A IGREJA ESTÁ ECLIPSADA
LOUIS-HUBERT REMY
- O ECLIPSE
- POR QUE ESTE ECLIPSE?
- ANEXOS
- ANEXO I: A VISIBILIDADE DA IGREJA
- ANEXO II: UMA FORMULAÇÃO PRECIPITADA DE MONSENHOR LEFEBVRE EXPLORADA POR ALGUNS QUE SE DIZEM SEUS FILHOS (MAS SERÁ QUE SÃO?)
- ANEXO III: O VERDADEIRO PENSAMENTO DE MONSENHOR LEFEBVRE
- ANEXO IV: A MISSÃO PÓSTUMA DE SANTA JOANA D'ARC E O REINO SOCIAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
- ANEXO V: O GRANDE LOGRO DO CONCÍLIO VATICANO II
- ANEXO VI: O TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA
- ANEXO VII: UMA ARMADILHA MONTADA PELO INIMIGO: O SEDEVACANTISMO
O ECLIPSE
"Gaude Maria Virgo, cunctas hæreses sola interemisti" Alegrai-vos, Virgem Maria: só vós destruístes todas as heresias. Trecho da Missa Salve, sancta parens
A Santíssima Virgem Maria, Rainha da França, não desce do céu por nada. Em sua casa, em nossa casa, em La Salette, em três palavras sóbrias, Ela nos ensinou tudo.
Quem é melhor teólogo do que a Rainha do céu, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, Mãe da Igreja? Quem será suficientemente louco para ousar não A escutar, ousar corrigi-La, ousar contradizê-La?
A Santíssima Virgem Maria poderia ter dito: "a Igreja será ABALADA, destruída, suprimida, perdida, demolida, enterrada, apagada, arruinada, exterminada". Ela não disse isso.
Ela poderia ter dito: "a Igreja será abatida, aniquilada, abolida, rebaixada, profanada, humilhada, abandonada". Ela não disse isso.
Ela poderia ter dito: "a Igreja será mudada, modificada, transformada, reformada, renovada, reavivada, renovada". Ela não disse isso.
Ela poderia ter dito: "a Igreja será obscurecida, entenebrecida, pulverizada, extinta, arrasada, entregue, derrubada, oprimida". Ela não disse isso.
Ela poderia ter dito: "a Igreja será escondida, dissimulada, esmagada, sufocada, desmantelada, seduzida, enganada". Ela não disse isso.
Ela poderia ter dito: "a Igreja será infiltrada, invadida, sitiada, cercada, contornada, alterada, corrompida". Ela não disse isso.
Ela poderia ter dito: "a Igreja desaparecerá, vacilará, titubeará, cambaleará". Ela não disse isso. Ela poderia ter dito: "a Igreja será OCUPADA". Ela não disse isso.
Cada uma dessas palavras, e a lista está longe de ser exaustiva, tem um sentido muito preciso e corresponde a uma realidade diferente. A Santíssima Virgem Maria não escolheu nenhuma dessas palavras.
A Santíssima Virgem Maria disse: "A IGREJA SERÁ ECLIPSADA".
Ela não disse mais nada.
Nenhuma outra expressão resume melhor a situação. Nenhuma outra expressão explica melhor a crise. Nenhuma outra expressão dá melhor a solução.
Aprendamos, portanto, a ler bem para entender bem, e meditemos com atenção sobre o seu ensinamento.
Uma eclipse é: "o desaparecimento parcial ou total de um astro, pela interposição de OUTRO" (Larousse), ou "a ocultação momentânea de um astro cuja luz é interceptada pela interposição de OUTRO ASTRO" (Quillet).
Essas duas definições nos falam de DOIS ASTROS, de luz, de interposição, de desaparecimento, de ocultação momentânea, parcial ou total.
O exemplo mais conhecido de eclipse é o do sol pela lua. O sol é ocultado e a luz do sol desaparece momentaneamente, parcial ou totalmente, pela interposição da lua. Só se vê a lua, astro morto.
O eclipse ocorre de maneira súbita e é surpreendente, espantosa, assustadora para quem não sabe. Mas uma eclipse não dura muito tempo.
O homem que assiste a uma eclipse apenas o sofre. Ele não pode fazer nada. Ele o contempla e espera, sem nada mudar, que ele termine. O retorno da luz é, no entanto, uma libertação. Tivemos um belo exemplo disso em 11 de agosto de 1999.
Retomemos cada termo e tentemos entender o que a Santíssima Virgem Maria quer nos fazer compreender:
1. Há dois astros (astro: corpo celeste). Um é eclipsado. O outro eclipsa. São dois astros, dois corpos celestes diferentes.
A Santíssima Virgem Maria nos diz que o astro que é eclipsado é a Santa Igreja.
A Santa Igreja é a sociedade de todos os cristãos unidos pela profissão de uma mesma Fé:
- a doutrina de Cristo,
- a observância de Sua Lei,
- o uso de Seus Sacramentos,
- e a submissão aos pastores legítimos que são o Papa e os bispos em sua comunhão. As quatro marcas da Santa Igreja são a Unidade, a Apostolicidade, a Santidade e a Catolicidade.
Ela é composta pela Igreja Militante, Padecente e Triunfante.
Portanto, o astro que eclipsa não é a Santa Igreja. É outra coisa, é outro corpo celeste.
Como é outro astro, ele não pode emanar da Santa Igreja, que é UNA.
A seita conciliar não é una, não é santa, não é mais apostólica [1], não é católica.
Além disso, este astro vem de outro lugar.
Então surgem duas perguntas: de onde ele vem? Quem é ele?
A resposta é evidente para aqueles que têm Fé: "Quem não está comigo, está contra mim". Ele só pode vir do Adversário.
2. É a luz da Santa Igreja que desaparece, que é ocultada. Estamos nas trevas. Não é a Santa Igreja que desaparece, que é ocultada: ela está apenas escondida e reaparecerá.
A palavra "ocultada" é interessante porque nos obriga a pensar em "ciências ocultas", em "ocultismo", que é a ciência das coisas ocultas, reservada a iniciados.
E como só há dois estandartes e dois campos, o de Nosso Senhor e o do Adversário, como não entender que o outro astro é o do Adversário, mestre das ciências ocultas?
3. Este desaparecimento, parcial atualmente, se tornará certamente total. Estaremos então nas trevas mais profundas. Só veremos o outro astro, que tomará todo o espaço e tentará passar-se pela Santa Igreja.
O ápice deve ocorrer quando se tentar substituir o decálogo de Deus pelo decálogo de Satanás. E se o eclipse for total, aparentemente não restará nada da Santa Igreja: a Tradição será ou martirizada ou obrigada a se esconder. Só nos restará o rosário, como vários videntes profetizaram.
4. Assim como durante uma eclipse solar, não se move e se espera o fim do eclipse. Pois no segundo que segue o ápice, a Luz retorna. O que alguns viram, dizendo: "quando tudo estiver perdido, tudo será salvo".
5. Este desaparecimento é momentâneo. Ele não dura. Temos certeza de que a luz da Santa Igreja retornará... ao fim da eclipse, obviamente.
O eclipse não pode permanecer fixo: "as Portas do Inferno não prevalecerão [2] contra Ela".
6. Outro aspecto de um eclipse é que ele acontece em silêncio, a tal ponto que, para definir a saída discreta e silenciosa de alguém, diz-se que ele se eclipsa.
Durante Sua Paixão, Nosso Senhor, diante de Caifás, o poder espiritual, "guardou silêncio" e respondeu a apenas uma pergunta, aquela que dizia respeito ao poder espiritual:
"És Tu o Cristo, o Filho de Deus?".
Diante de Pilatos, o poder temporal, Ele se calava, e respondeu a apenas uma pergunta, aquela que dizia respeito ao poder temporal:
"És Tu o Rei dos Judeus?".
Diante de Herodes, o espírito do mundo (as palavras "mundo" e "demônio" têm as mesmas letras), Ele se calava. Grande lição que Nosso Senhor nos ensina.
O demônio sufoca a voz da Igreja, ele persegue aqueles que pregam a Igreja, provando assim que ele é o mestre da seita conciliar.
Diante dos demônios que fazem grande barulho e que, por meio da mentira, tomam o lugar da Igreja de Nosso Senhor, colocando-se à frente e tendo a insolência de dizer: "eu sou a Igreja Católica", nosso papel é, para muitos, silenciar.
Somente alguns terão a vocação de defender a glória de Deus. Os outros deverão, na humildade e paciência, se preparar para reconstruir.
7. Eclipsar é "impedir completamente que apareçam, por um momento, qualidades geralmente brilhantes [3]". O objeto que é eclipsado não muda em nada e, portanto, a Santa Igreja não é de forma alguma modificada.
Ela foi feita para brilhar, pois é luminosa, e ainda mais: é luz [4]. Ela é o sol que não aparece mais, que não se vê mais. Sua luz não penetra mais... por um momento!
Durante um eclipse, apenas aqueles que estão no cone de sombra estão completamente conscientes dessa eclipse. O mesmo acontece com as trevas espirituais: apenas aqueles que têm a verdadeira fé e que são perseguidos podem compreender a eclipse da Igreja. Os outros não veem nada e não entendem nada.
8. Muitas vezes se diz que nossa época corresponde ao momento da Paixão de Nosso Senhor, e que a Igreja vive essa Paixão.
Parece, no entanto, que a Igreja e os Papas têm vivido a Paixão de Nosso Senhor desde a Revolução Francesa, e que desde o primeiro dia do Concílio Vaticano II, vivemos as aparências da morte.
Nossa época é, na verdade, a hora das trevas, a hora do poder de Satanás, a hora que precede a Ressurreição triunfal do Reino do Sagrado Coração.
A seita conciliar é a igreja das trevas, uma igreja de morte, a igreja de Satanás.
9. A eclipse começou no início do Concílio Vaticano II.
Citemos a importante confidência de Jean Guitton (amigo de Paulo VI) à sua secretária, Srta. Michèle Reboul:
"A IGREJA CATÓLICA MORREU NO PRIMEIRO DIA DO CONCÍLIO VATICANO II. ELA DEU LUGAR À IGREJA ECUMÊNICA. ELA NÃO DEVERIA MAIS SE CHAMAR CATÓLICA, MAS ECUMÊNICA".
Jean Guitton diz com razão que, desde o primeiro dia do Concílio, uma outra igreja aparece, uma igreja que não é mais a Igreja Católica e que ele chama com justiça de igreja ecumênica.
Mas ele se engana ao dizer que a Igreja Católica está morta. Ela está simplesmente eclipsada.
No momento de morrer, o Cardeal Liénart terá uma expressão semelhante:
"Humanamente, a Igreja está perdida".
Humanamente, sim. Mas a Igreja é divina, e Ela não pode estar perdida.
10. Para eclipsar o astro gigantesco que é a Santa Igreja, e para eclipsá-lo em toda a superfície da terra, foi necessário um astro ainda maior. É por isso que à seita conciliar se acrescentaram todos os inimigos da Igreja, astro horrível, disforme, feio, cuja monstruosidade será descoberta completamente quando o eclipse for total.
[1] Ler o estudo sobre o novo ritual das consagrações episcopais: "Os bispos consagrados segundo o novo rito são bispos?". ACRF, B.P. 2 - 44 140 Aigrefeuille.
[2] Prevalecer: ter a vantagem, ser superior, triunfar sobre, dominar, predominar, vencer.
[3] Dicionário Hachette Sinônimos p. 633 em "obscurecer".
[4] Como Nosso Senhor ("Assim como Jesus Cristo e Sua Igreja"), ela é "A luz do mundo" (João VIII, 12).
POR QUE ESTE ECLIPSE?
Nosso Senhor veio ao mundo para restabelecer o reino de Seu Pai e para destruir o do príncipe das trevas. Mas, "De acordo com o ensinamento dos apóstolos", diz a voz dos séculos,
"um dia virá em que Satanás, cheio de raiva contra Jesus Cristo e os cristãos, reconquistará o terreno que perdeu, fortalecerá seu reinado e o estenderá amplamente. Então ele se lançará sobre Roma, porque ela é sua rival e a morada dos Pontífices. Ele a dominará, expulsará o Vigário de Jesus Cristo, perseguirá os verdadeiros fiéis e massacrará os religiosos e os sacerdotes". Cornelius a Lapide, Suarez, São Roberto Bellarmino. Citado por Dom Gaume [5], La Situation, p. 28, 1860.
"Pois este antigo inimigo, 'homicida desde o princípio' (João, VIII, 44), se levantou com veemência, 'disfarçado em anjo de luz' (II Cor. XI, 14), tendo por escolta a horda de espíritos perversos, percorre a terra em todas as direções, inserindo-se em todos os lugares: visando abolir o Nome de Deus e de Seu Cristo, visando roubar, fazer perecer e perder na condenação eterna as almas que deveriam ser coroadas pela glória eterna. O dragão maligno transfunde nos homens mentalmente depravados e corrompidos no coração um fluxo de abjeção: o vírus de sua malícia, o espírito de mentira, impiedade e blasfêmia, o sopro mortal do vício, da luxúria e da iniquidade universalizada.
"A Igreja, esposa do Cordeiro Imaculado, está saturada de amargura e embebida de veneno por inimigos muito astutos; eles colocaram suas mãos ímpias em tudo o que ela mais deseja de sagrado. Onde foi instituída a sede do bem-aventurado Pedro e a cadeira da Verdade, ali colocaram o trono de sua abominação na impiedade; de modo que, atingido o pastor, o rebanho possa ser disperso. Ó São Miguel, chefe invencível, apresente-se ao povo de Deus que está em luta contra o espírito da iniquidade, dê-lhe a vitória e faça-o triunfar". Exorcismo de Leão XIII contra Satanás e os anjos apóstatas, 1884.
Toda essa seita conciliar é, portanto, mentira. Sua verdadeira origem e sua verdadeira natureza são o engano:
- num primeiro momento, esconder-se e fazer-se passar pela Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo;
- depois substituir a verdadeira Igreja, colocando-se em seu lugar;
- finalmente, esconder, perseguir e destruir a Santa Igreja.
É isso que ela tem feito nos últimos 40 anos. SOB O FALSO PRETEXTO DE MUDANÇAS, ELA DESTRUIU TUDO.
Ela destruiu a verdade, a teologia, os dogmas, os sacramentos, a liturgia, a disciplina, as elites, os combatentes, as missões, o ensino, as vontades, etc., tudo o que é necessário para a vida eterna.
Ela não ensina mais a mesma Fé. Ela destrói a verdadeira Fé. Ela substitui a única verdadeira finalidade, que é o amor de Deus, pelo amor ao homem.
Ela blasfema contra o primeiro mandamento, respeitando todas as outras religiões, cujo pai é o diabo.
Ela não combate mais os inimigos do nome cristão; pior, ela os chama de seus amigos.
Ela não é mais Una, não é mais Santa, não é mais Católica, não é mais Apostólica.
O que era bem se torna mal, o que era mal se torna bem; o verdadeiro se torna falso; o falso se torna verdadeiro. Não há mais pecado, exceto o de permanecer católico.
"A religião de Deus que se fez homem foi substituída pela religião do homem que se faz Deus". Ela não prega mais o Solus Sanctus, o Solus Dominus, o Solus Altissimus.
Ela passa seu tempo atacando a verdade conhecida, um dos seis pecados contra o Espírito Santo [6], pecados dificilmente perdoáveis.
Ela combate apenas um grupo, aqueles que querem permanecer fiéis à Igreja de sempre. Ela combate a Igreja Santa de sempre, acusando-a de múltiplas faltas.
Ela quer conquistar o mundo inteiro, usa todos os artifícios e sugestões para isso. Ela tentará fazer desaparecer todos os verdadeiros cristãos. É a igreja do anticristo.
As consequências desse ensinamento são muito graves. Existem duas igrejas. Duas igrejas opostas, adversárias, inimigas.
Só podemos viver em uma dessas igrejas, viver de uma delas. E quando acreditamos e fazemos o que sempre foi acreditado e feito, devemos rejeitar TUDO da outra.
Aliás, a outra igreja faz o mesmo, ela rejeita tudo o que não é ela.
Não podemos, sob pena de apostasia, aceitar qualquer parte da outra, por menor que seja.
Não podemos apenas reprovar uma ou duas de suas falhas, ou a liberdade religiosa, ou o ecumenismo, ou a autoridade, ou os sacramentos, ou...
Devemos reprovar TUDO, recusar TUDO.
Recusar seu "ensinamento", seu "catecismo", seus "dogmas", seus "rituais", seus "sacramentos", sua "hierarquia", seus "papas", etc., etc.
Observamos todos os dias que os fiéis e sacerdotes conciliares não possuem mais a Fé Católica. Eles perdem até mesmo as noções católicas de verdadeiro, falso, bem e mal.
Isso certamente se deve ao fato de que, fiéis e sacerdotes conciliares, nunca ou quase nunca se confessam (e, quando o fazem, que tipo de confissão é essa?). É evidente que:
A SEITA CONCILIAR NÃO É CATÓLICA. A SEITA CONCILIAR NÃO É A IGREJA CATÓLICA.
Para nós, RECUSAMOS QUALQUER ETIQUETA QUE NÃO SEJA CATÓLICA.
Não sejamos nem tradicionalistas, nem integristas, nem lefebvristas, nem sedevacantistas. Recusamos todas essas denominações, práticas para definir grupos, mas que nos mutilam e não correspondem à verdade.
Como dizia Dom Guéranger:
"SEJAMOS CATÓLICOS E NADA MAIS QUE CATÓLICOS".
Esse deve ser nosso único estandarte que devemos erguer alto, esse deve ser nosso único grito que devemos proclamar com força, esse deve ser o único nome do qual devemos nos orgulhar.
Se amanhã Deus pedir a alguns para testemunharem até o martírio, eles terão, como seus antecessores, a única preocupação com a glória de Deus e reagirão com bravura.
Em geral, os primeiros mártires são clérigos, religiosos, religiosas, e isso por duas razões:
- a primeira, para satisfazer os pecados: a Justiça de Deus exige almas puras, consagradas, a exemplo de Nosso Senhor;
- a segunda, para ser um exemplo e dar coragem aos outros cristãos que terão merecido a graça do martírio.
Não devemos ser imprudentes, pois no passado, para cada um que sofria o martírio, dez apostatavam.
Já sem perseguição, quantos hoje apostataram por medo!
É preciso saber, finalmente, que o único meio de resistir é se abandonar com calma e confiança nos braços de Nosso Senhor Jesus Cristo. Suportar o martírio é sempre impossível, sempre miraculoso. A única coisa que nos é pedida é abandonar humildemente nossa vontade na Sua Santa Vontade. Com Ele podemos tudo, sem Ele não podemos fazer nada.
Então, não nos esqueçamos de que ainda não estamos na Igreja Sofredora ou Triunfante. Estamos na Igreja Militante, e pelo sacramento da Confirmação, somos os soldados de Jesus Cristo.
Não sejamos soldados de tempos de paz, não sejamos soldados de desfile ou de salão, não sejamos soldados da ação humanitária, não sejamos oprimidos, esmagados, chorões, efeminados; sejamos soldados valentes, felizes por combater por um tão grande Rei, por uma tão grande causa: Sua glória e nossa salvação eterna.
Não nos é pedido vencer. Temos apenas o dever de combater.
Sejamos já cristãos dignos de nossos antecessores, dignos dos maiores combates.
"Concedei a todos aqueles que levam o nome de cristãos a graça de rejeitar o que é contrário a esse nome e de seguir o que lhe é conforme". (Coleta do III domingo após a Páscoa).
A Santíssima Virgem Maria realmente disse tudo e profetizou com este aforismo: a Igreja está eclipsada.
Pois, se continuarmos a refletir sobre o que é um eclipse, não há melhor maneira de explicá-lo do que com o eclipse do sol pela lua. E então!
Quando há eclipse, há desaparecimento parcial e depois total da verdadeira fonte luminosa.
O segundo astro (a lua) parece luminoso, mas de uma luz pálida, que não tem sua fonte em si mesmo, e que é apenas o reflexo da luz do sol.
Da mesma forma, a seita conciliar tem um pouco de luz, uma luz pálida, que não tem sua fonte nela, mas no que resta dela da Igreja Católica.
No início, a hierarquia conciliar era composta por uma hierarquia formada na Igreja Católica [7]. Foi a lua cheia, a lua de mel [8] da seita conciliar. Os líderes dessa hierarquia [9] aproveitaram que estávamos na lua [10], que éramos como a lua [11], para nos ensinar velhas tolices e até nos mostrar a lua em pleno meio-dia[12].
À religião e ao culto Católicos sucederam a igreja "catódica". Pois essa seita conciliar só tem fiéis e sucesso na presença da televisão, através da telinha que "normaliza" tudo: da "missa" televisionada aos comportamentos individuais e sociais, passando pelo pensamento único político e religioso. É a igreja-espetáculo. Resta dela, como do tubo catódico, apenas um grande vazio [13].
Mas com o passar dos anos e das reformas, a lua russa [14] apareceu, e a nova Pentecostes anunciada cheirou a queimado. Há muito tempo, não resta mais nada das jovens plantas, e mesmo elas cheiram a cadáver.
Compreendeu-se mais ou menos rápido que essa religião conciliar tinha apenas um objetivo: querer pegar a lua com os dentes [15] e nos pedir a lua [16]; queria nos fazer tomar a lua pelo sol.
Pouco a pouco, a luz do sol foi desaparecendo. À força de diminuir, o crescente da lua hoje é um pequeno crescente, pois crescer sem... e crer sem... sem Cruz [17], leva toda falsa religião a ser uma religião de morte, especialmente quando se quis suplantar a Religião da Vida combatendo-a até a morte.
Muito em breve chegará o dia em que a lua conciliar não dará mais luz [18]. Aparecerá então sua verdadeira natureza: um astro morto. Não se vê cada vez mais que essa religião conciliar é uma religião de morte, como a lua é um astro morto?
Ao "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" substituiu-se o:
"eu sou o labirinto, o erro e a morte".
O sol está eclipsado, e se vivemos sem luz aparente, vivemos também sem calor. Para os mais corajosos, lutamos na tempestade e no frio, e estamos mornos porque a Verdadeira Religião está eclipsada.
Quanto aos conciliares, estão congelados, e mesmo para alguns, congelados. Talvez retomem vida com o retorno do sol, mas sua fé está tão gelada, glacial, que seu único contato esfria.
Alguns quiseram acreditar que podiam permanecer católicos indo à lua. Mas precisaram vestir trajes tão arriscados e complicados que foram vistos caindo muito rápido e, ao descobrirem que se enganaram de foguete, tentaram voltar; mas, como as virgens loucas, ou lhes faltou combustível, ou tinham um muito volátil, daí na prática um retorno sempre impossível.
Mas para que precisavam ir à lua?
Não entenderam nem mesmo que o que lhes restava de católico era herdado da Igreja Católica, e que tudo o que vinha da seita conciliar nunca teve nada de católico e não lhes trouxe nada, pelo contrário.
Não entenderam que se permanece católico apenas se se acredita integralmente e se faz completamente o que sempre foi acreditado e feito pelos católicos[19].
Não se pode ser católico no abstrato, enquanto se é um pouco menos, ou nada no concreto.
Por nada no mundo nos aliemos, pois "quando o sol se levantou, a planta, atingida pelo calor e não tendo raiz, secou". Mat, XIII, 6.
Preferimos andar ao sol, e dizemos aos conciliares: "tira-te do meu sol". Se sabemos que não há nada de novo sob o sol, preferimos viver a pleno sol.
"Aparecerá no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, a lua debaixo de seus pés". Apoc., XII, 2.
E "no final, seu Coração Imaculado triunfará": o sol que é Nosso Senhor Jesus Cristo retornará, reinando apesar de Seus inimigos, e Ela esmagará sob seus pés essa lua que é a seita conciliar.
Devemos rejeitar tudo o que vem desta contra-igreja. E isso absolutamente.
Obedeçamos às ordens de Nosso Senhor:
"Que o vosso sim seja sim, e o vosso não seja não", "Quem não está comigo está contra mim".
Não podemos aceitar esses "papas" ("anticristos" como os chamava Dom Lefebvre), esses "bispos" (serão mesmo? depois dos simulacros de sagrações), esses "padres" que certamente não o são.
Tem-se o hábito de se fazer a pergunta:
"Um papa pode ser herege?"
A verdadeira questão não é:
"Um herege pode ser Papa [20]?"
Como um herege (excomungado) poderia ser o vigário, o representante de Nosso Senhor, o chefe de Sua Igreja?
Que não haja nada em comum, nenhum vínculo [21] com essa igreja. Fazer parte dela é abandonar a verdadeira religião de N.S.J.C., é apostatar.
O eclipse ainda não é total, mas será muito em breve. O que significa que toda aparência da antiga Igreja deve desaparecer. Ou seja, a luta ainda não terminou e os últimos combates próximos serão terríveis. Depois dos demônios mentirosos virão os demônios assassinos.
Chegamos à hora das trevas, e das trevas mais violentas, até os três dias anunciados. Nosso Senhor espera de nós que permaneçamos fiéis, sem medo, purificando nossa Fé e nossa vontade, vigiando e orando. Tudo isso foi permitido como castigo pelos nossos pecados, pela nossa mornidão, pela justa justiça de Deus. Convertamo-nos, ou todos pereceremos.
Um eclipse não dura. Ele é apenas efêmero. O astro que esconde a luz está condenado a desaparecer.
Após a hora final das trevas, voltará a plena luz, luz que será tanto mais brilhante quanto mais negra tiver sido a noite.
E desde o primeiro segundo em que essa luz retornar, todos os inimigos de Nosso Senhor serão cegados, derrotados.
Estamos certos, Ele venceu o mundo, Ele é nossa esperança. Sua santa Mãe até nos anunciou:
"No final, meu Coração Imaculado triunfará [22]".
No final, obviamente.
Para nós, nada mudar do que sempre foi acreditado e feito. Quem além de Nosso Senhor ("Eu sou a luz do mundo" João VIII, 12) poderia nos salvar das trevas?
Só um Deus, só um Salvador pode nos salvar. Manter-se, manter-se calmos, confiantes, constantes, perseverantes, firmes.
Para nós, imitemos as virgens prudentes (Mat. XXV, 1-13). Como elas, vamos ao encontro do noivo. Embora Ele demore, Ele certamente virá. Ele virá no meio da noite, na hora mais escura. Ele será precedido de um grito, Anunciando-O. Como elas, tenhamos óleo, esse óleo das boas obras, especialmente do amor de Deus. As virgens imprudentes também tinham obras, mas não as de Deus. Estejamos prontos para entrar com Ele na sala das bodas.
Temamos ouvir essa terrível palavra:
"Eu não vos conheço".
Continuemos a vigiar, pois não sabemos o dia nem a hora.
Em três palavras, a Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja, disse tudo: A IGREJA ESTÁ ECLIPSADA.
Esta é a razão e o fundamento do combate Católico. "Maria foi realmente criada por Deus para ser nossa estrela da manhã, nossa salvaguarda, nosso farol na tempestade [23]".
Mantenhamos nosso olhar fixo em sua Estrela.
Pela Santíssima Virgem Maria, tudo está dito: nossa Fé é segura, nossa Esperança é garantida.
OBRIGADO, SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA. MANTENHAMOS FIRME, NOSSA LIBERTAÇÃO ESTÁ PRÓXIMA.
[5] Entende-se por que Mons. Gaume é odiado e perseguido pelo inimigo. Nunca citado, perseguido (seu Compêndio do Catecismo foi editado em 900.000 exemplares: nunca se encontra), ele escreveu 83 obras impossíveis de encontrar. Ele morreu em odor de santidade. Felizmente, 40 foram reeditados, solicitar à ACRF.
[6] Lembremos os outros cinco: a presunção, o desespero, a inveja da graça dos outros, a obstinação e a impenitência final. Opostos aos efeitos da graça do Espírito Santo, eles são mais difíceis de remeter do que os outros, porque excluem as disposições da alma pelas quais se faz a remissão dos pecados. (II, II, q. 14, a. 3). Não confundir com os pecados que clamam aos céus e provocam de maneira particular a vingança divina; é o homicídio, a sodomia, a opressão dos pobres, a retenção injusta do salário dos trabalhadores.
[7] Mas a segunda geração já não tem nada de católico. Ela é completamente ecumênica e carismática.
[8] O primeiro mês, os primeiros tempos do casamento.
[9] O primeiro mês, os primeiros tempos do casamento.
"Homens cheios de toda a espécie de astúcia e de fraude, filhos do diabo, inimigos de toda justiça, não cessareis de perverter os caminhos retos do Senhor? Eis que agora a mão de Deus está sobre vós; sereis cegos, privados por algum tempo da vista do sol". Atos 13, 11.
[10] Estar muito distraído, não ter a mente no que se diz ou se faz ao seu redor.
[11] Ter uma ingenuidade estúpida.
[12] Abusar da ingenuidade de alguém.
[13] Atualmente 2% de praticantes e em algumas dioceses menos de 1%. Ela é como o tubo de raios catódicos: vazia.
[14] Lua cheia acompanhada de geadas que queimam as plantas jovens.
[15] Querer fazer algo impossível.
[16] Pedir algo impossível.
[17] Somente a Santa Cruz de nossa Redenção nos salva.
[18] As atuais autoridades foram formadas no passado e, portanto, mantiveram certos aspectos católicos, mas as novas gerações de "bispos", de "cardeais", de "superiores" são completamente diferentes. O sucessor de "João Paulo II" será profundamente outro.
[19] Não são os católicos de sempre que apresentam problema. São os falsos católicos conciliares. Não é a missa de sempre que apresenta problema, é a nova. Não é a fé de sempre que apresenta problema, são todas as novidades.
[20] "Como um papa verdadeiro sucessor de Pedro, garantido pela assistência do Espírito Santo, pode presidir a destruição da Igreja, a mais profunda e a mais extensa de sua história, em tão pouco tempo, o que nenhum heresiarca jamais conseguiu fazer?" Mons. Lefebvre, Le Figaro, quarta-feira, 4 de agosto de 1976.
[21] nenhuma unidade: non una cum
[22] Triunfar: obter uma vitória completa e brilhante sobre todos os seus inimigos.
[23] Mons. Lefebvre, maio de 1965, Cartas pastorais e escritos, p. 211.
ANEXOS
ANEXO I: A VISIBILIDADE DA IGREJA
«A fé é uma, e tudo o que está fora desta unidade de fé não é fé». São Hilário de Poitiers, primeiro doutor da Igreja.
A fé católica é de tal natureza que nada lhe pode ser acrescentado ou retirado ; ou a possuímos inteiramente, ou não a possuímos de modo algum. Tal é a fé católica : quem não a abraça firmemente não poderá ser salvo. (Símbolo de Santo Atanásio).
Na sua entrevista ao Figaro de 3 de junho de 1998, Dom Fellay, superior da Fraternidade São Pio X, responde à pergunta do jornalista:
"Alguns entre vocês não afirmam que a sé de Pedro está vaga?
Eles não são dos nossos. Nós não aceitamos essa afirmação. Eles pretendem resolver um problema, mas criam um ainda mais grave. De fato, o Papa realiza atos que foram anteriormente condenados pela Igreja; portanto, para salvar a infalibilidade pontifícia, afirmam que não há papa. Esta é uma posição fácil que, na realidade, dissolve a visibilidade da Igreja. Não podemos aceitá-la."
É triste ler tais linhas.
Primeiro, notemos a incoerência dos argumentos.
Dom Fellay reconhece que “o Papa realiza atos que foram anteriormente condenados pela Igreja”.
Esta frase é muito importante. É uma excelente constatação. É a mesma que fazemos.
Estes atos haviam obrigado Mons. Lefebvre a declarar:
"A igreja que afirma tais erros (liberdade de consciência...) é ao mesmo tempo cismática e herética. Esta seita conciliar não é, portanto, católica. Na medida em que o Papa, os bispos, padres, fiéis aderem a esta nova igreja, eles se separam da Igreja Católica" (Ecône, 29/6/1976).
Reestudando longamente este problema da liberdade de consciência em seu livro Dubia sobre a liberdade religiosa, quatro vezes Mons. Lefebvre é obrigado a concluir pela heresia.
Historicamente, nunca houve papas praticando atos anteriormente condenados pela Igreja. Os jansenistas quiseram nos fazer acreditar nisso para Honório, Libério ou outros, mas estas supostas falhas foram demonstradas como falsas durante os trabalhos feitos para o Vaticano I.
Teologicamente, qual é esta nova afirmação, estudada e condenada pelo Vaticano I, que ensina que um Vigário de Nosso Senhor Jesus Cristo possa praticar atos que foram anteriormente condenados pela Igreja, portanto contrários à doutrina da Igreja?
Deve-se tirar uma única conclusão: se este "papa" pratica atos que foram anteriormente condenados pela Igreja, ele pratica atos falsos, merecendo até mesmo a nota de heresia. Ele é, portanto, falível.
Se ele não é infalível, como pode ser Papa?
Esperamos uma resposta clara, nítida, precisa por parte de Mons. Fellay a esta questão. Ele não pode se esquivar e nos deve, como bispo, um ensinamento coerente.
Mas e quanto à visibilidade?
Esta visibilidade da Igreja deve ser manifesta aos olhos de todos por quatro razões:
1° o bem dos fiéis que podem assim facilmente seguir os ensinamentos da Igreja e obedecer com toda segurança aos seus preceitos;
2° a necessidade para os fiéis, expostos a perder a fé, de poder discernir facilmente das seitas heréticas a Igreja católica cuja verdade é tão resplandecente;
3° a necessidade, para os infiéis que querem abraçar a fé católica, de poder facilmente reconhecer a Igreja católica;
4° enfim a glória de Jesus Cristo cujo reino sobre toda a terra brilha assim com um maravilhoso esplendor.
O Padre Hugon OP, em "La vie spirituelle" n°35, pp. 355-356 lembra este ensinamento constante da Igreja que:
«Três princípios fundamentais constituem o corpo da Igreja:
- um magistério visível e a profissão de uma mesma fé por todos os crentes;
- um ministério visível e a comunhão de todos os fiéis no mesmo culto;
- um governo visível e a obediência de todos os súditos aos mesmos pastores».
Resumem-se estes três princípios por uma fórmula simples: profissão da mesma fé, participação nos mesmos sacramentos, obediência aos mesmos pastores.
Pio XII, na encíclica "Mystici corporis", observa:
"...Sim, certamente, a piedosa Mãe resplandece sem nenhuma mancha nos sacramentos, com os quais ela gera e nutre seus filhos, na fé que ela conserva sempre não contaminada, nas santíssimas leis pelas quais ela comanda..."
Desde Nosso Senhor Jesus Cristo e até 9 de outubro de 1958 (morte de Pio XII), tínhamos a mesma fé não contaminada, os mesmos sacramentos sem manchas, os mesmos bispos e portanto a mesma Igreja.
Estes três princípios tornam a Igreja visível, e até se tinha o hábito de abreviar estes princípios reduzindo a visibilidade à pessoa do Papa: onde está o Papa, aí está a Igreja.
Era um atalho justificado na Igreja em ordem, pois o Papa tinha a mesma fé até 9 de outubro de 1958, vivia dos mesmos sacramentos até 9 de outubro de 1958 e era a continuação da mesma hierarquia [24].
É o mesmo desde então?
É evidente que desde o Vaticano II, a seita conciliar transformou os sacramentos católicos. Tudo está repleto de modernismo e protestantismo.
Ela não professa mais a mesma fé. Sua doutrina é a expressão da heresia modernista e protestante.
A melhor prova é que ela combate, e com que violência, apenas aqueles que se recusam a mudar de sacramentos e de Fé.
Os amigos se tornaram inimigos, os inimigos se tornaram amigos. Isso prova mais que tudo que a seita conciliar não é a Igreja católica.
Resta o problema da hierarquia.
Como um "papa" não católico como João Paulo II, como uma hierarquia inimiga pode, por si só, sem a presença dos outros dois princípios mais importantes que são a Fé ensinada por Nosso Senhor Jesus Cristo e os sacramentos que Ele instituiu, representar a visibilidade da Igreja?
Reter apenas o atalho como princípio da visibilidade da Igreja e isso em uma igreja que não é mais católica (mesmo que ela queira nos fazer acreditar que é a igreja católica) é uma impostura, um engano.
Essas pessoas usurparam (usurpar: apoderar-se por violência ou por astúcia, de um bem, de uma dignidade, de um título que pertence a outro) os assentos que ocupam.
Eles, como nos havia anunciado a Santíssima Virgem Maria em La Salette, eclipsaram a Igreja.
Cabe a nós não mudar nada no que acreditamos e fazemos. Sabemos que a Santa Igreja não pode nem se enganar, nem nos enganar. A nós, não se pode reprovar nada.
Então reter apenas como critério da visibilidade, esse "papa" usurpador herético, essa hierarquia apóstata e inimiga, é enganar-se e é enganar aqueles que se ensina.
Mons. Fellay não resolve o problema da visibilidade. Por uma posição fácil, na realidade ele dissolve a visibilidade da Igreja. Ele cria um problema mais grave: fazer crer que a seita conciliar é a Igreja Católica. É o oposto do ensinamento de Mons. Lefebvre.
Oremos por Mons. Fellay, sua Fraternidade e seus padres.
[24] Se a visibilidade da igreja coincidisse com a pessoa do papa e, eventualmente, de sua corte pontifícia, que deveríamos dizer da época do grande cisma do Ocidente quando, em 39 anos, houve até "três papas" visíveis, cada um com sua corte de cardeais e bispos? A Igreja era mais visível com "três papas" em vez de apenas um?
ANEXO II: UMA FORMULAÇÃO PRECIPITADA DE MONSENHOR LEFEBVRE EXPLORADA POR ALGUNS QUE SE DIZEM SEUS FILHOS (MAS SERÁ QUE SÃO?)
Ela tem sua origem em uma má aplicação do princípio da não contradição. Vamos lembrar este princípio fundamental:
- sob sua forma metafísica: uma mesma coisa não pode, ao mesmo tempo e sob o mesmo aspecto, ser e não ser;
- sob sua forma lógica: é impossível afirmar e negar ao mesmo tempo a mesma coisa sob o mesmo aspecto.
Quando, em sua proclamação de 21 de novembro de 1974, Monsenhor Lefebvre declara:
“Nós aderimos de todo coração, de toda alma, à Roma católica, guardiã da fé católica e de suas tradições necessárias à manutenção desta Fé, à Roma eterna, mestra de sabedoria e de verdade”.
“Por outro lado, rejeitamos e sempre rejeitamos a Roma de tendência neo-modernista e neo-protestante que se manifestou claramente no Concílio Vaticano II e, após o Concílio, em todas as reformas que dele surgiram”.
Quando, na carta aos futuros Bispos de 29 de agosto de 1987, ele escreve:
“A corrupção da santa Missa levou à corrupção do sacerdócio...”
nestes dois textos, Monsenhor Lefebvre não é suficientemente preciso, o que gera uma confusão mantida e desenvolvida por alguns que se apresentam como seus filhos ou que se dizem seus herdeiros.
Na verdade, a Santa Missa não pode ser corrompida. Ela é Santa por essência.
Se há algo que se chama de "missa" e está corrompido, é algo diferente da Santa Missa.
O mesmo vale para o sacerdócio. Ele não pode ser corrompido.
Se há algo que se chama de "sacerdócio" e está corrompido, é algo diferente. Pode haver homens corruptos no sacerdócio, mas o Sacerdócio da Santa Igreja não pode ser corrompido.
O mesmo se aplica a Roma. Ela não pode ser ao mesmo tempo católica e herética. A Roma atual, aliás, não se esconde: ela se diz conciliar. Ela é conciliar. Às vezes ela se diz católica, mas é uma usurpação. Ela não tem mais nada de católico, nem os dogmas, nem os sacramentos, nem os rituais (especialmente o da ordenação episcopal), nem a moral, nem a vida, nem o ensinamento, nem... etc. Tudo mudou.
Além disso, a Roma conciliar persegue os verdadeiros católicos, aqueles que não quiseram mudar nada em sua fé e em sua vida, que acreditam e fazem o que sempre foi acreditado e feito, sabendo que a verdadeira Igreja não pode se enganar nem nos enganar.
Essa perseguição em todos os lugares prova claramente que a Roma modernista, e portanto herética, não tem nada a ver com a Roma católica. É algo diferente.
Monsenhor Lefebvre sabia disso muito bem. Entendemos o que ele queria dizer e fazer.
É evidente que em seu pensamento, tanto Paulo VI quanto João Paulo II representavam a Roma modernista que ele condenava.
É evidente que em sua carta aos quatro futuros bispos, quando ele pede que permaneçam ligados à Sé de Pedro, não se trata de se apegar a João Paulo II, visto que ele especifica acima:
"...confiante de que em breve o Trono será ocupado por um sucessor de Pedro perfeitamente católico, nas mãos do qual vocês poderão depositar a graça de seu episcopado para que ele a confirme".
Ao esclarecer isso, Monsenhor Lefebvre provou que não considerava João Paulo II católico. Ele até previa que J-P II era inconversível, aguardando um sucessor católico.
Infelizmente, sua declaração não foi clara o suficiente.
Foi explorada por alguns que querem fazer os fiéis acreditarem que estar ligado à Sé de Pedro é estar ligado a João Paulo II, o que vai contra o pensamento de Monsenhor Lefebvre, como acabamos de demonstrar.
Daí a confusão prática em que vivemos desde então.
Uma confusão alimentada e ampliada por alguns que ainda se dizem seus seguidores. Nem todos, mas alguns. Basta comparar o que o padre de Jorna escreve no editorial do número 111 da Fideliter p. 2:
"Por fim, dirigindo-se aos futuros bispos em 29 de agosto de 1987, ele lhes escreveu:
'Eu lhes suplico que permaneçam ligados à Sé de Pedro, à Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas'".
E o padre de Jorna para a citação por aí.
Vamos reler a frase completa de Monsenhor Lefebvre:
"Eu lhes suplico que permaneçam ligados à Sé de Pedro, à Igreja Romana, Mãe e Mestra de todas as Igrejas, na fé católica integral, expressa nos símbolos de fé, no catecismo do Concílio de Trento, de acordo com o que lhes foi ensinado em seu seminário. Permaneçam fiéis na transmissão desta fé para que o Reino de Nosso Senhor venha".
É muito diferente. Como qualificar uma tal manipulação? Que traição!
Daí a confusão no campo da Tradição. Daí a falta de firmeza doutrinal e prática. A falta de firmeza que levará um dia ou outro a graves traições, idênticas às anteriores. Este erro gerou um comportamento e uma tática de defesa, quando deveria ter sido uma ataque. É o campo da Verdade que deveria impor as regras do jogo.
Deveríamos ter lhes dito:
"Vocês não são mais católicos. Vocês não são mais a Igreja Católica. Vocês se dizem ‘Papa’, são realmente? Vocês se dizem bispos, são realmente?"
E não:
“Muito Santo Pai, deixe-nos experimentar a Tradição”.
No final, Dom Lefebvre os chamou pelo verdadeiro nome: “Anticristo”, mas era tarde demais, seus discípulos não entenderam.
Ele desejou ir mais longe antes de morrer?
O isolamento em que o encerraram então, deixa tudo supor [25].
E desde então? Como é pensável que os quatro bispos, excomungados pela seita conciliar após sua sagração, tenham sido recebidos em São Pedro, em Roma, com as honras condizentes com sua grandeza?
A excomunhão foi levantada?
Caso contrário, em que mentiras estamos vivendo? Um dia excomungados, no dia seguinte recebidos com solenidade. Por qual compromisso chegamos a isso?
Têm a mesma Fé?
Os quatro bispos não traíram a vontade de seu consagrador? Eles estão lutando a mesma luta que seu fundador?
Tiveram medo de que sua Fraternidade fosse tratada e perseguida como uma seita?
E para evitar os efeitos, preferiram encontrar um acordo com esses hereges?
Mas, sobretudo, estão em conformidade com a luta da Fé que Deus lhes pede?
Qual é a diferença em relação aos "ralliés*"?
Não devemos esquecer que o termo "ralliés" não é católico. O verdadeiro termo católico é apóstata.
ANEXO III: O VERDADEIRO PENSAMENTO DE MONSENHOR LEFEBVRE
Os inúmeros escritos de Monsenhor Lefebvre parecem por vezes contraditórios. É compreensível que ele tenha tido um discurso diferente dependendo de se dirigir às autoridades romanas, a um público amplo mal formado, a jornalistas confusos ou aos seus próximos.
Mas basta recorrer a eventos graves, como durante a suspens a divinis, ou das consagrações, para conhecer bem o seu pensamento mais seguro.
Recordemos alguns trechos do sermão que ele proferiu durante as ordenações sacerdotais de 29 de junho de 1976, logo após a suspens a divinis, texto suprimido em uma recente reedição [26] de seus discursos de 1976:
"Este novo rito pressupõe uma outra concepção da religião católica, uma outra religião..., este novo rito é obra de uma ideologia diferente, de uma ideologia nova... Bem, nós não somos dessa religião, não aceitamos esta nova religião.
"Nós somos da religião de sempre, nós somos da religião católica, não somos da religião universal, como eles a chamam hoje em dia. Já não é a religião católica.
"Não somos dessa religião liberal, modernista, que tem seu culto, seus sacerdotes, sua fé, seus catecismos, sua bíblia - sua bíblia ecumênica. Nós não as aceitamos... não podemos aceitar essas coisas. É contrário à nossa fé... escolhemos não abandonar a nossa fé... o Papa recebeu o Espírito Santo não para fazer verdades novas, mas para nos manter na fé de sempre".
Essas palavras muito firmes foram confirmadas pelo prefácio de "J'accuse le Concile", escrito algumas semanas depois, onde se pode ler:
"...temos o direito de afirmar que o espírito que dominou no Concílio... não é o Espírito Santo... Eles viraram as costas para a verdadeira Igreja de sempre... declaração herética... espírito não católico... conjuração estupefaciente... qual foi, na verdade, o papel do Papa nessa obra? sua responsabilidade? na verdade, ela parece esmagadora... é-nos impossível entrar nessa conjuração... uma única solução: ABANDONAR ESSAS TESTEMUNHAS PERIGOSAS".
Foi isso que ele fez, pois para Mons. Lefebvre, a seita conciliar não era a Igreja Católica.
Mas o documento essencial é a carta que ele enviou aos quatro futuros bispos.
Esta carta é certamente a mais importante que ele escreveu em toda a sua vida. Compreender-se-á facilmente.
Enviada dez meses antes das consagrações, ela deve ter sido maturada, refletida, meditada longamente, tanto a decisão era grave. Ele havia pensado em consagrar há muito tempo.
"Chegado ao limiar do juízo particular, consciente da sua salvação eterna e das contas a prestar", consciente das batalhas travadas pelos poderes do inferno contra o que foi a sua vida, o seu amor, ou seja, a defesa da Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que ele via atacada de todos os lados, ele decidiu consagrar.
Ele sabia as consequências desse ato, e o que escreve para levar esses quatro jovens sacerdotes a "aceitar receber as graças do episcopado católico"?
Ele lhes apresenta a situação como ela é e que se vê "constrangido pela Divina Providência a transmitir a graça do episcopado que recebi".
E por quê?:
"Para que a Igreja e o Sacerdócio católico continuem a subsistir para a Glória de Deus e a salvação das almas".
Para chegar a tal pedido, ele lhes apresenta primeiro o estado da Roma atual. Reavemos:
"A cátedra de Pedro e os postos de autoridade em Roma, sendo ocupados por anticristos, a destruição do Reino de Nosso Senhor prossegue rapidamente no próprio Seu Corpo místico aqui em baixo, especialmente pela corrupção da Santa Missa, expressão esplendorosa do triunfo de Nosso Senhor pela Cruz "Deus reinou a partir do madeiro" e fonte de extensão de Seu Reino nas almas e nas sociedades".
"Assim aparece com evidência a absoluta necessidade da permanência e da continuação do sacrifício adorável para que 'Seu Reino chegue'".
"A corrupção da Santa Missa trouxe a corrupção do Sacerdócio e o declínio universal da Fé na divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo".
E mais adiante, ele especificará:
"É isso que nos valeu a perseguição da Roma anticristã, dessa Roma modernista e liberal.
"É por isso que, convencido de não cumprir senão a Santa Vontade de Deus..."
E os quatro aceitaram. Certamente após longas orações e meditações. Generosamente. Corajosamente. Eles devem meditar muito frequentemente sobre essa carta de seu fundador que lhes pede para assegurar a transmissão da Fé.
Eis o documento essencial do pensamento de Mons. Lefebvre. Ele se encontra no número especial de Fideliter dedicado às consagrações. Poderemos reler com proveito a conferência de Mons. Lefebvre, impressa em seguida e intitulada: "A obediência pode nos obrigar a desobedecer?", questão que poderia ser novamente muito atual.
E quanto à excomunhão?
Os anos passam e esquecemos.
É bom relembrar o que Mons. Lefebvre pensava a respeito.
No número especial de Fideliter, 29-30 de junho de 1988, dedicado às consagrações, encontramos na p. 18 os comentários que ele fez sobre sua excomunhão, durante a conferência de imprensa de 15 de junho de 1988 em Écône:
"L'Osservatore Romano publicará a excomunhão, uma declaração de cisma, evidentemente. O que tudo isso quer dizer!
"Excomunhão por quem? Por uma Roma modernista, por uma Roma que já não tem perfeitamente a Fé católica... Então somos excomungados por modernistas, por pessoas que foram condenadas pelos Papas anteriores. Então, o que isso pode significar? Somos condenados por pessoas que estão condenadas, e que deveriam ser publicamente condenadas. Isso nos deixa indiferentes. Isso obviamente não tem valor".
Com razão, Mons. Lefebvre estava orgulhoso de sua excomunhão. A Igreja Católica não podia permanecer em comunhão com a seita conciliar. E, acima de tudo, a seita conciliar não podia suportar a comunhão com a Igreja Católica. Prova evidente de que ela não é católica.
Relendo o número 65 da revista Fideliter, número no qual todos se regozijam da excomunhão (particularmente o Padre Aulagnier em seu editorial), lemos na p. 4 estas palavras de Mons. Lefebvre:
"E por que nos excomungam? Porque queremos permanecer católicos, porque não queremos segui-los nesse espírito de demolição da Igreja. Já que você não quer vir conosco para contribuir para a demolição da Igreja, nós o excomungamos.
- Muito bem. Obrigado. Preferimos ser excomungados. (Aplausos vivos e prolongados). Não queremos participar dessa obra terrível que se realiza há vinte anos na Igreja..."
Então, caríssimos amigos, vocês enfrentarão todas essas dificuldades. Vocês serão perseguidos. Serão perseguidos porque querem permanecer fiéis à Igreja Católica de sempre. Porque querem permanecer fiéis ao Santo Sacrifício da Missa, aos sacramentos e ao ensino da Igreja".
E Mons. Lefebvre terminava lembrando a predição da Virgem de La Salette:
"Roma perderá a Fé. Uma eclipse se espalhará sobre Roma".
Fiéis a esse pensamento muito claro, em 6 de julho de 1988, todos os superiores da Fraternidade São Pio X assinaram a carta publicada no número 64 de Fideliter, julho-agosto de 1988, da qual extraímos a seguinte frase:
"Não pedimos nada melhor do que ser declarados ex communione do espírito adúltero que sopra na Igreja há 25 anos, excluídos da comunhão ímpia com os infiéis... seria para nós uma marca de honra e um sinal de ortodoxia diante dos fiéis. Estes têm, de fato, um direito estrito a saber que os sacerdotes a quem se dirigem não são da comunhão de uma contrafação de Igreja, evolucionista, pentecostal e sincretista".
Enfim, todas as pessoas informadas sabem que no final de sua vida Mons. Lefebvre dizia a quem quisesse ouvir:
"Não é possível que esses 'papas' sejam os sucessores de Pedro".
Ele quis ir mais longe e ensinar mais?
É por isso que ninguém pôde se aproximar dele antes de morrer? É por isso que não temos o seu testamento?
TRADIDI VOBIS QUOD ET ACCEPI
[26] Não é a primeira vez que Mons. Lefebvre é censurado por seus sucessores. O que pensar disso?
ANEXO IV: A MISSÃO PÓSTUMA DE SANTA JOANA D'ARC E O REINO SOCIAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Mons. Henri DELASSUS, 1913[27].
...Os Maçons atacam os muros da Igreja, mas ao mesmo tempo trabalham no interior de outros demolidores ainda mais nocivos. O Syllabus de Pio X e sua Encíclica sobre o Modernismo mostraram onde eles chegaram. Nas oito primeiras proposições que católicos, que mesmo sacerdotes formularam e ensinam em livros e revistas que, infelizmente, não têm poucos leitores, a própria autoridade das decisões doutrinais da Igreja é atacada. Nas onze seguintes, de IX a XIX, a inspiração e a inerrância da Sagrada Escritura são aniquiladas. De XX a XXVI, as noções de revelação, fé e dogma são transformadas, até serem destruídas. De XXVII a XXXVIII, a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Sua ciência, Sua expiação redentora, Sua ressurreição são negadas. Nas proposições XXIX a LI vem o ataque contra os sacramentos. Aquelas que vão de LII a LVII se elevam contra a Igreja, criação humana à qual Nosso Senhor nem mesmo teria pensado. Finalmente, de LVII a LXV, a exposição do evolucionismo, fundamento intelectual de tudo o que precede.
Vê-se que NADA DEVE PERMANECER EM PÉ. Não é mais uma heresia, como surgiram nos séculos anteriores, é, como diz Pio X em sua ansiedade e dor, "o resumo e o suco venenoso de todas as heresias, que tende a aniquilar o cristianismo [28]".
"Todos esses erros", disse ainda o Papa, no mesmo consistório, "se propagam em folhetos, revistas, livros ascéticos e até em romances; eles se envolvem em certos termos ambíguos, sob formas nebulosas, a fim de enredar as mentes que não estão em guarda".
O trecho a seguir (próximos 4 parágrafos) deve ser lido com muita cautela. Anne-Catherine Emmerich possui elementos gnósticos e cabalísticos em suas visões. Mantivemos o trecho para não ficar confusa a sequência do texto deste anexo. Recomendamos a leitura do material do Professor Orlando Fedeli sobre Anne-Catherine Emmerich disponível aqui
A Venerável Anne-Catherine Emmerich via nas fileiras dos homens assim aplicados a derrubar o edifício divino, sacerdotes e religiosos [29]. O Papa, em sua Encíclica, acreditou dever chamar a atenção do mundo católico sobre esse ponto. É que, se a ação do sacerdote para o bem é infinitamente mais poderosa do que a do leigo, a perversão das ideias, quando propagada por ele, produz nos espíritos resultados muito mais desastrosos.
No mês de julho desse mesmo ano de 1820, a Venerável disse: "Tive novamente a visão da igreja de São Pedro minada de acordo com um plano formado pela seita secreta. Mas também vi o socorro chegar no momento da maior angústia".
Várias vezes ela já havia dito ver a Santíssima Virgem vir em socorro da Igreja e cobri-la com sua proteção. No mesmo ano, no final de outubro, o estado da Igreja Católica lhe foi mostrado novamente sob a imagem da Basílica de São Pedro; e a guerra que lhe é feita lhe apareceu sob os traços que o Apocalipse de São João apresenta, que a Venerável não conhecia. No final dessa visão, ela assistiu novamente à intervenção da Santíssima Virgem. Ela viu os trabalhos da seita destruídos e todo o seu aparato queimado pelo carrasco em uma praça marcada de infâmia. Então a basílica completamente restaurada. Após outra visão, ela disse como essa restauração seria empreendida pelo clero e pelos bons fiéis, mesmo antes da derrota da maçonaria, mas então "COM POUCO ZELO". Esses sacerdotes e fiéis lhe pareciam não ter NEM CONFIANÇA, NEM ARDOR, NEM MÉTODO. "Eles trabalhavam como se ignorassem completamente do que se tratava, e isso era lamentável [A]". Não é isso de que hoje somos testemunhas tristes?
"Já toda a parte dianteira da igreja estava derrubada, só restava de pé o santuário com o Santíssimo Sacramento [B]. Eu estava acometida de tristeza. Então vi uma mulher, cheia de majestade, avançar na grande praça que fica diante da igreja. Ela tinha um amplo manto levantado sobre os dois braços. Ela se elevou suavemente no ar, pousou sobre a cúpula e estendeu sobre a igreja, em toda a sua extensão, seu manto que parecia irradiar ouro. Os demolidores haviam acabado de fazer uma pausa; mas quando quiseram retomar o trabalho, foi-lhes absolutamente impossível aproximar-se do espaço coberto pelo manto.
O comportamento de alguns, renovando os métodos utilizados há mais de cinquenta anos, não deixa dúvida. Será normal que uma pseudo autoridade paralela se imponha nos palanques e nos escritos, ensinando e impondo ideias opostas às de Mons. Lefebvre?
Como antigamente, eles são poucos, mas bem colocados, destroem mais seguramente a luta da Tradição do que nossos inimigos.
Há imbecis felizes, mas há também os que sabem muito bem o que estão fazendo. Nihil novæ sub solæ.
O Padre Delagneau, da Fraternidade São Pio X, diretor da revista Marchons Droit (n° 90, Abril-Maio-Junho 2000), revista escrita para aqueles que fazem os exercícios de Santo Inácio (portanto, para os mais fiéis), é obrigado a reconhecer que a segunda geração da Tradição não está convertida.
"No entanto, aqueles que estavam reconstruindo começaram a trabalhar então com uma incrível atividade. Vieram eclesiásticos e leigos, homens de idade muito avançada, incapacitados, esquecidos, depois jovens fortes e vigorosos, mulheres, crianças, e o edifício logo foi inteiramente restaurado".
Há trinta a quarenta anos, Dom Guéranger escreveu no prefácio que deu à obra do Padre Poiré, La triple couronne de la Vierge Marie:
"Se Deus salvar o mundo, e Ele o salvará, a salvação virá pela Mãe de Deus. Por ela, o Senhor extirpou os espinhos e os cardos da gentilidade; por ela Ele triunfou sucessivamente de TODAS as heresias; hoje, porque o mal chegou ao cúmulo, porque todas as verdades, todos os deveres, todos os direitos estão ameaçados de um naufrágio universal, é isso uma razão para acreditar que Deus e Sua Igreja não triunfarão mais uma vez? É preciso admitir, há matéria para uma grande e solene vitória; e é por isso que nos parece que Nosso Senhor reservou toda a honra a Maria; Deus não recua como os homens diante dos obstáculos. Quando os tempos tiverem chegado, a serena e pacífica ESTRELA DO MAR, Maria, se levantará sobre esse mar tempestuoso das tormentas políticas, e as ondas tumultuosas, espantadas de refletir seu doce brilho, tornarão a ficar calmas e submissas. Então só haverá uma voz de reconhecimento subindo em direção àquela que, mais uma vez, terá aparecido como o sinal de paz após um novo dilúvio".
Não esqueçamos, no entanto, que se Deus e a Santíssima Virgem Maria só desejam nos salvar, Aquele que nos deu a liberdade não pode declinar sua cooperação. Portanto, não podemos ser salvos sem nossa cooperação muito real, "SE TU QUISERES [30] ", disse a santa Donzela a Carlos VII e, em sua pessoa, à França a quem foi prometida a perenidade. Cabe a nós, portanto, apressar pela nossa obra a misericórdia divina.
A CONDIÇÃO sob a qual será permitido à França recuperar seu papel não é outra senão aquela que outrora foi intimada por Daniel a Nabucodonosor:
"Teu reino te será devolvido depois que tiveres reconhecido que teu poder não vem do homem, mas de Deus".
Essas palavras resumem todo o ensino da santa Donzela.
QUANDO A FRANÇA TIVER FEITO ESSE ATO DE HUMILDADE E ARREPENDIMENTO, e Deus, fazendo brilhar SOBRE ELA Sua misericórdia, lhe tiver devolvido no mundo o lugar que Ele primeiro lhe havia dado, a Igreja se dirigirá a todas as nações com o convite que Davi fazia a seu povo, o de oferecer ao Senhor um imenso concerto de ações de graças (Sl. XCVII), pela salvação finalmente concedida.
I. Cantai ao Senhor um cântico novo, pois Ele fez maravilhas:
Sua mão direita lhe deu a vitória, bem como Seu braço infinitamente santo.
O Senhor fez brilhar sua salvação, revelou sua justiça aos olhos das nações; Ele se lembrou de sua misericórdia e de sua fidelidade para com a casa de Israel:
E todas as extremidades da terra contemplaram a salvação de nosso Deus!
II. Aclamai, pois, o Senhor por toda a terra, irrompe em júbilo e canta, Canta ao Senhor com a harpa, mistura a harpa à voz dos cânticos,
Ao som das trombetas e do shofar, soltai aclamações na presença do REI SENHOR.
"QUANDO A FRANÇA TIVER FEITO ESSE ATO DE HUMILDADE E ARREPENDIMENTO"
Pois a Revolução Francesa é um castigo, e um castigo merecido.
Da mesma forma, a Revolução conciliar é um castigo, e um castigo merecido.
Quando tivermos realmente compreendido isso e pedido humildemente perdão a Deus por nossos pecados, Ele fará brilhar Sua misericórdia. Não antes.
ORAÇÃO E PENITÊNCIA
ANEXO V: O GRANDE LOGRO DO CONCÍLIO VATICANO II
O Boletim do Grande Oriente da França nº 48, novembro-dezembro de 1964, p. 87, cita como referência de "posições construtivas e novas" esta intervenção feita durante a terceira sessão do concílio por um jovem bispo que depois fez uma carreira notável:
"É preciso aceitar o perigo do erro. Não se abraça a verdade sem ter uma certa experiência do erro. É preciso, portanto, falar do direito de buscar e errar. Reclamo a liberdade para conquistar a verdade".
Esta declaração agradou tanto aos maçons que a sublinharam. Ela é muito grave. É de Mons. Wojtyla, bispo de Cracóvia.
Para um católico, não é a liberdade que gera a verdade, é Nosso Senhor. Não é a liberdade que seria primeira e levaria à verdade, mas é a verdade que torna livre:
"Se permanecerdes na Minha palavra, sereis verdadeiramente Meus discípulos e conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará" João 8, 32.
"Mas nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é de Deus não nos ouve: é por aí que conhecemos o espírito da Verdade e o espírito do erro" 1 João 4, 6
A ordem é:
1° Jesus Cristo, ensinado pela Igreja Católica; 2° a Verdade segura;
3° a Liberdade.
Para a seita conciliar, a sequência que se anunciava era: 1° a liberdade;
2° a verdade;
3° Jesus Cristo.
AQUI ESTÁ O LOGRO
Esta nova ordem é falsa, pois se tomarmos a liberdade em primeiro lugar, nem sempre temos em segundo a Verdade, mas a Verdade E, OU o erro. É isso que os verdadeiros iniciados sabiam. É com esse artifício que eles impuseram sua seita conciliar, destrutiva da Igreja Católica.
Podemos distinguir cinco fases em seu processo:
- no início, é pedido "o direito de buscar e errar";
- então, são ensinados erros ao mesmo tempo que a verdade, os poucos combatentes pela Verdade são identificados, confrontados, marginalizados;
- depois, a Verdade é desqualificada, diz-se que ela está ultrapassada, torna-a inofensiva e faz passar o erro pela Verdade;
- em seguida, a Verdade é perseguida até seu desaparecimento total: os demônios assassinos sucedem os demônios mentirosos;
- e finalmente, o reino do erro é imposto.
É isso que vivemos há trinta anos: com a liberdade, a seita conciliar estabeleceu o erro, que eliminou o reino de Jesus Cristo, para substituí-lo pelo pseudo reino do Homem, que é o verdadeiro reino de Satanás.
Mons. Wojtyla e a seita conciliar inverteram tudo: os inimigos dos católicos se tornaram seus amigos.
"A verdade é a única tolerante e jamais persegue ninguém, ela se limita a impedir de fazer o mal. O erro é essencialmente intolerante e, assim que se sente forte, escola, partido ou seita, quer manifestar seu poder suprimindo seus adversários, insultando-os, sobretudo impedindo-os de falar. O direito de falar, muito preconizado pelos liberais, a ponto de inscrevê-lo na constituição e fazê-lo o elemento privilegiado do parlamentarismo, só lhes parece aceitável se lhes assegurar as imunidades do monólogo e impedir toda crítica. O objeto que mais lhes agrada é o incensório para eles, e, para seus adversários, correntes ou mordaça". Mons. Fèvre, Histoire critique du catholicisme libéral, p. 546.
É exatamente a conduta da seita conciliar contra o restante dos católicos. Comportamento que prova que os católicos (aqueles que querem crer no que sempre foi crido e fazer o que sempre foi feito) estando do lado da verdade, os conciliares estão do lado do erro [31] , com a consequência de que a seita conciliar não é católica e, portanto, não é a Igreja Católica.
Mantenhamos vigilância para preservar o espírito de verdade. Um dos critérios que nos assegurará estar do lado da verdade é o que Mons. Fèvre sublinha: não perseguir ninguém, mas impedir de fazer o mal.
Um dos critérios que prova que se passou para o campo do erro é agir com intolerância, suprimindo os adversários, caluniando-os, insultando-os, impedindo-os de falar.
Em uma carta dos Amigos de Cristo Rei da França, enfatizamos longamente que o plano de Deus era intervir como Salvador e, portanto, triunfar quando tudo parecesse perdido, ou seja, depois que a eclipse da Igreja Católica tivesse sido total. Mas como Deus não reconstrói com nada, mas com nadas [32], cabe a nós merecer a graça de fazer parte desse pequeno número. E para isso, é preciso permanecer bons e verdadeiros católicos, como ensina a Venerável Elisabeth Canori Mora.
A provação do Concílio eliminou 9/10 dos católicos. A provação do N.O.M. e das revoluções litúrgicas ainda eliminou 9/10 daqueles que resistiam. As consagrações feitas por Mons. Lefebvre ainda eliminaram muitos boletins e líderes. Esse número ainda é muito grande.
Muitos demais sacerdotes e fiéis tradicionalistas estão mais apegados ao campo, digamos, ao espírito do mundo, do que ao campo, digamos, de Deus. De espírito materialista, medíocre, modernista, mundano, eles serão eliminados durante as próximas provações. Uma única solução: converter-se. Pois só há uma sanção: perecer.
"Se não vos converterdes, todos perecereis como eles". Lucas XIII, 3.
Acordemos. A tibieza nos espreita. Um enorme cansaço, uma imensa torpor nos invade. Preparemos nossas lâmpadas, o noivo chega. Tenhamos reservas de óleo, isto é, de verdade, de caridade, de orações, de meditações, de boas obras.
A luta continua. Os inimigos do nome católico nos odeiam. Eles têm como chefe Satanás, que é o príncipe deste mundo. Estejamos ligados a Cristo, Rei do Mundo. Graves provações se anunciam. Estejamos prontos. Não tenhamos medo, Ele vencerá.
"Coragem, Confiança, Calma, Constância"
(Jean Vaquié).
Alguns, para resolver o problema da visibilidade e da sucessão apostólica, afirmam que João Paulo II seria "papa materialiter" mas não "formaliter".
Eles se baseiam para estabelecer essa distinção em São Roberto Belarmino (De Romano Pontifice L. II c.30)
"...os Cardeais, quando criam o pontífice, exercem sua autoridade não sobre o pontífice, pois ele ainda não o é, mas sobre a matéria, isto é, sobre a pessoa que eles dispõem de certa maneira pela eleição, para que ela receba de Deus a forma do pontificado..."
De fato, no Papado, como no resto, pode-se distinguir matéria e forma, mas isso não quer dizer que uma possa existir sem a outra. Há distinção, não há separação.
E se esses "papas" são materialmente papas, a seita conciliar é materialmente a Igreja Católica. Então? nós, o que somos?
[31] Como acreditar por um minuto que os conciliares possam estar do lado da verdade? A seita conciliar está sem "a Vida". Ela gera a morte: 2% de praticantes na França, e em alguns departamentos 1%. E de que idade? E com que Credo?
[32] Ler, divulgar A batalha preliminar de Jean Vaquié e O desfecho da perseguição de Augustin Lémann, onde esses ensinamentos são os melhores desenvolvidos. Solicitar à ACRF.
ANEXO VI: O TERCEIRO SEGREDO DE FÁTIMA
Gaude Maria virgo, cunctas hæreses sola _interemisti. Alegrai-vos Virgem Maria, vós sozinha destruístes todas as heresias. Missa Salve Sancta parens
De todos os inúmeros comentários feitos sobre a Revelação do terceiro segredo de Fátima, o do Padre Fabrice Delestre da Fraternidade São Pio X, publicado no boletim São João Eudes nº 56 (julho de 2000) do Padre Aulagnier, é o melhor documentado, o melhor construído e o mais convincente sobre a fraude vaticana:
João Paulo II, os cardeais Sodano e Ratzinger são mentirosos.
E, no entanto! Sua análise não vai longe o suficiente, não vai ao fundo. Vamos julgá-la.
A partir de documentos antigos sobre Fátima (particularmente das confidências da irmã Lúcia), ele nos prova que o texto está truncado e truncado no essencial, a saber, o anúncio de um castigo de ordem espiritual caindo sobre toda a Igreja (p. 5). Ele especifica esse castigo: PERDA DA FÉ. Examinando as palavras de Lúcia, em 26-12-1957, ele cita: O demônio está travando uma BATALHA DECISIVA COM A VIRGEM... ele sabe que os religiosos e os sacerdotes arrastam muitas almas para o inferno (p. 6). E ainda: Grave crise no interior da Igreja, até em seus mais altos cumes: o Papado! Ele lembra que o Cardeal Ratzinger em 1984 fazia referência ao Apocalipse de São João, concluindo (p. 8): essas profecias do Apocalipse não anunciam apenas uma luta material, física ou temporal dos inimigos de Deus contra a Igreja e os católicos, mas antes e acima de tudo, uma terrível luta espiritual visando à destruição da verdadeira fé em Deus e ao estabelecimento do reino universal da idolatria. Retraçando os trabalhos dos grandes especialistas, ele sublinha que todos falam de uma crise grandíssima do DOGMA DA FÉ. Ele demonstra o quanto essa manobra vaticana tem apenas um objetivo: a glorificação desmedida de João Paulo II (p. 16) e através dele a... glorificação do Concílio Vaticano II (p. 17). Apoiando-se em La Salette, ele conclui com esta passagem de São Paulo (Efésios 5, 8-11): Caminhai como filhos da luz... e não participeis das obras infrutíferas das trevas, mas antes condenai-as. Pois o que eles fazem em segredo, até mesmo se envergonha de dizer.
Então ele nos diz: eles nos mentem, eles nos enganam. Tudo o que ele diz é verdade.
Mas nada mais. Ponto final. É triste.
Isso é insuficiente, muito insuficiente, gravemente insuficiente para a defesa da fé, objeto desta mensagem da Santíssima Virgem Maria.
Aprendi com minha mãe uma oração que recito todas as manhãs há mais de cinquenta anos, e que parece cada vez mais desconhecida:
Meu Deus, creio firmemente em todas as verdades que Vós nos revelastes e que Vós nos ensinais por Vossa Igreja, porque, sendo a Verdade mesma, Vós não podeis nem vos enganar nem nos enganar.
Chama-se o ato de fé, e esse ato de fé me parece a primeira referência em toda a luta da fé.
Depois de ter repetido dezenas de milhares de vezes esse nem Vós vos enganar nem nos enganar, imaginem que eu acredito nele e mesmo que acredito FIRMEMENTE nele. E se eu voltar no tempo, parece-me que acredito nele desde sempre. Talvez seja porque meus pais também acreditavam firmemente nele? e que meus avós acreditavam nele? e que os verdadeiros católicos acreditam nele há muito tempo; e sempre firmemente.
Tenho a impressão de que essa oração é desconhecida em Écône; ou se alguns a conhecem, não acreditam nela; ou se alguns poucos acreditam nela, nenhum acredita FIRMEMENTE.
Pois esse nem Vós vos enganar nem nos enganar é um elemento capital do dogma da fé. É a primeira fórmula que se ataca para fazer perder a fé. Creio mesmo que é em toda época o marco para não perder a fé: o próprio da Igreja de Deus é nunca se enganar, nunca nos enganar. Nunca se duvida na Igreja Católica.
Desde Nosso Senhor Jesus Cristo até o Concílio Vaticano II, sempre vivemos na Verdade e desafiamos a nos provar um único engano da Igreja durante todo esse período.
Pelo contrário, desde o Vaticano II, somos enganados sem parar (sacramentos, ensino, vida, verdades, amigos, inimigos, etc., etc...). Sempre se duvida. Não é antes do Vaticano II que há problemas, é desde então.
E mais uma vez, essa revelação do terceiro segredo é um engano. E sobre algo essencial: uma mensagem da Santíssima Virgem Maria, a mensagem capital para nossa época. Não esqueçamos que nossa fé é nosso único verdadeiro tesouro: ela nos proporciona a vida eterna.
Quando vamos finalmente entender? Esta igreja que se engana e nos engana há mais de trinta anos não pode ser e não é a Igreja Católica. É um blasfêmia acreditar nisso: é apostatar. Pois é a igreja da mentira, é a igreja do enganador por excelência.
Mons. Lefebvre às vezes ensinava isso. Ele até era muito preciso ao chamar esses papas conciliares de antecristos. Ele morreu depois de repetir muitas vezes:
Não é possível que esses papas sejam os sucessores de Pedro.
Desde sua morte, seus discípulos não dizem mais isso. Eles preferem citar palavras menos firmes. Cada vez mais, eles até dizem o contrário. E eles entram no mesmo processo que a seita conciliar: eles nos enganam, eles mentem, pelo menos por omissão.
E ninguém reage. Todos os defensores (?) da Verdade acham normal serem enganados. Que escândalo! Achar-se da verdade e não denunciar esse estado contínuo de mentiras!
Dizer que essa revelação do terceiro segredo é uma falsificação, um engano, sem acrescentar que esse engano, seguido de mil enganos anteriores, não pode emanar de católicos, deveria despertar os fiéis para esse aspecto não católico de não ensinar toda a verdade.
Dizer que há uma luta contra a fé, ataque ao dogma da fé, perda da fé, sem designar os chefes, os métodos, as fases sucessivas das batalhas, pior, sem combater os verdadeiros inimigos da fé, é trair. Os inimigos não são desconhecidos, ocultos. Os chefes que destroem a fé se chamam João XXIII, Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II. Seu campo se chama a seita conciliar. Seus generais são os "cardeais", Ratzinger em primeiro lugar. Seus oficiais são os "bispos". Seus aliados, os Dom Gérard, os ralliés (acordistas), já não são do campo católico; pior, eles odeiam, como seus novos amigos, aqueles que querem manter e acreditar firmemente. Todos são nossos inimigos e devem ser denunciados como tais.
Mas à força de viver com a mentira, sem ter a coragem de denunciá-la bem, a Fraternidade reage da mesma forma, e seus chefes, suas tropas se tornam por sua vez mentirosos. É lamentável ter que dizer que eles se enganam e nos enganam cada vez mais. Mente-se muito nos meios da Tradição. Com a consequência inevitável de que eles também destroem a verdadeira Fé.
Sim, Senhores Padres Aulagnier e Delestre, vocês mentem.
Vocês mentem por não terem dito o que acabamos de escrever, e mentem gravemente por citarem apenas uma passagem truncada da mensagem de La Salette, omitindo o tão fundamental e explícito A IGREJA SERÁ ECLIPSADA. Essas três palavras os incomodam porque elas dizem tudo e confirmam o Gaude Maria virgo, cunctas hæreses sola interemisti.
A Igreja Católica é UMA. Acreditando e fazendo o que sempre foi acreditado e feito, não se pode ser enganado, não se pode se enganar.
De onde vem essa teologia que admite duas igrejas?
Que heresia ensinar que se pode ser católico opondo-se ao "papa"! escolhendo o que nos agrada no ensinamento dos papas conciliares!
Citemos Pio XII ("Vos omnes" 10/09/1957):
"Que, entre vós, não haja lugar para o orgulho do "livre exame", que remete à mentalidade heterodoxa mais do que ao espírito católico, e segundo o qual os indivíduos não hesitam em pesar ao peso de seu próprio julgamento mesmo o que vem da Sé Apostólica".
Objetar-se-á que não se faz um livre exame, mas que se examina o Magistério à luz da fé, e não à da própria razão: mas é precisamente aqui o absurdo, pois é o Magistério que é a regra próxima da fé, e não o contrário. Na Igreja Católica, Magistério e Tradição coincidem, e se, como hoje, eles se opõem, é um sinal evidente de que é um falso magistério.
A Igreja Católica é SANTA.
Que sociedade há entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão há entre a luz e as trevas? Que harmonia entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? (II Coríntios VI, 14-15)
Caminhai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda a bondade, justiça e VERDADE. Examinai o que é agradável ao Senhor; e não tomeis NENHUMA PARTE nas obras infrutíferas das trevas, mas antes CONDENAI-AS (Efésios V, 8-11).
É assim que se permanece católico.
ANEXO VII: UMA ARMADILHA MONTADA PELO INIMIGO: O SEDEVACANTISMO
Aprendíamos antigamente que havia sete pecados capitais.
Nossa época que, como todo mundo sabe, é mais inteligente, mais extraordinária, mais notável, mais excelente, mais, mais, mais,... do que qualquer outra época, inventou um oitavo pecado capital, e tão mais capital que os sete outros estão esquecidos e ele se sobrepõe a tudo.
Ousemos dizer a palavra, ousemos escrevê-la: é o sedevacantismo.
Que coragem! Ousamos dizer o interdito!
Para alguns, se você é suspeito de ser sedevacantista, você é o pior inimigo [33]. Para outros, se você não o é, você é o pior adversário.
Não estaríamos ficando um pouco loucos? Tudo isso é bem católico?
No entanto, temos duas referências:
* a primeira se chama o ato de Fé que nos faz dizer:
"Meu Deus, creio firmemente, TODAS as verdades que Vós nos reveláveis e que Vós nos ensinais por Vossa Igreja, porque, sendo a Verdade mesma, Vós não podeis nem vos enganar, nem nos enganar";
* a segunda, o ensinamento de São Paulo aos Gálatas (I, 6-8):
"Admiro-me de que tão depressa vos deixásseis afastar daquele que vos chamou pela graça de Cristo, para passar a um OUTRO evangelho: não que haja outro, mas há alguns que vos perturbam e querem MUDAR O EVANGELHO DE CRISTO. Mas se nós mesmos, ou um anjo do céu vos anunciar um OUTRO evangelho diferente daquele que vos anunciamos, seja anátema".
Temos a certeza e a firmeza de que, acreditando e fazendo tudo o que sempre foi acreditado e feito, não podemos ser enganados nem nos enganar?
Entendemos que a seita conciliar ensina e vive um OUTRO evangelho?
Não. Nós não somos sedevacantistas.
NÓS SOMOS CATÓLICOS. Somos apenas católicos. Queremos ser completamente católicos.
E COMO SOMOS CATÓLICOS, RECUSAMOS TODA A RELIGIÃO CONCILIAR.
E ainda, não dizemos que a sé está vacante, mas que ela está ocupada e muito ocupada. Ocupada pelo "papa" da seita conciliar que não pode ser o Papa da Igreja Católica, ele que é o perseguidor da Fé Católica. Seria um blasfêmia.
Como a Santíssima Virgem Maria nos ensinou, a Igreja está eclipsada, Roma perdeu a Fé e a sé é ocupada por um anticristo. A sé é usurpada [34] por um usurpador, por um "anticristo" como Monsenhor Lefebvre costumava dizer.
Ao rejeitar toda a seita conciliar, é simples, claro, eficaz.
Ao reduzir a luta apenas ao sedevacantismo, vemos brigas cada vez mais incompreensíveis de supostos e pretenciosos teólogos que nos fazem mingaus filosófico-teológico-canônico-histórico-espiritual-intelectuais, mais ou menos, e mesmo mais do que menos, modernos indigestos, a favor ou contra o sedevacantismo, onde um gato não encontra seus filhotes, e onde todo mundo se excomuga sem se entender. Onde a um texto de 732.000 páginas [35] se acrescenta um complementar explicativo de outras 3.732.000 páginas que quer parecer sábio e que ninguém lê ou entende. Com um ar subentendido: "você não pode entender, é preciso ser teólogo para entender", todos nos dizem: "você é muito simplista, é mais complicado".
Tolos! pedantes! são vocês que complicam tudo. Não é simplista, é simples:
A IGREJA CATÓLICA NÓS CONHECEMOS, ELA NÃO ESTÁ PARA SER INVENTADA; A SEITA CONCILIAR NÓS CONHECEMOS, ELA NÃO É CATÓLICA. A FÉ CATÓLICA NÓS CONHECEMOS, ELA NÃO ESTÁ PARA SER INVENTADA; A FÉ CONCILIAR NÓS CONHECEMOS, ELA NÃO É CATÓLICA.
E todos nós escolhemos [36]:
- nós, a verdadeira Fé que proporciona a Vida eterna, a verdadeira Igreja que proporciona os verdadeiros sacramentos e o ensino da Verdade;
- eles, uma igreja que não proporciona os verdadeiros sacramentos, que ensina erros, e um simulacro de fé que não pode levar à Vida eterna.
Ponto final.
Não podemos resolver o problema gerado pela seita conciliar. Sejamos clérigos ou leigos, nenhum de nós trará a solução.
Só Deus pode fazê-lo. Deixemos que Ele o faça.
Não nos embaracemos com essa preocupação. Não adianta tentar resolver a crise. Aqueles que quiseram fazê-lo, elegendo um papa, perderam a cabeça.
Por outro lado, todos os dias, devemos viver em todos os nossos atos, pensar em tudo, como verdadeiros católicos. E aí está o nosso dever.
Não nos enganemos.
Não é a Santa Missa, o ensino de sempre que apresentam problema. Entre nós, não há dúvida sobre a verdade, a validade, etc...
O que apresenta problema é o N.O.M., o ensino conciliar.
Não sejamos desestabilizados por seus discursos, por seus ataques. Não seremos nós que desapareceremos.
Não serão eles que triunfarão.
Eles já estão, inclusive, condenados à morte.
Eles quiseram nos afastar do título que nos é mais caro, o de católico. Eles quiseram nos roubá-lo.
Eles quiseram nos ridicularizar com o nome de sedevacantista. Eles que são hereges e apóstatas. Eles quiseram nos fazer duvidar, enquanto mil dúvidas não fazem uma verdade. Não tenhamos medo. São eles amanhã que terão de prestar contas diante Daquele de quem zombam.
Somos nós que somos católicos.
São eles que não o são e que devem se converter.
A Fé Católica é de tal natureza que não se pode nada lhe acrescentar, nada lhe retirar; ou se a possui inteiramente, ou não se a possui absolutamente.
Tal é a fé católica: quem não a aderir com FIRMEZA não poderia ser salvo. Símbolo de São Atanásio.
[33] Fica-se estupefato de ter ouvido em um sermão que o sedevacantismo era uma maré negra horrível, temível, pior que a outra.
[34] Usurpar: apoderar-se, apropriar-se sem direito.
[35] Deve-se, no entanto, destacar que se alguns membros da Fraternidade São Pio X atacam o sedevacantismo, eles nunca produziram um escrito sobre a questão, pois sabem que não podem desenvolver um argumento escrito sem que haja uma refutação contundente.
[36] O CRITÉRIO DA ESCOLHA É A FÉ E NÃO A OBEDIÊNCIA. Obediência a quem? a hereges? a apóstatas? a perseguidores da verdadeira Fé?