sua ‘regularização’, criaria uma « 'pequena igreja' autocéfala ».
Ao consagrar em 1988, Dom Lefebvre alguma vez disse que queria criar uma « ‘pequena igreja’ autocéfala »?
Evidentemente não.
Ele se defendeu energicamente contra isso, esclarecendo, publicamente em inúmeras ocasiões, as razões superiores que o levaram a consagrar os quatro bispos atuais da FSSPX para o bem das almas e a sobrevivência do Sacerdócio católico autêntico: « …agora que os tronos de Roma estão ocupados por anticristos... ».
E essa pretensão ridícula já foi reivindicada pelos bispos da FSSPX desde então? Evidentemente não.
Aqui está o que Dom Lefebvre respondia antecipadamente ao discurso culpabilizador dos padres Aulagnier e Celier, que já foi sustentado pelo 'cardeal' Gagnon diante do fundador de Écone: « Eminência, não somos nós que fazemos uma Igreja paralela, pois continuamos a Igreja de sempre, é vocês que fazem a Igreja paralela ao terem inventado a Igreja do Concílio ».
Aqui está a citação do arcebispo na véspera da consagração dos quatro bispos:
« A imprensa anunciou: acordo entre Dom Lefebvre e o Vaticano. Parece que as coisas estão se arranjando, que tudo vai se resolver. Pessoalmente, como já lhes disse, eu ia com desconfiança. Sempre senti um sentimento de desconfiança e devo confessar que sempre pensei que tudo o que eles faziam era para nos reduzir, a aceitar o Concílio e as reformas pós-conciliares. Eles não podem admitir, e aliás o Cardeal disse isso recentemente em uma entrevista a um jornal alemão: «Não podemos aceitar que haja grupos, após o Concílio, que não aceitem o Concílio e as reformas que foram feitas após o Concílio. Não podemos admitir isso». O Cardeal repetiu isso várias vezes: «Monsenhor, só há uma Igreja, não pode haver Igreja paralela». Eu lhe disse: «Eminência, não somos nós que fazemos uma Igreja paralela, pois continuamos a Igreja de sempre; é você que faz a Igreja paralela ao ter inventado a Igreja do Concílio, aquela que o cardeal Benelli chamou de Igreja conciliar, é você que inventou uma nova igreja, não nós. É você que fez novos catecismos, novos sacramentos, uma nova missa, uma nova liturgia, não somos nós. Nós, continuamos o que foi feito anteriormente. Não somos nós que fazemos uma nova igreja». »[5] Dom Lefebvre, conferência de imprensa em Écone, 15 de junho de 1988
Tais palavras são suficientes para condenar o padre Celier, do qual podemos nos perguntar por que ele ainda pertence à obra de Dom Lefebvre. Seu lugar não seria na IBP, com os homens que fizeram toda a carreira desse sacerdote que se distingue na Fraternidade São Pio X por seu naturalismo e seu modernismo desenfreado?
4.2 - OS FIÉIS À FÉ COM CATÓLICOS DESPREZADOS PELOS DOIS EMISSÁRIOS DO PADRE RATZINGER
Que desprezo pelos fiéis e por Dom Lefebvre! Acusá-los de não estarem ‘regularizados’.
Para aqueles que hoje lutam arduamente diante dos denegrimentos e das ofensas, para aqueles que desdobram tesouros de piedade no silêncio, para todos esses fiéis enfermos que oferecem seus sofrimentos, para todos que suportam sacrificadamente os custos da educação dos filhos, para todos aqueles que em várias partes do mundo percorrem centenas de quilômetros para receber realmente o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo validamente consagrado, e não falsos sacramentos inválidos e sacrílegos, para todos que enfrentam a exclusão imposta por suas próprias famílias, enfim, para todos os humildes e pequenos que tentam com coragem e piedade conservar sacramentos válidos e orar e trabalhar pela sua própria salvação e pela restauração da Igreja católica.
E agora, eis que um privilegiado, um homem do establishment do padre apóstata Ratzinger, o padre Aulagnier, e seu protegido, que deve toda sua carreira eclesiástica a ele, o padre Celier, vêm com uma ousadia incompreensível reprochar aos fiéis de não estarem « regularizados », exigindo que finalmente considerem ser ‘plenamente ligados à Igreja católica’, que não ‘se separem da Igreja’, que não ‘criem uma pequena Igreja autocéfala’.
Esses dois clérigos realmente não têm vergonha.
Que desprezo e que condescendência para os fiéis católicos por parte desses dois eclesiásticos.
E o cúmulo do desprezo e da ironia é alcançado quando eles justificam seu discurso insuportável e anticatólico apelando à ‘profissão integral da fé’, e fazem disso uma ‘questão de fé’.
E são esses dois emissários do apóstata Ratzinger que ousam vir falar da Fé Católica?
Após a recente e pública apostasia deste último na mesquita azul de Istambul, sua assinatura com o pretenso arcebispo de Cantuária, alto dignitário das lojas iluministas britânicas, após seu sutil rejeito modernista do limbo, após seus discursos incrivelmente ecumênicos que se sucedem semana após semana no site oficial do Vaticano, etc. !!!
Quão longa é a lista e todos os dias se enriquece com negações da fé católica por esses Anticristos que ocupam Roma!
E o padre Aulagnier, que, para aplicar suas próprias palavras, hoje se encontra nesta ‘grande Igreja’ mãe, e não ‘autocéfala’, está agora às ordens desses apóstatas dos quais se encontra de fato plenamente solidário.
Quanto ao padre Celier, se ele aspira apenas a uma coisa, é poder finalmente ser reconhecido por Roma, por que ele não parte imediatamente para a IBP de seus grandes amigos, os padres Laguérie e Tanoüarn?
Por que ele se empenha tanto em arrastar para seu próprio naufrágio na Fé toda a estrutura da Fraternidade São Pio X, obra providencialmente fundada por Dom Lefebvre há 37 anos para a preservação do Sacerdócio católico sacramentalmente válido?
Os padres Aulagnier e Laguérie de fato o apreciam tanto e amam tanto seu livro, que não deixariam de se alegrar em recuperar um tão « bom elemento », tão zeloso por estar ‘plenamente ligado à Igreja católica’.
O padre Celier, assim, reataria com suas ardências da adolescência conciliar, antes de descobrir a « Tradição », ardências que ele talvez nunca tenha abandonado e que o faziam colocar a submissão à « Santa Sé » acima de tudo, inclusive da Fé imune a heresias:
« Até os dezenove anos, não tenho uma hora de « tradicionalismo » a me reprochar. Para mim, a obediência ao papa é algo absolutamente fundamental, e eu não imaginava que um católico pudesse desobedecer ao Santo-Pai. » Padre Celier, Benoît XVI et les traditionalistes, p. 31
5 - AS “ATITUDES MODERNISTAS” DO PADRE CELIER. SUA BIOGRAFIA OCULTADA EM SEU LIVRO. O LADO OCULTO DO PADRE CELIER
Examinemos agora a biografia escondida do padre Celier, aquela que ele não revela em seu livro ‘Bento XVI e os tradicionalistas’.
5.1 - UM PADRE CELIER QUE ATACA SOB PSEUDÔNIMOS PONTOS ESTRATÉGICOS DA OBRA DE DOM LEFEBVRE E DA LUTA CATÓLICA
Lembramos que o padre Celier organizou suas publicações em parte duplas recorrendo a pseudônimos:
- Desde 1993, primeiramente sob sua própria assinatura, Grégoire Celier, na editora « Grichat, la nuit tous les chats sont gris », ele publica sob o manto um opúsculo que intitula, ao emprestar o título de uma obra célebre de Sigmund Freud, « l’Avenir d’une illusion », para tentar ridicularizar a obra de Jean Vaquié, falecido um ano antes, que analisava e denunciava a Penetração da Gnose anticristã e de seus agentes nos meios da Fraternidade, e que por isso recebeu o apoio público de Dom Lefebvre (cf. mensagens VM anteriores). Este texto é acompanhado de um aviso muito surpreendente da parte de um sacerdote católico, proibindo qualquer reprodução e difusão, mas convidando fortemente seus leitores a reformular seus argumentos, evitando cuidadosamente citá-lo. Essa metodologia é, de fato, mais familiar aos círculos da extrema esquerda trotskista do que aos padres da FSSPX.
- No final de 1994, ele publica sob seu nome uma obra dialogada de tipo filosófico intitulada « Le Dieu Mortel », sob copyright « Grichat and his keatons », obra onde ele dá livre curso a seu naturalismo e a seu modernismo intrínsecos, que hoje parece que Dom Williamson descubre. É para proteger os alunos e os fiéis das reações, salutárias tanto para eles quanto para os dominicanos de Avrillé, que Dom Williamson exigirá por escrito em 1995 a auto-censura da revista Le Sel de la Terre (cf. mensagens VM anteriores).
- Em 2003, ele publica sob o pseudônimo de « Paul Sernine » (anagrama de Arsène Lupin que ele descobre no romance de Maurice Leblanc « Dorothée, danseuse de cordes ») nas edições « Servir », dirigidas pelo padre de Tanoüarn, um pequeno livro intitulado « La Paille et le Sycomore », onde ele retoma e dilui a brochura que havia publicado sob seu nome em 1993 « l’Avenir d’une illusion » para se entregar a um ataque em regra - partindo de uma citação truncada e extraída de seu contexto - dos trabalhos anti-gnósticos dos Cahiers Barruel e, sobretudo, dos de Etienne Couvert, para melhor desqualificar, por esse meio, a obra de Jean Vaquié que ainda fazia obstáculo à penetração da Gnose anticlériga camuflada nos meios da FSSPX e entre suas publicações.
- Em 2004, finalmente, diante das vivas reações suscitadas por esse livro nos meios tradicionais próximos da FSSPX, ele publica sob o mesmo pseudônimo, em uma gráfica, tomando o nome de um editor dos meios de extrema esquerda (edições do Zébu), um fascículo intitulado « Paul Sernine responde a seus leitores », onde se apresenta como vítima inocente dos espíritos fanáticos e integristas.
- Na primavera de 2005, sob a assinatura de « Padre Beaumont », ele publica na revista Fideliter, que dirige, um artigo onde não hesita em declarar agora obsoleto o ensino irreformável da Igreja sobre a Realeza Social de Nosso Senhor frente à « Globalização ».
- Finalmente, em abril de 2007, sob sua própria assinatura, ele publica em sua revista Fideliter um artigo-panfleto « Da validade dos sacramentos », onde tenta de maneira desajeitada e bastante grosseira – sem qualquer referência - defender a validade sacramental dos sacramentos conciliares, texto em que demonstra sua profunda nulidade em relação ao domínio da teologia moral católica e sua ignorância crassa sobre a questão dos ritos orientais, assim como seu desconhecimento total do assunto e das publicações e refutações já publicadas sobre a questão. Neste artigo, ele retoma os falsos argumentos do beneditino conciliar promovido pelos padres Barthe e de Tanoüarn, já refutados desde agosto de 2006. O padre Celier faz como se nada fosse, e inocula assim na FSSPX, através de Fideliter, os falsos argumentos propagados pela IBP.
5.2 - A PREDILEÇÃO DO PADRE CELIER POR FORMAS DIALOGADAS, MÉTODO INVENTADO PELOS SOFISTAS GREGOS, MESTRES EM MANIPULAÇÃO INTELECTUAL
Sabe-se que as obras de Platão que nos chegaram, nas quais ele combate a escola dos sofistas de seu tempo, se apresentam sob uma forma dialogada.
A razão é que, precisamente, esse método de diálogos entre duas ou três personagens era o que os sofistas usavam sistematicamente para manter cativos os espíritos de seus leitores diante de suas acrobacias intelectuais enganosas, parecendo assim « demonstrar » e fazer-lhes admitir de forma « suave e amigável » o que eles haviam escolhido previamente fazer com que aceitassem.
É esse mesmo método, inventado pelos sofistas gregos, que o padre Celier escolheu deliberadamente, tanto para sua obra de « Filosofia » « Le Dieu Mortel » quanto em seu último livro « Bento XVI e os tradicionalistas », sem dúvida para melhor fazer aceitar a seus jovens alunos e a seus leitores suas próprias concepções, para dizer o mínimo, heterodoxas.
Esse método dos diálogos, utilizado ocasionalmente em temas que tratam de questões importantes, permite de fato, de maneira descontraída, fazer passar, de forma quase subliminar ao longo do discurso, para o leitor relaxado e insuficientemente atento, falsos princípios decisivos, envoltos em uma formulação habilidosa que parece natural, para melhor depois desenvolver e desdobrar as consequências ao longo do diálogo, e assim levar « de maneira natural » o interlocutor — ou seja, seu leitor — a considerar como aceitáveis, possíveis ou viáveis, conclusões que ele teria rejeitado imediatamente com horror. Essa foi também a método de predileção de grandes destruidores da Fé católica e de grandes hereges ao longo dos primeiros séculos da cristandade, posteriormente adotado com o mesmo objetivo pelos mestres da « Arte Real ».
É interessante constatar a forte inclinação do padre Celier por esse método dos « diálogos » sofísticos assim que ele aborda os grandes desafios da Fé em suas publicações!
Mas, é claro, assim como ele afirma em seu último livro adotar os princípios e métodos dos liberais para melhor usá-los contra eles, ele alegará que fez essa escolha pela boa causa.
Nihil novi sub sole !
5.3 - A CULTURA ‘POP & ROCK’ AINDA VIVA DO PADRE CELIER
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« Eu lhe indico que existe uma revista de hip hop, de música rap, se preferir, que se chama Respect Magazine e que pode ser encontrada nas bancas. » Padre Celier, ‘Bento XVI e os tradicionalistas’’, 2007
‘Bento XVI e os tradicionalistas’ : uma « obra-prima pura? » alguns trechos escolhidos e chocantes.
Uma declaração infeliz do padre Pfluger que qualifica o livro do padre Celier de ‘obra-prima pura’
O padre Pfluger, embora apresente o livro do padre Celier como uma « obra muito pessoal », comete a imprudência de qualificar o livro do padre Celier de « obra-prima pura ».
Um « obra-prima pura »?
Por causa, sem dúvida, do fino conhecimento dos grupos de Rock e Pop do padre Celier?
É com espanto que se descobre o padre Celier exibindo em seu livro um conhecimento profundo e muito atualizado dos grupos Pop & Rock que embalaram sua adolescência:
« GC: É verdade que alunos de Balzac, que têm mais ou menos minha idade, se destacaram na música, na esteira da onda punk, especialmente do grupo inglês Sex Pistols. Podemos citar Daniel Darc, cantor do grupo Taxi Girl (um grupo formado em Balzac), que recentemente fez seu retorno musical após anos de errância; o franco-iraniano Mirwais Ahmadzai, outro membro do Taxi Girl, que produziu dois discos da cantora Madonna; por fim, ainda na minha faixa etária, Catherine Ringer, a cantora dos Rita Mitsouko, que também foi brevemente aluna de Balzac nessa época. Não participei pessoalmente desse tipo de aventuras: o colégio era grande (2.500 alunos) e eu tinha outras preocupações. Mas isso manifesta em que surpreendente caldo cultural pude evoluir entre 10 e 17 anos.
OP: Você teve contato com drogas?
GC: Evidentemente. Elas estavam muito presentes. Um dos alunos da minha classe, por exemplo, já estava seriamente viciado em heroína. Podemos dizer que vivi uma época de transição, entre um uso que poderíamos chamar de "lúdico" e elitista, aquele dos beatniks, dos hippies, do Summer of Love, e o consumo de massa atual. Já que falamos de música, é preciso lembrar da hecatombe que ocorreu ao redor das drogas durante meus primeiros anos de colégio. Em 1969, morre Brian Jones, um dos Rolling Stones. Em 1970, morrem sucessivamente Jimi Hendrix e Janis Joplin. Finalmente, em 1971, morre em Paris Jim Morrison, o cantor dos Doors, que será enterrado no Père-Lachaise, onde desde então é cercado por um verdadeiro culto. Esses grupos musicais e essas mortes eram, obviamente, para meus colegas assuntos de conversa frequentes. » Padre Celier, Bento XVI e os tradicionalistas, páginas 25-26, Edições EntreLacs, 2007
Mais de 30 anos após sua adolescência e mais de 20 anos após sua ordenação, o padre Celier parece muito informado sobre a continuidade da carreira das estrelas do Rock – as quais frequentemente não se escondem de praticar abertamente e ativamente cultos satânicos - que entusiasmavam seus amigos no colégio: ‘Daniel Darc, cantor do grupo Taxi Girl (um grupo formado em Balzac), que recentemente fez seu retorno musical após anos de errância’.
Durante seus trajetos entre Étampes e Compiègne, o padre Celier continuaria ouvindo música Rock em 2007?
Talvez ele mesmo considerasse sua missa « Pie-Paul » como a que ele propõe em seu livro, tal como é mostrada neste vídeo onde aparece o padre Ratzinger:
O padre Celier fez questão de informar a seu interlocutor, algumas páginas antes, sobre seu excelente conhecimento atual das últimas publicações nas bancas das revistas de rap:
« GC: A propósito, eu lhe indico que existe uma revista de hip hop, de música rap, se preferir, que se chama Respect Magazine e que pode ser encontrada nas bancas » Padre Celier, Bento XVI e os tradicionalistas, páginas 25-26, Edições EntreLacs, 2007
O padre Pfluger também aprecia estar tão bem informado sobre a evolução das estrelas do Rock desde a década de 1970 e sobre a atualidade da música rap nas bancas?
É com tais considerações que ele formou seu julgamento de « obra-prima pura »?
Como Dom Fellay e o padre de Cacqueray aceitam se deixar desacreditar por um padre que se pretende seu porta-voz auto-proclamado?
É este o espírito sobrenatural que se espera de um sacerdote?
Como conciliar uma vida sacerdotal piedosa e o cultivo de uma tal cultura musical, tão frequentemente ligada a cultos satânicos, que resultaram em múltiplos suicídios de adolescentes?
É neste espírito que Dom Lefebvre fundou sua obra de preservação da transmissão do Sacerdócio católico sempre válido?
É este o padre que Dom Fellay teria escolhido para ser seu porta-voz?
Tudo isso é insensato; o padre Celier se desacredita e desacredita a FSSPX ao promover uma tal cultura musical e a leveza com que aborda essa atmosfera de seus anos de juventude.
Como o Superior do Distrito da França, o padre de Cacqueray, e como o Superior da FSSPX, Dom Fellay, podem continuar a aceitar que um personagem que desacredita tanto a obra de Dom Lefebvre possa se auto-proclamar seu porta-voz e, mais ainda, o interlocutor da mídia sobre o assunto muito sério das relações da FSSPX com Roma?
5.4 - EM 1991, DOM FELLAY DENUNCIA OS PERIGOS DO ROCK
Em uma conferência proferida no dia 7 de outubro de 1991, Dom Fellay denunciou os perigos do rock e as influências satânicas que cercam essa música.
Retornaremos a este assunto.
5.5 - EM 2003, O PADRE CELIER, EM CONIVÊNCIA COM O PADRE DE TANOÜARN, CONDUZIU UM ATAQUE DISFARÇADO CONTRA A OBRA ANTI-ESOTERISMO CRISTÃO DE JEAN VAQUIÉ
Ao publicar, em novembro de 2003, « La Paille et le sycomore », o padre Celier iniciou, sob o pseudônimo de Paul Sernine, uma luta contra o trabalho muito importante de Jean Vaquié, que denunciava as infiltrações gnósticas (esoterismo cristão) dentro da Tradição católica.
Já publicamos um dossiê muito extenso sobre esse assunto. Vamos retomar essa crítica que foi feita ao padre Celier pelo autor do artigo.
Início da citação do documento de análise dos escritos dos padres de Tanoüarn e Celier (páginas 46 e 47):
« 5.2.1 Analogias entre o criticismo de Kant e os métodos de Sernine
5.2.1.1 O método crítico Emmanuel Kant, constando as dificuldades da ciência metafísica e as oposições entre seus diferentes especialistas, propôs estudar as condições de possibilidade de tal ciência, sem se posicionar a favor de uma ou outra de suas escolas, e sem resolver as questões que ela levantava, exceto pelo recurso a verdades necessárias para o estabelecimento do edifício moral.
Em suas ataques caluniosos contra os Cahiers Barruel, Paul Sernine pretende, sem tomar posição sobre as diferentes questões que podem ser levantadas pelo estudo da gnose e dos movimentos gnósticos, mostrar a impossibilidade de tal estudo, seu objeto, a gnose, não tendo a unidade necessária para ser objeto de um estudo científico.
5.2.1.2 Posições implícitas e interpretação das obras
Esses dois autores, na verdade, são levados, pelas circunstâncias, a direcionar suas críticas de acordo com certas opiniões sobre as questões estudadas pela ciência da qual negam a possibilidade. No entanto, essas opiniões não serão explicitamente expostas, mas estarão implícitas no relato que fornecerão. Daí a possibilidade de várias interpretações dessas obras. Por exemplo, a crítica da razão pura poderá ser interpretada no sentido do realismo ou no sentido do idealismo; além disso, será muito popular entre alguns defensores do positivismo. Da mesma forma, La Paille et le Sycomore se presta a diferentes interpretações.
Notemos ainda que as diferentes interpretações podem cada uma ter um certo fundamento na obra.
5.2.2 O tradicionalismo metodológico do príncipe Sernine ou: Sernine e os papagaios
Não pretendemos, de forma alguma, acusar o Sr. Sernine de heresia, e esperamos que o Sr. Sernine, por fidelidade aos papas do século XIX, rejeite os erros do tradicionalismo. Isso é o que a leitura de Le Dieu mortel, escrito por Grégoire Celier, o Dr. Jekyll do príncipe Sernine, nos faz esperar, que peca mais por racionalismo do que por tradicionalismo e não leva em conta as decisões da congregação do índice.
No entanto, o Sr. Sernine despliega, ao menos em sua última obra, uma interpretação do magistério inspirada pelo tradicionalismo. Sem dúvida, esta última não contém heresia explicitamente: mas ele emprega implicitamente seus critérios para determinar o alcance dos textos do magistério. Isso lhe permite uma interpretação minimalista do magistério da Igreja (veja o que foi escrito anteriormente sobre esse assunto na análise da revista Certitudes).
Fim da citação do documento de análise dos escritos dos padres de Tanoüarn e Celier.
Este dossiê sobre os padres Celier e de Tanoüarn também continha uma série de questões públicas que permaneceram sem resposta da parte desses dois autores, prova de seu extremo constrangimento.
Essas questões públicas, é claro, permaneceram sem resposta.
No entanto, não perderam sua pertinência nem sua atualidade.
Isso revela o caráter falacioso da proposta do padre Celier que apelava para « abrir um debate ».
5.6 - NA PRIMAVERA DE 2004, AS QUESTÕES PÚBLICAS PARA OS PADRES DE TANOÜARN E CELIER
Esses dois padres não podem senão responder com SIM a cada uma dessas questões. Qualquer outra resposta significaria que eles se colocam acima da autoridade dos bispos, seus superiores, ou do Magistério da Igreja.
Os padres Celier e de Tanoüarn reconhecem que a história humana se reduz a uma luta irredutível entre a Cidade de Deus e a Cidade de Satanás?
« Em primeiro lugar, este livro se inscreve na linha de Duas cidades de Santo Agostinho ou na mais recente Teologia da História do Padre Calmel. Ele descreve, sem maniqueísmo, a luta irredutível entre a Cidade de Deus e a Cidade de Satanás ao longo da história e seu paroxismo em nosso século. » Dom Alfonso de Galaretta, Madrid, na Festa de Deus 1998, prefácio a De la cabale au progressisme do padre Julio Meinvielle.
« Para completar, o Sr. Vaquié chega até a remontar a “gnose” ao Dilúvio no tempo de Noé e à construção da Torre de Babel... Não querendo ficar atrás, o Sr. Raynal não hesita em fazê-la começar no Non serviam de Lúcifer. » Paul Sernine (Padre Celier) em La Paille et le Sycomore, p. 38.
Os padres Celier e de Tanoüarn reconhecem que dessa oposição entre as duas Cidades decorre uma trama oculta e real que não é outra senão a oposição entre a tradição católica que é verdadeira e a tradição gnóstica que é falsa?
« A trama oculta e real da história é a oposição entre a verdadeira tradição e a falsa tradição. O apogeu da cidade de Satanás, cidade do homem, cidade da revolução, é o triunfo – por enquanto –, da falsa tradição dentro da Igreja, apresentada como a verdadeira Cidade de Deus pelos teólogos e pela hierarquia católica. » Dom Alfonso de Galaretta, Madrid, na Festa de Deus 1998, prefácio a De la cabale au progressisme do padre Julio Meinvielle.
Os padres Celier e de Tanoüarn reconhecem que o fundo filosófico e teológico do erro gnóstico impregna toda a história humana?
« […] O resultado: a Igreja e a fé estão a serviço da cidade naturalista, humanista, revolucionária, e na prática a serviço do amor de si mesmo que chega ao desprezo por Deus, a serviço da cidade do diabo.
O padre Jules Meinvielle nos dá a explicação, a sequência lógica e histórica; ele nos mostra, com um olhar tomista, o fundo filosófico e teológico do erro gnóstico que impregna tudo e é o contrário da verdade católica. » Dom Alfonso de Galaretta, Madrid, na Festa de Deus de 1998, prefácio a De la cabale au progressisme do padre Julio Meinvielle.
« Contestamos […] o fato de reduzir todos os erros a uma “gnose” indefinidamente plástica e maleável que transcenderia o tempo e o espaço. » Paul Sernine (Padre Celier) em La Paille et le Sycomore, p. 29.
« [...] a única revisão que ele teria que fazer, se aceitasse nossos argumentos, seria abandonar essa ideia de uma “gnose” transhistórica. » Paul Sernine (Padre Celier) em La Paille et le Sycomore, p. 29.
« De maneira alguma […] existe aos olhos dos papas essa “gnose” transhistórica que federaria todos os erros da história da humanidade e seria sua fonte. » Paul Sernine (Padre Celier) em La Paille et le Sycomore, p. 82.
« [...] ressalta portanto o ensurdecedor silêncio dos papas sobre uma “gnose eterna” que causaria, explicaria e reuniria todos os erros da história da humanidade. Este silêncio é suficiente para demonstrar definitivamente a inexistência dessa “gnose”. » Paul Sernine (Padre Celier) em La Paille et le Sycomore, p. 29.
Os padres Celier e de Tanoüarn reconhecem que o fundo filosófico e teológico do erro gnóstico é o contrário da verdade católica?
« […] O resultado: a Igreja e a fé estão a serviço da cidade naturalista, humanista, revolucionária, e na prática a serviço do amor de si mesmo que chega ao desprezo por Deus, a serviço da cidade do diabo.
O padre Jules Meinvielle nos dá a explicação, a sequência lógica e histórica; ele nos mostra, com um olhar tomista, o fundo filosófico e teológico do erro gnóstico que impregna tudo e é o contrário da verdade católica. » Dom Alfonso de Galaretta, Madrid, na Festa de Deus de 1998, prefácio a De la cabale au progressisme do padre Julio Meinvielle.
« Ao afirmar que o mal, sob a forma de “gnose”, seria como eterno, indestrutível e todo-poderoso… Um tal estado de espírito é profundamente anticatólico. » Paul Sernine (Padre Celier) em La Paille et le Sycomore, p. 55.
Os padres Celier e de Tanoüarn reconhecem que a nova religião do Vaticano II forma uma pura gnose?
« Concluo: tanto em seus dogmas quanto em seu culto, a nova religião esvaziou nossa religião católica de sua substância… Essa nova religião não é outra coisa, caros fiéis, senão uma gnose. Acredito que esta é a palavra que a caracteriza perfeitamente, uma vez que se trata de uma religião sem pecado, sem justiça, sem misericórdia, sem penitência, sem conversão, sem virtude, sem sacrifício, sem esforço, mas simplesmente uma autoconscientização. É uma religião puramente intelectualista, é uma pura gnose. » Dom Tissier de Mallerais, Écône, sermão das ordenações em 29 de junho de 2002.
« A verdadeira gnose é cristã. » Padre Guillaume de Tanoüarn em Certitudes, n° 4, p. 21.
Os padres Celier e de Tanoüarn rejeitam com horror a religião naturalista e intelectualista do Vaticano II, como contrária à religião católica?
« Rejeitemos com horror, caros fiéis, caros ordenandos, esta religião naturalista, intelectualista, que não tem nada a ver com a religião católica. » Dom Tissier de Mallerais, Écône, sermão das ordenações em 29 de junho de 2002.
Os padres Celier e de Tanoüarn denunciam os perigos de uma infiltração dentro da tradição católica de pessoas com a mente pervertida vindas das águas turvas da Gnose? Denunciam a ação sorrateira dos meios incrédulos “de direita” para minar de dentro o bloco da tradição católica?
« Mas em nossos seminários e na quase totalidade de nossos priorados, estamos totalmente opostos a este mundo que navega nas águas turvas da Gnose. É preciso, infelizmente, reconhecer que essas pessoas de espírito pervertido conseguem penetrar em meios que se defendem menos bem. Estou perfeitamente de acordo com esta infiltração perigosa. Sinto muito que uma ação sorrateira esteja sendo conduzida por esses meios incrédulos “de direita” para minar o bloco da tradição católica. Agradeço-vos por chamar novamente minha atenção para esse tipo de problema. » Dom Marcel Lefebvre, Écône, 16 de setembro de 1997, citado em É. COUVERT, La Gnose en question, p. 157.
Em 2004, Liber amicorum para os sessenta anos de Alain de Benoist (fundador do GRECE) com a participação do padre Guillaume de Tanoüarn.
« Vimos ativistas pagãos começarem a participar das peregrinações de Cristianismo Solidariedade, depois alguns quadros do GRECE se declarando católicos e explicando isso na Résistance, revista mais próxima dos meios satanistas do que do arcebispo de Paris.
Então Fideliter, revista oficial dos lefebvristas, publica artigos de pessoas próximas ao GRECE, até mesmo Jean Mabire, um fanático pagão organizador de solstícios segundo os rituais das SS.
Os pagãos do GRECE parecem querer seduzir os integristas buscando críticas comuns à evolução da Igreja católica… Encontramos uma coorte de autores da Nova Direita, começando pelo guru Alain de Benoist, Arnaud Guyot-Jeannin, Laurent Ozon, Jean Rémy, Charles Champetier, Pierre Le Vigan. Em contraponto aos autores católicos tradicionalistas liderados pelo padre Guillaume de Tanoüarn, um padre lefebvrista cuja batina é visível durante os colóquios do GRECE, assim como por Alexis Arette, o líder camponês e católico do FN, Claude Polin e Claude Rousseau, acadêmicos e membros do conselho científico do FN. » René Monzat, Ras l’Front, n° 68, set.-out. 1999 (http://www.raslfront.org/journaux/68/68_2.html).
Os padres Celier e de Tanoüarn rejeitam e condenam as obras de Jean Borella, como contrárias à fé católica, por estarem impregnadas de gnose?
« É verdade que o padre X… esteve ligado a este meio perigoso de Nancy e não é certo que ele esteja completamente distanciado. » Dom Marcel Lefebvre, Écône, 16 de setembro de 1997, citado em É. COUVERT, La Gnose en question, p. 157.
Os padres Celier e de Tanoüarn fazem suas a condenação de toda sociedade iniciática pela Igreja?
« Todas as seitas que, embora diferem umas das outras pelo nome, rituais, forma, origem, se reúnem e estão de acordo entre elas pela analogia do objetivo e dos princípios essenciais… idênticos à Maçonaria, que é para todas as outras como o ponto central de onde procedem e onde chegam. » Leão XIII, Humanum Genus 1884.
5.7 - EM 2007, A PROPAGAÇÃO DOS FALSOS ARGUMENTOS DO BENEDITINO CONCILIAR SANTOGROSSI A FAVOR DA SUPOSTA VALIDADE DO NOVO RITO DE CONSAGRAÇÃO EPISCOPAL E APESAR DE TODAS AS REFUTAÇÕES
Retomamos um trecho do comunicado[6] de 2 de maio de 2007 do Comitê Internacional Rore Sanctifica: Resposta ao desassossego de um partidário da validade: o padre Celier (FSSPX) (Fideliter n°177 maio-junho de 2007).
Início do comunicado do CIRS
Em resumo: o método anglicano e modernista do padre Celier
O artigo que o padre Celier publicou na revista Fideliter (n°177), onde ele pretende demonstrar a validade do novo rito de consagração episcopal, constitui um verdadeiro amontoado de sofismas extraídos em mais de 50% dos falsos argumentos do beneditino conciliar Ansgar Santogrossi, promovido pelo padre de Tanoüarn na edição n°6 da revista Objections em junho de 2006, e que já havíamos amplamente refutado em agosto de 2006.
O padre Celier adota uma abordagem comum aos anglicanos e protestantes ao questionar uma suposta insuficiência da forma essencial da ordenação presbiteral tradicional, buscando se libertar dos dois critérios que a Constituição apostólica Sacramentum Ordinis do Papa Pio XII impõe sobre a forma essencial de um rito de ordenação.
O padre Celier finge ignorar a heresia transitiva uncionista e anti-trinitária contida na nova forma sacramental essencial identificada por Montini-Paul VI e ignora também a intenção anti-católica manifestada publicamente pelo pai da reforma, o sacerdote lazarista maçom Annibale Bugnini, dito « Buan » de seu nome de código maçônico.
O padre Celier confunde (ignorância voluntária ou incompetência teológica?) as três noções distintas de potestas ordinis episcopal (poder de ordem episcopal), potestas ordinandi (poder para ordenar) e gratia ordinis episcopal (graça episcopal). O poder de ordem episcopal inclui o poder de ordenar, bem como o poder de confirmar. Tal como um modernista, o padre Celier inventa conceitos como « fórmula », em vez dos termos precisos da teologia católica (forma sacramental essencial). Ao final dessa compilação de sofismas, o padre Celier inicia uma fuga em frente digna da tradição quase-gnóstica, afirmando que a pronúncia de uma « fórmula um pouco vaga » por lábios episcopais é suficiente para garantir a consagração sacramentalmente válida de um bispo.
Sob o ponto de vista meramente racional, o artigo do padre Celier viola, por um lado, as regras da lógica e, por outro, as regras científicas estabelecidas para os trabalhos teológicos ou universitários: ausência de citação das fontes, ausência de notas, imprecisão no vocabulário.
Lembramos que o beneditino conciliar Santogrossi, em seu artigo do qual o padre Celier extrai abundantemente sua argumentação, cometeu duas citações falsas em junho de 2006 com a intenção de enganar seus leitores:
a) Ele havia omitido a palavra « fideliter – fielmente » em sua citação da forma do diaconato, com o objetivo de igualar a graça de ordem ao poder de ordem.
b) Ele havia dado a impressão de que na forma tradicional episcopal identificada pelo Papa Pio XII estaria « comple in presbytero tuo », em vez de « comple in sacerdote tuo », porque queria provar ao leitor etimologicamente que mesmo a forma antiga fala de « velho », enquanto na verdade se refere ao Sacerdócio.
Revelamos esses truques em nossa refutação do texto de Santogrossi publicada em agosto de 2006[7].
Neste comunicado, refutamos as três principais conclusões errôneas que o padre Celier estabelece ao final de seu pequeno artigo.
Com um defensor assim, a causa da validade que outros clérigos mais competentes que o padre Celier (Padre Pierre-Marie, por exemplo) têm em vão tentado defender[8], essa causa vai desmoronar ainda mais rapidamente. O padre Celier poderia, por seu artigo, pela confusão de sua argumentação, por seu embaraço e seu amadorismo, ter conseguido desacreditar a posição dos defensores da impossível validade sacramental dessa nova consagração episcopal promulgada por Montini Paulo VI no dia 18 de junho de 1968.
Até o momento, não lemos sob a pena de um sacerdote ou de um bispo da FSSPX, à qual pertence o padre Celier, uma refutação ou simplesmente uma discussão de nossos argumentos que seja de bom nível e séria, à altura da importância capital desta questão.
Fim do comunicado do CIRS
[6] http://www.rore-sanctifica.org/etudes/2007/RORE_Communique-2007-05-02_Replique_a_Abbe_Celier.pdf
[8] Sobre a qual o Padre Pierre-Marie está atualmente tentando voltar atrás.
6 - O NATURALISMO SUBSTANCIAL DO PENSAMENTO DO PADRE CELIER
6.1 - UM NATURALISMO JÁ ESTIGMATIZADO NA PUBLICAÇÃO DE SEU LIVRO ‘LE DIEU MORTEL’ EM 1995
Aqui está o que escrevia em 1995 o Chasseur, em resposta ao livro ‘Le Dieu mortel’, em um artigo destinado ao « Sel de la Terre », cujos dominicanos de Avrillé, sob a pressão de Dom Williamson, o protetor das sombras do padre Celier, censuraram os trechos mais decisivos (indicamos em azul os trechos censurados a pedido pessoal de Dom Williamson):
« Grégoire Celier desconhece a natureza que exalta: pois essa natureza é política, e sua perfeição não é uma obra pessoal, mas sim a obra da educação. Para ele, ao contrário, é no homem que se encontra a sabedoria: "O filósofo é esse alquimista que se lança em uma busca espiritual, em busca do verdadeiro, do bem, do belo, e que, por essa pesquisa, torna-se um outro homem, despindo-se progressivamente de suas mesquinharias, de seus preconceitos absurdos, para abrir-se ao ser e levar uma vida plenamente humana, segundo todas as exigências da razão [...] A sabedoria se encontra no homem, se ao menos ele assumir plenamente sua natureza” (p. 293 a 298). »
E ainda:
« Em Le Dieu Mortel, a serva se considera uma rainha, que exige sem socorrer, que faz morrer sem dar uma outra vida superior.
Não, verdadeiramente, este livro peca gravemente por naturalismo. Ele nos engana ao nos propor uma sabedoria puramente humana, sem nunca nos falar da única verdadeira sabedoria: a Teologia, da qual a filosofia não é mais que a serva desde a Revelação. Ele nos engana ao prometer saciar nossa sede de conhecimento, e nos deixar finalmente no meio de um árido deserto. Ele nos engana ao querer fazer de nós Sócrates do século XX, como se sua filosofia naturalista pudesse sozinha convencer e salvar o mundo em perdição. Ele nos engana ao agir como se Deus não tivesse falado para ensinar não apenas as verdades sobrenaturais, mas também certas verdades naturais, para que elas fossem conhecidas mais facilmente por um maior número e sem risco de erros. Ele nos insulta ao nos falar como se fôssemos pagãos do século V a.C., sem levar em conta nosso caráter batismal. Ele nos insulta ao nos propor uma sabedoria puramente pagã, em vez de nos convidar à santidade. Ele nos engana ao nos propor sermos plenamente humanos apenas pelo auxílio de nossa razão, como se o pecado original não houvesse ferido nossa natureza e tornado impossível, sem o auxílio da graça, nossa perfeição natural (cl. I II 109. 2. 4. 8). Ele nos despista ao nos assegurar que é dentro de nós mesmos que encontraremos o bom caminho. Ele nos despista ao nos fazer crer que podemos ser plenamente humanos sem sermos santos; ao falar de religião sem nos guiar para a única verdadeira, ao nos propor sempre o humano, e nada além do humano, ao secularizar a caridade e toda a vida humana (cf. p. 123 e 297).
Em resumo, segundo a palavra de Meinvielle, este livro perde nossa alma: « A filosofia sozinha, não apenas não salva o homem, mas o perde. A natureza humana e a razão humana não apenas não salvam o homem, mas o perdem » (in De Lamennais à Maritain, p. 295).
Pergunta-se se o autor da Bibliografia antiliberal leu os autores que recomendava há dez anos (é verdade que dez anos podem levar ao esquecimento e proporcionar a oportunidade de encontrar muitas pessoas). Nenhum deles teria ecoado os elogios indevidos que se seguiram à publicação de Le Dieu mortel; eles teriam, ao contrário, gritado ao perigo e denunciado o responsável. Citamos Meinvielle. Citamos também Gregório XVI em 1832: « Abraçando principalmente com nossa afeição paternal aqueles que se dedicam às ciências eclesiásticas e às questões de filosofia, exortai-os fortemente a ter cuidado para que, querendo apoiar-se apenas nas forças de seu espírito, não se afastem da verdade e não se deixem levar pelo caminho dos ímpios. Que se lembrem de que Deus é o guia da Sabedoria e o reformador dos Sábios (Sab. VII 15) e que não se pode conhecer a Deus sem Deus, que ensina aos homens, pelo Verbo, a conhecer Deus » (Mirari Vos).
O cardeal Pie não tinha palavras suficientemente duras para condenar esse tipo de escrito. >>
E ainda:
« Mas deixemos o cardeal Pie apreciar o vinho dessa sabedoria filosófica que nos é apresentada: « Quereis que a filosofia não dependa senão da razão: e queria Deus que ela sempre dependesse! Pois o que nosso concílio (Concílio de Périgueux) reprova à vossa filosofia é ser uma Insurreição flagrante contra os ensinamentos e preceitos da própria razão. Certamente Deus deu a razão ao homem para o conduzir, para o governar. Mas se o primeiro uso que a razão faz de si mesma resulta em esclarecer sua própria fraqueza, se o esforço mais nobre e o triunfo mais legítimo da razão é entregar o homem aos braços da fé, chamará alguém de racional uma filosofia que se recusa obstinadamente a ouvir as conclusões mais imperativas da razão? [...]
« Não conheço também um papel muito glorioso para a filosofia se nos colocar em relação a todas as coisas, exceto àquelas sobre as quais seremos examinados e julgados. Afastem-se da filosofia humana que se declararia completamente estranha à questão da última finalidade e da felicidade eterna do homem! »
Já ouvimos Gregório Celier clamar que lhe fazemos um mau julgamento, que ele não deve ser confundido com os filósofos racionalistas do século XIX porque não opõe a filosofia à teologia, a razão à fé, mas que teve muito cuidado em distingui-las bem. Uma defesa tal não teria emocionado o santo bispo de Poitiers, que sabia, sem dúvida, melhor sua teologia e sua filosofia: « Sem dúvida, a filosofia e a teologia são ciências distintas; mas, uma coisa é a distinção, outra coisa é a separação, a oposição, a incompatibilidade. A filosofia difere da teologia, assim como a razão difere da fé, assim como a natureza difere da graça. Assim como a fé não se impõe em toda parte à razão, e que há um certo exercício possível e real das faculdades naturais sem a intervenção da graça (definido desde então pelo Vaticano I; cf. Sel de la Terre n° 5 e 6), da mesma forma há uma certa ordem de ciências humanas que podem existir e se desenvolver sem a ajuda direta da doutrina revelada. Este princípio não tem nada de surpreendente e deve ser aceito por todos. Mas imaginar e construir um sistema geral, um curso completo de filosofia que permaneça tão exclusivamente na esfera da natureza e tão rigidamente fora de qualquer relação com a ordem sobrenatural que não seja mesmo um caminho em direção às doutrinas mais elevadas de uma religião divina, que não deixe sequer suspeitar que Deus pôde ter conversado com os homens, e que realmente o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade; esse procedimento, seja qual for e quaisquer outras qualificações que se lhe devam dar, não só não é cristão, não é religioso, como diremos em breve, mas não é mesmo filosófico, pois não é conforme à razão natural do homem [...] »
Depois:
« Mais longe, o Cardeal Pie fala do direito do batismo em impor uma doutrina, acrescentando: « Qual traição do batismo mais completa e mais absoluta do que se adotar teoricamente e praticamente a plena liberdade de pensar, de falar, de viver, de agir como se não se tivesse sido batizado? [...] A filosofia separada da fé faz do batizado um apóstata, uma vez que pretende lhe constituir o direito e até mesmo o dever de falar, de agir e de viver em uma abstração real e prática da ordem sobrenatural e dos ensinamentos da fé. »
« É toda a Sinodal que deveria ser citada e lida por Grégoire Celier, particularmente, uma vez que é professor de filosofia, o severo aviso que o Cardeal Pie dirige àqueles que têm essa responsabilidade:
(…) ele falou de tudo, de Deus, da alma, do corpo, da origem do homem, de suas faculdades, de seu destino, da vida presente, da vida futura, e não uma vez ele pronunciou, com a ênfase de um crente, o nome do Deus feito homem; não uma vez ele apresentou a seu discípulo os caracteres racionais e razoáveis da fé cristã; ele desertou toda a sua vida como um pagão, como um infiel; e enquanto a religião pede para regular e santificar todos os estados, ele preencheu o mais nobre, o mais augusto, o mais divino de todos os estados humanos sem nunca fazer um ato positivo de religião; ou melhor, ele sempre manteve a verdade cativa, oprimida em seu silêncio injusto; toda a sua filosofia, longe de conduzir a Jesus Cristo, pareceu tendenciar e conseguiu apenas suprimir Jesus Cristo, torná-lo inútil; toda a sua sabedoria humana teve como resultado aniquilar e, como fala São Paulo, evacuar a cruz do Salvador, fazendo os homens justos apenas pela lei de sua natureza, seu ensinamento os desapegou de Jesus Cristo e os fez cair de sua graça. Ah! « se todos aqueles que disserem Senhor, não serão admitidos por isso no reino dos céus », quão assegurados estão aqueles de ouvir a terrível palavra: Nescio vos, que não quiseram sequer invocar, que não quiseram sequer pronunciar o nome do Senhor Jesus! "
Pensamos, para concluir, que aquele que não tem nem mesmo a coragem de assinar Padre Grégoire Celier, faria melhor em assumir primeiro e plenamente sua missão de homem essencialmente sobrenatural, da qual o mundo enfermo tanto necessita hoje. Pois se atualmente se trava « a última batalha para que o homem permaneça um animal razoável », é claro que a vitória passa, antes de tudo, pela conversão sobrenatural e direta ao único verdadeiro Deus. Os modernistas contam com numerosos defensores do homem; sejamos aqueles de Deus: assim salvaremos o homem»
6.2 - O PADRE CELIER, SUPOSTO DISCÍPULO DE DOM LEFEBVRE, PROMOVE E FAVORECE OS PRINCÍPIOS LIBERAIS E MODERNISTAS EM 2007
Reproduzindo esquemas que lembram estranhamente as reflexões do padre Barthe, tanto em seus temas quanto em suas expressões e métodos, o padre Celier introduz os conceitos típicos do projeto anglicano-ratzingeriano de "reforma da reforma", essa atualização dentro da Igreja conciliar do movimento Tractariano de tipo anglo-católico e High Church do pastor Pusey e de Lord Halifax no século XIX.
"Se Roma quisesse promover essa 'retradição', teria o recurso, para neutralizar seus adversários, de usar os próprios princípios da nova liturgia. E, em primeiro lugar, seu caráter muito aberto. Nos ritos, tudo está à escolha agora: são propostas muitas variantes. Roma poderia então adicionar o ofertório tradicional entre as escolhas possíveis." Padre Celier, Bento XVI e os tradicionalistas, p. 199-200
O padre Celier preconiza adotar os próprios princípios do liberalismo, condenados pela Igreja, para defender a Tradição:
"Roma certamente terá a ideia de usar, para essa promoção da tradição, os argumentos progressistas: liberdade, riqueza da escolha, antiguidade dos textos, o que quiser! O que, a meu ver, seria um primeiro meio para que o motor da Igreja comece a funcionar corretamente. Durante quarenta anos, o motor funcionou de forma errada. A fé, a hierarquia, a obediência, a devoção ao papa e aos bispos serviram para alimentar a autodestruição da Igreja: é o que Dom Lefebvre chamava de 'o golpe de mestre de Satanás', ou seja, destruir a Igreja através do mau uso das próprias regras da Igreja. Pelo contrário, tudo na Igreja deveria agora servir para restaurar a tradição, incluindo, eventualmente, os argumentos clássicos do liberalismo." Padre Celier, Bento XVI e os tradicionalistas, p. 200-201
Que escândalo por parte de um membro da FSSPX!
Necessita-se lembrar com quanta severidade e dureza Monseigneur Lefebvre mesmo condenava o que chamava de “ peste do liberalismo ”?
« Para preservar e proteger a fé católica dessa peste do liberalismo, este livro me parece chegar em boa hora, ecoando as palavras de Nosso Senhor: «Aquele que crer será salvo, aquele que não crer será condenado», é essa fé que o Verbo de Deus encarnado exigiu de todos se desejam ser salvos. Foi ela que lhe valeu a morte e, a seu seguimento, a de todos os mártires e testemunhas que a professaram. Com o liberalismo religioso, não há mais mártires, nem missionários, mas desreguladores da religião, ao redor do cachimbo de uma paz puramente verbal!
Longe de nós este liberalismo, coveiro da Igreja católica.
À semelhança de Nosso Senhor, levantemos a bandeira da Cruz, único sinal e única fonte da Salvação.
Que Nossa Senhora de Fátima, no septuagésimo aniversário de sua aparição, digne-se a abençoar a difusão deste livro que ecoa suas previsões.
Ecône, 13 de janeiro de 1987,
na festa do Batismo de Nosso Senhor
† Marcel LEFEBVRE »[9]
E o padre Celier continua a convidar seus leitores a colocar suas esperanças em um « espírito liberal »:
« Esta experiência da tradição significaria, portanto, de um lado, deixar por espírito católico a Fraternidade São Pio X ser o que é (portanto, permitir que critique abertamente o Concílio), do outro lado, proteger essa mesma Fraternidade das ameaças progressistas, ao menos por espírito liberal. » Padre Celier, Bento XVI e os tradicionalistas, p. 204
E mais adiante, embora não possa ignorar que nunca, na história do catolicismo, o espírito liberal, que é uma astúcia dinâmica de Satanás concebida para a ruína da Santa Igreja, várias vezes desmascarada pelos Papas, se virou, de fato, contra si mesmo para restringir sua própria influência destrutiva da Igreja:
« E essa « experiência » contribui metodicamente e ao longo do tempo para aumentar a parte católica de Roma e restringir sua parte liberal » Padre Celier, Benoît XVI et les traditionalistes, p. 204
Em sua última carta pública a menos de um mês de sua morte, Monseigneur Lefebvre desmascara este espírito liberal maçônico.
Longe de considerar recorrer a ele um segundo na tola esperança de « aumentar a parte católica de Roma », ele condena esta « Roma que perdeu a Fé », como havia anunciado A Santíssima Virgem Ela mesma em La Salette, assim como ele mesmo lembra:
« O ÚLTIMO TEXTO DE MONSEIGNEUR LEFEBVRE
Apresentação do primeiro número da
DOCUMENTAÇÃO SOBRE A REVOLUÇÃO NA IGREJA
Senhor Padre Giulio Tam, membro da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, de origem italiana, recebendo diariamente o Osservatore Romano, jornal oficial da Curia Romana, achou conveniente, para a informação de seus confrades, coletar os trechos mais significativos dos discursos do Papa e das autoridades romanas sobre os assuntos mais atuais.
Esta reunião lança uma luz tão fulgurante sobre a Revolução doutrinária oficialmente inaugurada na Igreja pelo Concílio e continuada até os dias de hoje, que não se pode evitar pensar no "Trono de iniquidade" predito por Leão XIII, ou na perda da fé de Roma predita por Nossa Senhora em La Salette.
A difusão e a adesão das autoridades romanas aos erros maçônicos condenados diversas vezes por seus predecessores é um grande mistério de iniquidade que arruína em suas fundações a fé católica.
Esta dura e penosa realidade nos obriga em consciência a organizar por nós mesmos a defesa e a proteção da nossa fé católica. O fato de estar sentado nos tronos da autoridade não é mais, infelizmente! uma garantia da ortodoxia da fé daqueles que os ocupam. O Papa[10] ele mesmo agora espalha sem interrupção os princípios de uma falsa religião, que resulta em uma apostasia geral. »
E segundo o padre Celier, seria então nas maravilhas do « espírito liberal » maçônico que a FSSPX deveria colocar suas esperanças de restauração da Tradição católica?
É essa a concepção do padre de Cacqueray, Superior do Distrito da França, seu Superior hierárquico, que faz ativamente a promoção das turnês do padre Celier nos priorados da França da Fraternidade?
Este padre Celier é perigoso. É um lobo introduzido no rebanho.
[9] http://www.virgo-maria.org/Documents/mgr-lefebvre/1987_01_13_Ils_L_ont_decouronne.htm
[10] Um verdadeiro Sumo Pontífice não pode disseminar os princípios de uma falsa religião. Trata-se de um usurpador, não eleito canonicamente. Leia sobre isso a bula do Papa Paulo IV.
6.3 - COMO UM NATURALISTA MODERNISTA, O PADRE CELIER RIDICULARIZA O SENTIDO CATÓLICO SOBRENATURAL E PROVIDENCIALISTA DA HISTÓRIA, OU SEJA, O SENSUS FIDEI
O padre Aulagnier apoia o padre Celier, que coloca como uma premissa indiscutível para seu discurso a negação desse sentido sobrenatural cristão da história, afirmado tanto pelas Santas Escrituras, pelo Magistério e pelas profecias de Nossa Senhora.
« Senhor padre Celier diz isso claramente em uma página muito bonita de seu livro, a mais bonita talvez, a página 212.
« (…) Tentamos não deixar passar as ocasiões favoráveis, de não nos mantermos no imobilismo, o que seria mortal para nós mesmos e para a Igreja. Falo de um imobilismo de tipo providencialista, que equivaleria a não fazer o que está ao nosso alcance para contribuir na resolução da crise, sob o falacioso pretexto de que “Deus proverá”. Portanto, inscrevemos nossa ação na realidade histórica, circunstancial, de hoje. » [padre Celier] »Padre Aulagnier, 29 de março de 2006, Item[11] n°86
Essa afirmação do padre Celier é capital.
Ela não constitui, como afirma o padre Aulagnier, a « mais bela página de seu livro », mas revela a chave de toda a sua abordagem. O padre Celier fundamenta seu projeto de aliança em uma negação deliberada da interpretação católica sobrenatural da situação atual.
Ele afirma: ‘Portanto, inscrevemos nossa ação na realidade histórica, circunstancial, de hoje.’
Ora, do que se trata, senão de eliminar toda a referência às Santas Escrituras, ao Magistério, às profecias? O padre Celier ridiculariza o ‘imobilismo de tipo providencialista’.
O ‘tipo providencialista’ é desqualificado para ele.
Mas o que nos ensinam Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Igreja, senão a conceber a história como essencialmente providencialista, ou seja, totalmente subordinada à Providência Divina onipotente?
[11] http://la.revue.item.free.fr/regard_monde290306.htm
6.4 - A PRETENSÃO FALACIOSA DO PADRE CELIER DE SE INSCREVER NA REALIDADE HISTÓRICA QUE O CONTRADIZ
Realidade histórica e circunstancial’?
Vimos como o padre Celier se evita cuidadosamente de levar em conta em nenhum momento os fatos históricos que cercam a confecção e a promulgação em 18 de junho de 1968 de Pontificalis Romani.
- Ele já estudou Dom Botte, o Padre Lécuyer?
- Ele já estudou a ação primordial dos anglicanos?
- Ele já leu Dom Beauduin?
- É isso que se chama de fazer uma obra de realismo? de história?
Este padre ainda é credível?
6.5 - O PADRE CELIER DESENVOLVE UMA FANTASIA DE TIPO AÇÃO CATÓLICA DEGENERADA QUE SE OPÕE AOS PADRES E A SÃO TOMÁS
Na verdade, sua abordagem é anacrônica, puramente fantasiosa, desconectada, tanto dos fatos históricos que ele absolutamente não quer levar em conta, quanto do sentido sobrenatural e das bases escriturísticas, patrísticas e magisteriais.
Ela não se apoia em nada além de uma dinâmica própria de ilusão, otimismo ingênuo, que permite todas as manipulações, o mesmo irrealismo ingênuo dos profetas da felicidade que floresceram nos meios da Ação Católica degenerada nos anos 1960 e seguintes ao Concílio… Com os magníficos frutos que se pode colher desde então.
Essa abordagem é típica da época modernista.
Ela é totalmente estranha e contrária ao pensamento e à Fé católica, que buscam na escrutinação dos sinais dos tempos, na meditação das profecias divinas, a compreensão do sentido dos eventos históricos que vivemos.
Portanto, essa abordagem está diametralmente oposta à dos autores antiliberais, como o Monsenhor Gaume, que nos lembra precisamente que « o cristão reflexivo compara os fatos com o que é predito ».
Agindo assim, o padre Celier se revela para o que ele é.
Pior do que um modernista, ele é verdadeiramente um naturalista. E sabemos muito bem onde estão os caldeirões que preparam essas poções naturalistas mortais para a Fé dos católicos, tantas vezes condenadas pelos Papas.
Já seu livro ‘O Deus mortal’ nos havia ensinado isso.
E as refutações publicadas ou ocultadas por Avrillé (sob a pressão de Monsenhor Williamson, - o antigo anglicano, variante metodista - seu discreto e eficaz protetor em Avrillé), nos revelavam um pensamento completamente estranho ao mundo das relações entre o natural e o sobrenatural, tal como podemos descobri-lo em Santo Tomás de Aquino ou nos Padres da Igreja.
O padre Celier é estrangeiro a esse mundo católico. Leia seus textos; eles buscam ser puramente racionalistas. Você procura em vão as citações dos Padres ou das Santas Escrituras; a vida espiritual não ali afloram, está ausente.
Sintoma significativo, a Santíssima Virgem Maria nunca é mencionada pelo padre Celier!
Ora, o cristão vive em uma história que possui sua dupla dimensão natural e sobrenatural.
Ele escrutina as Santas Escrituras para descobrir o sentido da situação presente?
Ele (o católico) medita o livro do Apocalipse. Ele escuta as profecias reconhecidas pela Igreja, está atento aos ensinamentos do Magistério que oferecem esclarecimentos instrutivos sobre o sentido dos eventos.
O católico sabe que Deus é o mestre da história, que a Igreja, Corpo místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, revive ao longo da história a vida terrena Daquele que é seu Esposo e seu Chefe.
E hoje a Igreja, Corpo místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, vive Sua Paixão e Seu sepultamento neste grande mistério que Ele permite, o Mistério de iniquidade.
6.6 - JÁ EM 1884, O PAPA LEÃO XIII TRAÇAVA PARA NOSSA ÉPOCA UMA PERSPECTIVA APOCALÍPTICA, TOTALMENTE ESTRANHA À FANTASIA DO PADRE CELIER
O que nos ensina, de fato, o Papa Leão XIII sobre nossa época?
Em seu exorcismo, ele faz em 1884 declarações de uma gravidade excepcional que nenhum Papa havia feito antes dele.
Seus escritos remetem ao Apocalipse e aos textos das Santas Escrituras que evocam os tempos do fim:
« Ora, eis que este antigo inimigo, "homicida desde o princípio" (Jo. VIII, 44), levantou-se com veemência, "disfarçado em anjo de luz" (II Cor. XI, 14), tendo por escolta a horda de espíritos perversos, percorre a terra por todos os lados e em toda parte se insere: com a finalidade de abolir o nome de Deus e de Seu Cristo, com a finalidade de roubar, fazer perecer e perder na danação sem fim, as almas que deveriam ser coroadas pela glória eterna. O dragão maléfico transfunde, nos homens mentalmente depravados e corrompidos pelo coração, um fluxo de abjeção: o vírus de sua malícia, o espírito de mentira, de impiedade e de blasfêmia, o sopro mortal do vício, da luxúria e da iniquidade universalizada. » Papa Leão XIII
Que quadro impressionante e que guia hoje para compreender o espetáculo que nos oferece tanto a sociedade civil quanto a sociedade religiosa.
Avançando mais, com mais precisão, o Papa Leão XIII descreve em termos extraordinários um ataque contra a Igreja que é único e, portanto, sem precedentes:
« A Igreja, esposa do Cordeiro Imaculado, aqui está saturada de amargura e abrevada de veneno, por inimigos muito astutos; eles levantaram suas mãos ímpias sobre tudo o que ela mais sagrado deseja.
Onde foi instituído o Sede do Bem-aventurado Pedro, e a Cátedra da Verdade, ali eles colocaram o trono de sua abominação na impiedade; de modo que, atingido o Pastor, o rebanho possa ser disperso ; » Papa Leão XIII, Exorcismo contra Satanás e os anjos apóstatas, 1884.
6.7 - EM OPOSIÇÃO AO SENTIDO MÍSTICO DO PAPA LEÃO XIII, A IMAGEM PUERIL DO PETROLEIRO E O PROJETO NATURALISTA DOS PADRES CELIER E AULAGNIER
Desse ‘inimigos muito astutos’?
Os padres Aulagnier e Celier falam-nos desses ‘inimigos muito astutos’?
De jeito nenhum. Em nenhum momento!
Ao ouvi-los, deveríamos navegar na confiança e na felicidade.
Segundo o padre Celier, Roma estaria prestes a ‘dar o golpe de leme’ salutar.
Segundo o padre Aulagnier, Roma já o teria dado.
Mas será realmente o caso de imaginar um ‘golpe de leme’? Será que devemos nos deixar embalar pela imagem pueril do petroleiro que nos dá o padre Celier no início de seu capítulo sobre a escandalosa e ímpia ‘missa pipaule’?
Imagem pueril do petroleiro do padre Celier na página 184 de ‘Bento XVI e os tradicionalistas’
Lembremos que o padre Celier já conseguiu fazer repetir essa imagem infantil pelo jovem padre de Cacqueray durante a incrível conferência[12] pró-aliança da Mutualidade em Paris no dia 27 de setembro de 2006, pelo Superior de Distrito da FSSPX, que agora age como um perfeito refém do padre Celier, cobrindo e endossando tudo o que lhe pede o padre modernista.
« Fraqueza? Juventude? Chantagem? Não saberia qual. » declara Monsenhor Williamson.
‘Golpe de leme’, segundo o padre Celier?
Enquanto Monsenhor Fellay, mesmo que as palavras do prelado estejam longe de evocar todos os remédios, oferece uma solução diferente desta imagem naturalista, ao declarar que a situação atual seria superada por santos e santidade como Deus sempre fez.
A menos que a mensagem não declarada do padre Celier seja esta?:
- reconhecer nele um santo, um homem habitado por um verdadeiro sentido sobrenatural, um grau muito elevado de piedade, dando o exemplo de uma bela humildade, um tal despojamento, uma tal ascese e um tal espírito de penitência, e favorecido de tal predileção divina que os fiéis deveriam imediatamente reconhecer nele o homem de Deus, o profeta tão esperado, um verdadeiro profeta de felicidade escolhido por Deus para salvar a FSSPX e finalmente indicar como ‘regularizá-la’!
[12] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-10-12-D-00-Tentations_abbe_Lorans.pdf
6.8 - O ATAQUE SEM PRECEDENTES CONTRA OS SANTOS ORDENS PERPETRADO EM 18 DE JUNHO DE 1968, ANTECIPADO PELO PAPA LEÃO XIII 84 ANOS ANTES
‘Eles levantaram [esses inimigos muito astutos] suas mãos ímpias sobre tudo o que ela de mais sagrado deseja’
O que é isso se não o Sacerdócio de Melquisedeque sacramentalmente válido, dotado de seus verdadeiros poderes sacramentais E SACRIFICIAIS autênticos, Tesouro e Vida mesma da Santa Igreja?
Poderia existir, de fato, algo que fosse, para a Santa Igreja de Nosso Senhor, mais sagrado do que a preservação da plenitude das Santas Ordens dotada de seus verdadeiros poderes sobrenaturais sacramentais e SACRIFICIAIS segundo o Sacerdócio Eterno de Melquisedeque para perpetuar o Santo Sacrifício de Nosso Senhor da Nova e Eterna Aliança selada com Seu Sangue mesmo?
Poderia existir algo mais sagrado?
A resposta só pode ser NÃO.
De fato, sabemos agora, pelos numerosos fatos estabelecidos e documentos autênticos revelados agora publicamente pelo Comitê Rore Sanctifica, disponíveis para download em todo o mundo, que o atentado criminoso contra a validade sacramental das Santas Ordens Católicas ocorreu em 18 de junho de 1968, e que foi premeditado e perpetrado pelo quarteto satânico dos clérigos apóstatas Montini-Bugnini-Dom Botte-Lécuyer.
Portanto, é o Sacerdócio de Melquisedeque, sua validade sacramental E SACRIFICIAL que se tornou o alvo dos ‘inimigos muito astutos’ da Igreja.
São clérigos pouco barulhentos que, no alvoroço pós-conciliar, premeditaram e perpetraram este ataque sem precedentes e mortal contra o Sacerdócio católico, na esperança secreta de provocar sua extinção ao longo do tempo e do silêncio.
Isso é revelado por toda a história do anglicanismo e pela instauração do novo rito de consagração episcopal.
E o Papa Leão XIII precisa:
« Onde foi instituído a Sede do bem-aventurado Pedro, e a Cátedra da Verdade, ali eles colocaram o trono de sua abominação na impiedade; de modo que, atingido o Pastor, o rebanho possa ser disperso » Papa Leão XIII
De fato, tal atentado não pôde ser finalmente perpetrado a menos que o ‘trono de sua abominação’ tenha sido colocado precisamente onde foi ‘instituído o Sede do bem-aventurado Pedro’.
Mas o padre Aulagnier já estudou a grave questão dos sacramentos? Quanto tempo ele dedicou a esse estudo?
Ou ele permaneceu ignorante sobre essa questão VITAL?
O padre Celier, que acaba de se destacar pela nulidade de seu artigo-panfleto sobre o assunto, sabe ler?
Ele leu as refutações de todas as suas afirmações?
Ou prefere preservar sua impressionante ignorância e incompetência teológica que revelam seus escritos sobre essa questão?
A situação é, portanto, única, ainda mais grave do que nos tempos do arianismo, devido a esse atentado criminoso contra a validade sacramental das Santas Ordens Católicas, e mais particularmente do Episcopado, que ocorreu em 18 de junho de 1968 e que fere mortalmente desde então a transmissão sacramentalmente válida do autêntico Sacerdócio de Melquisedeque dotado de seus verdadeiros poderes SACRIFICIAIS.
6.9 - LA SALETTE, O PAPA LEÃO XIII, FÁTIMA RIDICULARIZADOS PELA EXPRESSÃO ‘FALACIOSO PRETEXTO DE QUE « DEUS PROVERÁ »’ DO PADRE CELIER
Do que se trata, senão simplesmente de permanecer católico, de pertencer à Igreja e de preservar o depósito do Sacerdócio sacramentalmente válido COM SEUS PODERES SACRIFICIAIS AUTÊNTICOS PARA QUE A ORDEM DE MELQUISEDEQUE, SELADA NO SANGUE DE NOSSO SENHOR, NÃO DESAPAREÇA DO RITO LATINO?
É esse depósito que os inimigos mais astutos da Igreja católica (os satanistas Rosacruz) quiseram destruir.
E o que nos diz o padre Aulagnier sobre esta imensa luta?
O que nos diz a dupla dos padres Aulagnier-Celier sobre esta batalha apocalíptica da qual o Papa Leão XIII nos traça um quadro impressionante e inspirado das Santas Escrituras?
Nada! NENHUMA PALAVRA!
Estes padres fazem política eclesiástica, e se guardam bem de se situar na encarnação histórica à qual as Santas Escrituras e as profecias da Santíssima Virgem Maria em La Salette e Fátima nos convidam incessantemente.
« Orem ao Deus da Paz para que Ele esmague Satanás sob nossos pés, a fim de que ele não possa mais, nem manter os homens cativos, nem prejudicar a Igreja. Ofereçam nossas orações na presença do Altíssimo, para que "sobre nós venham rapidamente as misericórdias do Senhor" (Sl. LXXVIII, 8), e que vocês apreendam o dragão, a antiga serpente que é o diabo ou Satanás, e que, associado no abismo, não seduza mais as nações" (Apoc. XX, 3).
Assim, confiando em sua proteção e em seu patrocínio, pela autoridade sagrada de nossa mãe, a Santa Igreja, é com toda confiança que nos comprometemos a repelir, em nome de Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor, as infestação da astúcia diabólica.»
Mas frente a esse plano sobrenatural da história da Salvação, essa visão conforme ao Apocalipse, o padre Celier usa a zombaria, não apenas sua “visão fantasiosa do futuro”, para retomar o contundente julgamento de Monsenhor Tissier de Mallerais, mas ignora soberbamente essa visão de Fé, e ainda por cima, ridiculariza os fiéis que esperam de Deus a solução para o tempo de apostasia que vivemos.
É portanto essa sua concepção do Sacerdócio e dos deveres que ele tem tanto para com a Santa Igreja e Seu Magistério quanto para com as almas que, para sua desgraça, foram hoje confiadas a ele?
« Falo de um imobilismo de tipo providencialista, que equivaleria a não fazer o que está ao nosso alcance para contribuir para resolver a crise, sob o falacioso pretexto de que “Deus proverá”. Padre Celier, Benoît XVI et les traditionalistes, p. 212
Ora, ao contrário, Monsenhor Lefebvre considerava sua obra como Providencial, como de « tipo providencialista », para retomar a expressão do padre Celier.
Monsenhor Lefebvre proclamava, de fato, que era a Providência Divina que lhe confiara sua missão de fundar sua obra de preservação do autêntico Sacerdócio católico sacramentalmente válido.
E agora aqui está o padre Celier que ousa, sem qualquer prudência, zombar desse espírito “providencialista”.
Aqui está o que escrevia Monsenhor Lefebvre em 2 de junho de 1988 em Roma:
« Os colóquios e encontros com o cardeal Ratzinger e seus colaboradores, embora tenham ocorrido em uma atmosfera de cortesia e caridade, nos convenceram de que o momento de uma colaboração franca e eficaz ainda não chegou, dado que o objetivo dessa reconciliação não é de forma alguma o mesmo para o Santo Sé que para nós. Acrescentei: “É por isso que nos daremos nós mesmos os meios para continuar a obra que a Providência nos confiou.” »[13]* Monsenhor Lefebvre, coletiva de imprensa em Ecône, 15 de junho de 1988
E na prefaça aos estatutos da FSSPX em 1991, aqui está como Monsenhor Lefebvre declara solenemente que sua obra é eminente providencial e “depositária da Arca da Nova Aliança, o Sacerdócio de Melquisedeque”, e por quê?
Porque, em sua Sabedoria infinita, Deus assim o quis!
« 1965-1990, é o período do colapso do sacerdócio católico. 1970-1990. A Providência em Sua Sabedoria infinita suscita uma obra de restauração do sacerdócio católico, a fim de preservar os tesouros que Jesus Cristo confiou à Sua Igreja, a fé em sua integridade, a graça divina através de Seu Sacrifício e de Seus sacramentos, e os pastores destinados à dispensação desses tesouros de vida divina. (…)
Manifestação evidente da bênção sobre a Obra à qual Deus vai confiar a Arca da Aliança do Novo Testamento.
« Hic est calix sanguinis Mei, novi et aeterni testamenti. »
Tal é o objetivo de nossas constituições. Que sejam objeto de nossas meditações, sob o olhar de Maria, Mãe do Sacerdócio.
Ecône, 20 de março de 1990
+ Marcel Lefebvre, Fundador da Fraternidade Sacerdotal São Pio X »[14]
Quanto tempo o padre Celier terá meditado este texto, como pedia Monsenhor Lefebvre, antes de escrever seu abominável livro?
Lemos por meio da pena de Monsenhor Lefebvre que pela obra Providencial da FSSPX, Deus precisamente providenciou o colapso do Sacerdócio católico.
E é essa concepção que o padre Celier ridiculariza e critica ao falar de « tipo providentialista » e de « falacioso pretexto de que “Deus proverá” ».
Um falacioso pretexto, o discurso de Monsenhor Lefebvre! Que impudência e que mentalidade puramente naturalista da parte do padre Celier!
E ele ainda pertence à FSSPX? Além disso, à frente da revista Fideliter e das edições Clovis?
E esse escândalo persiste há 13 anos? Graças à proteção constante do tandem Schmidberger-Williamson, seus protetores eficazes, determinados e discretos.
Nesta zombaria, o « Deus proverá » é portanto qualificado de « falacioso pretexto » pelo padre Celier. Frente a esse padre naturalista, aqui está a invocação do Apocalipse e do « Veni Domine Jesu » por Monsenhor Lefebvre em março de 1991:
« São João termina seu Apocalipse com este apelo "Veni Domine Jesu", Venha Senhor Jesus, apareça finalmente nas nuvens do Céu, manifeste todo o seu Poder, que seu Reino seja universal e eterno.
Ecône, 4 de março de 1991, Marcel Lefebvre »[15]
E o padre Celier nos entrega sua visão do futuro:
« Grégoire Celier: (…) Não vamos reconstruir do zero um estado da Igreja que desapareceu definitivamente no passado. As décadas que se seguem vão nos fazer assistir em tempo real a um fenômeno histórico ao mesmo tempo ordinário em seu fundo e inédito por seu objeto concreto. A Igreja vai, de fato, engolir o grande pedaço que é o Concílio com suas consequências, e digeri-lo. Na minha opinião, existem na reforma conciliar nutrientes absolutamente inalcançáveis pela Igreja, que colocam em risco a coesão de sua doutrina e de sua vida. Penso que a Igreja vai proceder com essas partes inalcançáveis como fazemos com resíduos nucleares: té derramamos em um bloco de concreto estanque, e depois enterramos profundamente e afastadamente, para que não façam mal a ninguém. Para o restante do que foi dito e feito nos últimos quarenta anos, após terem sido purgados de seu mau espírito, isso vai ter lugar em uma nova síntese ancorada na tradição, o que permitirá à Igreja recuperar uma nova juventude missionária. Sim, eu acredito que isso vai acontecer assim.
Olivier Pichon: Isso corresponde ao que você disse sobre o Vaticano II: que se trata para você, simultaneamente, de esquecer, de superar e de expor «com reverência». Você pode desenvolver essas ideias, a fim de descrever em que sentido você considera possível esse golpe de leme do capitão Bento XVI (ou de um de seus sucessores)?
Grégoire Celier: Eu insisto primeiro em um ponto. Não sou nem um adivinho nem um profeta. Portanto, é impossível para mim descrever um processo futuro que depende essencialmente das pessoas e das circunstâncias. Por outro lado, não recebo nenhuma informação confidencial, nem da Cúria romana, nem de Monsenhor Fellay. Trata-se pura e simplesmente de reflexões pessoais, sem qualquer outra pretensão. O que acho útil fazer é mostrar que um tal processo de restauração gradual da fé é possível, e desde agora, e sem provocar uma nova revolução violenta, e com os homens de hoje. Bento XVI e os tradicionalistas, p. 212
De maneira alguma, o padre Celier quer « um estado da Igreja que desapareceu ». Segundo ele, esse desaparecimento seria « definitivo » (o que de Fé é impossível para qualquer católico, pois seria contrário à promessa formal e incondicional de Nosso Senhor: Non praevalebunt portae infernorum).
Ora, a Santíssima Virgem Maria nos diz:
« Jesus Cristo será servido, adorado e glorificado; a caridade florescerá por toda parte (…) ».
Ela nos fala da restauração da Cristandade, pelo restabelecimento do reinar de Cristo, o que significa a unção real:
« Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, que será forte, humilde, piedosa, pobre, zelosa e imitadora das virtudes de Jesus Cristo. ».
Este anúncio de Nossa Senhora é precisamente a antítese dos textos do padre Beaumont-Celier, que na Fideliter ousa se opor à realeza política e social de Nosso Senhor Jesus Cristo, ensinamento que, no entanto, é irrefutável do Magistério pontifício, sob a alegação de uma nova situação criada pela globalização.
Aqui está o que Monsenhor Lefebvre respondia antecipadamente aos detratores da restauração da Cristandade, como o padre Celier hoje:
« Discípulos de Satanás resolveram acabar com a cristandade.
Por que uma nova festa?
Por que o papa Pio XI achou bom adicionar ao calendário litúrgico uma festa particular para Cristo-Rei? Foi realmente necessário? A realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo não estava suficientemente significada em todas as festas do ano litúrgico? De fato, se lermos os textos litúrgicos da festa do Natal, da festa da Epifania, das grandes cerimônias da Semana Santa, com mais razão a festa da Páscoa e a festa da Ascensão, a realeza de Nosso Senhor é constantemente afirmada. Essas festas apenas manifestam o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo e Seu reino.
Então, por que adicionar esta festa de Cristo-Rei? É porque os homens quiseram destruir o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, depois que durante muitos séculos, os príncipes, os chefes de Estado reconheceram a realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo. Discípulos de Satanás, aquele que persegue com seu ódio Nosso Senhor Jesus Cristo, resolveram acabar com a cristandade, com a ordem cristã, com o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre a sociedade, e fomentaram distúrbios até o momento em que puderam de fato destruir esse reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo sobre as sociedades. Eles esperavam com isso arruinar a obra de Nosso Senhor Jesus Cristo: é isso que diz o papa Leão XIII em sua encíclica Humanum genus a respeito dos maçons. Ele diz: o objetivo principal deles é destruir todas as instituições cristãs. Todas as instituições cristãs! Este é seu objetivo.
Eles não poderiam conseguir isso enquanto a sociedade fosse cristã, enquanto os príncipes e os governantes fossem cristãos. Portanto, foi necessário destruir esses governos, destruir aqueles que defendiam a realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Um clima de apostasia
Não apenas eles tiveram o intuito de destruir as instituições cristãs, mas quiseram, com isso, destruir o reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo nas almas e criar este clima de apostasia geral. O fato de que as instituições não são mais cristãs, o fato de que Nosso Senhor Jesus Cristo não reina mais nas instituições, cria necessariamente um clima de apostasia, um clima de ateísmo.
Esse clima de ateísmo atinge então as famílias pela educação, por todos os meios poderosos que o Estado tem à sua disposição para arruinar a fé nas famílias cristãs. Assim, vimos a apostasia se espalhar gradualmente na sociedade. E se as famílias se tornam apostatas, se nas famílias não reinam mais Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua lei e Sua graça, então as vocações também desaparecem, e é bem isso que eles esperavam; eles esperavam atingir a Igreja através das famílias cristãs e, assim, alcançar, os seminários, os noviciados, as congregações religiosas. Infelizmente! Eles conseguiram.
Agora poderíamos dizer em verdade que as autoridades da Igreja[16] estendem a mão a eles, e os ajudam nessa apostasia, pela afirmação dessa liberdade religiosa. »[17] Mons. Marcel Lefebvre, Ecône, 30 de outubro de 1988
O discurso de Monsenhor Lefebvre está em oposição ao de padre Celier.
Monsenhor Lefebvre denuncia a destruição da Cristandade como sendo a obra dos discípulos de Satanás, da maçonaria condenada pelo Papa Leão XIII.
O padre Celier nunca fala disso.
O padre Celier, ao contrário, apresenta essa subversão como uma « crise », vocabulário neutro que apaga toda ideia de responsabilidade, como se fosse um processo fatal, da « culpa do acaso », de uma responsabilidade coletiva, de um clima geral inexplicável, enquanto se trata da implementação deliberada, paciente e contínua de um plano revolucionário, de uma conspiração tal como já é denunciado nas Santas Escrituras.
Nossa Senhora fala de uma « nova síntese ancorada na tradição »? De maneira alguma, ela fala de um triunfo da Igreja da forma mais tradicional que existe, e no âmbito de uma Cristandade real restaurada.
Não se fala de « nova síntese », nem de simples « ancoragem » na tradição, mas isso significa a tradição plena e inteira.
O cúmulo da trivialidade e do espírito naturalista, hermético a qualquer referência escritural é alcançado quando o padre Celier evoca os « resíduos nucleares ».
Portanto, outra surpresa, a Igreja vai « solidificar » os erros do Vaticano II em uma « manta de concreto estanque »! Esta metáfora é ridícula e anti-histórica.
De fato, a Igreja, pela voz dos Papas e dos concílios, sempre procedeu anatemizando as heresias e excomungando vitandis os hereges de todos os tipos. Ela não os tratou de forma alguma pelo esquecimento.
O padre Celier estaria influenciado por uma eclesiologia modernista?
O padre Celier descreve um « processo de restauração progressiva da Fé » e « sem provocar uma nova revolução violenta ».
Ora, Nossa Senhora nos anuncia a violência levada a um grau de paroxismo aterrador:
"No ano de 1865, verá a abominação nos lugares santos; nos conventos, as flores da Igreja estarão putrefatas e o demônio se tornará como o rei dos corações. Que aqueles que estão à frente das comunidades se cuidem das pessoas que devem receber, porque o demônio usará toda sua malícia para introduzir nas ordens religiosas pessoas entregues ao pecado, porque os desordens e o amor aos prazeres carnais estarão espalhados por toda a terra.
"A França, a Itália, a Espanha e a Inglaterra estarão em guerra; o sangue correrá nas ruas; o Francês lutará contra o Francês, o Italiano contra o Italiano; em seguida haverá uma guerra geral que será terrorífica. Por um tempo, Deus não se lembrará mais da França nem da Itália, porque o Evangelho de Jesus Cristo não é mais conhecido. Os ímpios utilizarão toda a sua malícia; matar-se-á, massacrar-se-á mutuamente até dentro das casas." [18] Nossa Senhora a Mélanie, La Salette
Ao contrário da proposição audaciosa e odiosa do padre Celier, a Santíssima Virgem Maria declara em seu segredo a Mélanie (La Salette):
"No primeiro golpe de sua espada fulminante, as montanhas e toda a natureza tremerão de assombro, porque os desordens e os crimes dos homens atravessarão a abóbada dos céus. Paris será queimada e Marselha será afundada; várias grandes cidades serão abaladas e submergidas por terremotos; acreditar-se-á que tudo está perdido; só se verá homicídios, só se ouvirá barulho de armas e blasfêmias.
"Os justos sofrerão muito, suas orações, sua penitência e suas lágrimas subirão até o Céu, e todo o povo de Deus pedirá perdão e misericórdia, e pedirá minha ajuda e minha intercessão.
"Então Jesus Cristo, por um ato de Sua justiça e de Sua grande misericórdia para os justos, ordenará a Seus anjos que TODOS os Seus inimigos sejam mortos. De repente, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens entregues ao pecado perecerão, e a terra se tornará como um deserto. Então se fará a paz, a reconciliação de Deus com os homens; Jesus Cristo será servido, adorado e glorificado; a caridade florescerá em toda parte. Os novos reis serão o braço direito da Santa Igreja, que será forte, humilde, piedosa, pobre, zelosa e imitadora das virtudes de Jesus Cristo. O Evangelho será pregado por toda parte e os homens farão grandes progressos na Fé, porque haverá unidade entre os operários de Jesus Cristo e os homens viverão na temor de Deus. » [19] Nossa Senhora a Mélanie, La Salette
Segundo a Santíssima Virgem Maria, é de Nosso Senhor Jesus Cristo que devemos esperar a resposta aos tempos de prova que estamos vivendo e não de mirabolantes, mas miseráveis cálculos de política eclesiástica, como afirma sem vergonha o padre Celier.
Nosso Senhor Jesus Cristo « matará todos os seus inimigos », nos anuncia Sua Santíssima Mãe.
Esta profecia também está relacionada à profecia dos três dias de trevas, que tem sido continuamente retomada pela tradição profética católica.
E a Santíssima Virgem Maria nos convida a nos colocarmos sob Sua proteção, pois é ela quem lutará nesses tempos de sedução e de provas:
"Antes que isso aconteça, haverá uma espécie de falsa paz no mundo; não se pensará em outra coisa senão em se divertir; os ímpios se entregarão a todo tipo de pecados. Mas os filhos da Santa Igreja, os filhos da Fé, meus verdadeiros imitadores, crescerão no amor de Deus e nas virtudes que mais me são queridas. Bem-aventuradas as almas humildes guiadas pelo Espírito Santo! Eu lutarei com elas até que alcancem a plenitude da idade.
"A natureza clama por vingança em relação aos homens, e treme de espanto diante do que deve acontecer à terra manchada de crimes. Treme, terra, e vós que fazeis profissão de servir a Jesus Cristo e que adorais a vós mesmos, tremam; porque Deus vai vos entregar a Seu inimigo, porque os lugares santos estão na corrupção; muitos conventos já não são mais as casas de Deus, mas pastagens de Asmodeu e de seus seguidores. »[20] Nossa Senhora a Mélanie, La Salette
Constatamos que, confrontadas com o Magistério e com as profecias de Nossa Senhora, as teses do padre Celier são radicalmente incompatíveis com o sentido católico da história da Salvação.
[16] Nota de VM: Trata-se da Igreja conciliar, que não é a Igreja católica. Se as autoridades colaboram, ajudam nesta apostasia, é porque elas mesmas se colocaram de fato fora da Igreja (novamente, leia a bula do Papa Paulo IV).
[17] http://www.virgo-maria.org/Documents/mgr-lefebvre/1988_10_30_Mgr_Lefebvre.htm
[18] http://www.virgo-maria.org/Documents/la-salette/secretsalette.htm
[19] http://www.virgo-maria.org/Documents/la-salette/secretsalette.htm
[20] http://www.virgo-maria.org/Documents/la-salette/secretsalette.htm
6.10 - MONSENHOR LEFEBVRE INVOCAVA LA SALETTE E AS PROFECIAS
Em oposição ao padre Celier, Monsenhor Lefebvre invoca em 29 de janeiro de 1988 (em uma carta a Jean Madiran) as profecias de La Salette e o exorcismo do Papa Leão XIII para descrever a situação atual da Igreja conciliar:
« O plano anunciado nos Atos da Alta Venda e publicado por ordem do papa Pio IX se realiza hoje diante de nossos olhos. Estive na semana passada em Roma, chamado pelo cardeal Gagnon, que me entregou a carta que lhe comunico em anexo. Uma rede muito bem organizada controla toda a atividade da cúria, interna e externamente.
O papa[21] é um instrumento dessa máfia [2] que ele criou e da qual simpatiza. Não se pode esperar nenhuma reação da parte dele; ao contrário. O anúncio da reunião das religiões em Assis em outubro, decidido por ele [3], é o cúmulo da impostura e do insulto a Nosso Senhor. Roma não é mais a Roma católica. As profecias de Nossa Senhora de La Salette e de Leão XIII em seu exorcismo [4], se realizam. “Lá onde foi instituído o Sede do bem-aventurado Pedro, e a Cátedra da Verdade, ali eles colocaram o trono de sua abominação na impiedade; de modo que, atingido o Pastor, o rebanho possa ser disperso...”
É Leão XIII também quem proibiu o "congresso das religiões" que deveria ter ocorrido em Paris em 1900 em ocasião da Exposição Universal, como ocorreu em Chicago em 1893.
Vocês verão, na resposta a nossa carta, que o cardeal Ratzinger se esforça mais uma vez para dogmatizar o Vaticano II. Temos a lidar com pessoas que não têm nenhuma noção da Verdade. Cada vez mais seremos forçados a agir considerando esta nova Igreja conciliar como não católica. »[22]
Que condenação para a « visão fantasiosa do futuro » do padre Celier, que, por seu naturalismo e sua redução do que ele impropriamente chama de « crise » (trata-se, na verdade, de uma revolução cujos responsáveis são conhecidos), tenta criar a ilusão de uma fatalidade que seria superada por meios humanos de simples negociações entre pessoas bem intencionadas.
E Monsenhor Lefebvre voltará mais uma vez a La Salette em 1988, o ano mesmo das ordenações dos quatro bispos em Ecône:
Na Fideliter n° 65 de setembro-outubro de 1988, páginas 3 a 6, é citado seu sermão de domingo, 10 de julho, na Étoile du Matin, em ocasião da missa solene celebrada pelo padre Bernard Lorber, ordenado em 29 de junho anterior:
(…) Peçamos isso sobretudo à Virgem Maria, nossa Boa Mãe do Céu, Nossa Senhora de Fátima, que nos anunciou todos esses males que cairiam sobre a Igreja, caso ela não consagrasse o mundo ao seu Coração Imaculado. Atualmente encontramos essa situação. A Virgem de La Salette também previu: Roma perderá a Fé. Uma eclipse se espalhará sobre Roma[23]. Constatamos isso com muita dor. (…)[24]
Monsenhor Lefebvre falava novamente de La Salette em seu prefácio à obra « Pedro, amas-me? », livro que o padre Celier exclui do catálogo das edições Clovis, tanto esse texto aprovado por Monsenhor Lefebvre o incomoda e incomoda o projeto de aliança da pequena rede dos infiltrados modernistas:
POSFÁCIO de « Pedro, amas-me? ».
[…]
Ecoando os Papas de antes de 60 que profetizaram sobre os males que viriam à Igreja, se não fossem ouvidos e se fizessem desconsideração de suas condenações, ecoando as profecias de Nossa Senhora de La Salette e de Nossa Senhora de Fátima, esforcemo-nos para reconstruir a Igreja sobre princípios eternos ensinados pelo Magistério da Igreja durante quase vinte séculos, reprovando os erros da Revolução liberal e modernista, ainda que estes sejam validados por aqueles que ocupam o Sede de Pedro. [25]
[…]
Marcel Lefebvre
Arcebispo emérito de Tulle
Fundador da Fraternidade São Pio X
Ecône, 7 de junho de 1988
[21] Não pode se tratar de um verdadeiro Sumo Pontífice, mas de um usurpador, pois um Papa não pode errar na Fé.
[22] http://www.virgo-maria.org/Documents/mgr-lefebvre/1988_01_29_Lettre_a_Jean_MADIRAN.htm
[23]A citação exata do segredo para Mélanie Calvat (La Salette) é que « a Igreja será eclipsada ». Consequentemente, é muito provável que Dom Lefebvre tenha feito aqui uma interpretação pessoal desse trecho.
[24]
[25] http://www.virgo-maria.org/Documents/mgr-lefebvre/1988_07_07_POSTFACE_de_Pierre_M_aimes-tu.htm
7 - AS BASES NATURALISTAS, O MÉTODO MODERNISTA E A DOUTRINA ANTI-TUTIORISTA DOS « DOIS PRELIMINARES » INSPIRADOS PELOS PADRES AULAGNIER E RIFFAN
7.1 NATURALISMO E MODERNISMO SUBJACENTES AOS « DOIS PRELIMINARES » DOS PADRES AULAGNIER E RIFFAN
Essas teses não vêm de Deus, elas não são de forma alguma inspiradas pelo Espírito Santo.
Elas procedem de um espírito adúltero ao se opor ao ensinamento da Igreja católica e a seus convites para escrutar os sinais dos tempos de provações que vivemos.
Essas teses são substancialmente naturalistas.
Elas se inscrevem em oposição a essa visão sobrenatural da história da Salvação e revelam o modernismo pelo método utilizado pelos padres Aulagnier e Celier, inspirado pelo padre Barthe, para propagá-las.
Essa concepção naturalista está subjacente à política dos « dois preliminares » inoculados pelos padres Aulagnier e Riffan junto à Direção da FSSPX, ou seja, Monsenhor Fellay.
Para isso, elas acrescentam a essa inspiração naturalista que constitui a trama, a inversão diabólica do « rito de São Pio V primeiro », que toma o lugar do « Sacerdócio válido primeiro », verdadeiro objetivo da obra providencial fundada por Monsenhor Lefebvre para sua preservação.
Metaforicamente, essa inversão desloca o combate para a preservação das maçãs (que são as missas católicas sacramentalmente válidas) em detrimento da preservação do pé de maçã que é o episcopado.
Monsenhor Lefebvre PROVISORIAMENTE salvou o episcopado católico sacramentalmente válido do rito latino, mas os padres Aulagnier e Celier ocultam esse fato maior.
Eles reduzem, ao contrário, a luta de Monsenhor Lefebvre à preservação do rito tradicional da Santa Missa e não à preservação do Sacerdócio sacramentalmente válido.
7.2 - A DOUTRINA ANTI-TUTIORISTA DOS « PADRES PROVÁVEIS A PRIORI » ATRIBUÍDA AO MONSENHOR FELLAY PELO SITE DONEC PONAM
A partir do momento em que a inversão satânica é operada (rito da missa e não mais o episcopado sacramentalmente válido) e que o sentido católico da história da Salvação foi repudiado para ser substituído por uma fantasia idealista e naturalista anacrônica, só resta justificar os « sacramentos bastardos » denunciados por Monsenhor Lefebvre em 1976, pelo seguinte sofisma: « Devemos insistir na probabilidade da validade de uma ordenação » e declarar que « Os fiéis, por sua vez, deverão partir do princípio a priori de que esses padres são validamente ordenados porque a invalidade da ordenação permanece uma exceção. Portanto, deverão considerar que uma ordenação, mesmo moderna, é válida. » como atribuído ao Monsenhor Fellay pelo site Donec Ponam em sua entrevista de 25 de março de 2007.
Ora, o conceito de « padre a priori provavelmente válido » foi formalmente condenado pelo Papa Inocêncio XI[26] em 1679 e o de « probabilidade de validade de um sacramento » também foi condenado pelo Papa Leão XIII[27] em 1878 (cf. mensagem anterior de VM).
Assim, à inversão diabólica e à « visão fantasiosa do futuro » e naturalista, vem então se adicionar a negação do tutiorismo, que sempre foi e é a doutrina infalível e irrefutável da Igreja em matéria sacramental.
O ciclo está, portanto, fechado; e, ao preço dessa tripla traição, só resta embalar os fiéis na sedução e na ilusão sobre a Igreja conciliar e iniciar a confusão final dos Sacerdócios da « reforma da reforma », que era o objetivo inicial.
[26] Cf. http://www.rore-sanctifica.org/etudes/2007/RORE_Communique-2007-06-03_Probabilisme_Mgr_Fellay.pdf
[27] http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-06-04-A-00-Mgr_Fellay_Donec_Ponam.pdf
http://www.virgo-maria.org/articles/2007/VM-2007-04-09-D-01-Mgr_Fellay_a_recu_la_lettre_1.pdf
7.3 - OS FRUTOS PRÁTICOS DO TRABALHO DO PADRE CELIER EM PERPIGNAN: A CONFUSÃO DOS SACERDÓCIOS
8 - UM INSPIRADOR NAS SOMBRAS: O PADRE BARTHE. O GRANDE ARQUITETO DESSA SUBVERSÃO DA FSSPX?
A temática vulgarizada pelo padre Celier em seu livro desenvolve, até mesmo mantendo às vezes o vocabulário, o discurso mais sutil que destila o padre Barthe em suas crônicas de Catholica ou em suas conferências.
8.1 - O ECLIPSE DO PADRE BARTHE NO MOMENTO EM QUE O PADRE CELIER LANÇA UMA OFENSIVA MIDIÁTICA DENTRO DA FSSPX
Primeira observação, até o final de dezembro de 2006, o padre Barthe foi muito ativo, aparecendo cada vez mais na cena. E já em janeiro de 2007, ele desaparece.
Mas onde foi parar o padre Barthe? Por que este silêncio?
Observamos que o eclipse do amigo de Ratzinger, o padre Barthe, coincide com o aumento da presença do padre Celier na cena midiática da FSSPX.
Para comentar a apostasia da mesquita azul e, em seguida, especialmente para lançar seu livro, tudo parece indicar que existe uma divisão de papéis entre o teórico da pedagogia da ‘reforma da reforma’ e o diretor da revista Fideliter.
E o discurso do padre Celier, de certa forma, assume o papel dentro da FSSPX que o padre Barthe ocupa fora dela.
Recordemos o que escrevemos em 5 de dezembro de 2006, quando denunciávamos essa colusão entre o padre Barthe e as declarações do padre de Cacqueray (sob a influência do padre Celier) no final de setembro de 2006.
8.2 - O PADRE BARTHE PROMOVE O ARTIFÍCIO DO FRONT COMUM RATZINGUÉRIEN-TRIDENTINO EM FUNDO ANGLICANO DA ‘REFORMA DA REFORMA’
Início da citação do VM de 5 de dezembro de 2006:
Para ilustrar o projeto de Ratzinger, tal como ele o entende, o padre Barthe recorre à imagem de uma « subida de dentro », aplicando-a prioritariamente à questão litúrgica:
« Se é verdade que a nova liturgia foi a transposição cultual da convulsão eclesiológica do evento Vaticano II, é claro que, ao contrário, a “subida de dentro” de que fala Bento XVI se manifesta, em primeiro lugar, por uma resacralização da liturgia. » Padre Barthe, 20 de novembro de 2006
E o padre Barthe afirma que Ratzinger buscaria o apoio das forças da Tradição católica para sustentá-lo em sua contestação ao Vaticano II:
« Um nó une dois elementos do pensamento ratzingueriano: de um lado, uma crítica implícita, sob a forma de “boa interpretação”, da reforma de Paulo VI, pelo menos tal como se desenvolveu na prática; e de outro lado, um desejo mais ou menos marcado de um “ecumenismo” em direção ao mundo tradicional, considerado como um conservatório da liturgia e da doutrina do “antes”. » Padre Barthe, 20 de novembro de 2006
Portadores de círios em uma “missa” anglicana inválida (Filadélfia 2006)
E, chegamos aqui ao verdadeiro objetivo do padre Barthe, trata-se de unir toda a Tradição católica, qualificada de « pólo tridentino », em torno de Ratzinger:
"Para dar uma nota “política”, direi que tudo leva os dois polos tridentino e ratzingueriano, embora muito desiguais em termos de importância numérica, não a fundir, mas a estabelecer uma frente comum, tanto do ponto de vista da missão pastoral nas dioceses francesas em processo de desertificação, quanto do ponto de vista da liturgia." Padre Barthe, 20 de novembro de 2006
E o padre de Cacqueray apressa-se em apoiar esse “frente comum” dos polos tridentino e ratzingueriano junto com a obra de preservação do Sacerdócio de Monsenhor Lefebvre:
« Se a Fraternidade mudar de estratégia e adotar os acordos práticos, porque, afinal, essa é a questão, temos mais chances de conseguir a progressão da Tradição aceitando agora uma evolução canônica »
« A luta que travamos é a luta pela volta de Roma à sua Tradição »
« E, finalmente, é a única questão que nos importa, qual é a maneira de pôr fim a essa horrível crise da Igreja e que Roma recupere sua Tradição. » padre de Cacqueray, 27 de setembro de 2006
Mas qual será, portanto, o meio para o padre Barthe? Ele então promove a ideia da "reforma da reforma", e sugere o Motu proprio para a "liberalização" do rito de São Pio V:
« Certamente, se por um lado, em certos locais, paróquias, comunidades, a " reforma da reforma " avançar o suficiente para oferecer aos católicos ligados ao rito tridentino a possibilidade de participar de cerimônias, fazendo um espaço considerável para as formas tradicionais, e se, por outro lado, a liberalização do rito de São Pio V for bastante significativa, o movimento de transição seria consideravelmente acelerado. » Padre Barthe, 20 de novembro de 2006
O reverendo Chadwick se inscreve na mesma perspectiva e na dupla de uma extensão das facilidades concedidas ao “polo tridentino” em relação aos anglicanos do TAC. Para o reverendo Chadwick, o futuro documento do Motu proprio tão aguardado pelos padres Lorans e de Cacqueray, assim como por Monsenhor Fellay, simbolizará a “unidade na diversidade”.
« Conhecemos nossas fraquezas e nossas forças, e confiamos que a Igreja católica romana contemporânea irá assumir essas diferenças como com aqueles que se apegam à tradição tridentina. É somente hoje que a Igreja católica romana começa a conceber a unidade na diversidade, à evidência da possibilidade de que Bento XVI emita um documento para liberar o uso do rito pré-conciliar para aqueles que o desejam. É incrível que alguns bispos franceses não consigam tolerar a presença de dois ritos na Igreja, enquanto a missa chamada de Paulo VI não é uniforme entre duas paróquias de suas dioceses! As "glasnost" e "perestroika" que estão chegando à Igreja não podem senão encorajar os católicos anglicanos em nossa busca de unidade*. » Reverendo Chadwick
Assim, vemos pela convergência, senão pela identidade dos discursos, quão significativo é o projeto do padre Barthe de reunir a Tradição católica (incluindo a FSSPX) em torno de Ratzinger, procede do mesmo modelo que o desenvolvimento da High Church e seu sucedâneo contemporâneo, o TAC, em relação à Comunhão Anglicana.
O pivô de tal estratégia (é por isso que foi sugerido a Monsenhor Fellay e ao padre de Cacqueray) é lançar-se no preliminar da “liberalização” do rito de São Pio V.
Vemos hoje a manifestação dessa implementação da estratégia do padre Barthe quando as autoridades da FSSPX lancam a impostura sacrílega do “buquê” espiritual do milhão de terços ou durante o lançamento da operação DVD do “kit da missa tradicional” pelo padre de Cacqueray em 7 de dezembro de 2006.
Fim da citação do VM de 5 de dezembro de 2006[28]
[28] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-12-05-B-00-Operation_Anglo_Tridentine.pdf
8.3 - O PADRE BARTHE E O PADRE DE CACQUERAY (CELIER?) FAZEM DO « PRO MULTIS » O PONTO DE PARTIDA DA ‘REFORMA DA REFORMA’
Nós também vemos que o padre Barthe anuncia uma remodelação do novo missal.
É exatamente isso que o padre Celier deseja ao preconizar a inserção do ofertório tradicional na escolha dos textos do novo missal e na prática da missa pipaule:
Início da citação do VM de 5 de dezembro de 2006
Saindo das sombras e intervindo diretamente sob seu nome no Forum Catholique, o padre Barthe publica, em 23 de novembro de 2006, um curto artigo [21] intitulado « A reforma da reforma começou? » sobre a nota de Arinze para que o « pro multis » do cânon do rito de Montini-Paul VI deixe de ser traduzido por « para todos » e passe a ser traduzido por « para muitos » nas edições vernáculas do missal. E o padre Barthe conclui:
« Tudo isso mostra, sobretudo, que a liberalização anunciada da missa tridentina faz parte de um projeto muito mais amplo que, se concretizado, visaria remodelar o novo missal. » Padre Barthe, 23 de novembro de 2006
Em 25 de novembro de 2006, Yves Chiron, admirador de Hans Urs von Balthasar, retoma a informação em sua carta n°100 de Alethia [22]. Ele também anuncia o início da reforma da reforma e vê nisso uma saída por cima. Saída por cima? ou saída da Igreja conciliar para a Alta Igreja?
Aqui está um autor que se deixa levar pelo grande esquema anglicano, a menos que seja conivente.
Em um grande mimetismo que deve alegrar o padre Barthe, o padre de Cacqueray segue o exemplo e faz publicar um comentário no site oficial do Distrito da França da FSSPX [23]. Ele afirma ver nisso « uma pequena bomba teológica e litúrgica no âmbito da Igreja conciliar ». Ele não percebeu que, longe de ter efeitos devastadores na Igreja conciliar, essa decisão romana contribuirá para aplicar o plano de inspiração anglicana descrito pelo padre Barthe e fará com que a FSSPX entre em uma estrutura inválida onde a FSSPX será colocada sob a mesma autoridade da futura « Igreja Católica de rito Anglicano » atualmente em negociação entre Ratzinger e John Hepworth, o « Dom Fellay anglicano ».
Em 2 de dezembro, o padre Barthe intervém novamente no mesmo Forum Catholique para, citando um artigo de Stéphane Wailliez que está para sair, fazer revelações sobre a forma que a promulgação do Motu Proprio e a reforma da reforma por Ratzinger poderiam tomar [24]:
« Podemos imaginar que Bento XVI apoie a reforma da reforma com uma celebração em uma paróquia romana, em latim, voltado para o Senhor e, melhor ainda, que o futuro documento liberalizando a missa tridentina seja acompanhado de uma celebração dessa missa pelo próprio papa? » Padre Barthe, 2 de dezembro de 2006
Muito bem informado por Roma, pois é um puxador de cordéis privilegiado e particularmente ativo desde 1997, o padre Barthe nos apresenta uma informação extraída das melhores fontes. Essa promulgação ocorreria também em 8 de dezembro de 2006, para a festa da Imaculada Conceição? Seria o milagre do Bouquet!
Fim da citação do VM de 5 de dezembro de 2006
[29] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-12-05-B-00-Operation_Anglo_Tridentine.pdf
8.4 - OS PADRES CELIER E BARTHE PRECONIZAM A "RETRADITIONALIZAÇÃO" DO NOVUS ORDO MISSAE (NOM)
A colisão entre o padre Celier e o padre Barthe é total para promover o que eles chamam de « retraditionalização » do Novus Ordo Missae de 1969:
Início da citação do VM de 5 de dezembro de 2006
Já na primavera de 2004, em um artigo de Catholica intitulado « Transição para uma saída », o padre Barthe delineava as grandes linhas da aplicação dessas teorias compartilhadas com Catherine Pickstock:
« Trata-se de curar-se, passo a passo, do espírito que presidiu à confecção da nova liturgia. Este projeto de evolução do rito reformado para o rito não reformado ganha terreno nas mentes sob o tema da “reforma da reforma”. Para aqueles que o mencionam, consistiria, como a expressão indica, em reformar o rito de Paulo VI com base na tradição litúrgica romana, ou seja, concretamente em direção ao rito de São Pio V, que permanece a referência obrigatória. »
« É necessário que a intenção perseguida, a "retradicionalização" do rito, qualifique positivamente as etapas que, consideradas em si mesmas, poderiam aparecer como marcadas por uma secularização excessiva. Essas etapas serão perfeitamente admissíveis para todos, em função do fim buscado, ou seja, o retorno a um rito que se tornou novamente lex orandi, profissão de fé cultual. Uma liturgia em curso de "tradicionalização" já é uma liturgia tradicional. »
Esse estado de espírito não é católico e esta fórmula anticatólica ficará marcada: « uma liturgia em curso de retraditionalização é já uma liturgia tradicional » diante deste Lego litúrgico desrespeitoso a Deus, Dom Guéranger deve se revirar em sua sepultura!
Fim da citação do VM de 5 de dezembro de 2006[30]
O padre Celier preconiza a « retradicionalização » do NOM:
« Se Roma quisesse favorecer essa « retradicionalização », ela teria o recurso, para neutralizar seus adversários, de utilizar os próprios princípios da nova liturgia. E, em primeiro lugar, seu caráter muito aberto. Nos ritos, tudo está agora à escolha: são propostas numerosas variantes. Roma poderia então adicionar a oferta tradicional entre as escolhas possíveis. » Padre Celier, Benoît XVI et les traditionalistes, p. 199-200
E ele ousa tomar Dom Guéranger como modelo, mesmo sabendo que Dom Guéranger excluía toda liturgia que não tivesse 200 anos de idade.
Esse termo « retradicionalização » é falacioso, pois isso sugere que este rito de 1969 foi tradicional e poderia se tornar novamente.
É falso, trata-se de um rito artificial inventado pelos reformadores litúrgicos modernistas anticristãos do pós-Vaticano II, sob a liderança de seu chefe, o padre lazarista Annibale Bugnini, conhecido como Buan pelo seu nome de código de " irmão " maçom, elaborado em palacetes de luxo, e inspirado em parte pela suposta Tradição apostólica falsamente atribuída a Hippolyte de Roma, totalmente " reconstruída " por seu cúmplice, o Beneditino Dom Botte, reconstrução que o Padre Bouyer (embora ele mesmo modernista) já qualificava em 1966 como « a risada dos sábios ».
[30] http://www.virgo-maria.org/articles/2006/VM-2006-12-05-B-00-Operation_Anglo_Tridentine.pdf
9 - MELHOR QUE DEUS E NOSSA SENHORA, OS PADRES CELIER E AULAGNIER « VÃO PROVIDENCIAR » ?
9.1 - O PADRE AULAGNIER, NOVO SÃO JOÃO BATISTA DO PROFETA CELIER?
E aqui tocamos no fundo do projeto naturalista que sustenta todo o livro Bento XVI e os tradicionalistas e a ação de um padre Aulagnier com sua política dos ‘dois pré-requisitos’: trata-se de uma pura vontade humana que pretendia, por si mesma, resolver a situação da Igreja nestes tempos de Apocalipse por meio de simples negociações entre pessoas de boa companhia. Tudo isso é grotesco!
Quando o padre Celier fala do « falacioso pretexto de que "Deus providenciará" », o que ele quer dizer?
Uma vez que para ele seria falacioso que Deus providenciasse, então é porque ele, o padre Celier, vai providenciar. Não devemos recorrer a Deus, não devemos esperá-Lo, uma vez que temos o padre Celier e que ele entendeu perfeitamente como resolver a situação da Igreja conciliar. Seria essa a mensagem que o padre Celier quer nos fazer entender?
O padre Celier quer nos fazer entender que, melhor do que a Muito Santa Virgem Maria que falou em La Salette e depois em Fátima, melhor do que São Miguel ao qual o Papa Leão XIII nos pediu que aguardássemos que ele ‘esmagasse Satanás sob seus pés’, devemos recorrer ao ‘dieu mortel’, ao padre Celier?
Seria ele, então, o homem da situação? E o padre Aulagnier seria de certa forma o São João Batista deste padre Celier na FSSPX?
Ele seria « a voz que clama no deserto » e que « endireita os caminhos do padre Celier » e que, em editoriais do Item, nos guia para a mensagem do padre Celier?
Nossa Senhora anuncia os dois profetas Enoque e Elias:
"A Igreja será eclipsada, o mundo estará na consternação. Mas aqui estão Enoque e Elias, cheios do Espírito de Deus; eles pregarão com a força de Deus, e os homens de boa vontade acreditarão em Deus, e muitas almas serão consoladas; eles farão grandes progressos pela virtude do Espírito Santo e condenarão os erros diabólicos do anticristo » [31] Nossa Senhora a Mélanie, 1846, La Salette
Deve-se entender que os padres Aulagnier e Celier se consideram Enoque e Elias?
O grotesco dessa situação é avassalador.
Monsenhor Lefebvre teria esperado que ela alcançasse tais proporções antes de ‘agir’?
Certamente que não.
[31] http://www.virgo-maria.org/Documents/la-salette/secretsalette.htm
9.2 - O EXORCISMO DO PAPA LEÃO XIII DIANTE DAS SEDUÇÕES DAS FORÇAS DAS TREVAS
Diante desse ataque naturalista em seu fundamento e modernista em seu método, contra a obra de Monsenhor Lefebvre e a transmissão do Sacerdócio católico sacramentalmente válido, preferimos recorrer ao que diz o Papa Leão XIII frente aos lobos disfarçados de ovelhas que realizam o mistério da iniquidade.
Aqui estão as palavras de Leão XIII, ele não fala de petroleiro, nem de ‘garça’ e nem de ‘ouriço’, ele fala como um verdadeiro Pastor faz, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo:
« Assim, portanto, dragão maldito e toda legião diabólica, nós te exorcizamos pelo Deus + vivo, pelo Deus + verdadeiro, pelo Deus + Santo, por esse Deus que tanto amou o mundo ao ponto de lhe dar Seu Filho único, para que todo aquele que crê Nele não pereça, mas tenha a vida eterna (João III, 15).
Cessa de enganar as criaturas humanas e de lhes derramar o veneno da condenação eterna. Cessa de prejudicar a Igreja e de obstruir sua liberdade. Retrocede, Satanás, inventor e mestre de toda a enganação, inimigo da salvação dos homens. Cede teu lugar ao Cristo em quem não encontraste nada de tuas obras. Cede lugar à Igreja, una, santa, católica e apostólica, que Cristo adquiriu ao preço de Seu Sangue. Inclina-te sob a mão poderosa de Deus, treme e foge à invocação que fazemos do santo e temível Nome desse Jesus que faz tremer os infernos, a quem estão submetidas as virtudes dos Céus e as Potestades e as Dominações, que os Querubins e Serafins louvam em um concerto sem fim, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus dos exércitos. »
Continuemos a boa luta
Padre Michel Marchiset